quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Muita Luz e Paz no NATAL e ANO NOVO!


Que o sentido do Natal esteja sempre presente em nosso dia a dia e que a ESPERANÇA seja um objetivo concretizado.
No próximo ano, que seus sonhos lhe sirvam de inspiração para realizar e sentir que a VIDA é um presente iluminado que Deus nos deu.
Que todos os dias do Ano Novo sejam claros para você e sua família.
 Feliz Natal e Próspero 2013!
São os votos fraternos da Equipe do Projeto Biomar.


 

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Projeto em Búzios cultiva coral ameaçado

Pesquisadores da UFRJ criaram primeira fazenda marinha de corais do País para tentar salvar espécie nativa.
Da praia, é imperceptível. Poucos entre os moradores e turistas que frequentam as belas areias de Búzios, no Rio de Janeiro, sabem que o mar da cidade abriga, há sete meses, a primeira fazenda marinha de corais do Brasil. Sob risco de extinção, o coral-de-fogo (Millepora alcicornis) é cultivado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que tentam preservá-lo.

Com coloração levemente alaranjada, os corais-de-fogo são cultivados em canos de PVC a uma profundidade de até três metros. No total, 400 mudas se dividem em quatro estruturas flutuantes na enseada da praia de João Fernandes, a uma distância de 100 metros da areia.

Entre os especialistas que se revezam semanalmente no cultivo do coral estão professores de ciências da saúde e de biologia da UFRJ. Com o patrocínio da Petrobras Ambiental, o Projeto Coral Vivo existe há dez anos e desenvolve ações na região de Búzios desde 2010.

Há um ano, criou o aquário do Centro de Visitantes do Parque dos Corais da cidade, na rua das Pedras, para incentivar a pesquisa e educação sobre as espécies brasileiras desses invertebrados. Em 2006, o projeto se integrou à Associação Amigos do Museu Nacional, organização não governamental sem fins lucrativos na Quinta da Boa Vista, zona norte do Rio.

Piloto baiano - O biólogo Emiliano Calderon, supervisor de pesquisa do projeto, afirmou à Folha que o estudo começou no ano passado em Arraial D'Ajuda (BA), quando um teste comparativo apontou que a espécie em extinção crescia quatro vezes mais rápido em estrutura aberta no mar do que em tanques fechados.

O trabalho preliminar usou 80 "filhotes" de corais-de-fogo e durou cem dias. "Pegamos uma metodologia que já funcionou em outras partes do mundo e a adaptamos para cá. No país, é a primeira vez que acontece o cultivo permanente de corais no mar, em ambiente natural. O objetivo principal é desenvolver tecnologia para a criação desse organismo", afirmou Calderon.

A estrutura flutuante é formada por poliuretano expandido - mesmo material da prancha de surf. Cabos de nylon sustentam o material submerso com o peso de cubos de concreto.

A espécie ocorre nos estados do Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Os corais de fogo também são encontrados na Flórida (EUA) e nas Bahamas. Desde o início do século 21, está incluído na lista vermelha de extinção nacional do Ibama - no nível de risco "vulnerável" - por ter sido explorado a partir da década de 1980 para fins comerciais como artesanato.

O coral-de-fogo tem esse nome porque libera uma substância urticante que queima e causa vermelhidão. O mecanismo é semelhante ao da água-viva.
(Folha de São Paulo - 9/12)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Biólogo captura o mundo de cores e formas das águas-vivas do Ártico

Água-viva cheia de ovos no verão ártico
 
As águas-vivas têm um ciclo de vida curto. Em média, vivem de dois a seis meses, mas neste período dão um show de cores e formas, como mostram estas imagens capturadas por um biólogo e fotógrafo russo.
"Todo ano há mudanças, porque algumas espécies desaparecem por anos, enquanto outras apresentam uma explosão demográfica. Isto é normal, há uma dinamicidade que faz a área muito interessante de ser estudada", disse o biólogo russo Alexander Semenov
Semenov se especializou no assunto e registrou as fases da vida destes seres que chegam a ser compostos de até 99% de água.
Ele é o chefe dos mergulhadores da estação do Mar Branco, no norte da Rússia.
As foto deste ensaio mostram desde a reprodução até ocasiões em que os celenterados têm o corpo invadido por centenas de crustáceos, que de dentro das águas-vivas, se alimentam das medusas.
Fonte: BBC Brasil
 


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Poluição dos oceanos é global, afirma Chris Bowler, líder de expedição francesa

Equipe do projeto Tara Expeditions [ http://oceans.taraexpeditions.org/ ], com lixo recolhido no oceano

Chris Bowler, que analisou ecossistemas marinhos por 2 anos, diz ter achado plástico até na Antártida.

Líder de uma expedição francesa que rodou o mundo por dois anos e meio para analisar ecossistemas marítimos, Chris Bowler acredita ter encontrado a prova definitiva de que a poluição dos oceanos atingiu caráter global. A grande quantidade de plástico coletada por sua equipe em área próxima à Antártida, diz o pesquisador, mostra que nem mesmo locais mais remotos estão livres da interferência humana.

Em quatro pontos de observação no oceano glacial antártico e na Antártida, os cientistas da embarcação Tara Oceans registraram uma taxa de 50 mil fragmentos de plástico por quilômetro quadrado – concentração dez vezes superior à esperada por eles e comparável à média verificada em outros mares do planeta.

“Estando tão longe de áreas significativamente urbanas, achávamos que a Antártida ainda era um ambiente intocado”, afirma Bowler. “Procurávamos por fragmentos de plástico de poucos milímetros e o que achamos foram redes de pesca, sacos plásticos e até fibras sintéticas usadas em vestuários.”

Além do oceano glacial antártico, a expedição passou pelas águas do Atlântico, Pacífico e Índico para investigar os efeitos da mudança do clima em ecossistemas marinhos e biodiversidade.

“A maior parte do plástico que acaba no oceano vem de grandes centros urbanos do Hemisfério Norte, mas mesmo com as correntes oceânicas é difícil de acreditar que o material encontrado na Antártida esteja vindo de lá”, afirma o pesquisador. “É mais provável que venha de cidades ao Sul como Buenos Aires e Cape Town. Considerando que nós estamos fazendo plásticos há apenas 60 anos, eles atingiram a Antártida muito rapidamente.”

Ele admite que os efeitos na biodiversidade local ainda estão sendo estudados, mas projeta ao menos três possibilidades. Uma delas é a ingestão de plástico por peixes e aves marítimas, o que pode levar à inanição – o estômago fica tão cheio que os animais não conseguem se alimentar de verdade. Além disso, há a liberação de elementos tóxicos que se incorporam à cadeia alimentar e eventualmente podem chegar ao consumo humano. Por fim, os fragmentos interagem com plânctons e mudam a estrutura dos ecossistemas marinhos.

A quantidade de plástico encontrada na Antártida, no entanto, não foi tão diferente da média global de plástico nos oceanos ao redor do mundo – as exceções são o Pacífico Norte e o Atlântico. Uma nova expedição da Tara Oceans deve ocorrer nos próximos meses. Desta vez, segundo Bowler, a ideia será procurar por evidências da migração de plânctons entre o Pacífico e o Atlântico, algo que só se tornou possível por conta do derretimento do gelo polar. “Também esperamos encontrar novas espécies de plânctons, porque é uma área que ainda não foi muito estudada”, diz o biólogo, profissional do Centro Nacional Francês de Estudos Científicos (CNRS).

Bruno Deiro -O Estado de S. Paulo, 02-12-2012.

 

Envelhecimento reverso - Turritopsis dohrnii


Criaturas marinhas podem guardar o segredo da imortalidade humana, dizem cientistas.

A água-viva imortal foi descoberta por acaso pelo estudante alemão de biologia marinha Christian Sommer em 1988, enquanto ele passava suas férias de verão na Riviera Italiana. Sommer, que coletava espécies de hidrozoários para um estudo, acabou capturando a pequena criatura misteriosa — da espécie Turritopsis dohrnii —, ficando espantado com o que observou no laboratório.

Após examiná-la durante alguns dias, Sommer percebeu que a água-viva simplesmente se recusava a morrer, regredindo ao seu estado inicial de desenvolvimento até reiniciar o seu ciclo de vida outra vez, sucessivamente, como se sofresse um envelhecimento reverso.

Assim, de acordo com um artigo publicado pelo The New York Times, desde a descoberta de Sommer, a pequena água-viva imortal vem sendo estudada por cientistas, que tentam entender esse aspecto “Benjamin Button” da criatura. E compreender o funcionamento da incrível habilidade da água-viva poderia desvendar os mistérios da vida eterna.

Envelhecimento reverso

Os pesquisadores já descobriram que a Turritopsis dohrnii inicia seu incrível rejuvenescimento quando se encontra em uma situação de estresse ou ataque, e que durante esse período o organismo passa por um processo conhecido como transdiferenciação celular, ou seja, um evento atípico no qual um tipo de célula se transforma em outro, tal como ocorre com as células-tronco humanas.

Os cientistas também observaram que a água-viva imortal — que não é maior do que um pedacinho de unha — parece estar se espalhando extensivamente pelo mundo, no que os pesquisadores chamam de “invasão silenciosa”. Contudo, apesar do que já se sabe sobre a Turritopsis dohrnii, ninguém consegue entender como é que ela executa o envelhecimento reverso.

Imortalidade em cativeiro

Isso se deve à dificuldade de manter espécimes da água-viva em cativeiro, e existe apenas um cientista atualmente empenhado em desvendar o mistério da imortalidade. Seu nome é Shin Kubota, e ele trabalha sozinho e sem muito financiamento em um pequeno laboratório localizado em Shirahama, perto de Kyoto, no Japão.
Kubota, ao contrário de muitos outros cientistas, acredita que a chave para o segredo da imortalidade da Turritopsis dohrnii também pode revelar o segredo para a imortalidade humana, e é por essa razão que ele vem estudando essas minúsculas criaturas há 15 anos, dedicando pelo menos 3 horas por dia às pequenas imortais. Todos os dias!

Humanos e criaturas marinhas

Segundo o The New York Times, graças ao Projeto Genoma, concluído em 2003, os cientistas descobriram que os humanos compartilham o mesmo número de genes com uma série de animais, e que, de fato, existe uma incrível similaridade genética entre os humanos e as águas-vivas.
Além disso, a Turritopsis dohrnii não é a única criatura marinha com superpoderes. Existem outros hidrozoários, como a hidra, por exemplo, capazes de se regenerar e adotar outras formas indefinidamente, em um ciclo que também pode ser considerado imortal.

Implicações médicas

O fato de que os humanos compartilhem tantas semelhanças com as águas-vivas pode, na verdade, ter implicações médicas importantes, especialmente relacionadas à cura do câncer e à longevidade. Assim, conforme acreditam os cientistas, a resposta para muitos dos males sofridos pela humanidade pode estar nessas criaturas.

De qualquer forma, se algum dia o mistério sobre o envelhecimento reverso da Turritopsis dohrnii for solucionado, e realmente for possível aplicar esse conhecimento para prolongar a vida dos humanos indefinidamente, novas questões também devem surgir, como quem é que gostaria de viver eternamente e como seria um mundo povoado por criaturas imortais?

 

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Eis aí um bicho realmente assustador!


 
Promachoteuthis sulcus, uma espécie de lula, com oito tentáculos ao redor de uma boca, além de dois “braços” (como toda lula), tem também duas fileiras de dentes parecidos com dentes humanos – parece ter saído de um pesadelo.
Mas são realmente dentes? Na verdade não; são espécies de “lábios” que protegem o “bico” que as lulas têm. Trata-se então de uma ilusão – não que isto ajude a aliviar o arrepio.
E por que uma lula teria estes lábios? Não se sabe.
Aliás, não se sabe quase nada sobre esta lula. Só sabemos da sua existência por causa de um único espécime, de 25 mm, que foi pescado perto do arquipélago Tristão da Cunha, no Atlântico Sul, a uma profundidade entre 1.750 e 2.000 metros. Não sabemos sequer se é um macho ou uma fêmea.
Alivia um pouco saber que o exemplar encontrado é minúsculo, mas qual o tamanho máximo que chega esta lula? Ainda, não sabemos...


 



A viagem dos grandes machos para as terras altas



Manaus, AM – Em junho, quando a estação seca e fria chega ao arquipélago de Galápagos, no Oceano Pacífico, grandes tartarugas da Ilha de Santa Cruz, algumas com mais de 250 quilos, inciam uma lenta e tediosa jornada em direção a terras mais altas. Elas se deslocam até 10 quilômetros, através de encostas do vulcão, para atingir altitudes acima dos 400 metros, onde passam meses. Lá em cima, uma névoa característica desta época do ano permite que a vegetação continue a se desenvolver, enquanto as áreas mais baixas sofrem com a estiagem.

O comportamento migratório das tartarugas-gigantes-de-galápagos (Chelonoidis nigra) foi descrito por pesquisadores do Instituto Max Planck para Ornitologia e da Fundação Charles Darwin. Para monitorar as tartarugas, os cientistas utilizaram localizadores GPS, que foram presos a 17 indivíduos. Além disso, em caminhadas realizadas mensalmente, eram anotados dados como sexo, tamanho e localização das tartarugas encontradas. Os dados do GPS foram combinados com informações sobre temperatura e disponibilidade de vegetação. O estudo durou dois anos.

O que surpreende os cientistas é o comportamento das gigantes de Galápagos ser diferente ao de outras tartarugas, em que os machos dominantes, capazes de enfrentar os concorrentes na disputa por alimento, permanecem no local de origem, enquanto os jovens se aventuram em busca de novas áreas. No caso das tartarugas-gigantes-de-galápagos, por alguma razão ainda desconhecida, são os machos maiores e mais desenvolvidos que se deslocam. As fêmeas também migram, mas só após a postura dos ovos.

"Ou o gasto energético dessa caminhada árdua é muito alto ou ainda há comida suficiente disponível, mas só para os animais menores", suspeita Stephen Blake, pesquisador o Instituto Max Planck. “Talvez os animais mais jovens não possam tolerar o clima frio e úmido das regiões mais altas”. Outro dado que intriga os cientistas é que essas tartarugas podem passar até um ano sem se alimentar, portanto, poderiam sobreviver à carência de comida durante a estação seca.

Os cientistas continuam os estudos e vão incluir tanto variáveis ecológicas, quanto informações sobre idade, sexo e morfologia na coleta e análise dos dados. Eles destacam a tenacidade por trás desse comportamento. A migração continua, apesar de todas as ameaçam sofridas pelas tartarugas, como a perda de habitat, a caça e a chegada de espécies invasivas, como ratos e cabras.

Os pesquisadores destacam que conhecer melhor o comportamento migratório pode ajudar a estabelecer corredores para as tartarugas se deslocarem, preservando seus ambientes importantes e tomando medidas para reduzir os impactos de rodovias e do crescimento das cidades. Essa migração tem um outro importante papel ecológico na ilha: durante o deslocamento, as tartarugas dispersam sementes.
Vandré Fonseca

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

4º Congresso Brasileiro de Biologia Marinha


O 4º Congresso Brasileiro de Biologia Marinha (4ºCBBM) irá ser realizado de 19 a 23 de maio de 2013, em Florianópolis (SC). Além de contemplar uma programação científica ampla e de elevada qualidade, o CBBM é também o maior fórum de reunião dos associados da ABBM - Associação Brasileira de Biologia Marinha. Terão descontos as inscrições feitas até o dia 31 de dezembro. A submissão dos resumos de painéis e comunicações orais terá a data-limite de 21 de janeiro. Mais informações: http://www.abbm.net.br/cartaz .

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Dragão do mar – um vertebrado marinho em perigo!


Dragões do mar são peixes carnívoros pertecentes ao mesmo gupo dos cavalos-marinhos. Exemplos de espécies: Phycodurus eques, Phyllopteryx taeniolatus.

Os dragões do mar são algumas das criaturas camufladas mais ornamentadas do planeta. Adornados com apêndices em forma de folha em todo o corpo, eles são perfeitamente equipados para se misturar com as formações de algas marinhas que vivem entre eles.
Espécie endêmica das águas do sul e leste da Austrália, eles são geralmente coloridos do  marrom para o amarelo, com espectaculares apêndices verde-escuro.
Os dragões do mar são muito longos, com focinhos, troncos e cauda finas, cobertos de anéis ósseos que, ao contrário dos seus parentes cavalos-marinhos, não podem ser utilizados para a fixação. Eles têm pequenas e transparentes nadadeiras dorsal e peitoral que os impulsionam, desajeitadamente, através da água. Possuem um comprimento que varia de cerca de 35 centímetros  até 46 centímetros de comprimento.
Tal como acontece com cavalos-marinhos, os dragão do mar machos são responsáveis ​​pela evolução da gravidez. Mas, em vez de uma bolsa, como cavalos-marinhos possuem, os dragões-marinhos do sexo masculino têm um área esponjosa, adesiva,  aninhada na parte de baixo da cauda, onde as fêmeas depositam seus ovos de rosa brilhante durante o acasalamento. Os ovos são fertilizados durante a transferência a partir da fêmea para o macho. Os machos incubam os ovos e levam o desenvolvimento a termo, liberando dragões do mar em miniatura para a água, depois de cerca de quatro a seis semanas da fecundação.
Estes animais têm uma vida amorosa agitada: alguns ficam com um parceiro durante toda a vida, enquanto outros ficam com vários parceiros.
Os dragões marinhos sobrevivem de pequenos crustáceos, como o mysids, ou piolhos do mar. Não se sabe se eles são atacados por outros animais. Eles são, no entanto, muitas vezes, retirados de seu habitat  por mergulhadores que procuram mantê-los como animais de estimação. Na verdade, os cavalos e dragões do mar  encolheram  o número de representantes tão criticamente no início dos anos 1990 que o governo australiano colocou uma proteção completa em ambas as espécies. Poluição e perda de habitat têm também prejudicado os seus números, e eles estão atualmente listado como espécies ameaçadas.

Estudo acha vida em salmoura isolada por 20 m de gelo na Antártida

Poucos ambientes parecem menos promissores para a vida do que uma salmoura resfriada a -13 graus Celsius, mas um ambiente desse tipo é lar de uma diversificada comunidade de bactérias no interior da Antártida.
Mais intrigante ainda, esse ecossistema improvável parece estar isolado de fontes externas de energia e nutrientes há pelo menos 3.000 anos, afirmam os cientistas americanos que o exploraram pela primeira vez em artigo na revista científica "PNAS".
Alison Murray e seus colegas do Centro de Pesquisas do Deserto em Reno (sudoeste dos EUA) acharam as bactérias depois de cuidadosas perfurações no manto de pelo menos 20 m que recobre o lago Vida
Não se sabe exatamente a profundidade do lago. Também não está claro se, abaixo da grossa camada de gelo, existiria algo parecido com uma lagoa líquida.
O que dá para dizer é que, abaixo de certa profundidade, a placa sólida de gelo começa a dar lugar a uma rede de canais por onde corre a salmoura onde vivem as bactérias do lago.
O líquido não congela totalmente, mesmo com a temperatura bem abaixo de zero, por causa da elevada quantidade de cloreto de sódio (o popular sal de cozinha) dissolvida nele. Por causa disso, essa água é seis vezes mais salgada que a do mar.
Levemente amarelo, o líquido contém tanto ferro que fica laranja-escuro quando exposto à atmosfera (dentro do lago, praticamente não existe oxigênio). Também há elevadas quantidades de enxofre e nitrogênio ali.
Mesmo assim, análises de DNA e observações de amostras da salmoura feitas com microscópios revelaram a presença de exemplares de pelo menos oito filos bacterianos (um filo é um agrupamento que reúne grande diversidade de espécies; o dos cordados, por exemplo, abrange todos os vertebrados, do homem aos peixes).
Tudo indica que várias dessas espécies nunca foram detectadas antes. Há sinais de que elas estão sobrevivendo em "marcha lenta" desde que ficaram isoladas ali -sem uma explosão populacional, mas mantendo seu metabolismo numa taxa baixa e relativamente constante.
O mistério é como elas estariam fazendo isso. Uma possibilidade é que estejam se aproveitando, por exemplo, do hidrogênio produzido pelas rochas da região, em contato com o lago,para produzir alguma energia.
Vai ser preciso mais trabalho para entender o que está ocorrendo no lago Vida, mas a descoberta já dá fôlego a uma busca bem mais ampla: a caçada por micróbios durões fora do nosso planeta.
É que as condições do lago antártico não são tão diferentes assim das que existem em oceanos congelados de locais como Europa, uma das luas de Júpiter. (Reinaldo José Lopes)

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Maior acidez do mar dissolve concha de criaturas marinhas, diz estudo


Pesquisa britânica mediu acidez do mar na Antártica Foto: BBC
Pesquisa indica que mudanças climáticas estão afetando elo importante do ecossistema do mar.
 
Lesmas-do-mar que vivem na Antártica estão sendo afetadas pelo alto nível de acidez das águas marinhas, segundo uma nova pesquisa científica.
Uma equipe internacional de cientistas descobriu que a concha das lesmas está sendo corroída pela água do mar.
Segundo especialistas, a descoberta é importante para se determinar o impacto da acidificação do oceano na vida marinha.
Os resultados foram publicados na revista científica "Nature Geoscience".
Ecossistemas
As lesmas-do-mar são importantes na cadeia dos alimentos dos oceanos. Além disso, elas são um bom indicador de quão saudável está o ecossistema.
"Eles são um item importante para diversos predadores -- como plânctons maiores, peixes, pássaros, baleias", diz Geraint Tarling, que é coautor do estudo e diretor de Ecossistemas Oceânicos da entidade britânica de pesquisas British Antarctic Survey.
O estudo foi um projeto de pesquisadores da BAS, da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), a US Woods Hole Oceanographic Institution e da faculdade de ciências ambientais da Universidade de East Anglia.
A acidificação do oceano ocorre devido à queima de combustíveis fósseis. Parte do dióxido de carbono que está na atmosfera é absorvido pelo oceano. Esse processo altera a composição química da água, que fica mais ácida.
Os dados foram coletados em uma expedição do barco Southern Ocean, em 2008. Os cientistas analisaram o que acontece quando a água marinha do fundo é empurrada para a superfície por ventos.
Essa água é mais ácida e acaba corroendo a aragonita -- a substância que forma as conchas das lesmas-do-mar.
"As lesmas-do-mar não necessariamente morrem por conta da corrosão nas suas conchas, mas isso as deixa mais vulneráveis a predadores e a infecções, o que tem consequências no resto da cadeia de alimentação".
Tarling disse que o estudo ainda é um piloto para outras pesquisas que virão, mas que ele já forneceu dados importantes sobre como o ecossistema reagirá a mudanças futuras no oceano.
"Foram necessários vários anos para que desenvolvêssemos uma técnica sensível o suficiente para que analisássemos o exterior das conchas, com auxílio de microscópios de alta potência, já que as conchas são muito finas e os padrões de dissolução são muito sutis", afirmou o pesquisador.
 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

V Congresso Brasileiro de Oceanografia (CBO’2012)

A Associação Brasileira de Oceanografia – AOCEANO irá promover a quinta edição do Congresso Brasileiro de Oceanografia (CBO’2012), que será realizada entre os dias 13 a 16 de novembro de 2012, no Centro de Convenções Sul América, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Paralelamente ao CBO’2012, será também realizada a VII Feira Técnico-Científica Brasil Oceano. Nesta quinta edição do Congresso, a AOCEANO conta com o apoio da Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE. Mais informações: www.cbo2012.com .

 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Aquecimento global vai afetar mais os micro-organismos e animais aquáticos


Queda no tamanho é dez vezes maior diante de temperaturas mais altas.

Mais de 99% dos organismos da Terra são ectotérmicos, isto é, dependem do ambiente para regular sua temperatura corporal, o que os deixa mais vulneráveis às mudanças climáticas. Estudo realizado por cientistas britânicos, porém, indica que os micro-organismos e animais aquáticos vão sofrer bem mais do que os terrestres com a elevação das temperaturas do planeta, podendo ver seu tamanho quando adultos reduzido em uma proporção dez vezes maior como resposta ao aquecimento global.

No maior levantamento do tipo já feito, pesquisadores das universidades Queen Mary, de Londres, e de Liverpool analisaram de que forma exemplares de 169 espécies de micro e pequenos organismos terrestres, marinhos e de água doce tiveram sua massa corporal adulta alterada quando expostos a diferentes temperaturas durante seu desenvolvimento. O objetivo era verificar sua resposta à chamada “regra de temperatura e tamanho”, segundo a qual a maioria dos organismos ectotérmicos, ou “de sangue frio”, amadurece com um corpo menor quando criada em um ambiente mais quente.

“Os animais aquáticos encolhem dez vezes mais que os terrestres em espécies com o tamanho de grandes insetos e pequenos peixes”, resume Andrew Hirst, professor da Universidade Queen Mary e coautor do estudo, publicado esta semana do periódico “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS). “Enquanto o tamanho dos animais na água caiu em 5% a cada grau Celsius de aumento na temperatura, espécies terrestres de tamanho similar encolheram, em média, apenas 0,5%.”

Segundo os pesquisadores, a explicação para o fenômeno pode estar na menor disponibilidade de oxigênio na água quando comparada à atmosfera. A medida que a temperatura se eleva, as necessidades de oxigênio dos organismos em terra e na água também aumentam, mas as espécies aquáticas enfrentariam mais dificuldades para suprir a demanda crescente por oxigênio, como respirar mais rápido.

“As espécies aquáticas têm menos opções para satisfazer a maior demanda por oxigênio em ambientes com temperatura mais alta. Reduzir o tamanho em que amadurecem é a maneira mais fácil que encontram para equilibrar essa diferença entre oferta e demanda por oxigênio”, defende David Atkinson, professor da Universidade de Liverpool e outro coautor do estudo.

Segundo os cientistas, essa redução desproporcional no tamanho dos organismos aquáticos em comparação com os terrestres como resposta ao aquecimento global pode ter implicações importantes na cadeia alimentar de todo o planeta.

“Tendo em vista que os peixes e outros organismos aquáticos suprem pelo menos 15% das proteínas consumidas por três bilhões de pessoas, nosso trabalho destaca a importância de entender como o aquecimento global futuro vai afetar as espécies que vivem nos oceanos, lagos e rios”, afirma Jack Forster, também professor da Universidade Queen Mary e principal autor do estudo.
Jornal da Ciência / SBPC, JC e-mail 4618.

 

Cientistas descobrem esponja com formato de harpa no fundo do mar

'Esponja-harpa' é vista no mar - Reprodução/Instituto de Pesquisa do Aquário da Baía de Monterrey)

Animal é carnívoro e vive a 3,5 mil metros no fundo do oceano.
Esponja possui ganchos em seus 'ramos' e é carnívora, dizem cientistas.

Cientistas descobriram uma espécie nova de esponja (Chondrocladia lyra) no fundo do oceano, a cerca de 3,5 mil metros de profundidade. Com hábitos carnívoros e formato incomum, ela recebeu o nome de "esponja-harpa" porque lembra o instrumento musical.

Os pesquisadores do Instituto de Pesquisa do Aquário da Baía de Monterrey, nos Estados Unidos, usaram dois robôs operados remotamente para encontrar a espécie, avistada na costa da Califórnia. Duas "esponjas-harpa" foram coletadas e outras dez foram observadas, dizem eles.
O estudo foi publicado no periódico "Invertebrate Biology", na edição de outubro. Para se fixar nas profundezas oceânicas, as esponjas usam estruturas parecidas com raízes, dizem os cientistas. Elas são formadas por ramos horizontais, chamados pelos pesquisadores de "palhetas", que dão suporte a uma série de ramificações que crescem verticalmente.

Predadores
Estas esponjas são predadoras do fundo do mar, disseram cientistas ao site do instituto de pesquisa. Elas capturam pequenos animais, como camarões, peixes e outros crustáceos, que passam pelos "ramos" da esponja levados pelas correntezas oceânicas.
"Elas [as esponjas] possuem ganchos farpados que cobrem suas ramificações e prendem os animais. Uma vez que o animal foi preso, a esponja o envolve com uma pequena membrana, e lentamente começa a digeri-lo", dizem os pesquisadores no site do instituto.

Investigador português descobre espécie rara no oceano profundo


Cetichthys indagator

Tem no máximo 15 centímetros, corpo de coloração acastanhada e barbatanas cor de laranja. Habita as zonas profundas de todos os oceanos, com pouca luz e calcula-se que se alimenta de pequenos crustáceos. Chama-se Cetichthys indagator e trata-se de uma espécie de peixe rara, descoberta no nordeste do Atlântico, em 2010.
O autor da proeza foi Rui Pedro Vieira, um português  de 25 anos, formado em Biologia Marinha e bolsista de investigação do Centro de Estudos do Mar e Ambiente, na Universidade de Aveiro. Durante cinco semanas, no final de 2010, viajou a bordo do navio Meteor ao monte submarino Ampère, a 200 milhas náuticas a nordeste da Madeira, com o objetivo de caracterizar o ecossistema, numa investigação liderada pela Universidade de Hamburgo (Alemanha).
 “Foi apenas a quinta vez que um peixe da espécie Cetichthys indagator foi encontrado. Os outros quatro exemplares foram capturados nos oceanos Atlântico sul, ao largo de África do Sul, Índico e Pacífico”, revela Rui Pedro Vieira, que só à chegada a Hamburgo, confirmou a espécie rara. No entanto, apesar de rara, a ciência sabe que o peixe tem “uma importante função ao nível da cadeia trófica, servindo de alimento a outras espécies de interesse comercial”.
Para o investigador, a presença do animal no Atlântico Norte não é de estranhar e não se deve a migrações ou alterações climáticas. “Apesar de ser um peixe raro não significa que não seja abundante, mas sim ainda pouco conhecido. O estudo do oceano profundo exige um enorme esforço téc­nico-científico, o que limita o trabalho a grandes profundidades. Atualmente, conhecemos melhor a superfície da Lua do que os fundos oceânicos do nosso planeta.”, explica.E as descobertas podem não ficar por aqui. A equipe de investigação continua a trabalhar em amostras recolhidas, “pelo que é provável que sejam encontradas e registradas” outras espécies raras ou mesmo até agora desconhecidas.

domingo, 4 de novembro de 2012

VII Congresso Brasileiro sobre Crustáceos e Seminário sobre caranguejos de manguezal


O Congresso Brasileiro sobre Crustáceos é um evento científico promovido pela Sociedade Brasileira de Carcinologia, reunindo os principais pesquisadores da área de carcinologia no Brasil e também do exterior.Este ano o evento será realizado de 11 a 14 de novembro de 2012, em Belém (PA). O congresso contará com palestras, oficinas, apresentações orais, mesas-redondas, mini-cursos e painéis.
Divulgada a programação do Seminário sobre caranguejos de manguezal
Na terça-feira, dia 13 de Novembro de 2012, concomitante com os ciclos de Apresentações Orais ocorrerá o Seminário “Bioecologia, pesca e manejo de caranguejos do manguezal com importância econômica”.

Numa apresentação inicial a Dra. Karen Diele fará uma palestra sobre o tema , seguida de apresentações orais de alguns trabalhos enviados ao VII CBC que também abordem o tema proposto, para uma discussão final. Não é necessária inscrição especial a esta atividade, os autores de resumos selecionados que por ventura se encaixem nesta temática serão contatados para realizar sua apresentação oralmente.
 Organização: Dra. Karen Diele (Edinburgh Napier University), Anders Jensen Schmidt (FURG) e Darlan Simith (UFPA)
Biologia, ecologia e manejo de caranguejos explotados do manguezal
Durante a última década, um crescente número de estudos tem abordado a biologia, ecologia e pesca dos caranguejos do manguezal Ucidescordatus, Goniopsiscruentata, Cardisomaguanhumi e Callinectesspp. Esta seção irá reunir pesquisadores que trabalham com estas espécies em diferentes regiões, para apresentar e intercambiar seus resultados. Contribuições orais que abordem os fatores naturais e antropogênicos que influenciam o comportamento, abundância e pesca são particularmente bem vindos. A finalidade desta seção é formar uma rede de trabalho e iniciar o planejamento de futuros estudos comparativos em cooperação para ajudar a identificar padrões biológicos e ecológicos em comum e melhorar a conservação e gestão destas espécies de caranguejo.
Biology, ecology and management of exploited mangrove crabs
During the last decade an increasing number of studies have addressed the biology, ecology and fishery of the mangrove crabs Ucidescordatus, Goniopsiscruentata, Cardisomaguanhumi and Callinectesspp. This session will bring together researchers working with these species to present and exchange their results from different regions. Oral contributions addressing natural and anthropogenic factors driving the crabs’ behaviour, abundance and fisheries are particularly welcomed. The ultimate aim of this session is to network and to initiate the planning of joint comparative studies to help identify common biological and ecological patterns and improve the conservation and management of these exploited mangrove crabs.



Seminário
Bioecologia, pesca e manejo de caranguejos do manguezal
com importância econômica
Coords. Dra. Karen Diele, Anders J. Schmidt, Darlan J. B. Simith

14:00 – 14:20 New insights into the reproductive rhythmicity of the mangrove crab Ucides cordatus and the need of scaling up
Diele, K. & Schmidt, A.

14:20 – 14:35 RELAÇÃO ENTRE A LATITUDE E O TAMANHO MÁXIMO DE LARGURA DE CARAPAÇA ATINGIDO PELO CARANGUEJO UCA MORDAX (BRACHYURA, DECAPODA, OCYPODIDAE)
Vieira, S.G.A.

14:35 – 14:50 Interpopulational difference in the salinity tolerance in megalopae of the larval dispersing mangrove crab Ucides cordatus (Decapoda: Ucididae)
Simith, D.J.B.; Abrunhosa, FA & Diele, K.

14:50 – 15:05 CRESCIMENTO RELATIVO E MATURIDADE SEXUAL MORFOLÓGICA DO ARATU-DO-MANGUE, GONIOPSIS CRUENTATA (CRUSTACEA: BRACHYURA: GRAPSIDAE), NO MUNICÍPIO DE EXTREMOZ, NATAL, RIO GRANDE DO NORTE
Moraes, A.B.; Emerenciano, TS; Soares, DC; Alencar, CERD & Freire, FAM.

15:05 – 15:20 FORMA E FUNÇÃO DAS CHAMINÉS E DAS TOCAS DE UCA THAYERI (DECAPODA: OCYPODIDAE) NO MANGUEZAL DO RIO DAS GARÇAS, BAÍA DE GUARATUBA, PARANÁ
Moreto, T.F. & Masunari, S.

15:20 – 15:35 CONTAMINAÇÃO POR METAIS NO CARANGUEJO-UÇÁ, UCIDES CORDATUS (BRACHYURA, UCIDIDAE), EM MANGUEZAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO: UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA
Pinheiro, M.A.A.; Duarte, LFA; Souza, CA; Soares, VS & Souza, BT.

15:35 – 15:50 MODELAGEM DE NICHO ECOLÓGICO COMO FERRAMENTA DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DO CARANGUEJO UCIDES CORDATUS (CRUSTACEA, DECAPODA, UCIDIDAE)
Moraes, S.A.S.N.; Araújo, PVN; Alencar, CERD; Costa, GC & Freire, FAM.
 15:50 – 16:00 Discussão geral

Mais informações: http://marte.museu-goeldi.br/viicbc/

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Conchas Marinhas

Essas são pequenas conchas, em uma escala minúscula, não plânctonicas. Apesar de serem quase impossivelmente pequenas, os seres que as habitavam eram ainda menores. Para você ter uma idéia, as pedras que estão ao lado das conchas são grãos de areia.

4º Congresso Brasileiro de Biologia Marinha (4º CBBM).

A realização do 4º Congresso Brasileiro de Biologia Marinha (4º CBBM)acontece de 19 a 23 de maio de 2013, no Centro Internacional de Eventos do Costão do Santinho - Resort, Golf, Spa, em Florianópolis/SC.
O Evento é uma ralização da Associação Brasileira de Biologia Marinha (ABBM), entidade científica criada em 2007 para contribuir para o avanço das pesquisas e divulgação de informações sobre Biologia Marinha no Brasil.
Maiores detalhes sobre o evento estão disponíveis no sítio: http://www.abbm.net.br/cbbm2013. Informações complementares poderão ser obtidas por e-mail (cbbm2013@gmail.com), telefone ou fax (55 (21) 2629-2307/2629-2299 fax 55(21)2629-2307).

Primeiro museu oceanográfico do Norte e Nordeste

Com 30 mil amostras de organismos marinhos, UFPE abre primeiro museu oceanográfico do Norte e Nordeste.
Mais de 30 mil amostras de organismos marinhos descobertos na parte do oceano que banha as regiões Norte e Nordeste do país passaram a ser reunidas no Museu Oceanográfico da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A unidade, inaugurada na terça-feira (23), no Recife, Pernambuco, é a primeira desse tipo na região e a quinta no Brasil.
Universidades federais do Rio de Janeiro e de São Paulo, por exemplo, já mantêm essas estruturas de pesquisa. O espaço é utilizado para concentrar descobertas de ecossistemas marinhos, analisar as características e monitorar espécies. A necessidade desse tipo de laboratório, que tem sido patrocinado pela Petrobras, ganhou impulso com a exploração petrolífera em águas profundas.
A proposta é que os pesquisadores consigam mais informações sobre a biodiversidade da região. Essas análises vão permitir, por exemplo, uma melhor avaliação do impacto ambiental provocado pelas atividades da indústria de petróleo.
O trabalho dos pesquisadores é uma demanda da estatal e de outras empresas do setor que precisam fazer análise de impacto antes de começar o trabalho de perfuração em busca de petróleo.
O museu em Recife reúne coletas feitas nos últimos 60 anos, em expedições brasileiras e estrangeiras pela costa brasileira. “A gente já armazenava aqui [no Recife] o que é raridade em todo o Brasil, mas armazenávamos em estantes inadequadas e perdíamos muito material. No museu, agora, temos armários deslizantes compactadores que ocupam menos espaço e onde cabe muito material”, disse a pesquisadora do Departamento de Oceanografia da UFPE, Sigrid Leitão.
A unidade em Pernambuco, que custou R$ 1,5 milhão para ser construída e equipada, será utilizada por especialistas de várias áreas e de outras universidades, inclusive estrangeiras. Algumas amostras reunidas no museu da UFPE são partes de espécies que são encontradas apenas nas regiões Norte e Nordeste, como crustáceos, corais e estrelas-do-mar que escolhem águas mais quentes como habitat.
Curador da coleção instalada em Pernambuco, Jesser Fidelis, afirma que recentemente, com a atividade petrolífera, o volume de material entregue às equipes da universidade pernambucana tem aumentado. “Temos recebido muito material para análise. Alguns materiais têm vindo inclusive de outras regiões, como da Bacia de Campos e muitas têm chance de ser o primeiro registro no Brasil”, disse.
Fidelis afirma que os pesquisadores ainda não conseguiram avaliar todas as mais de 30 mil amostras reunidas no museu. A estimativa é que esse material represente cerca de 3 mil espécies novas de crustáceos, ouriços do mar e corais, entre outros. “Ainda temos muito material que não foi analisado e não tem como estimar, mas acreditamos que pode dobrar o número de espécies [ainda não catalogadas no país]”, calculou o pesquisador.
Em apenas um dos grupos de análise, cerca de 70% do material colhido recentemente nas regiões de exploração de petróleo representam espécies que ainda não tinham sido identificadas na parte brasileira do oceano.
(Fonte: Carolina Gonçalves/ Agência Brasil)

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Molusco 'elo perdido' conta a história deste grupo ao contrário

Imagem em 3D recria o molusco Kulindroplax, que seria o elo entre duas grandes classes de molusco (Foto: Divulgação/Imperial College London)

Fóssil de 425 milhões de anos indica parentesco entre classes de molusco.
Pesquisa da Nature afirma que fóssil de Kulindroplax é único no mundo.
Cientistas de universidades do Reino Unido e dos EUA, como Imperial College, Oxford, Leicester e Yale, publicaram artigo na "Nature" apresentando um raro fóssil de um molusco chamado Kulindroplax, que teria vivido nos oceanos há cerca de 425 milhões de anos.
O animal, considerado pelos pesquisadores um "elo perdido" entre dois grandes grupos de moluscos, foi recriado numa animação computadorizada em 3D.
O fóssil de Kulindroplax é único no mundo, segundo os cientistas. Ele foi encontrado em uma falha geológica na Grã-Bretanha, e teria vivido em uma época em que a maior parte dos seres vivos habitava apenas os mares e as plantas começavam a se espalhar pela terra.
O novo pequeno fóssil, encontrado em rochas marinhas ao longo da fronteira da Inglaterra, fornece a melhor evidência fóssil de como moluscos evoluíram a partir de seus parentes anatomicamente mais complexos, em vez do contrário. os vermes mais simples.
A descoberta reforça pesquisas anteriores de estudos de sequenciamento molecular, e ajuda a esclarecer as relações evolutivas de moluscos, uma categoria ampla que inclui não apenas as ostras e mexilhões, mas também lesmas, lulas e polvos.
Segundo o estudo, o modelo em 3D permite concluir que o Kulindroplax é o "elo perdido" entre as classes de moluscos Aplacophora e Polyplacophora, por possuir características parecidas com os dois grupos.
O corpo do animal teria um formato de verme como os Aplacophora, e seria parcialmente protegido por cascas como os Polyplacophora, também chamados de quítons. A descoberta indica que os animais pertencentes às duas classes são aparentados.
Kulindroplax é cunhado a partir das palavras gregas para um cilindro e um prato, referindo-se ao corpo arredondado, com sua série de conchas.
Fonte: http://wwwf.imperial.ac.uk/imedia/content/view/3226/ku

Grande Barreira de Corais perdeu mais de 50% de sua cobertura original

Em 27 anos, maior ecossistema de recifes de corais do mundo perdeu mais de 50% de sua cobertura original.
Austrália admitiu negligência na preservação da Grande Barreira de Corais

Foto Projeto
 
Entre 1985 e 2012, a Grande Barreira de Corais, localizada na Austrália, perdeu 50,7% de sua cobertura original. Os dados são de estudo desenvolvido pelo Instituto de Ciência Marinha da Austrália. Ministro do Meio Ambiente admitiu negligência do país na preservação do maior ecossistema de recifes de corais do mundo.
"Eu acredito que o estudo provocou o efeito de uma onda de choque em muitos lares na Austrália", declarou o ministro do Meio Ambiente, Tony Burke, em discurso na emissora estatal ABC. O governo de centro-esquerda tem tomado medidas de preservação, mas "não há dúvida de que houve negligência por décadas", acrescentou.
O estudo aponta três principais razões da degradação dos corais: ciclones tropicais (responsáveis por 48% das perdas); predação de um tipo de estrela-do-mar (42%); e branqueamento dos corais (10%), fenômeno que leva os seres à morte por uma série de fatores, como aumento da temperatura do mar, poluição e acidificação dos oceanos. O índice obtido é baseado em dados de 2.258 pesquisas realizadas em 214 áreas de recife nos últimos 27 anos.
Apesar de situada a uma relativa distância do litoral e de populações urbanas, com grande proteção da ação humana por meio de leis que controlam a pesca e atividades potencialmente predatórias nos seus arredores, segundo o estudo, a Grande Barreira têm sido alvo das mudanças climáticas e desequilíbrio ambiental.
Uma das razões é o crescimento descontrolado da população de um tipo de estrela-do-mar, apontam os cientistas. O escoamento de fertilizantes e produtos químicos usados na agricultura para o litoral têm causado proliferação destes animais, que se alimentam dos recifes de coral.
A redução da cobertura original de corais têm se acentuado desde 1998, conforme o estudo. Para a recuperação dos corais é essencial que haja redução do aquecimento global e da acidificação dos oceanos, apontam os cientistas, que citam também que uma ação para reduzir a população de estrelas-do-mar na região teria efeito positivo na retomada do crescimento dos corais.