Oitenta tartarugas apareceram
mortas em sete praias do Pacífico (sul) da Guatemala desde julho passado,
denunciaram esta segunda-feira ecologistas guatemaltecos que atribuem a
mortandade à pesca de camarões na região.
“Desde a primeira semana de
julho até agora foram vistas aproximadamente 80 tartarugas marinhas mortas”,
que “coincide com a presença de barcos camaroneiros em águas em frente a estas
praias”, destacou em um comunicado a ONG Associação Resgate e Conservação da
Vida Silvestre (Arcas).“Está plenamente documentado que a prática de pesca com redes de arrasto é uma ameaça para a tartaruga marinha”, detalhou a organização conservacionista no boletim de imprensa.
Segundo a Arcas, moradores assentados na costa do Pacífico guatemalteco localizaram sem vida 72 tartarugas-oliva (‘Lepidochelys olivacea‘), sete tartarugas verdes (Chelonia ‘mydas agazzisi‘) e uma tartaruga-de-couro (‘Dermochelys coriacea‘).
“Estas últimas duas espécies (estão) criticamente ameaçadas de extinção em nível mundial”, detalha a denúncia.
Conservacionistas e cientistas ambientalistas na Guatemala solicitaram ao governo restringir a pesca de camarões para “estabelecer o impacto desta atividade econômica nas populações de tartarugas marinhas”, acrescentou o comunicado.
Segundo o texto, catadores legalizados de ovos de tartarugas estão preocupados com as mortes, pois coloca em risco seu meio de sobrevivência.
“Estas espécies representam um valioso recurso quando vivas, tanto como atração turística, como fonte de ganhos econômicos com a cata de ovos sob um programa que permite a coleta de ovos, desde que se entregue 20% de cada ninho a um tartarugário local”, acrescentou o comunicado.
O Ministério da Agricultura, encarregado da atividade pesqueira no país, investiga “as verdadeiras causas” da morte das tartarugas, explicou à imprensa local Sebastián Marcucci, vice-ministro da pasta.