terça-feira, 8 de outubro de 2013

Águas-vivas têm mecanismo de propulsão otimizado, diz estudo


Anel induz uma região de alta pressão (em vermelho e laranja) sob o corpo da água-viva. Foto: Brad Gemmell/Divulgação

Medusas têm sistema único de recaptação de energia durante o nado.
Estratégia melhora os 'custos energéticos' do nado em 48%, diz estudo.

Um estudo publicado na revista científica “Proceedings of the National Academy os Sciences of the United States of America” (PNAS) concluiu que as águas-vivas, ou medusas, têm o mecanismo de propulsão mais eficiente do mundo animal.
Intrigava os cientistas o fato de as águas-vivas terem a habilidade de se multiplicar e tomar conta de ecossistemas perturbados, mesmo sendo consideradas nadadoras ineficientes e precisando de contato direto com as presas para se alimentar.

Para entender como as águas-vivas conseguem competir e superar caçadores mais eficientes, como os peixes, os pesquisadores passaram a investigar o mecanismo de propulsão da medusa. A conclusão foi que a água-viva tem um mecanismo único de recaptação de energia, que reduz os gastos de energia dos músculos utilizados no nado.
No nado da medusa, a aceleração é atingida na fase de contração e a desaceleração, na fase de relaxamento. Ao observar a dinâmica da medusa na água, os autores concluíram que, na fase de relaxamento, o anel que fica sob o corpo do animal, por onde flui a água, gera uma pressão positiva, proporcionando um impulso extra que análises anteriores não haviam levado em conta.
“Estimamos que a demanda metabólica reduzida por recaptura de energia passiva melhora os custos energéticos do transporte em 48%, permitindo que as medusas atinjam grandes distâncias para encontrar as presas necessárias”, diz o estudo, da Universidade Roger Williams, dos Estados Unidos.