quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Corais podem se adaptar a mudanças climáticas, diz estudo.

Primeira imagem mostra a sobrevivência de corais
na Malásia, durante aquecimento de 2010. Já a
segunda retrata efeitos do aumento de temperatura
na Indonésia. (Foto: Divulgação / UNSW)

Aquecimento no sudeste asiático em 1998 teria aclimatizado espécies.
Em 2010, durante elevação de temperatura, elas teriam resistido melhor.

Espécies de corais do sudeste asiático podem ter se adaptado a um aquecimento das águas ocorrido em 1998, segundo pesquisa publicada no jornal científico "PLoS One". Elas teriam resistido melhor a uma nova elevação de temperatura verificada em 2010, afirmam os pesquisadores.
"Isto é polêmico porque muitos cientistas acreditam que os corais exauriram suas capacidades de adaptação ao estresse térmico", afirmou James Guest, pesquisador da Universidade Tecnológica de Nanyang, na Cingapura, em material de divulgação.
Na pesquisa, cientistas analisaram três pontos de corais, sendo um na Indonésia, um na Malásia e outro em Cingapura.
Na Indonésia, o aumento da temperatura do oceano em 2010 teria provocado a morte de 90% das colônias de coral de crescimento rápido. Isto é considerado uma consequência normal do aquecimento no desenvolvimento dos corais e tem levado cientistas a prever que as espécies de crescimento lento terão mais sucesso no futuro.
Mas em Cingapura e na Malásia o aquecimento teve um efeito contrário: corais de crescimento rápido se mantiveram saudáveis e pigmentados. Com base nisto, os pesquisadores avaliaram o histórico térmico destes dois locais e verificaram que eles tiveram uma elevação de temperatura anterior, em 1998. O mesmo não teria ocorrido na Indonésia.

"As populações de coral que calcificaram durante o último grande aquecimento, em 1998, se adaptaram ou se aclimatizaram ao estresse climático", disse Guest.

No entanto, a descoberta não significa que as ameaças do aquecimento global para os corais diminuíram, alerta o pesquisador. Segundo ele, deve haver um limite para a adaptação térmica. Além disso, uma elevação de temperatura poderia impactar a saúde reprodutiva e o crescimento dos corais.

Globo Natureza,SP.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Cientistas australianos encontram corais mais profundos já descobertos


Cientistas australianos anunciaram nesta quinta-feira (3/01/13) a descoberta dos recifes de corais mais profundos já encontrados. A equipe da Universidade de Queensland encontrou a formação a 125 metros de profundidade, sendo que os mais profundos conhecidos anteriormente não ultrapassavam, segundo eles, a barreira dos 70 metros.
Os corais são animais cnidários – mesmo filo das águas-vivas – que formam colônias fixas no solo do mar, os recifes de corais, que servem também de abrigo para outras espécies. Eles se alimentam principalmente de pequenas algas que se juntam no entorno.

A equipe liderada por Ove Hoegh-Guldberg [i]fez a descoberta com a ajuda de um robô submarino, e agora deve desenvolver novos conhecimentos sobre o surgimento dessas colônias. Os corais foram encontrados perto do Estreito de Torres, a ponta no extremo norte do estado de Queensland, no Nordeste da Austrália.

Dois fatos surpreenderam os pesquisadores. Em volta do coral, eles encontraram algas capazes de fazer fotossíntese, apesar do escuro intenso dos 125 metros de profundidade. A outra dúvida é em relação à reprodução dos corais. Perto da superfície, a luz da lua orienta os animais na desova que leva à formação de novos corais.

“Ainda não sabemos a resposta para isso, eles devem estar fazendo coisas muito diferentes do que os corais de locais rasos fazem”, apontou Hoegh-Guldberg.

Em geral, os corais estão cada vez mais ameaçados pela acidificação dos oceanos – uma consequência do aumento das emissões de carbono. Como eles abrigam ecossistemas inteiros, a perda desses animais teria impacto sobre várias espécies marinhas.





[i] Ove Hoegh-Guldberg, Biologist, is the inaugural Director of the Global Change Institute at the University of Queensland, and the holder of a Queensland Smart State Premier fellowship. He is best known for his work on climate change and coral reefs. Wikipedia