terça-feira, 17 de abril de 2012
Conheça o caranguejo Yeti que cria a própria comida
Uma espécie de caranguejo de águas profundas cria sua comida no próprio corpo. O animal cria bactérias extremófilas a partir de suas patas.
O caranguejo Yeti, como é chamado, vive perto de depósitos de metano marinhos, na costa da Costa Rica, onde o composto e sulfureto de hidrogênio são formados a partir de rachaduras no piso oceânico. A bactéria se alimenta do metano, e o caranguejo da bactéria.
O caranguejo balança suas patas, movendo a água e alimentando as bactérias com oxigênio e sulfureto de hidrogênio. Ele então colhe a comida usando pinças da região bucal.
A espécie foi identificada por Andrew Thurber, um ecologista marinho da Universidade Estadual de Oregon, em Corvallis. As primeiras amostras do Yeti foram descobertas em 2005, perto da Ilha de Páscoa. Mas ela foi identificada apenas um ano depois, recebendo o nome científico Kiwa puravida, que significa “pura vida”.
A maior parte da alimentação do caranguejo parece vir dessas bactérias, e não, como na maioria dos outros crustáceos marinhos, de plânctons fotossintetizantes. Isótopos de carbono e ácidos graxos dos caranguejos parecem bater com aqueles da bactéria conversora de carbono, mais do que com plâncton. “Nós mostramos que essa espécie não está usando energia do sol como fonte principal”, comenta Thurber. “Está usando energia química do assoalho oceânico”.[PopSci]
Vida amorosa: camarão limpador mata seus concorrentes
Você talvez já conheça o camarão limpador, crustáceo que mantém uma interessante simbiose com certos peixes marinhos. O camarão se fixa sobre o corpo do peixe e se alimenta de parasitas nocivos depositados sobre ele. Essa bonita relação, no entanto, esconde um segredo sobre os camarões limpadores: eles matam indivíduos da mesma espécie na luta por parceiros.
Um experimento feito por cientistas suecos revelou a complexidade da relação entre indivíduos de uma espécie de camarão limpador (Lysmata amboinensis). Eles separaram dezenas de tanques de água e colocaram um grupo de três ou quatro camarões em cada tanque. Ao final de 42 dias de observação, cada tanque tinha só dois camarões; os demais haviam morrido.
Mas os camarões que padeceram não morreram de fome: eles foram assassinados. Os cientistas descobriram, em primeiro lugar, que o camarão limpador fica suscetível a ataques fatais quando troca de pele, em média uma vez a cada duas semanas. Para evitar se expor essa fragilidade, o camarão faz essa troca de “casca” à noite. E foi justamente nesse período de vulnerabilidade que se registraram os ataques de um camarão a outro.
Esses ataques, conforme explicam os pesquisadores, tem motivação de acasalamento: eles matam uns aos outros em busca de parceiros. Mas não se trata de relação entre macho e fêmea, porque a espécie é totalmente hermafrodita. Todos os indivíduos possuem óvulo e esperma. Por conta disso, a monogamia entre esses animais é um conceito muito relativo.
Em condições normais, o camarão limpador vive realmente em pares monogâmicos. Inicialmente, os cientistas esperavam que essa condição se mantivesse sem “traição”, quando eles fossem colocados em grupos de três ou quatro. Mas isso não aconteceu: a busca por acasalamentos mais vantajosos destruía qualquer “relacionamento” anterior dos camarões.
Nessa espécie de hermafroditas, há uma oscilação intensa entre a produção de esperma e de óvulos. Em época de competição por parceiros, o camarão produz muito esperma e poucos óvulos, porque um espermatozoide pode fertilizar vários óvulos e o camarão precisa sair “à caça” de alguém com quem reproduzir.
Quando os camarões estão unidos monogamicamente, no entanto, a situação se inverte: eles passam a produzir mais óvulos, já que não há mais competição. Mas esse momento de estabilidade é quebrado quando um terceiro camarão entra na jogada: os níveis de fertilização se desequilibram. Nesse momento, azar do primeiro camarão que precisar trocar de casca, porque pode ser morto no meio da madrugada em nome da procriação da espécie. [LiveScience]
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