quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Livro reúne fotos dos melhores fotógrafos de natureza do mundo

"David Doubilet inventou de forma eficiente a fotografia embaixo d'água", explicou Kidman Cox. "Aqui vemos atmosfera e atitude. Alguns podem achar esses tubarões sinistros, mas eles não estavam interessados nas pernas do fotógrafo penduradas para fora do barco, eles só estão interessados nas luzes." (Shark patrol at sunset 2010; lemon sharks; Bahama Banks, Bahamas digital)

O Museu de História Natural de Londres reuniu no livro The Masters of Nature Photography ("Os mestres da fotografia de natureza", em tradução livre) uma impressionante seleção de imagens feitas durante mais de três décadas, por 10 dos melhores fotógrafos de natureza do mundo.
Na coletânea, destacam-se imagens de elefantes em Botsuana, cisnes bravos em um lago na Islândia, e gnus correndo no Quênia.
O editor do livro, Roz Kidman, destaca o uso da luz por esses fotógrafos. "A luz é extraordinária. Isso é algo que todos esses fotógrafos têm, um real entendimento sobre como usar a luz."

 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Peixes possuem mecanismo genético ‘desligado’ para ter dedos

Um estudo de pesquisadores da Universidade de Genebra, na Suíça, sugere que peixes possuem o dispositivo genético para ter dedos, mas que este dispositivo está “desligado”.
A pesquisa, publicada na revista especializada Plos Biology, esclarece como alguns peixes evoluíram em animais terrestres há milhões de anos.
Os cientistas afirmaram que, para que os peixes fizessem a transição da água para a terra, uma arquitetura de DNA já existente teve que ser “sequestrada” para que os dedos fossem criados.
Já se sabia que os genes para a formação de membros eram encontrados em peixes, mas ainda não se sabia como eles evoluíram para a formação de dedos.

Os cientistas usaram o peixe-zebra, também conhecido como paulistinha, como modelo.
Joos Woltering, que liderou a pesquisa, afirmou que estava interessado na “antiga questão evolucionária: como os membros se desenvolveram a partir das barbatanas de peixes ancestrais?”

Para responder a esta pergunta, Woltering e a equipe analisaram a genética de uma barbatana e o desenvolvimento de membros no peixe-zebra e em camundongos.
O cientista suíço estava particularmente interessado na divisão entre mão (ou dedos) e braço que não existe em barbatanas de peixes e é “considerada uma das maiores inovações morfológicas durante a transição de barbatana para membros”.
Genes ‘arquitetos’ – Os tetrápodes, as primeiras criaturas quadrúpedes que caminharam pela Terra, evoluíram saindo da água há cerca de 380 milhões de anos em uma era conhecida como Período Devoniano, com frequência chamado de ‘a era do peixe’.
Peixes e animais terrestres têm conjuntos de genes chamados HoxA e HoxD e sabe-se que ambos são essenciais no desenvolvimento de barbatanas e membros.
Estes genes Hox são, algumas vezes, chamados de “genes arquitetos”, pois eles estão envolvidos na criação de muitas das estruturas físicas que um animal tem.
No entanto, quando estes genes Hox de peixes foram implantados em embriões de camundongos, os genes que resultaram no braço foram ligados, mas não os genes responsáveis pela mão ou dedos.
Segundo a pesquisa, isto sugere que a informação genética necessária para fazer os membros do tetrápodes já estava presente nos peixes antes mesmo do surgimento do tetrápode.
“Durante a embriogênese é muito importante que os genes de desenvolvimento sejam ligados exatamente no momento e no lugar certo para garantir o desenvolvimento de um organismo adulto completo, coerente e com bom funcionamento”, disse Woltering à BBC.
“O resultado mais surpreendente é que descobrimos (DNA em peixes) que é quase idêntico ao DNA mais complexo que encontramos no camundongo”, acrescentou.
Outra conclusão importante do estudo é que as barbatanas de peixes não são equivalentes aos membros dos tetrápodes. Ao invés disso, a evolução dos dedos em animais terrestres envolveu a reorientação de uma infraestrutura genética já existente.
“Isto sugere que nossos dedos evoluíram durante a transição da barbatana para membro ao modernizar um mecanismo regulatório já existente”, afirmou o outro autor da pesquisa, Denis Duboule.
Críticas – Outros pesquisadores que trabalham neste campo afirmam que o estudo suíço tem alguns erros.
Jennifer Clack, do Museu de Zoologia da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, afirmou que usar o peixe-zebra como modelo para as experiência foi uma escolha ruim.
“Sabemos que este animal, e, por dedução, seus parentes… não têm algumas das fases de desenvolvimento que fizeram os dedos nos tetrápodes”, explicou.
Outro especialista que desaprova a pesquisa dos suíços é Per Ahlberg, da Universidade de Uppsala, na Suécia. Para ele, a análise molecular feita pelos cientistas de Genebra foi de alta qualidade, mas as conclusões evolucionárias apresentam falhas.
“Toda esta dedução é baseada no pressuposto de que o esqueleto da barbatana do peixe-zebra é razoavelmente representativo das condições ancestrais para os tetrápodes, mas simplesmente não é”, disse.
“Essencialmente, o esturjão moderno, o peixe-agulha (…) têm esqueletos de barbatanas que são razoavelmente próximos das condições ancestrais compartilhadas para camundongo e peixe-zebra”, acrescentou

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Conheça as 10 melhores praias do Brasil!


O site TripAdvisor, um dos principais portais especializados em turismo do mundo, fez um ranking das 10 melhores praias do Brasil. Oito delas estão nos estados de Pernambuco e do Rio de Janeiro.
O levantamento foi realizado com base nas avaliações dos usuários do site. Confira abaixo a lista:

1 – Baía do Sancho (Fernando de Noronha – PE)

A areia branquíssima e o mar verde-esmeralda formam uma paisagem incrível. Pode ser visitada durante o ano todo.

2 – Lopes Mendes, Ilha Grande (Angra dos Reis - RJ)


Paraíso dos surfistas, a praia de Lopes Mendes surpreende por suas águas cristalinas de tons verdes e azulados. Uma das atrações é sua a areia que “canta” ao ser pisado. A melhor época para visitar é de dezembro a março.

3 – Baía dos Porcos (Fernando de Noronha – PE)
Com apenas 100 metros de extensão, é a considerada a praia mais charmosa de Noronha. Pode ser visitada durante o ano todo.
4 – Ilha de Santo Aleixo e praia dos Carneiros (Porto de Galinhas – PE)
A praia de Carneiros é considerada uma das mais bonitas e rústicas de Pernambuco. Já a ilha de Santo Aleixo é famosa pelas dezenas de naufrágios em seus arredores, atraindo mergulhadores de todo o mundo. Pode ser visitada durante o ano todo.
5 – Baía dos Golfinhos, praia da Pipa (Timbau do Sul – RN)
Apesar do nome, os golfinhos raramente são vistos por conta da movimentação de banhistas na praia.
 
6 – Praia de Ipanema (Rio de Janeiro – RJ)
Queridinha dos cariocas, a praia serviu de inspiração para Vinícius de Moraes compor a música “Garota de Ipanema”. A melhor época do ano para visitar é de dezembro a março.
 
7 – Lagoa Azul, Ilha Grande (Angra dos Reis – RJ)
De águas claras e tranquilas, a pequena enseada é protegida por pequenas ilhas, ideal para o mergulho com snorkel. A melhor época do ano para visitar é de dezembro a março.
 
8 – Praia do Arpoador (Rio de Janeiro  - RJ)
Todos os fins de tarde dezenas de pessoas contemplam o por do sol da pedra do Arpoador.  Por conta do mar agitado, a  praia é reduto de surfistas. A melhor época do ano para visitar é de dezembro a março.
 
9 – Praia de Muro Alto (Porto de Galinhas  - PE)


O conjunto formado por um paredão de areia, coqueiros, reserva de Mata Atlântica, recifes e piscinas naturais faz de Muro Alto uma das mais belas praias do país. O mar de águas calmas atraí adeptos dos esportes náuticos. Pode ser visitada durante o ano todo.
10 - Praia do Gunga (Maceió – AL)


A praia do Gunga destaca-se pela sua beleza exuberante. Encravada entre os coqueiros e um belíssimo mar, proporciona a todos os visitantes boas recordações. Pode ser visitada durante o ano todo.
Agora, envie ao Projeto Biomar a sua seleção, com fotos, das 10 melhores praias do Brasil. Nós publicaremos aqui a sua seleção!
Venha conhecer os cursos do nosso projeto de biologia e ecologia marinha.
Um abraço,
Equipe do Projeto Biomar
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 



 
 





 
 
 
 







 



domingo, 19 de janeiro de 2014

Parides ascanius: a borboleta praiana

Uma Parides ascanius ou borboleta-da-praia macho. Foto: Wikimedia Commons

Ela gosta de sol. É Fluminense. Frequenta praias, mas só as mais reservadas. Para manter a forma tem uma dieta bem restrita. Alguém poderia achar que esta é a descrição de uma típica jovem carioca. Quase. Na verdade, trata-se da borboleta-da-restinga ou borboleta-da-praia (Parides ascanius), uma espécie endêmica do Estado do Rio de Janeiro, encontrada nas poucas áreas de restinga pantanosa entre o litoral das cidades de Campos e o de Mangaratiba, e no extremo sul do Estado do Espírito Santo.
Conhecida lá fora como Fluminense Swallowtail (em inglês, algo como "Cauda de Andorinha Fluminense"), a borboleta-da-praia adulta tem asas negras, com uma faixa branca que atravessa ambas as asas e uma característica mancha rubra nas asas posteriores. Na fase de larva é castanha clara com tubérculos em todos os segmentos do corpo.
As larvas são monófagas e se alimentam exclusivamente da planta de Aristolochia macroura, conhecida como jarrinha. Quando adultas -já na forma de borboleta - , em seus lentos e graciosos voos, têm como favorito o néctar da flor de Lantana camara, conhecida como cambará, embora também se satisfaça com outras, como o gervão (Stachytarpheta cayennensis).
A duração da vida dos adultos é de duas semanas a um mês. As fêmeas, que podem viver até três semanas, colocam seus ovos em locais isolados, às vezes sob a folha da jarrinha, ou perto da mesma, em galhos secos ou outros suportes. O risco está nas pequenas vespas, parasitas dos ovos da borboleta-da-restinga. Os demais predadores de borboletas, como pássaros, a evitam por seu sabor desagradável. Este mecanismo de defesa começa cedo: a larva absorve e armazena substâncias tóxicas das folhas de Aristolochia macroura, que permanecem quando atingem a maturidade, tornando o inseto impalatável aos seus potenciais predadores.
A maior ameaça à espécie é a sistemática destruição de áreas de vegetação brejosa ou pantanosa em todo Rio de Janeiro. Com a redução das restingas, o inseto se torna ainda mais prejudica por seus hábitos monófagos, pois restam menos opções de áreas capazes de sustentar suas necessidades. Não surpreende que para o ICMBio a espécie esteja Em Perigo e para a a IUCN, a espécie seja classificada como Vulnerável à extinção.
O eco - Rafael Ferreira - 16/01/14

 

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Atletas velejam em meio ao lixo na Baía de Guanabara

                                  Biólogo Mario Moscatelli questiona demora no processo de limpeza

A 30 meses da Olimpíada do Rio, apenas 34% do esgoto produzido na região da baía é tratado; governo garante que Olimpíada não terá problemas.

 Enquanto brasileiros batalham seus lugares na equipe olímpica na Copa Brasil de Vela, realizada nesta semana em Niterói, velejadores estrangeiros buscam dominar as águas da Baía de Guanabara – e aprender a driblar seus obstáculos.
As equipes olímpicas internacionais estão buscando se acostumar com uma realidade que seus adversários locais já conhecem de longa data: o alto índice de poluição da sede das competições de vela em 2016.
Muitos têm ficado chocados com a quantidade de objetos flutuantes na água – de eletrodomésticos a animais mortos – e temem não só pelas competições, como também por sua saúde.
O britânico Alain Sign ficou doente logo antes do Natal. “Pode ter sido porque o barco virou, ou pode ter sido algo que eu comi. Mas acho que ninguém quer beber dessa água”, diz ele antes de uma das regatas do evento, realizada na Praia de São Francisco, em Niterói.
Ao fundo está o belo cenário das montanhas do Rio, a água da baía refletindo o céu azul. Mas dali a pouco Sign entra com o barco na água até a cintura, que quebra em ondas marrons cheias de sacos plásticos e deixa pedaços de lixo na areia.
O governo do Rio se comprometeu a alcançar 80% de saneamento do esgoto que desagua na baía até 2016. As autoridades prometem entregar ainda obras importantes e garantem que a competição de vela ocorrerá sem problemas na baia durante a Olimpíada.
Mas, a 30 meses do evento, muitos estão céticos quanto à promessa. Hoje, apenas 34% do esgoto produzido na região é tratado.
Esgoto e vitaminas
Dos 18 mil litros de esgoto produzidos por segundo pela população, 12 mil são lançados in natura na baía e no mar.
A medalhista Isabel Swan – que na candidatura do Rio para a Olimpíada falou de seu amor pela baía, onde aprendeu a velejar – vê com bons olhos os esforços implementados, mas considera a meta “bem ousada”.
“A promessa de 80% é difícil de ser alcançada. Mas temos que cobrar agora, porque é a grande chance que temos. Sem a Olimpíada, mudar a situação da baía vai ser impossível.”
Dylan Fletcher, dupla de Alain Sign no 49er, diz que a equipe britânica foi vacinada contra hepatite A e reforçou o consumo de vitaminas para evitar doenças.
“Estamos fazendo o maior esforço possível para não engolir água e não ficar doente. Na dúvida, tomamos uma Coca-Cola depois do treino. Pode ser um mito, mas dizem que ajuda,” diz.
Para ele, o maior problema são objetos flutuantes – os grandes perigam rasgar o casco do barco, e um pequeno saco plástico no leme pode acabar com uma regata.
“Essa é a parte mais frustrante – quando você vê que está realmente perdendo posições. A gente tenta desviar, mas às vezes não consegue.”
Paliativas?
Quatro anos após o anúncio da Olimpíada no Rio, o governo estadual anunciou no ano passado o plano Guanabara Limpa. São 12 ações para melhorar a qualidade das águas na baía até 2016.
O plano inclui a instalação de sete unidades de tratamento de rio – para tratar o esgoto e conter o lixo antes de os rios desembocarem na baía –, a ampliação de “ecobarreiras” para bloquear lixo flutuante nos rios e os chamados ecoboats, dez barcos para “pescar” lixo da água, que entraram em operação nesta semana.
Muitos consideram as medidas paliativas e dizem que não atacam a raiz do problema, cobrando a ampliação da rede de coleta e tratamento de esgoto.
O biólogo Mario Moscatelli concorda que as unidades de tratamento de rio podem melhorar a qualidade das águas na baía no curto prazo. Mas se pergunta: por que tanta demora?
“Das sete unidades de tratamento de rio prometidas, só uma foi instalada, e isso a 30 meses dos jogos. O que eu não consigo entender é como as autoridades, sabendo da data dos jogos e conhecendo o passivo ambiental na baía, estão atrasando tanto a implementação de medidas já selecionadas.”
De pé sobre uma montanha de lixo no manguezal que busca recuperar no Canal do Fundão – próximo ao Complexo da Maré, onde milhares de famílias vivem sem saneamento – Moscatelli diz que o cenário resume a situação da baía.
“Todos os rios que chegam à baía estão mortos e foram transformados em grandes valões de lixo e esgoto. A carga poluente é lançada na baía e vem para as áreas de mangue.”
“Depois de 20 anos e de ter recebido US$ 1,2 bilhão, a baía continua uma grande latrina e uma grande lata de lixo”, lamenta.
O biólogo se refere aos investimentos do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara, anunciados durante a ECO-92.
Cronograma
O Rio recebeu recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento e do Japão, mas os investimentos surtiram poucos efeitos, com grandes projetos deixados pela metade.
Gelson Serva, subsecretário de Economia Verde da secretaria estadual do Ambiente, diz que o governo vai concluir obras importantes, como a estação de tratamento de esgoto da Alegria – que hoje opera muito abaixo de sua capacidade pela falta de troncos coletores para levar o esgoto até lá.
Ele diz que o governo precisou de tempo para planejar as ações e recuperar sua capacidade de investimento.
“Agora estamos executando as ações. Temos uma carteira de projetos de R$ 2 bilhões em obras de saneamento, e as licitações estão nas ruas”, diz.
O cronograma de grande parte das obras ainda é incerto. As seis unidades de tratamento de rio previstas até 2016 ainda estão sendo licitadas.
Serva diz que o governo tem um compromisso com a população e está “mudando o jogo”.
Mas uma reportagem publicada ontem no jornal O Globo mostrou que o governo do estado gastou apenas 17% dos recursos previstos em seu orçamento para saneamento no ano passado.
De acordo com Serva, as provas olímpicas poderão acontecer sem problemas na baía. Medidas específicas sendo tomadas para reduzir a quantidade de lixo flutuante na água.
Mas impedir que o esgoto da cidade chegue aos rios e desague na Guanabara ainda parece um sonho distante, mesmo com as Olimpíadas se aproximando no horizonte.
Fonte:  Júlia Dias Carneiro, da BBC Brasil.

 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Chuva arrasta caranguejos para fora do mangue em Ubatuba, SP.

Caranguejos encontrados longe do mangue em Ubatuba, no litoral norte (Foto: Divulgação/ONG APPRU)

Mais de mil caranguejos foram arrastados para a praia após tempestade.
Moradores e turistas devolveram a maioria dos animais ao mangue.

Nos dias quentes de verão é grande a chance de chuvas que, algumas vezes, são fortes. No último domingo (5) uma chuva provocou um prejuízo ambiental em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. 
No lado norte de Ubatuba, próximo a praia do Ubatumirim, a água arrastou caranguejos do manguezal. Mais de mil animais foram encontrados na areia.  Com a ajuda de moradores e turistas, a maioria dos caranguejos foi devolvida ao mangue.

 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Ilha de plástico no Pacífico é já é maior que os EUA

É verdade que existe uma mancha gigante de lixo plástico no oceano? Uma  não, duas. Elas ficam no meio do oceano Pacífico e, juntas, têm o dobro do tamanho dos Estados Unidos!
Nesses depósitos de lixo flutuante já foram encontrados os mais bizarros resíduos, de cones de trânsito a brinquedos, tênis e malas de viagem. Metade dessa sujeirada toda é lançada no mar por navios e plataformas de petróleo. A outra parte deságua nos oceanos trazida por rios espalhados pelo mundo. O pior é que o desastre ecológico só aumenta: o volume de plástico no Pacífico mais que triplicou nos últimos dez anos. "O isolamento poderia fazer desse lugar um paraíso para os animais. Mas eles rondam a linha do lixo e só têm plástico para comer. Já encontramos todo tipo de objeto no estômago dos bichos", diz o pesquisador Charles Moore, da Algalita Marine Research Foundation, entidade americana que trabalha na proteção da vida marinha.
CORRENTE CONTÍNUA

Pacífico tem "redemoinhos que prendem lixo de todos os oceanos
Correntes marítimas como a Círculo Polar Antártica ligam os três oceanos da Terra. Assim, grande parte dos resíduos do Atlântico e do Índico acaba se dirigindo para o Pacífico, mesmo que leve décadas percorrendo os mares do mundo.
Em algumas regiões do oceano Pacífico, as correntes marítimas se movimentam em círculos, formando enormes "redemoinhos". O lixo que entra nessas áreas, após vagar pelos oceanos de todo o planeta, fica preso nas correntes, formando as duas manchas gigantes de plástico.
O pior é que o lixo boiando na superfície é só uma pequena parte da sujeira. Com o passar dos anos, pedaços menores de plástico se diluem, formando uma espécie de sopa nojenta. Resultado: as manchas têm camadas com até 10 m de profundidade de lixo.
EFEITOS COLATERAIS
Lixo das manchas detona dieta dos animais
CARDÁPIO IMPRÓPRIO

Pesquisadores já encontraram tartarugas que comeram isqueiros, peixes engasgados com linhas de pesca e pássaros marinhos mortos com o estômago lotado de plástico ingerido na região das manchas.
ALTERAÇÃO HORMONAL
O lixo forma resíduos tóxicos que confundem os receptores hormonais de alguns animais. Há espécies que tiveram queda na produção de esperma e nascimento de mais fêmeas.
INTOXICAÇÃO À MESA
Ao comer peixes que passaram por essas regiões, o ser humano ingere também os produtos tóxicos absorvidos pelos animais.
SOLUÇÃO DIFÍCIL
Problema maior é eliminar "sopa plástica" abaixo da superfície
Pesquisadores ainda quebram a cabeça para encontrar um jeito de se livrar desse lixo. Apesar de trabalhoso, retirar os resíduos da superfície seria a parte mais fácil. O problema é o que está abaixo dessa camada. Como o plástico se quebra em pedaços quase microscópicos, remover essa "sopa plástica" significaria tirar também a água do mar com micro-organismos vivos, o que causaria um impacto ambiental ainda maior. Uma possível saída seria criar uma substância que fizesse uma faxina na região.
Grandes navios soltariam milhões de litros de um solvente especial. Essa substância teria que ser biodegradável e atóxica, para não interferir na vida marinha local.
O solvente quebraria as moléculas dos microscópicos pedaços de plástico, transformando os em partículas inofensivas para a natureza, como átomos de carbono.
Mas há um problema: o excesso de átomos de carbono poderia alterar a vida marinha - até mesmo provocando mais mutações em algumas espécies.
Fonte: http://migre.me/hjGa6