sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Eis aí um bicho realmente assustador!


 
Promachoteuthis sulcus, uma espécie de lula, com oito tentáculos ao redor de uma boca, além de dois “braços” (como toda lula), tem também duas fileiras de dentes parecidos com dentes humanos – parece ter saído de um pesadelo.
Mas são realmente dentes? Na verdade não; são espécies de “lábios” que protegem o “bico” que as lulas têm. Trata-se então de uma ilusão – não que isto ajude a aliviar o arrepio.
E por que uma lula teria estes lábios? Não se sabe.
Aliás, não se sabe quase nada sobre esta lula. Só sabemos da sua existência por causa de um único espécime, de 25 mm, que foi pescado perto do arquipélago Tristão da Cunha, no Atlântico Sul, a uma profundidade entre 1.750 e 2.000 metros. Não sabemos sequer se é um macho ou uma fêmea.
Alivia um pouco saber que o exemplar encontrado é minúsculo, mas qual o tamanho máximo que chega esta lula? Ainda, não sabemos...


 



A viagem dos grandes machos para as terras altas



Manaus, AM – Em junho, quando a estação seca e fria chega ao arquipélago de Galápagos, no Oceano Pacífico, grandes tartarugas da Ilha de Santa Cruz, algumas com mais de 250 quilos, inciam uma lenta e tediosa jornada em direção a terras mais altas. Elas se deslocam até 10 quilômetros, através de encostas do vulcão, para atingir altitudes acima dos 400 metros, onde passam meses. Lá em cima, uma névoa característica desta época do ano permite que a vegetação continue a se desenvolver, enquanto as áreas mais baixas sofrem com a estiagem.

O comportamento migratório das tartarugas-gigantes-de-galápagos (Chelonoidis nigra) foi descrito por pesquisadores do Instituto Max Planck para Ornitologia e da Fundação Charles Darwin. Para monitorar as tartarugas, os cientistas utilizaram localizadores GPS, que foram presos a 17 indivíduos. Além disso, em caminhadas realizadas mensalmente, eram anotados dados como sexo, tamanho e localização das tartarugas encontradas. Os dados do GPS foram combinados com informações sobre temperatura e disponibilidade de vegetação. O estudo durou dois anos.

O que surpreende os cientistas é o comportamento das gigantes de Galápagos ser diferente ao de outras tartarugas, em que os machos dominantes, capazes de enfrentar os concorrentes na disputa por alimento, permanecem no local de origem, enquanto os jovens se aventuram em busca de novas áreas. No caso das tartarugas-gigantes-de-galápagos, por alguma razão ainda desconhecida, são os machos maiores e mais desenvolvidos que se deslocam. As fêmeas também migram, mas só após a postura dos ovos.

"Ou o gasto energético dessa caminhada árdua é muito alto ou ainda há comida suficiente disponível, mas só para os animais menores", suspeita Stephen Blake, pesquisador o Instituto Max Planck. “Talvez os animais mais jovens não possam tolerar o clima frio e úmido das regiões mais altas”. Outro dado que intriga os cientistas é que essas tartarugas podem passar até um ano sem se alimentar, portanto, poderiam sobreviver à carência de comida durante a estação seca.

Os cientistas continuam os estudos e vão incluir tanto variáveis ecológicas, quanto informações sobre idade, sexo e morfologia na coleta e análise dos dados. Eles destacam a tenacidade por trás desse comportamento. A migração continua, apesar de todas as ameaçam sofridas pelas tartarugas, como a perda de habitat, a caça e a chegada de espécies invasivas, como ratos e cabras.

Os pesquisadores destacam que conhecer melhor o comportamento migratório pode ajudar a estabelecer corredores para as tartarugas se deslocarem, preservando seus ambientes importantes e tomando medidas para reduzir os impactos de rodovias e do crescimento das cidades. Essa migração tem um outro importante papel ecológico na ilha: durante o deslocamento, as tartarugas dispersam sementes.
Vandré Fonseca