sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Pesquisa encontra resto de inseticida em golfinhos no litoral brasileiro

Filhote da espécie 'Pontoporia blainvillei'. (Foto: Reuters)

Cientistas analisaram amostras de fígados, placentas e leite de toninha.
Descoberta indica contaminação da cadeia alimentar marinha.


Estudo publicado na revista “Environment International” aponta que golfinhos do litoral brasileiro estão contaminados por piretroides, compostos usados como inseticidas.

Segundo explica Mariana Alonso, pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que liderou a pesquisa, o golfinho está no topo da cadeia alimentar que, portanto, é composta por outros seres vivos que também devem estar contaminados por essas substâncias (por exemplo, uma alga recebe o piretroide da água e é comida por um camarão, que é comido por um peixe, que serve de alimento para o golfinho).
A novidade da pesquisa de Mariana é que antes se pensava que os piretroides se decompunham. Esses inseticidas são usados tanto pela população urbana, por meio, por exemplo, de tomadas antimosquito, como também em atividades rurais. No armazenamento de grãos, por exemplo, eles são usados para evitar que insetos ataquem os alimentos.

No estudo são analisadas amostras de fígado, leite e placentas da espécie Pontoporia blainvillei, conhecida como toninha, que está ameaçada de extinção e existe apenas nos litorais brasileiro, argentino e uruguaio. Foram usadas amostras de exemplares que ficaram presos acidentalmente em redes de pesca no litoral de São Paulo e Rio Grande do Sul.

Os filhotes pesquisados tinham a maior concentração de piretroides, o que levou os pesquisadores a verificar a presença do composto no leite e em placentas, que também se mostraram contaminados. “Eles recebem uma carga muito alta nos primeiros estágios da vida”, observa Mariana Alonso.

Os efeitos dos piretroides sobre a saúde dos golfinhos são pouco conhecidos. Outro estudo liderado pela mesma pesquisadora e publicado na revista “Environmental Pollution”, mostrou a contaminação de golfinhos por retardantes de chama, usados nos mais diversos produtos, como móveis e eletrodomésticos, como forma de diminuir sua suscetibilidade ao fogo.

Dennis Barbosa - Do Globo Natureza, em São Paulo

 


Vídeo mostra parto de golfinho em piscina de instituto dos EUA.


Momento raro ocorreu na segunda-feira, dia 17.09.12, no Havaí. Após uma hora de trabalho de parto, filhote nasceu e já saiu nadando.

Um momento raro na vida animal foi registrado por câmeras do instituto Dolphin Quest, do Havaí, nos Estados Unidos. Na segunda-feira (17), eles gravaram o nascimento de um golfinho em uma piscina do local.

Com câmeras subaquáticas, os técnicos do centro de tratamento observaram o trabalho de parto da fêmea de nome Keo. Durante uma hora, o espécime nadou incessantemente pela piscina, acompanhada pelos técnicos. Quando chegou a hora, o bebê, uma fêmea, foi liberado e já saiu nadando.
 


Segundo os especialistas do Dolphin Quest, os 30 primeiros dias de vida de um golfinho recém-nascido são os mais críticos. Após esse período, o local fará uma votação para escolher o nome do filhote, o 18º a nascer no instituto desde que ele foi aberto, em 1988.