quinta-feira, 25 de abril de 2013

Equipa reverte perda de memória em células nervosas do caracol de mar

 As Aplysia californica são animais que possuem um sistema nervoso simples.
 
Uma equipe de neurocientistas da The University of Texas Health Science Center at Houston, ns EUA, conseguiu reverter a perda de memória em células cerebrais de animais. O estudo, publicado no «The Journal of Neuroscience», representa um grande passo na abertura de novos tratamentos para pessoas com problemas de perda de memória ligada a distúrbios cerebrais, tais como a doença de Alzheimer.
Em células nervosas do caracol de mar, os cientistas conseguiram compensar a perda de memória treinando-as através da utilização de esquemas de formação. John Byrne, líder do estudo, e os seus colegas, mostraram que existe um aumento significativo na memória de longo prazo em caracóis marinhos saudáveis. As Aplysia californica são animais que possuem um sistema nervoso simples, mas têm células com propriedades semelhantes a outras espécies mais avançadas, incluindo os seres humanos.
Outro membro da equipa e co-autora da investigação, Yili Zhang, desenvolveu um sofisticado modelo matemático que pode prever quando os processos bioquímicos no cérebro do caracol estão preparados para a aprendizagem.
O modelo é baseado em cinco sessões de treino programadas em intervalos de que variam entre os cinco e os 50 minutos. Podem ser criados dez mil horários diferentes e identificar o cronograma com a aprendizagem ideal. "A questão de acompanhamento lógica era se poderíamos usar a mesma estratégia para superar um deficit na memória. A memória ocorre devido a uma mudança na resistência das ligações entre os neurónios. Em muitas doenças associadas com deficits de memória, essa mudança é bloqueada", segundo explica Byrne.
A equipa simulou um distúrbio do cérebro numa cultura de células, e bloqueou a atividade de um gene que produz uma proteína da memória - resultando na diminuição significativa da força das conexões dos neurônios, responsáveis pela memória de longo prazo. Para imitar as sessões de treino, as células receberam um produto químico em intervalos prescritos pelo modelo matemático. Após cinco sessões de treino, a força das ligações voltou quase ao normal nas células danificadas.
Segundo Byrne, o método poderá ser aplicado em seres humanos se for possível identificar os mesmos processos bioquímicos.
 

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Ouriços-do-mar podem pôr fim às rugas


Aprender com a natureza é o lema que move a investigadora Ana Rosa Ribeiro. Foi com esta premissa que desenvolveu o seu trabalho de doutoramento no Instituto de Engenharia Biomédica no Porto.
O seu trabalho deu origem ao artigo, publicado na revista PlosOne, “New Insights into Mutable Collagenous Tissue: Correlations between the Microstructure and Mechanical State of a Sea-Urchin Ligament”, que foi agora distinguido com o Prémio Pulido Valente Ciência 2012, entregue em Lisboa.
“Este foi o primeiro artigo que publiquei nesta área. O meu trabalho consistiu em fazer a caracterização morfológica de tecidos de colágeno, que são tecidos conjuntivos, nos equinodermes, ou seja na classe dos animais onde se incluem os ouriços-do-mar, as estrelas-do-mar e os pepinos-do-mar. Em particular, analisamos tecidos de colágeno mutáveis, porque os ouriços-do-mar conseguem mudar propriedades mecânicas rapidamente, o animal está muito relaxado e se tocarmos ele consegue fica bastante contraído”, explica Ana Rosa Ribeiro, licenciada em Engenharia de Materiais pela Universidade do Minho.
A investigação, que foi possível com a atribuição de uma bolsa pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), conduziu Ana Rosa Ribeiro a concluir que os ligamentos que prendem internamente os dentes dos ouriços ao resto do corpo são compostos por fibras de colágeno bem estruturadas, parecidas com as dos mamíferos.
Contudo, nos ouriços-do-mar, estas fibras cumprem a função de músculos e são controladas pelo sistema nervoso. “Com este conhecimento, no futuro, poderíamos desenvolver um biomaterial que tivesse que se adaptasse às propriedades mecânicas de acordo com as necessidades fisiológicas do paciente”, adianta, ao Ciência Hoje, a investigadora de 31 anos.

Estes biomateriais poderão ter aplicações cosméticas, por exemplo suavizando as rugas, ou mesmo médicas, ajudando a dar mais elasticidade à pele cicatrizada após lesões.
A investigação sobre os ouriços-do-mar continua no Instituto de Engenharia Biomédica do Porto, mas Ana Rosa Ribeiro mudou de área. A jovem cientista candidatou-se à FCT para um bolsa de pós-doutoramento, mas a mesma foi recusada. Este motivo, e outros pessoais” conduziram-na até ao Brasil, ao Estado de São Paulo, onde atualmente está a fazer o seu pós-doutoramento.
Mudei de área. Agora estou a trabalhar numa área de desenvolvimento de novas superfícies para implantes dentários. Estudo a interação das células humanas com estas superfícies”, conta a premiada.

Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=57531&op=all

segunda-feira, 22 de abril de 2013

22 de abril - DIA DA TERRA!


Nesta segunda se comemora o Dia da Terra. A data é lembrada desde 1970, quando o senador norte-americano Gaylord Nelson fez um dos primeiros protestos nacionais contra a poluição. Depois de 1990, o dia passou a ser celebrado mundialmente.
 
Para comemorar postamos esta belíssima fotografia para lembrarmos que a Terra é uma obra de arte única!


Tikehau é um dos 78 atóis de coral que compõem o arquipélago de Tuamotu, a maior cadeia de atóis no mundo, localizada na Polinésia Francesa. Neste imagem de satélite, grupos coral se parecem com estrelas nesta lagoa azul-turquesa oval, com 27 km de comprimento e 19 km de largura. Fonte:"Earth As Art".

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Foto do Dia - Aurelia aurita

Nesta bonita fotografia por Alexander Semenov (extraordinário fotógrafo subaquático), vemos Aurelia aurita, vulgarmente conhecida como a medusa da lua.
Distribuição geográgica
Exemplares de Aurelia aurita são encontrados perto da costa, principalmente, em águas quentes e tropicais (mas, elas podem suportar temperaturas tão baixas quanto - º6 e tão altas quanto 31ºC). Eles são predominantes em todos os  litorais dos mares e oceanos.

Regiões biogeográficas:
Oceano Índico (nativo);
Oceano Atlântico (nativo);
Oceano Pacífico (nativo).

Habitat
Seu habitat inclui as águas costeiras de todas as zonas,onde  ocorrem em grande número. Elas são conhecidos por viver em águas salobras, com um taxas de salinidade muito diferentes.Uma temperatura ótima para estes animais é  entre 9 - 19 graus Celsius.

Biomas aquáticos:
Recifes e litoral

Descrição Física
Estes animais variam entre 5 e 40 cm de diâmetro . Eles podem ser reconhecidos por sua coloração delicada e requintada, muitas vezes com padrões de manchas e estrias.

Reprodução
A maturidade sexual em Aurelia aurita, comumente, ocorre na primavera e no verão. Os ovos se desenvolvem nas gônadas localizadas em bolsas formadas pela abertura dos braços orais. As gônadas são geralmente a parte mais reconhecível do animal, por causa de sua coloração profunda e bem visível. As gônadas estão no fundo do estômago. Dióicos, mas, sem dimorfismo sexual. Reprodução é sexual, externa.

Comportamento
O seu comportamento depende de uma série de condições externas, como fontes de alimentação, temperatura, salinidade, etc.  A Aurelia nada por pulsações da parte superior do corpo, em  forma de sino . A natação funciona, principalmente, para manter o animal na superfície da água. Elas não conseguem nadar contra as correntes marítimas ou aéreas, ficando sempre a derriva.  Elas nadam na horizontal, mantendo o sino perto da superfície em todos os momentos. Isto permite que os tentáculos  possam ser espalhados sobre a maior área possível, a fim de melhor capturar o alimento. Impulsos para contração são enviadas por meio da rede de nervos subumbrelar.

Hábitos Alimentares
A Aurelia aurita  é carnívora e se alimenta de plâncton. Seus alimentos primários incluem pequenos organismos do plâncton tais como moluscos, crustáceos, larvas de tunicado, copépodes, rotíferos, nematodes, poliquetas jovens, protozoários, diatomáceas, e ovos. Eles também são por vezes observados a comer Hydromedusae pequenas  e Ctenóforos. Estes alimentos são recolhidos, principalmente, sobre a superfície do animal, onde se enroscam no muco.Os alimentos são então passadas para as margens da umbrela  pela ação flagelar. Eles são, então, movidos, novamente, pelas correntes flagelares, até  os oito canais individuais, que são únicos para esta espécie de água-viva. Estes canais se ramificam e levam o alimento  para o estômago.

Importância
Representam um passo importante na cadeia alimennar marinha. No entanto, se em taxas de população elevada, podem afetar significativamente a comunidade de plâncton através de predação.
Estes animais são muito abundantes, e se adaptam com facilidade a mudanças fisico-químicas.

Fonte: Animal Diversity Web

terça-feira, 9 de abril de 2013

Estudo mostra importância de manguezais para pesca


Foto 1 . Dentão ou vermelho pode atingir 80cm em profundidades mais baixas, mas sua maturidade sexual é atingida aos 35cm. Foto: Daniel Filgueiras         
Foto 2. Coral Mussismilia braziliensis faz uma sombra para um dentão (Lutjanus jocu) em Abrolhos. Foto: Amanda Ercília
 
A relação entre a vida marinha, os recifes e os manguezais é bastante comentada, mas nem sempre comprovada. Estudo inédito tratou com rigor científico a dependência que o dentão ou vermelho (Lutjanus jocu) possui dos ambientes estuarinos e dos recifes – duas regiões fundamentais para diferentes fases da vida desse peixe de alto valor comercial, cuja captura anual chega a 3 mil toneladas, em especial no litoral baiano. Bahia é o terceiro estado em produção pesqueira no país (atrás de Santa Catarina, número um, e do Pará).
A pesquisa é inédita e foi realizada na região do Parque Nacional Marinho de Abrolhos (os recifes) e no complexo de manguezais existente entre o município de Caravelas e o de Nova Viçosa, no litoral sul da Bahia. Os dados comprovam a conexão entre esses dois ambientes intermediado pelos recifes mais próximos do continente em diferentes momentos da vida dessa espécie. O dentão ou vermelho fazem parte da família dos Lutjanidae, integrada também ariocós, caranhas, pargo, guaiuba, ciobas. Peixes de escamas, carne branca, poucas espinhas e sabor suave – daí o alto valor comercial.
Os dados da pesquisa serão fundamentais para o manejo dessa espécie que sofre com a sobrepesca e o declínio dos estoques. O trabalho identificou os momentos e os locais onde ocorrem cada fase do desenvolvimento. As agregações reprodutivas são feitas no limite da plataforma continental, as larvas nadam na lâmina d’água até os ambientes estuarinos e ficam lá até crescer.
Quando maiores têm necessidade de outros alimentos e se dirigem ao mar. Está maduro sexualmente quando ultrapassa os 35cm. Nesse momento, se dirige para as agregações na quebra da plataforma, explica o professor Ronaldo Bastos Francini-Filho (
Universidade Federal da Paraíba).
Ele é um dos autores do trabalho encabeçado por Rodrigo Leão de Moura (
Universidade Estadual de Santa Cruz) e que também contou com Carolina Viviana Minte-Vera (Universidade Estadual de Maringá), Eduardo Chaves (Universidade Estadual de Santa Cruz) e Kenyon Lindeman (Florida Institute of Technology).
Além da contribuição para biólogos e engenheiros de pesca na academia, a pesquisa serve de subsídio científico contra as ameaças que costumam rondar o litoral sul da Bahia, mais especificamente entre Caravelas e Abrolhos. Até a criação da
Reserva Extrativista de Cassurubá, um projeto com pretensões de ser a maior criação de camarão do mundo estudava se instalar na região. A nova ameaça é o risco da Agência Nacional de Petróleo (ANP) inclua as imediações de Abrolhos nos leilões de blocos para prospecção da matriz energética.

Recifes profundos, peixes maiores
A pesquisa revelou os diferentes estágios do dentão: menor nos estuários, intermediário nos recifes costeiros e maior em Abrolhos. Nos recifes mais profundos são encontrados os maiores dentões entre 70 e 80cm. “Esses indivíduos são os maiores responsáveis pela recolonização da espécie, pois quanto maior o peixe, sua capacidade reprodutiva é exponencialmente maior”, detalha Ronaldo Francini-Filho.
De acordo com o diretor do programa marinho da Conservação Internacional Brasil (CI-Brasil), Guilherme F. Dutra, poucos trabalhos foram exitosos em demonstrar a conectividade entre ambientes costeiros e marinhos. “Esse é o primeiro estudo que consegue provar a relação entre manguezais e recifes para essa espécie”, afirma.
O apoio financeiro para as pesquisas foi feito pela CI-Brasil e
National Geographic Society, a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia, além do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq). O trabalho já foi publicado na edição de setembro da publicação Estuarine, Coastal and Shelf Scienc.
Fonte: O Eco,  Au.: Celso Calheiros, em 09 de Novembro de 2011


 

 

 



Escola Internacional de Biologia Marinha Daniel Jouvance realiza curso no IEAPM


A Fundação Daniel Jouvance do Institut de France, em parceria com a Universidade Pierre et Marie Curie – UPMC, realizou entre os dias 11 e 24 de março, em Arraial do Cabo/RJ, a 2ª Escola Internacional de Biologia Marinha e Ecologia Daniel Jouvance. O encontro contou com a parceria do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), através do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Pro-Oceano/RJ (INCT-Pro-Oceano), coordenado pelo IEAPM.
A Escola Internacional de Biologia Marinha e Ecologia Daniel Jouvance – UPMC tem como objetivo favorecer o intercâmbio científico a respeito dos recentes avanços na pesquisa em biologia marinha, ecologia e biotecnologia. A Escola aborda os novos conceitos e técnicas para o estudo de organismos e ecossistemas marinhos e ajuda na difusão de conhecimentos para a preservação desse ambiente.
Os cursos são organizados em diversas regiões do mundo em que a economia é fortemente dependente de recursos marinhos (pesca, aquacultura e turismo), tais como Ásia, América Latina e África. A segunda edição do curso aconteceu no Brasil, na sede do IEAPM – a primeira foi no Chile, em 2010. Este ano, as aulas reuniram 30 estudantes, que trabalharam focados nos conceitos e nos processos importantes para os oceanos e os ecossistemas costeiros.
O curso é destinado a estudantes brasileiros, franceses e latino-americanos de pós-graduação (Mestrado e Doutorado) e de pós-doutorado em biologia e ecologia marinhas. As aulas foram ministradas por 20 professores-pesquisadores franceses e brasileiros, e incluiu aulas práticas que permitiram aos alunos realizar experimentos com base nas amostras recolhidas em Arraial do Cabo (RJ), assim como análise em laboratórios do IEAPM e a utilização de tutoriais de bioinformática.
Leia+
http://www.ieapm.mar.mil.br/curso/index.htm

sexta-feira, 5 de abril de 2013

O Ecossistema Manguezal e o Bioma Mata Atlântica


O bioma Mata Atlântica inclui um complexo e rico conjunto de ecossistemas: floresta atlântica, manguezal, restinga e campos de altitude.

Os manguezais são ecossistemas que ocorrem nas zonas de maré. Formam-se em regiões de mistura de águas doces e salgadas como estuários, baías e lagoas costeiras. Estes ambientes apresentam ampla distribuição ao longo do planeta, ocorrendo nas zonas tropicais e subtropicais onde as condições topográficas e físicas do substrato são favoráveis ao seu estabelecimento.
As maiores extensões de manguezais do mundo estão presentes na região Indopacífica.
No Brasil, os manguezais ocorrem desde a foz do Rio Oiapoque, no Estado do Amapá até o Estado de Santa Catarina, tendo como limite sul a cidade de Laguna.
 
Ao longo da zona costeira os manguezais desempenham diversas funções naturais de grande importância ecológica e econômica, dentre as quais se destacam as seguintes:

·         Proteção da linha de costeira; funcionamento como barreira mecânica à ação erosiva das ondas e marés;
·         Retenção de sedimentos carreados pelos rios, constituindo-se em uma
·         Área de deposição natural;
·         Ação depuradora, funcionando como um verdadeiro filtro biológico natural da matéria orgânica e área de retenção de metais pesados;
·         Área de concentração de nutrientes;
·         Área de reprodução,
·         Área de abrigo;
·         Área de alimentação de inúmeras espécies;
·         Área de renovação da biomassa costeira;
·         Áreas de alimentação, abrigo, nidificação e repouso de aves - as espécies que ocorrem neste ambiente podem ser endêmicas, estreitamente ligadas ao sistema, visitantes e migratórias, onde os manguezais atuam como importantes mantenedores da diversidade biológica.  E estabilizador climático.

Com uma fitofisionomia bastante característica, o ecossistema do manguezal apresenta uma grande variedade de nichos ecológicos; é uma fauna diversificada em mariscos e caramujos; camarões, caranguejos e siris; peixes ea ves.

Estes organismos utilizam a área do manguezal na busca de alimento, reprodução, crescimento e proteção contra predadores, estes últimos atraídos por uma predominância de indivíduos jovens no ambiente.
 Os ecossistemas do manguezal possuem elevada bioprodução, podendo esta atingir até 20 toneladas de matéria orgânica. A alta produção de matéria orgânica é fundamental nos processos de ciclagem de nutrientes, que influenciam a rica cadeia alimentar presente aos manguezais.
Neste sentido, vê-se que o manguezal apresenta uma grande importância para o ecossistema marinho. Muitas espécies, típicas do manguezal, apresentam um ciclo de vida anfibiótico, como é o caso de crustáceos e peixes, constituindo um elo básico para a economia pesqueira e biológica das espécies.
Como um dos ecossistemas associados ao bioma Mata Atlântica e aos recursos hídricos, o manguezal é tido como um dos indicadores ecológicos mais significativos na zona costeira. O seu papel de proteger a costa, de conter sedimentos oriundos das bacias hidrográficas e de ser habitat de inúmeras espécies biológicas o caracteriza como um verdadeiro berçário do mar. Por isso mesmo, o manguezal ocupa uma larga faixa litorânea brasileira e, na costa fluminense, desempenha importantes funções ecossistêmicas. Tal condição privilegiou o Estado do Rio de Janeiro com uma das mais belas porções de manguezais.
É também conhecida, na história ambiental fluminense, a relação harmônica das populações tradicionais litorâneas com os manguezais.
É grande a importância do manguezal para o homem, uma vez que este fornece uma grande variedade de organismos que são utilizados na pesca como moluscos, crustáceos e peixes. A captura destes animais para comercialização e consumo permitiu ao longo dos anos a sobrevivência de inúmeras comunidades na zona costeira e a manutenção de uma tradição e cultura próprias da região costeira.
Atualmente a relação do homem com o manguezal é desarmônica. O manguezal é objeto de lançamento de resíduos sólidos, lançamento de esgotos industriais e domésticos, desmatamento e aterros, entre outras agressões.
O produto destas agressões ameaça a sobrevivência dos manguezais. Caso não sejam tomadas rapidamente medidas efetivas para conservação, preservação e conscientização da importância deste ecossistema para natureza, os manguezais tendem a se extinguir colocando em risco todo o equilíbrio da zona costeira.
A farta legislação ambiental e a inserção de diversas instituições ambientais não foram suficientes para conter expressivas perdas deste ecossistema.
Rhizophora mangle

Flora e fauna

As plantas encontradas neste ecossistema são popularmente conhecidas como mangues, observando-se as seguintes espécies no Estado do Rio de Janeiro: o mangue branco (Laguncularia racemosa); o mangue de botão (Conocarpus erecta); a siribeira, o mangue siriba ou preto (Avicennia germinans e Avicennia schaueriana) e o mangue sapateiro ou vermelho (Rhizophora mangle).
As plantas que vivem em ambientes salobros(halófitas) possuem dois sistemas de controle da concentração de sal em seus tecidos(osmorregulação), os quais procuram expulsar este produto para o exterior.
Formadoras de um complexo florestal sobre um substrato geralmente lamacento (inconsolidado) e pobre em oxigênio, estas plantas ainda apresentam adaptações aos fatores ambientais, tais como: raízes aéreas como as escoras e pneumatóforos com presença de lenticelas (células especiais para captar o ar) e o enraizamento em forma de roda (rodel) para uma melhor fixação (PEREIRA FILHO & ALVES, 1999).
Em muitos manguezais é comum a ocorrência de plantas epífitas (vegetais fixos a outros). Neste grupo, destacam-se as algas (seres aquáticos), os líquens (associação de fungos e algas), os gravatás ou bromélias (Família Bromeliaceae), as orquídeas (Família Orchidaceae) e as samambaias (Divisão Pteridophyta).
Devido a um aspecto vegetal bastante característico, este ecossistema possui uma grande variedade de nichos ecológicos, o que resulta numa fauna diversificada com representantes dos seguintes grupos: anelídeos, moluscos, crustáceos, aracnídeos, insetos, anfíbios, répteis, aves e mamíferos(PEREIRA FILHO & ALVES, 1999).
 A visita ao manguezal
 A visita em áreas de manguezal é uma  atividade muito proveitosa.
 A beleza cênica e a grande variedade de organismos proporciona aos visitantes, professores e alunos, uma oportunidade única no contato e conhecimento da natureza.
 O primeiro procedimento a ser adotado é o conhecimento da maré. O dia ideal para uma visita ao manguezal deve ser com maré baixa, de preferência 0,0 ou 0,1. . Esta informação pode ser obtida a partir de consulta da Tábua de Marés da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) da Marinha do Brasil, onde deve-se observar as marés do porto mais próximo ao manguezal a ser visitado.
Uma vez definido o dia da visita e feito o reconhecimento do manguezal, deve-se então adotar outros importantes procedimentos que são a roupa a ser utilizada e o material a ser levado para o manguezal.
As roupas utilizadas devem ser: tênis velho com cadarço e meia; calça comprida de moletom, lycra ou helanca; blusa de malha de manga comprida; boné ou viseira e roupa de banho por baixo (sunga, biquíni ou maiô). Além disso, é recomendável levar água, repelente, bloco para registrar as observações.
 
Sugerimos um roteiro básico para ser utilizado durante a visita, com as seguintes orientações:
1.    Anotar  a presença dos diferentes tipos de água (marinha, doce e salobra) presentes no ambiente;
2.    Estudar “in loco” a influência da variação das marés sobre os organismos (animais e vegetais);
3.    Observar os diferentes tipos de sedimentos presentes no manguezal;
4.    Anotar a variedade de organismos presentes neste ambiente;
 5.     Estudar as adaptações que os organismos(plantas e animais) possuem para viver nos manguezais;
 6.     Descrever a importância do manguezal para a natureza, plantas, animais e para o homem;
 7.  Discutir como o homem está interferindo no manguezal.
8.    Criar um texto com todas as observações e discussões sobre o tema manguezal.
 



Muco de peixe-bruxa poderá ser tecido para criar roupa do futuro

O Myxa, Mixina, ou Myxini , (do grego myxa, muco),  uma espécie de peixe do Pacífico e do Atlântico, sem maxilar e espinha dorsal, solta uma substância viscosa extremamente concentrada que serve de autodefesa. Este muco poderá ser usada como tecido para fabricar a roupa do futuro, segundo uma equipe de investigadores da Universidade de Guelph, no Canadá.

Também conhecido como peixe-bruxa, este peixe cilindrico, parecido  com uma cobra,  é considerado um fóssil vivo e,  aparentemente, não possui  mecanismos de defesa. Porém, um peixe-bruxa possui cerca de 100 glândulas produtoras de muco, localizadas ao longo do seu corpo. Elas dispersam uma substância leitosa, mas que é rica em fibras.

Quando a substância leitosa se mistura com a água do mar, ela se expande, criando grandes quantidades de um muco translúcido, composto por fibras extremamente fortes e elásticas e sedosas.
 Pesquisadores filmaram recentemente o que acontece quando um tubarão morde uma mixina. Sua boca e guelras são rapidamente cobertas pelo muco e imediatamente desistem do ataque para não morrer asfixiado.

Segundo Tim Winegard, que estuda as fibras encontradas no muco, o peixe-bruxa, sobreviveu após os dinossauros e a diversos outros processos de extinção em massa. Há mesmo um fóssil deste peixe, completo e com evidências de glândulas produtoras de muco, que foi datado com mais de 300 milhões de anos.
No entanto, ainda falta saber como aumentar a produção desta substância dos Myxinis. Os especialistas afirmam que esse processo seria improvável em laboratório, já que o peixe parece não se reproduzir muito bem em condições de cativeiro.
A equipa espera conseguir reproduzir artificialmente as proteínas encontradas no muco – um método semelhante ao usado para produzir a seda de aranha.
Atsuko Negishi e seus colegas estão tentando separar as fibras do muco, para começar a tecer as primeiras roupas com a "seda de peixe". [Imagem: Andra Zommers/UGuelph]

No entanto, este processo ainda se mantém complicado. Os investigadores tentam retirar com pinças as fibras de uma membrana muito fina, formada pela proteína extraída do muco do peixe-bruxa. Quando a membrana é destruída, pequenas fibras são formadas.
Essas fibras, quando esticadas na água e, logo em seguida, secadas, se tornam sedosas. Cientistas acreditam que o muco do peixe-bruxa pode ser transformado em roupas esportivas ou, ainda, em coletes de proteção contra armas.
Se a equipa tiver sucesso na extracção dessa nova fibra, poderemos estar vestir em breve uma camiseta criada com este novo tecido.


 

 

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Cientistas exploram fundo do mar na África do Sul em busca de raro peixe - Celacanto

Na próxima sexta-feira (5.04.13), uma equipe de mergulhadores e cientistas franceses e sul-africanos inicia uma expedição na África do Sul em busca do mítico peixe celacanto, que vive nas grandes profundezas e era considerado desaparecido há muito tempo.
A expedição Gombessa, como o celacanto é chamado localmente, está prevista para acontecer de 5 de abril a 15 de maio. A informação foi divulgada na última semana pelo MuseuNacional de História Natural (MNHN) de Paris.
Ela reunirá em torno do mergulhador e naturalista francês Laurent Ballesta uma equipe de mergulhadores especialmente treinados para alcançar grandes profundidades, cientistas do Instituto Sul-africano para a Biodiversidade Aquática (SAIAB) e seis cientistas do MNHN e do Centro Nacional de Pesquisas Científicas francês (CNRS).
“Gigante pacífico de 2 metros de comprimento”, o celacanto foi reencontrado em 1938, na costa leste da África do Sul. Em 1990 outro exemplar foi capturado na mesma área.Nós acreditavamos que tivesse desaparecido há 70 milhões de anos. “É considerada a grande descoberta zoológica do século XX”, ressaltou o museu em um comunicado.
O celacanto “traz em si os traços da mudança dos peixes para os primeiros vertebrados terrestres de quatro patas”: esboços de membros em quatro de suas nadadeiras e uma bolsa de ar que seria o vestígio de um pulmão primitivo. Ele é, segundo o museu, “a testemunha viva e inesperada da saída das águas há 370 milhões de anos”.
Entretanto, ainda não há conhecimento científico sobre o modo de vida deste animal que vivia a mais de cem metros de profundidade. Para chegar até o peixe, a equipe deverá mergulhar diariamente em uma região denominada grutas de Jesser Canyon, na baía de Sodwana (Oceano Índico), a 120 metros de profundidade.
Assim que tiverem feito contato com o animal, eles colocarão em andamento os protocolos científicos concebidos pela equipe de cientistas do MNHN e do CNRS, chefiada pelo paleontólogo Gael Clément, e os biólogos sul-africanos Kerry Sink e Angus Paterson, acrescentou o Museu. A expedição poderá ser acompanhada a partir do dia 5 no site www.coelacanthe-projet-gombessa.com