Pesquisa
britânica mediu acidez do mar na Antártica
Foto: BBC
Pesquisa indica que mudanças climáticas estão afetando elo importante do
ecossistema do mar.
Lesmas-do-mar que vivem na Antártica estão sendo afetadas pelo alto nível de
acidez das águas marinhas, segundo uma nova pesquisa científica.
Uma equipe internacional de cientistas descobriu que a concha das lesmas
está sendo corroída pela água do mar.
Segundo especialistas, a descoberta é importante para se determinar o
impacto da acidificação do oceano na vida marinha.
Os resultados foram publicados na revista científica "Nature
Geoscience".
As lesmas-do-mar são importantes na cadeia dos alimentos dos oceanos. Além disso, elas são um bom indicador de quão saudável está o ecossistema.
"Eles são um item importante para diversos predadores -- como plânctons
maiores, peixes, pássaros, baleias", diz Geraint Tarling, que é coautor do
estudo e diretor de Ecossistemas Oceânicos da entidade britânica de pesquisas
British Antarctic Survey.
O estudo foi um projeto de pesquisadores da BAS, da National Oceanic and
Atmospheric Administration (NOAA), a US Woods Hole Oceanographic Institution e
da faculdade de ciências ambientais da Universidade de East Anglia.
A acidificação do oceano ocorre devido à queima de combustíveis fósseis.
Parte do dióxido de carbono que está na atmosfera é absorvido pelo oceano. Esse
processo altera a composição química da água, que fica mais ácida.
Os dados foram coletados em uma expedição do barco Southern Ocean, em 2008.
Os cientistas analisaram o que acontece quando a água marinha do fundo é
empurrada para a superfície por ventos.
Essa água é mais ácida e acaba corroendo a aragonita -- a substância que
forma as conchas das lesmas-do-mar.
"As lesmas-do-mar não necessariamente morrem por conta da corrosão nas
suas conchas, mas isso as deixa mais vulneráveis a predadores e a infecções, o
que tem consequências no resto da cadeia de alimentação".
Tarling disse que o estudo ainda é um piloto para outras pesquisas que
virão, mas que ele já forneceu dados importantes sobre como o ecossistema reagirá
a mudanças futuras no oceano.
"Foram necessários vários anos para que desenvolvêssemos uma técnica
sensível o suficiente para que analisássemos o exterior das conchas, com
auxílio de microscópios de alta potência, já que as conchas são muito finas e
os padrões de dissolução são muito sutis", afirmou o pesquisador.