segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

01 exemplo da evolução em ação

Hemigrapsus sanguineus
A evolução é uma das maiores descobertas científicas de todos os tempos. Frequentemente, biólogos têm achados surpreendentes: há tantas evidências a favor da evolução, que argumentar contra ela é como negar que há uma lua no céu. Confira um exemplo, entre muitos, da evolução em ação.
Evolução acontece muitas vezes em conjunto: um predador desenvolve um método de caça melhorado, e quaisquer mutações que aumentem a capacidade de sobrevivência serão selecionadas para levar a uma mudança na população de presas.
Nós não temos que esperar um predador evoluir para observar uma mudança, no entanto, já que os humanos transportam espécies por todo o mundo, e assim podemos observar interações entre novas espécies.
O caranguejo da costa asiática (Hemigrapsus sanguineus) é uma espécie invasora na Nova Inglaterra, que se alimenta do mexilhão azul nativo. Recentemente, foi observado que os mexilhões, quando detectam caranguejos asiáticos, desenvolvem escudos mais grossos para impedir os caranguejos de comê-los.
O fator evolutivo aqui é que apenas os mexilhões de regiões onde os caranguejos asiáticos são endêmicos engrossam suas costas. Os de outras regiões não detectam os caranguejos como uma ameaça.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Vida marinha precisa nadar mais para sobreviver às mudanças climáticas

A vida no mar enfrentará pressões crescentes para se adaptar ou terá que mudar para escapar da extinção

 A vida no mar, especialmente no Oceano Índico, Pacífico Ocidental e Oriental e os oceanos do subártico, enfrentará pressões crescentes para se adaptar ou terá que mudar para escapar da extinção, de acordo com o estudo “The Pace of Shifting Climate in Marine and Terrestrial Ecosystems”, realizado por uma equipe de pesquisadores australianos.

"Nossa pesquisa mostra que as espécies que não podem se adaptar às águas cada vez mais quentes  terão de nadar para mais longe e mais rápido para encontrar um novo lar", disse o Professor John Pandolfi, membro da equipe do ARC, Centro de Excelência para Estudos dos Recifes de Coral, na Austrália.

Utilizando dados de 50 anos de mudanças das temperaturas globais, desde 1960, os cientistas analisaram as mudanças climáticas e os padrões sazonais em terra e nos oceanos, para entender como isso afetaria a vida em ambos ambientes no próximo século.

"Examinamos a velocidade da mudança climática (as mudanças geográficas das faixas de temperatura ao longo do tempo) e as mudanças sazonais nas temperaturas, tanto para terra como para o mar. Encontramos que ambas as medidas foram maiores para o oceano do que em terra, em determinadas latitudes, apesar do fato de que os oceanos tendem a aquecer mais lentamente do que o ar sobre a terra", disse ele.

A equipe afirma que a descoberta tem sérias implicações para os hotspots da biodiversidade marinha, como o famoso Triângulo de Coral e recifes que florescem em mares equatoriais, e para a vida nos mares polares, que sofrerão com uma pressão crescente de outras espécies que irão se deslocar para lá.

"Ao contrário dos animais que vivem na terra, que podem apenas subir uma montanha para encontrar um lugar mais frio de viver, uma criatura do mar talvez tenha que migrar várias centenas de quilômetros para encontrar um novo lar, onde a temperatura da água, as condições sazonais e o fornecimento de alimentos sejam adequados”, disse Pandolfi.

Sob o aquecimento global atual, animais terrestres e plantas estão migrando a uma taxa de cerca de seis quilômetros por década. Mas as criaturas do mar terão que mover várias vezes mais rápido para se manter em contato com a temperatura da água e as condições que melhor lhes convêm.
Fonte: Exame/Abril - 21.11.11

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Molusco parasita do lírio do mar


Este molusco gastrópode parasita do lírio do mar (Annulobalcis aurisflamma ) foi coletado no litoral de São Sebastião em São Paulo. A imagem foi feita por Alvaro E. Migotto e faz parte da coleção do Cifonauta, um banco de dados online recém lançado pelo Universidade de São Paulo (USP) com milhares de imagens da biodiversidade marinha. As fotos são feitas por pesquisadores e estudantes do Centro de Biologia Marinha (Cebimar).

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Pesca de peixe em Abrolhos precisa de mangues e recifes

Estudo inédito realizado na região de Abrolhos comprova que a conexão entre manguezais e recifes de corais é essencial no ciclo de vida do Dentão ou Vermelho, espécie de alto valor comercial cuja captura anual chega a 3.000 toneladas no país.

Um mapeamento até então desconhecido do ciclo de vida de uma importante espécie de peixe para o país demonstra que a conectividade entre manguezais e recifes é essencial para sua sobrevivência. Conduzido ao longo de um ano por pesquisadores do Brasil e exterior, com apoio da Conservação Internacional (CI-Brasil), o estudo apresentou pela primeira vez os padrões de movimentação do vermelho (Lutjanus jocu) através de diferentes hábitats na Região dos Abrolhos, o maior e mais biodiverso complexo recifal do hemisfério Sul. A descoberta, publicada recentemente na revista Estuarine, Coastal and Shelf Science, oferece informações-chave para o manejo da espécie, que já apresenta acentuado declínio em seus estoques.
A pesquisa mostra que o tamanho do vermelho é menor nos estuários, intermediário nos recifes costeiros e maior na área do Parque Nacional Marinho (Parnam) dos Abrolhos, indicando que a espécie migra ao longo da plataforma continental na medida em que cresce. Confirmando o estudo recém publicado, dados provenientes da pesca comercial revelam que os maiores peixes, entre 70 e 80cm, são encontrados em recifes ainda mais profundos e afastados da costa. Foram investigadas 12 áreas que representam diferentes hábitats costeiros e recifais, abrangendo a Reserva Extrativista (Resex) de Cassurubá, os recifes Parcel das Paredes e Sebastião Gomes e o Parnam dos Abrolhos.
Segundo Guilherme F. Dutra, diretor do Programa Marinho da CI-Brasil, apesar de a conectividade entre ambientes costeiros e marinhos ser bastante difundida e aceita, poucos trabalhos foram exitosos em demonstrá-la de maneira efetiva. “Esse é o primeiro estudo que consegue provar a relação entre manguezais e recifes para essa espécie que tem grande importância comercial”, comemora.
Ciclo desprotegido - As novas informações sobre o ciclo de vida do vermelho alertam para a condição de vulnerabilidade da espécie cujos estudos recentes indicam redução nos estoques no Banco dos Abrolhos devido à sobrepesca. Segundo informações dos desembarques, são capturados pelo menos 3.000 toneladas da espécie por ano nessa região, numa atividade que envolve cerca de 20 mil pescadores.
“As medidas de manejo adotadas para assegurar a exploração sustentável dos vermelhos não são suficientes”, salienta Rodrigo Moura, professor da Universidade Estadual de Santa Cruz e um dos co-autores do estudo. Ele explica que atualmente não há qualquer restrição às capturas dos adultos durante a fase reprodutiva – entre junho e setembro – ou tamanhos mínimos de comercialização que assegurem que os peixes capturados tenham completado pelo menos um ciclo reprodutivo, o que ocorre acima de 35cm.
Para chegar até a idade adulta, o dentão precisa de refúgio em manguezais e recifes próximos à costa, mesmo em áreas liberadas para pesca. “Uma vez que a espécie migra através da plataforma continental, está claro que áreas protegidas em unidades isoladas, tais como o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, não são efetivas para proteger as diversas etapas do ciclo de vida”, enfatiza Moura. “Isso comprova que é muito importante que tenhamos uma rede de áreas protegidas na região dos Abrolhos que esteja funcionando de forma integrada para de fato dar condições a essas espécies sobreviverem”, completa Dutra.
Para Ronaldo Francini-Filho, co-autor do estudo e professor da Universidade Federal da Paraíba, além dos instrumentos de proteção contra a pesca predatória serem insuficientes, os estuários e manguezais no Brasil têm sido crescentemente impactados pela expansão urbana, portuária e de atividades agroindustriais altamente degradadoras, tais como a carcinicultura (criação de camarões de água salgada). “O que vem ocorrendo nestes locais evidencia claramente as críticas lacunas de proteção e manejo”.
Esta pesquisa soma-se a outros trabalhos empreendidos na região dos Abrolhos e que integram um esforço conjunto entre o meio científico e a Conservação Internacional para aprofundar o conhecimento sobre a sua riqueza biológica da e oferecer ferramentas para o uso sustentável e a conservação de sua biodiversidade. “A ciência tem apontado soluções e caminhos para que as pescarias marinhas se transformem em uma atividade geradora de riqueza com sustentabilidade. Apesar disso, a incorporação dessas lições pelas agências responsáveis pelo setor pesqueiro tem sido excessivamente lenta”, avalia Francini-Filho.

Sobre a espécie Lutjanus jocu - Associado aos ambientes rochosos e coralinos, o dentão - ou vermelho - é um dos mais importantes recursos pesqueiros capturados em ecossistemas recifais no Atlântico Ocidental. Das 19 espécies da família Lutjanidade que ocorrem no Brasil, a espécie estudada está entre as cinco mais importantes para a pesca. Apesar de sua importância e ampla distribuição, com ocorrência da Flórida ao sudeste brasileiro, havia pouco conhecimento sobre o ciclo de vida da espécie, inclusive sobre seu deslocamento através de diferentes ecossistemas marinhos e costeiros, dificultando o estabelecimento de políticas adequadas de manejo e conservação da espécie.

Os autores
• Rodrigo Leão de Moura - Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Biodiversidade, Universidade Estadual de Santa Cruz – moura.uesc@gmail.com – (73) 8803-2724
• Ronaldo Bastos Francini-Filho - Departamento de Engenharia e Meio Ambiente da Universidade Federal da Paraíba - rofilho@yahoo.com– (83) 8827-4458
• Carolina Viviana Minte-Vera - Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aquicultura/Departamento de Biologia da Universidade Estadual de Maringá – cminte@nupelia.uem.br - (44) 3011 4622
• Eduardo M. Chaves, Programa de Pós-Graduação em Sistemas Aquáticos Tropicais, Universidade Estadual de Santa Cruz
• Kenyon C. Lindeman, Departamento de Sistemas Marinhos e Ambientais, Instituto de Tecnologia da Flórida

Financiamento
O estudo foi financiado pelo Programa “Ciência para a Gestão de Áreas Marinhas Protegidas” (MMAS, da sigla em inglês) - uma iniciativa da Conservação Internacional que busca contribuir para o planejamento, diagnóstico e monitoramento de Áreas Marinhas Protegidas, aliando conhecimento científico e práticas de conservação - que tem o patrocínio da Fundação Gordon e Betty Moore.
Contou também com o suporte financeiro do Conservation Leadership Programme, da National Geographic Society, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq).
Os pesquisadores fazem parte da Rede Abrolhos, uma iniciativa financiada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia no âmbito do Sistema Nacional de Pesquisa em Biodiversidade (Sisbiota), visando ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade brasileira e melhorar a capacidade de resposta a mudanças globais, associando as pesquisas à formação de recursos humanos, educação ambiental e divulgação científica. O trabalho de divulgação recebeu o apoio financeiro da Fondation Veolia Environnement.
Para mais:
Isabela Santos –i.santos@conservacao.org– (31) 3261-3889
Gabriela Michelotti – g.michelotti@conservacao.org – 61 3226 2491
João Paulo Mariano – j.souza@conservacao.org - 61 3226 2491 (Ramal - 120)

Peixe - leão (Nome Científico: Pterois volitans)

Nome Científico: Pterois volitans
Família: Scorpaenidae
Ordem: Scorpaeniformes

Distribuição: Nativo dos oceanos Índico e Pacífico, hoje é encontrado no Oeste do Oceano Atlântico e no Mar do Caribe, onde foi introduzido, segundo o biólogo João Paulo Krajewski, provavelmente vindo do aquário de algum criado durante o furacão Andrew, em 1992, na Flórida.
Habitat: De preferência, os recifes de corais. Tanto que é avistado na Grande Barreira de Corais da Austrália, com seus 2.300 quilômetros de extensão.
Alimentação: Pequenos peixes. Em cativeiro, também se alimenta de camarões.
Reprodução: Ovíparos, sua desova normalmente acontece à noite.
Este peixe, exótico (ou invasor), é conhecido também pelos nomes de peixe-peru e peixe-dragão. Nos Estados Unidos e Caribe a sua chegada pode ser considerada devastadora.
Estudos revelam que pelo menos 10 espécies de peixes fazem parte de seu cardápio diário e podem sofrer uma redução drástica na população. Venenoso, ele é um predador voraz. Geralmente quando sai à caça, encurrala as presas com seus espinhos (ente 12 e 13 dorsais, 2 pélvicos e 3 anais) e em movimentos rápidos. Depois as engole por inteiro.
Visualmente é conhecido por sua coloração listrada, que pode ser nas cores vermelha, marrom, laranja, amarela, preta ou branca. Além disso, possui tentáculos acima dos olhos e abaixo da boca, e nadadeiras peitorais.
Embora seja nativo da região Indo-Pacífico, algumas espécies são encontradas em outras partes do mundo. Ele costuma viver até 15 anos. O peixe-leão é considerado relativamente pequeno (chega a 43 centímetros de comprimento e a cerca de 200 gramas).
É mais usado como peixe ornamental. Na natureza se abriga em cavernas e fendas, de onde sai para se alimentar à noite. Nos humanos o seu veneno costuma causar dor intensa no local, seguida de um edema. A vítima pode sentir náuseas, tontura, fraqueza muscular, respiração ofegante e dor de cabeça. Só para saber: para efeito de primeiros-socorros, deve-se fazer a imersão do local afetado em água quente (43-45ºC) por 30 a 40 minutos ou até a dor diminuir.
Nem precisa dizer, mas normalmente essa espécie é um perigo para mergulhadores e outros animais marinhos.


O consumo da carne do peixe-leão causa envenenamento


A tentativa de usar o peixe-leão (Pterois volitans) na culinária, como forma de diminuir a propagação dessa espécie invasora em Saint Martin, ilha localizada no Caribe, caiu por terra. Ambientalistas alertam os moradores para que não consumam a sua carne, devido ao risco de contaminação por uma toxina natural.
Essa espécie, nativa dos oceanos Índico e Pacífico, que colonizou grandes áreas da região após escapar de um tanque da Flórida, nos Estados Unidos, em 1992, tem feito estragos na ilha. Desde que foi encontrada no território holandês da ilha em julho do ano passado, ela só vem multiplicando desde então.
O peixe-leão, como o nome bem sugere, devora peixes nativos e crustáceos, colocando em risco a biodiversidade marinha do local. Os pesquisadores observaram apenas um exemplar comendo até 20 outros peixes em menos de 30 minutos. Para a União Mundial de Conservação, o peixe-leão-vermelho é uma das piores espécies invasoras do mundo.
Segundo Tadzio Bervoets, chefe da Fundação St. Maarten para Natureza, nos exemplares de peixe-leão capturados foram encontrados biotoxinas que levam ao envenenamento por ciguatera (intoxicação alimentar causada pelo consumo de peixes). É uma ameaça que tem sido crescente.
Pessoas que comeram peixe contaminado podem sentir dor abdominal, náuseas, vômitos, diarréia, formigamento e dormência. A maioria dos pacientes se recupera em poucos dias, mas há casos raros de paralisia e até morte. "Isso significa que não podemos promover com segurança o consumo deste peixe", disse Bervoets.
A Administração de Alimentos e Drogas dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) ainda não tem um relatório oficial sobre as doenças associadas ao consumo de filés de peixe-leão. “Mas em áreas endêmicas de ciguatera, as toxinas foram detectados em níveis superiores ao recomendado pela FDA”, disse o porta-voz do departamento, Douglas Karas. Os cientistas ainda pesquisam o que mantém peixe-leão fora de seu ambiente nativo.


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Mergulhadora desenvolve técnica para 'adormecer' tubarões


Cristina Zanato induz animais a estado de paralisia ao esfregar com a mão ao redor de sua boca e nariz.
A mergulhadora italiana Cristina Zanato desenvolve uma técnica pouco conhecida para 'adormecer' tubarões chamada de Imobilização Tônica.
Ao esfregar com a mão suavemente sobre pequenas aberturas ao redor de sua boca e nariz, conhecidas como ampolas de Lorenzini, ela induz os animais a um estado de paralisia, no qual eles ficam por até 15 minutos. As ampolas de Lorenzini são órgãos sensoriais eletrorreceptores que ajudam os animais a detectar vibrações ao seu redor.
'Aprendi [a técnica] por acidente. O tubarão vinha alto em direção ao meu rosto', contou ela à BBC Brasil. 'Eu o toquei para empurrá-lo para baixo, mas o tubarão parou de nadar. Foi um comportamento que nos maravilhou e não podíamos explicar', diz ela. Cristina diz que desenvolveu a técnica 'ao longo dos anos, até alcançar os resultados que você vê hoje'.
O fotógrafo brasileiro Marcio Lisa, que acompanhou o trabalho de Cristina por dois dias nas Bahamas, diz que observar a técnica 'é extremamente emocionante'. 'Apesar de já ter feito shark feeding (alimentação de tubarões) antes em outras partes do mundo, nas Bahamas os tubarões são em maior quantidade, cerca de 30 ou 40 ao seu redor, e ficam mais próximos', diz ele. 'É de chorar de emoção ver um bicho deste tamanho imobilizado. '
Fonte: BBC 23.11.11

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Uma enguia macho do tipo conger foi libertada no mar na Escócia para iniciar uma jornada de 3,2 mil quilômetros para se reproduzir.


A enguia de 1,8 metros foi batizada de Rip e vivia no aquário Macduff, na cidade de Aberdeenshire, desde 2004.

Mas, os funcionários notaram que ela estava inquieta, sinal típico de que a enguia estava pronta para a jornada pelo oceano Atlântico.

Uma funcionária  do aquário Macduff, afirma que "a jornada de Rip é longa, mas a enguia é muito forte e todos esperam que ela chegue ao seu destino final", o arquipélago de Açores, no Oceano Atlântico ao largo de Portugal.

A jornada começa com mergulhadores dentro do tanque, conduzindo a enguia para dentro de uma grande bolsa. Um guindaste colocou a bolsa na água do mar, onde a platéia esperava a primeira aparição de Rip fora do aquário.

Depois de muita expectativa, Rip finalmente apareceu. Minutos depois, ele saiu nadando, começando sua viagem.

Se a enguia conseguir chegar às ilhas Açores ele vai encontrar sua companheira, se reproduzir e morrer em seguida.

BBC


Vídeo: água-viva matando sua presa, um peixe zebra


Não tem ossos. Não tem cérebro. E nem precisa. Tudo o que essa água-viva (Olindias formosa) necessita para conseguir prender sua presa é um tentáculo venenoso.

Medusas como a do vídeo , em link, estão entre os mais simples animais multicelulares que têm músculos e nervos. Ainda assim, consegue capturar um peixe ao injetar veneno de células urticantes de seus tentáculos na presa. Como todas as águas-vivas, ela aumenta ou diminui de tamanho dependendo de sua ingestão de alimentos.
Veja um vídeo de uma água-viva se alimentando em aquário em http://bit.ly/paopyl

Fonte: Life'sLittleMysteries



Capacidade de se tornar invisível


Um novo estudo descobriu que duas espécies oceânicas de cefalópodes – um polvo e uma lula – podem ir do transparente ao opaco em um piscar de olhos.

A impressionante camuflagem é uma adaptação que mantém os animais a salvo de dois diferentes predadores. Os primeiros são criaturas de águas profundas, que caçam procurando silhuetas na fraca luz das profundezas. Os segundos são peixes que usam luzes biológicas para caçar – a bioluminescência, que ilumina o próprio corpo.

Para evitar ser encontrado pela silhueta, ele fica transparente, afirma a pesquisadora Sarah Zylinski. Mas quando uma luz bioluminescente atravessa uma superfície transparente, o efeito é parecido com uma lanterna em uma vidraça: muito refletido, muito óbvio.

“Estar pigmentado é a melhor estratégia nesse momento”, comenta Zylinki. As espécies do polvo e lula essencialmente têm o melhor de ambas às estratégias. “Estar apto para mudar rapidamente permite uma boa camuflagem”.

Muitos polvos, lulas e outros cefalópodes têm a habilidade de mudar de cor. Alguns polvos até imitam o formato de vários peixes e seres do mar.

Mas todos são criaturas de águas rasas. Zylinski e seus colegas tentaram procurar essas espécies no fundo, com animais que vivem entre 600 e 1000 metros abaixo da superfície, onde há pouca luz.

Em barcos de pesquisa no Mar de Cortez e no fosso entre o Peru e o Chile, Zylinski esperou arrastões com redes profundas trazerem os animais. Elas foram levantadas em velocidades muito lentas, para que as alterações na pressão e na luz não fossem muito abruptas.

“É um pouco como o natal, porque você nunca sabe o que vai ganhar”, ela comentou. “Algumas vezes o presente é bom, outras não”.

Quando Zylinski conseguiu “pescar” um cefalópode, ela rapidamente moveu os animais da rede para um ambiente escuro e fresco, para que não fossem expostos à luz. Ela então tentou vários métodos para estimular mudanças de cores.

Ela sabia que a bioluminescência é uma importante ferramenta de caça nas profundezas, então imaginou que alguns animais talvez possuíssem maneiras de evitar a luz. Ela apontou luzes de LED similares à bioluminescência em duas espécies, o polvo Japetella heathi, de 7,6 centímetros, e a lula Onychoteuthis banksii, de 12,7 centímetros, que mudaram instantaneamente de transparentes para vermelho opaco.

“A velocidade do processo é incrível”, comenta Zylinski.

Os animais conseguem a façanha porque suas células epidérmicas estão sobre controle neural. Ele vê um raio de luz e o estímulo visual libera pigmentos. Quando a luz cessa, o pigmento some, deixando o cefalópode transparente, exceto pelos olhos e tripas.

Nem todos os cefalópodes de grandes profundidades possuem a habilidade de modificar sua aparência. Alguns desenvolvem outros métodos, como ser altamente refletores, para que a luz do ambiente esconda sua presença. Outros criam sua própria bioluminescência de acordo com a luminosidade que chega ao fundo, imitando a luz solar.

Zylinski agora planeja estudar como os pigmentos do polvo mudam com o tempo. Ela comenta que espécies jovens e menores vivem mais perto da superfície, contando mais com a transparência. Já para os mais maduros, em águas profundas, onde a bioluminescência é comum, é importante a presença do pigmento, para que possam ser mais opacos. [MSN]

Vida amorosa: camarão limpador mata seus concorrentes

Você talvez já conheça o camarão limpador, crustáceo que mantém uma interessante simbiose com certos peixes marinhos. O camarão se fixa sobre o corpo do peixe e se alimenta de parasitas nocivos depositados sobre ele. Essa bonita relação, no entanto, esconde um segredo sobre os camarões limpadores: eles matam indivíduos da mesma espécie na luta por parceiros.
Um experimento feito por cientistas suecos revelou a complexidade da relação entre indivíduos de uma espécie de camarão limpador (Lysmata amboinensis). Eles separaram dezenas de tanques de água e colocaram um grupo de três ou quatro camarões em cada tanque. Ao final de 42 dias de observação, cada tanque tinha só dois camarões; os demais haviam morrido.
Mas os camarões que padeceram não morreram de fome: eles foram assassinados. Os cientistas descobriram, em primeiro lugar, que o camarão limpador fica suscetível a ataques fatais quando troca de pele, em média uma vez a cada duas semanas. Para evitar expor essa fragilidade, o camarão faz essa troca de “casca” à noite. E foi justamente nesse período de vulnerabilidade que se registraram os ataques de um camarão a outro.
Esses ataques, conforme explicam os pesquisadores, tem motivação de acasalamento: eles matam uns aos outros em busca de parceiros. Mas não se trata de relação entre macho e fêmea, porque a espécie é totalmente hermafrodita. Todos os indivíduos possuem óvulo e esperma. Por conta disso, a monogamia entre esses animais é um conceito muito relativo.
Em condições normais, o camarão limpador vive realmente em pares monogâmicos. Inicialmente, os cientistas esperavam que essa condição se mantivesse sem “traição”, quando eles fossem colocados em grupos de três ou quatro. Mas isso não aconteceu: a busca por acasalamentos mais vantajosos destruía qualquer “relacionamento” anterior dos camarões.
Nessa espécie de hermafroditas, há uma oscilação intensa entre a produção de esperma e de óvulos. Em época de competição por parceiros, o camarão produz muito esperma e poucos óvulos, porque um espermatozóide pode fertilizar vários óvulos e o camarão precisa sair “à caça” de alguém com quem reproduzir.
Quando os camarões estão unidos monogamicamente, no entanto, a situação se inverte: eles passam a produzir mais óvulos, já que não há mais competição. Mas esse momento de estabilidade é quebrado quando um terceiro camarão entra na jogada: os níveis de fertilização se desequilibram. Nesse momento, azar do primeiro camarão que precisar trocar de casca, porque pode ser morto no meio da madrugada em nome da procriação da espécie.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Peixes menos exigentes ultrapassam facilmente barreiras naturais


Estudo sobre características de espécies com capacidade de dispersão nos oceanos


Espécies em ambos os lados das barreiras são menos exigentes.

Porque é que algumas espécies de peixes vivem nos dois lados do Oceano Atlântico, mas a maioria não? Para tentar compreender como é que novas populações se estabelecem através de barreiras marinhas, cientistas de vários países e instituições internacionais, entre os quais o investigador do Centro de Ciências do Mar (CCMAR), analisaram as características biológicas de 985 espécies de peixes de recifes tropicais.

Um novo estudo, recentemente publicado na «Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences», que conta com a participação de Peter Wirtz, investigador do CCMAR, revela que quanto maiores forem os peixes de recife adultos e menos exigentes nas condições de habitat maior o sucesso em ultrapassar barreiras naturais que existem nos oceanos.
A investigação decorreu entre duas barreiras marinhas, o Oceano Atlântico e a pluma de água doce dos rios Amazonas-Orenoco, e demonstrou que a variação no modo de desenvolvimento larvar que se assumia estar relacionada com potencial de dispersão por migração, é afinal menos importante do que se pensava. Este estudo comparou as espécies bem-sucedidas no atravessamento daquelas barreiras com as que não conseguem fazê-lo, concluindo que há características dos peixes adultos que podem ser decisivas nesta dispersão.

As espécies que se encontram em ambos os lados destas barreiras naturais tendem a ter adultos maiores e são menos exigentes sobre o tipo de habitat que colonizam, comparativamente com as espécies que só se podem encontrar num dos lados das barreiras.

A capacidade de poderem ser transportadas com destroços flutuantes foi particularmente importante para atravessar a vasta extensão do Oceano Atlântico, ao passo que a capacidade para durante o percurso utilizarem habitats que não são recifes como “estações de serviço” foi importante nas espécies que cruzam a pluma dos rios Amazonas-Orenoco.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Banco De Imagens Sobre Biologia Marinha

Agência FAPESP – O Centro de Biologia Marinha (Cebimar) da Universidade de São Paulo (USP) lançou o Cifonauta – um banco com mais de 11mil imagens, 260 vídeos e panorâmicas e seleção de fotos sobre temas de
interesse de biólogos e pesquisadores que estudam o meio ambiente marinho e do público, em geral.
De acordo com a USP, o objetivo do projeto, criado pelos
pesquisadores Álvaro Esteves Migotto e Bruno Vellutini, é compartilhar
informações científicas e divulgar a biodiversidade marinha por meio de
imagens.
O processo de montagem do banco de imagens durou cerca de dois anos,entre o
início das programações e as fases de teste em sistema fechado. O conteúdo
apresenta referências bibliográficas, com uma ficha técnica do organismo
contendo seu tamanho, local de origem e nome científico, por exemplo.A
estrutura de buscas se dá por meio de diversos marcadores ou pela classificação
taxonômica – divisão por reino, filo, classe, até chegar à espécie desejada. O
conteúdo do banco está sob a licença de uso Creative Commons, que permite
a divulgação do conteúdo desde que dados os devidos créditos do trabalho e que
seja utilizado para fins não comerciais, sem necessidade de pedir autorização
para isso. As fotos veiculadas no banco de imagens são feitas com diversas
técnicas. Normalmente câmeras digitais são acopladas em microscópios ópticos ou
eletrônicos, dependendo do organismo fotografado, podendo ser aumentada a
resolução em até mil vezes. Outra técnica, pouco utilizada por ter um custo
bastante elevado, consiste no uso de um microscópio eletrônico de varredura
(MEV), utilizando-se de um feixe de elétrons para realizar a fotografia, por
meio de um processo altamente sofisticado.
“Temos uma costa oceânica imensa e conhecemos muito pouco sobre ela. É neste
sentido que as imagens são bons instrumentos de divulgação para a biologia
marinha, pois despertam a curiosidade e a reflexão sobre a enorme diversidade
dos oceanos”, disse Vellutini.
Mais informações: http://cifonauta.cebimar.usp.br/.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

QUE BICHO É ESTE?


Verme Tubular Gigante
Riftia pachyptila
O verme tubular gigante é um invertebrado marinho do filo Anelidda encontrado recentemente nas zonas abissais do Pacífico.
Ele pode chegar a 2,5 metros de comprimento e alcançar 250 anos de idade.
Pertence a classe Polychaeta que são dos vermes aquáticos.
O nome da classe deriva do grego que significa muitas cerdas e que faz referência
ao corpo destes vermes cobertos de cerdas.
Este animal com certeza é um dos mais instigantes do nosso planeta, pois faz parte de um ecossistema cuja fonte de energia primária não é a solar, vive fixado a chaminés vulcânicas ativas onde as temperaturas passam dos 400, a mais de 1000 metros de profundidade.
O tubo do verme é rígido e serve de proteção e sustentação ao animal.
O verme nunca deixa o seu tubo.
Ele possui na sua extremidade livre uma pluma vermelha super vascularizada que é o
órgão utilizado para a troca de substâncias com o meio. Este animal não tem
sistema digestivo e vive em simbiose com uma colônia de bactérias que habita
seu interior representando cerca de 50% do seu peso. O verme prove abrigo e
nutrientes para as bactérias e elas produzem energia para o verme.
Assim como as plantas estas
bactérias fixam a energia do ecossistema, só que a fazem através da
quimiossíntese das substâncias liberadas pelas chaminés vulcânicas e que são
capturadas pelos tentáculos do verme. As moléculas orgânicas, como o açúcar,
resultantes da quimiossítense das bactérias são a única fonte de alimento do
verme.
Apesar de fixar energia sem luz solar, este ecossistema depende indiretamente do Sol,
pois ele necessita do oxigênio que é produzido através da fotossíntese nas zonas superiores.
Sabe-se também que as chaminés podem interromper sua atividade subitamente e uma vez
que isso acontece a fonte de energia se esgota e o verme morre junto com todo o
ecossistema.
Colaboração:AdalbertoFrancisco Soares Júnior
Fonte: http://www.amigosdojoe.com/que-bicho-e-esse.html

Proliferação de lulas-gigante na California


A lula de Humboldt é geralmente encontrada no México e pode medir até 1,5 m e pesar 70 kg

Milhares de lulas gigantes surgiram na costa de San Diego, no Estado
americano da Califórnia, amedrontando turistas, mergulhadores e residentes. As
criaturas marinhas, chamadas de lula de Humboldt, são geralmente encontradas
nas águas profundas do México e podem medir até 1,5 m e pesar até 70 kg.
No México, essas lulas são conhecidas por atacar humanos. Na costa californiana, os animais ainda estão um pouco distantes da beira-mar, mas a presença pouco comum da espécie nessas praias causou receio entre os banhistas e preocupação entre os especialistas em vida marinha.
Cientistas afirmam que a escassez de alimentos causada pelo aquecimento
global poderia explicar a razão da invasão das lulas na costa californiana pela
terceira vez em dez anos.
Há quatro anos, uma invasão semelhante atingiu as praias de San Diego. Em
janeiro de 2005, centenas de lulas gigantes mortas apareceram nas praias de
Orange Country, na Califórnia.
Outra teoria defendida por cientistas para a aparição das lulas seria a de
que há uma redução no número de predadores naturais, o que facilitaria a
sobrevivência dessa espécie.
Pesquisadores acreditam que a Califórnia possa se tornar uma residência
permanente para a população de lulas.
Fonte: BBC Brasil

Como o aquecimento global poderia “encolher” os animais de sangue frio

Cientistas ingleses dizem que o aquecimento global vai fazer com que muitos dos organismos do mundo encolham.
Quase todos os organismos de sangue frio são afetados por um fenômeno conhecido como a “regra da temperatura e tamanho”, que descreve como os indivíduos da mesma espécie chegam a um tamanho menor quando adultos, se criados em temperaturas mais quentes.
Mas, até agora, os cientistas não compreendiam totalmente como essas mudanças de tamanho ocorriam.
Andrew Hirst e seus colegas da Escola Queen Mary de Ciências Biológicas e Químicas da Universidade de Londres exploraram este efeito incomum em detalhes, mostrando de forma conclusiva como ele ocorre.
O estudo foi realizado com dados de copépodes planctônicos marinhos. Estes minúsculos crustáceos são os principais plânctons nos oceanos do mundo, e são importantes herbívoros de plânctons menores e uma fonte de alimento para peixes maiores, aves e mamíferos marinhos.
Reunindo mais de 40 anos de pesquisa sobre o efeito da temperatura sobre esses organismos, os resultados mostram que a taxa de crescimento (o quão rápido a massa é acumulada) e a taxa de desenvolvimento (o quão rápido um indivíduo passa por estágios da sua vida) são consistentemente dissociadas em uma gama de espécies, com o desenvolvimento sendo mais sensível à temperatura do que o crescimento.
“O crescimento e o desenvolvimento aumentam em diferentes taxas de temperaturas quentes. As consequências são que, em temperaturas mais quentes, uma espécie cresce mais rápido, mas amadurece ainda mais rápido, o que resulta em um tamanho menor quando adulto”, explica Hirst. “A dissociação dessas taxas poderia ter consequências importantes para as espécies individuais e os ecossistemas”, acrescentou.
As conclusões da equipe sugerem que as taxas fundamentais para todos os organismos (como a reprodução, mortalidade e alimentação), não podem mudar em sincronia em um mundo em aquecimento.
Isto poderia ter implicações profundas para a compreensão de como os organismos trabalham e impactam cadeias alimentares inteiras e ecossistemas no mundo todo.
Embora os resultados da equipe estejam em desacordo com afirmações anteriores de muitos macroecologistas, os cientistas explicam claramente os tamanhos menores associados com a “regra de temperatura e tamanho”. Eles esperam que o estudo ajude aqueles que estão pesquisando os potenciais impactos das mudanças climáticas sobre o mundo natural.[ScienceDaily]

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Cientistas querem produzir pílulas de proteção solar com base nos corais


Espécie ameaçada de coral Acropora (Foto: Albert Kok/Wikimedia Commons )

Cientistas britânicos acreditam poder reproduzir em laboratório componentes responsáveis pela proteção solar natural dos corais.

Da BBC
Cientistas esperam utilizar o sistema de defesa natural dos corais contra os nocivos raios ultravioleta do Sol (UV) para produzir uma pílula de proteção solar para consumo humano.
Uma equipe da universidade King's College, de Londres, visitou a Grande Barreira de Corais da Austrália para desvendar os processos genéticos e bioquímicos por trás do dom inato destes animais.
Ao estudar algumas amostras da espécie ameaçada de coral Acropora, os cientistas acreditam poder reproduzir em laboratório os principais componentes responsáveis pela proteção solar.
Testes com pele humana devem começar em breve.
Antes de criar uma versão em forma de comprimido, a equipe, liderada pelo professor Paul Long, pretende testar uma loção contendo os mesmos componentes encontrados no coral.
Para fazer isso, os pesquisadores vão copiar o código genético usado pelos corais para criar os componentes e colocá-los, em laboratório, dentro de bactérias que podem se reproduzir rapidamente, a fim de proporcionar uma produção em grande escala.
'Nós não poderíamos e não quereríamos usar o coral em si, já que ele é uma espécie ameaçada', disse Paul Long.
Corais e algas
Segundo o professor, se sabe há algum tempo que os corais e algumas algas podem proteger-se dos raios UV em climas tropicais ao produzir seus próprios filtros solares, mas, até agora, eles não sabiam como isto ocorria.
'O que nós descobrimos é que as algas que existem dentro dos corais produzem um componente que acreditamos ser transportado para o coral, que então o transforma em um protetor solar, tanto para benefício próprio quanto da alga', afirma Long.
'Isto não só os protege dos danos dos raios UV, mas notamos que os peixes que se alimentam do coral também se beneficiam dessa proteção solar, então isto é claramente passado na cadeia alimentar.'
Isto pode ocasionar, em algum momento, que as pessoas possam desenvolver uma proteção solar interior para sua pele e seus olhos ao tomar um comprimido contendo esses componentes.
Loção
Mas, por enquanto, a equipe de Long está concentrando seus esforços em uma loção.
'Assim que nós recriarmos os componentes, poderemos colocá-los em uma loção e testá-la em pedaços de pele descartados depois de cirurgias plásticas', diz Long.
'Nós não saberemos quanta proteção solar (a loção) poderá dar até que estejamos realizando testes', afirma. 'Mas há a necessidade de melhores protetores solares.'
Outro objetivo de longo prazo do estudo, financiado pelo Conselho de Pesquisa em Ciências Biotecnológicas e Biológicas britânico, é observar se os processos também podem ser usados para desenvolver a agricultura sustentável nos países em desenvolvimento.
Os componentes naturais de proteção solar encontrados nos corais podem ser usados para produzir lavouras tolerantes aos raios UV, capazes de suportar a violência do Sol em climas tropicais.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Fotógrafo lança livro com imagens de baleias ao longo de 30 anos

O fotógrafo e pesquisador americano Charles "Flip" Nicklin documentou a vida de baleias em todo o mundo durante 30 anos. Suas principais fotos estão no livro recém-lançado "Among Giants, A Life with Whales" ("Entre gigantes, uma vida com baleias", em português).Nicklin é o principal fotógrafo de baleias da National Geographic e tornou-se especialista em mamíferos marinhos. Durante sua carreira, ele acompanhou mais de 30 espécies de baleias e golfinhos.
As imagens mostram migrações, momentos em que as baleias se alimentam, brincam entre si e com os pesquisadores que o fotógrafo acompanhava.
Em 2001, Flip Nicklin tornou-se um dos fundadores do Whale Trust, fundo que financia pesquisas e programas de educação sobre os cetáceos. Metade do valor do livro "Among Giants", que custa US$ 42 (R$ 68), é destinada à organização.BBC.12.08.11

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Extinção de Mamíferos Aquáticos

Cientistas mapeiam regiões críticas para mamíferos aquáticos

Golfinhos, baleias e outras espécies de mamíferos aquáticos acabam de ganhar um mapa que pode ajudar a preservar este que é um dos grupos mais ameaçados pelas ações do homem.
Pesquisadores dos EUA e do México fizeram um extenso levantamento com os hábitos, dinâmicas e outras informações de 129 espécies de mamíferos aquáticos e selecionaram 20 locais-chave para sua conservação.
Essas regiões foram selecionadas por sua importância para a preservação de espécies que não podem ser encontradas em outros lugares.
A foz do rio Amazonas, no Brasil, habitat de espécies como o boto-cinza, é um deles. "Esses locais podem servir para a adoção de estratégias para a proteção desses animais", diz o trabalho, publicado na revista "PNAS".
Os cientistas identificaram que o risco é mais elevado em áreas de maior latitude. A vulnerabilidade se intensifica nas ilhas Aleutas, um prolongamento da península do Alasca, e na península Kamchatka, na Sibéria.
Essas regiões já tiveram caça intensiva de focas e baleias. Além da pesca, esses animais são extremamente sensíveis às mudanças em seus ambientes.
Vítimas do aquecimento global, da poluição e até de obras de infraestrutura, 24% das espécies consideras na pesquisa estão ameaçadas de extinção.
O exemplo mais recente é o golfinho baiji (Lipotes vexillifer), da China, declarado extinto em 2008. Além de ter partes de seu corpo usadas na medicina chinesa, a construção de uma hidrelétrica acabou com seu habitat.
O óleo de baleia também é usado na medicina chinesa. A carne do animal é considerada uma iguaria em países como o Japão.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Algas invadem praias francesas da Bretanha.


Algas invadem praias francesas da Bretanha

Problema está pior neste ano; seres emitem gases tóxicos e prejudicam o turismo.

Da BBC
Todos os anos, a região francesa da bretanha sofre com o excesso de algas que se formam no mar e acabam nas praias. Mas em 2011 o problema veio com mais força (assista ao vídeo).
Uma primavera quente, acompanhada de muita chuva, fez com que as algas tóxicas se multiplicassem.
O problema vem afetando o turismo, embora o governo diga que está fazendo todo o possível para contorná-lo.
Especialistas dizem que as algas são causadas pela grande quantidade de fazendas animais próximas ao litoral.



terça-feira, 12 de julho de 2011

Desproteger os ambientes e os povos costeiros: mais uma ‘função’ do novo código florestal, artigo de Riguel F. Contente e Diego Martinez

Desproteger os ambientes e os povos costeiros: mais uma ‘função’ do novo código florestal, artigo de Riguel F. Contente e Diego Martinez

[EcoDebate] As modificações propostas pelo projeto de lei nº 1876/99, o substitutivo do Código Florestal (lei nº 4771/65), incontestavelmente são um precedente legal que permitirá o aumento do desmatamento no nosso país.
Tal iniciativa tem motivado o meio científico nacional e parte da mídia a ressaltar os incontáveis benefícios socioambientais obtidos quando se tem as florestas preservadas nos ambientes terrestres.
Contudo, muito pouco tem sido debatido e esclarecido à respeito dos pontos do substitutivo que poderão trazer à legalidade ações e atividades que afetarão adversamente os ecossistemas costeiros do nosso país.

A zona costeira é o espaço de vida de mais da metade da população mundial e esta situação também ocorre no Brasil. Nossa costa abriga grandes metrópoles brasileiras, bem como atividades urbanas e industriais que contrastam com atividades extrativistas (e.g. pesca artesanal) e agriculturais de subsistência, que ainda são intensas, socioeconomicamente relevantes e persistem em diversas localidades. Neste contexto, o espaço costeiro é marcado pelas contradições entre crescimento econômico acelerado, representado por especulação imobiliária, atividades indústrias e portuárias, e as tentativas de uso ordenado e conservação da biodiversidade para se obter sustentabilidade dos bens e serviços ambientais. Inúmeras unidades de conservação e áreas naturais preservadas na costa brasileira são a ‘casa’ de diversas populações tradicionais. O meio de vida de muitas dessas populações depende diretamente dos ambientes costeiros, bem como da qualidade e adequada gestão dos seus recursos ambientais.
Estuários são corpos d’água costeiros em que há a mistura da água doce proveniente de rios com a água do mar. Possuem excepcional biodiversidade e, portanto, grande relevância para sua conservação e gestão. Tais zonas, devido à diversas particularidades hidrológicas e geomorfológicas, retêm uma quantidade muito grande de nutrientes. Isso favorece a existência de biodiversidade e produção biológica elevadas, o que é prontamente comprovado ao se observar a enorme quantidade de animais que lá vivem.
Manguezais são extensas formações vegetais de planícies litorâneas, formadas por um pequeno número de espécies de plantas halófitas, que são extremamente adaptadas à vida em áreas inundadas pela água salgada. Estas plantas, juntamente com o fitoplâncton, são os principais produtores primários dos estuários e, portanto, responsáveis por essa elevada produtividade biológica.

Com segurança, podemos afirmar embasados em consistentes e inúmeros estudos científicos, que os manguezais são um dos ecossistemas costeiros mais importantes dos trópicos, em termos ecológicos e econômicos, uma vez que têm capacidade de fornecer uma diversa gama de serviços e bens ambientais, dentre os quais se destacam: suporte à biodiversidade e preservação de recursos genéticos ao constituir, devido à alta produtividade, locais de alimentação e reprodução a diversas espécies de aves, peixes, moluscos, crustáceos e alguns mamíferos; manutenção de inúmeros estoques de recursos pesqueiros ao prover habitat a diversas espécies nos seus estágios inicias de vida; proteção e estabilização da linha de costa, atenuando efeitos de tempestades e outros processos com potencial de causar bruscas alterações das feições costeiras; manutenção da qualidade de água, através do processamento de matéria orgânica e nutrientes e retenção de particulados; e controle biológico de espécies vetores de doenças, como mosquitos e outros insetos.

Apesar dos conceitos de bens e serviços ambientais terem sido melhor estabelecidos só recentemente, nosso Código Florestal, promulgado há 46 anos atrás, já reconhecia a importância dos sistemas vegetados, estabelecendo Áreas de Proteção Permanentes (APP), e a Resolução CONAMA nº 303/2002, por sua vez, regulamenta algumas definições do Código Florestal e estabelece que são APPs as áreas “em manguezal, em toda a sua extensão”. No entanto, em uma atitude baseada em interesses que sumariamente desconsideraram qualquer base científica, a câmara dos deputados do congresso nacional aprovou, em ampla maioria, a redação final do substitutivo que retira dos manguezais o status de APP. Remover manguezais interfere negativamente em processos ecológicos, atividades pesqueiras comerciais e de subsistência, além de eliminar todos os serviços ambientais acima mencionados.
Para agravar essa situação, o substitutivo aprovado estimulará a redução da mata ciliar (considerada APP) ao permitir sua supressão em rios com menos de 10 metros de largura após os 15 metros do nível regular do rio. O texto anterior permitia a supressão após os 30 metros do nível mais alto do rio, ou seja, é mais coerente em termos ecológicos por considerar as oscilações naturais do rio e por garantir maior cobertura florestal. Como exaustiva e recorrentemente constatado em incontáveis estudos em todo o mundo, o estado precário de matas ciliares é a principal causa de assoreamento e alteração dramática da qualidade das águas dos rios. Os ecossistemas florestais quando íntegros minimizam a movimentação de sedimentos do solo aos cursos d`água. Assim, rios com matas ciliares reduzidas ou inexistentes provêm aos estuários águas excessivamente turvas que transportam elevada quantidade de sedimento. Esse padrão é típico em bacias hidrográficas com intensa atividade agrícola e baixa cobertura florestal. Essas águas, com tal padrão anômalo, podem causar perda da qualidade dos habitats estuarinos e, portanto, perda de suas funções ecológicas. Tal elevado aporte de sedimento pode alterar a produção biológica nos estuários, afetando sua cadeia trófica através: (i) da geração de águas turvas que reduzem a penetração da luz na água, reduzindo ou mesmo inibindo a produção primária das microalgas e das algas que habitam os fundos estuarinos; e (ii) da redução da oferta alimento aos juvenis de peixes e crustáceos e às aves marinhas, por conta do assoreamento ou até mesmo supressão de habitats, como canais rasos de maré, planícies de marés e o leito principal do estuário, que são ecologicamente críticos por abrigarem elevada abundância alimento (i.e. invertebrados que vivem associados ao substrato). Vale destacar que o efeito sinérgico do desmatamento nos inúmeros rios de pequeno porte que existem uma bacia hidrográfica poderá resultar num impacto muito significativo nos estuários que recebem suas águas.
Cabe ressaltar também que a persistência no suprimento de água doce, garantida por matas ciliares íntegras e conservação das nascentes, faz com que o estuário tenha gradiente de salinidade, ou seja, zonas com menor salinidade mais próximas aos rios e zonas com maior salinidade mais próximas do mar. Muitas espécies estuarinas têm preferências claras por cada zona do estuário e a perda de tal persistência no suprimento de água pode ocasionar redução de uma zona e, portanto redução de habitat. Por exemplo, o Robalo-peva (Centropomus parallelus), um peixe estuarino altamente visado pela pesca esportiva e comercial, passa seus estágios iniciais de vida em zonas de baixa salinidade dos estuários. Uma potencial redução no suprimento de água doce aos estuários poderá reduzir a área ‘berçário’ dessa espécie e, consequentemente, reduzir as populações adultas e afetar a produção pesqueira.
Outra problemática do substitutivo aprovado é declarar, expressamente (parágrafo 3º do artigo 4º), que os apicuns não são APP. Apicuns são planícies hipersalinas de transição entre os ecossistemas terrestres e os manguezais; são reconhecidamente vitais para a manutenção dos manguezais, sendo que alguns especialistas já os incluem como parte integrante dos manguezais. Esta falta de proteção explícita abre espaço para a eliminação destes habitats principalmente pela carcinocultura extensiva, que cresce no país (em especial na região nordeste) e que tradicionalmente se instala nessas áreas. Esta atividade não só suprime mangues como também normalmente não adota práticas eficientes de controle da qualidade hídrica, comprometendo a saúde dos manguezais e das águas costeiras adjacentes.
Para não dizer que o substitutivo não cita os manguezais, este ecossistema aparece no artigo 8º, que trata da intervenção e supressão vegetal, consta que nas restingas estabilizadoras de mangues, a supressão “poderá ser autorizada excepcionalmente em locais onde a função ecológica do manguezal esteja comprometida, para execução de obras habitacionais e de urbanização, inseridas em projetos de regularização fundiária de interesse social, em áreas urbanas consolidadas ocupadas por população de baixa renda.” No entanto, os parâmetros para definir um manguezal como ecologicamente comprometido são ainda controversos, senão prematuros. Sabe-se que os manguezais possuem alta capacidade de recuperação. Além disso, o replantio para o restabelecimento do ecossistema tem se mostrado muito eficiente. Alegar “função ecológica comprometida” é um argumento fraco e inconsistente que serve apenas para justificar a supressão de mangues impactados, argumento que alguns de nós já se cansaram de ouvir durante discussões conflituosas de tentativas de zoneamentos e ordenamento do uso do solo. Além disso, é fato que no litoral brasileiro encontramos diversas ocupações irregulares em áreas de manguezal, formando favelas sobre palafitas. Porém, seria mais sensato que essas populações pudessem ser realocadas dos manguezais, que são áreas relativamente inóspitas para a habitação humana, para áreas mais apropriadas. Conclui-se que este ponto do substitutivo não só desconsidera os valores ecológicos dos manguezais, como também os definem como um lugar para abrigar pessoas socialmente desfavorecidas, resultando numa lei quase que preconceituosa.
O aumento da produção agropecuária é um dos principais argumentos utilizados para justificar as modificações do Código. De fato, o relatório da Avaliação Ecossistêmica do Milênio da UNESCO coloca que o aumento na produção de alimentos nas últimas décadas foi essencial para atender à demanda de uma população mundial em crescimento, evitando, em termos globais, um quadro de desnutrição pior do que o que se observa hoje em dia. No entanto, o mesmo relatório expõe os altos custos que os ecossistemas e a sociedade pagaram por adotar o modelo agrobusiness de produção. Estima-se que mais de 60% dos serviços ecossistêmicos no mundo já estejam degradados. Em termos regionais, se observa aumentos do nível de pobreza, indicativo de que esse modelo de agronegócio, ao desconsiderar a integridade funcional dos ecossistemas nos seus processos produtivos, agrava as desigualdades sociais. Isso ocorre porque as populações mais pobres são as mais dependentes dos serviços ambientais e, logo, as mais despreparadas a lidarem com a perda desses serviços.
Na zona costeira brasileira, um grande número de pessoas dependem diretamente da pesca e atividades extrativistas. O pescador artesanal, o catador de caranguejo, o pequeno maricultor são pessoas com baixa renda e baixa escolaridade, cujo sustento é diretamente condicionado à conservação dos estuários, manguezais, apicuns. Essas pessoas também sofrem as consequencias da exclusão social e possuem reduzidíssimo poder de influência sobre as políticas do governo. Ao permitir que esses ambientes sejam degradados, o novo código florestal poderá prejudicá-los ou mesmo impossibilitá-los de exercerem seus ofícios e assim amplificará as assimetrias de poder e de desigualdades na dimensão social através da degradação na dimensão ambiental.
Continuamos avançando na identificação e descrição dos processos ecológicos estruturadores dos ecossistemas estuarinos, de suas conexões com ambientes adjacentes e de sua importância econômica à sociedade, através da valoração dos seus serviços ambientais. Esses avanços no conhecimento só vêm reafirmando a importância destes ambientes a sociedade. Entretanto, a grande maioria dos nossos legisladores não está alinhada a essa visão, fato comprovado pela aprovação do substitutivo por ampla maioria. O substitutivo desconsiderou o conhecimento científico, bem como o contexto social, ao carregar o potencial de agravar as persistentes injustiças sociais na nossa zona costeira. Sua aprovação no congresso foi uma clara demonstração à sociedade brasileira de imposição de um processo de tomada de decisão completamente retrógrado e inaceitável para os dias atuais.
A possibilidade de reduzir a integridade ecológica dos estuários via supressão de manguezais e redução das matas ciliares por meios legais é uma atitude que não está alinhada às políticas ambientais estabelecidas pelo governo, como a Política Nacional do Meio Ambiente, e que, acima de tudo, fere a constituição federal, porque não zela pelo nosso patrimônio natural e porque uma parcela grande dos brasileiros habitantes da zona costeira não terão um “meio (em que vivem) ecologicamente equilibrado,(…) essencial à sadia qualidade de vida” como preconiza o artigo 225 da CF.

Diego Martinez, biólogo, mestrando, trabalha com populações tradicionais no sistema estuarino de Cananéia-Iguape
Riguel F. Contente, Biólogo, doutorando em Oceanografia Biológica, Laboratório de Ecologia Reprodutiva – LABER, Instituto Oceanográfico, USP

EcoDebate, 12/07/2011
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