A vida no mar enfrentará pressões crescentes para se adaptar ou terá que mudar para escapar da extinção
A vida no mar, especialmente no Oceano Índico, Pacífico Ocidental e Oriental e os oceanos do subártico, enfrentará pressões crescentes para se adaptar ou terá que mudar para escapar da extinção, de acordo com o estudo “The Pace of Shifting Climate in Marine and Terrestrial Ecosystems”, realizado por uma equipe de pesquisadores australianos.
"Nossa pesquisa mostra que as espécies que não podem se adaptar às águas cada vez mais quentes terão de nadar para mais longe e mais rápido para encontrar um novo lar", disse o Professor John Pandolfi, membro da equipe do ARC, Centro de Excelência para Estudos dos Recifes de Coral, na Austrália.
Utilizando dados de 50 anos de mudanças das temperaturas globais, desde 1960, os cientistas analisaram as mudanças climáticas e os padrões sazonais em terra e nos oceanos, para entender como isso afetaria a vida em ambos ambientes no próximo século.
"Examinamos a velocidade da mudança climática (as mudanças geográficas das faixas de temperatura ao longo do tempo) e as mudanças sazonais nas temperaturas, tanto para terra como para o mar. Encontramos que ambas as medidas foram maiores para o oceano do que em terra, em determinadas latitudes, apesar do fato de que os oceanos tendem a aquecer mais lentamente do que o ar sobre a terra", disse ele.
A equipe afirma que a descoberta tem sérias implicações para os hotspots da biodiversidade marinha, como o famoso Triângulo de Coral e recifes que florescem em mares equatoriais, e para a vida nos mares polares, que sofrerão com uma pressão crescente de outras espécies que irão se deslocar para lá.
"Ao contrário dos animais que vivem na terra, que podem apenas subir uma montanha para encontrar um lugar mais frio de viver, uma criatura do mar talvez tenha que migrar várias centenas de quilômetros para encontrar um novo lar, onde a temperatura da água, as condições sazonais e o fornecimento de alimentos sejam adequados”, disse Pandolfi.
Sob o aquecimento global atual, animais terrestres e plantas estão migrando a uma taxa de cerca de seis quilômetros por década. Mas as criaturas do mar terão que mover várias vezes mais rápido para se manter em contato com a temperatura da água e as condições que melhor lhes convêm.
Fonte: Exame/Abril - 21.11.11
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