domingo, 29 de dezembro de 2013

Importante para deter enchentes, manguezal é ecossistema ameaçado

      Importante para deter enchentes, manguezal é ecossistema ameaçado
Desde os anos 80, cerca de 35% dos manguezais foram destruídos em todo o mundo. A importância desse ecossistema para a proteção costeira nem sempre é conhecida. Uma floresta que se ergue do mar. Nas costas tropicais, árvores singulares formam um cinturão verde entre o mar e a terra. Os mangues precisam de águas mornas e uma mistura de água salgada e doce para sobreviver. Numerosas espécies de aves vivem entre seus ramos e raízes aéreas. Na água, peixes nadam entre suas raízes e caranguejos reviram o fundo lamacento.
Desde os anos 80, entretanto, os valiosos manguezais diminuíram em 35% em todo o mundo. Há várias razões para isso, explica Ulrich Saint-Paul, do Centro Leibniz de Ecologia Tropical Marinha, da Universidade de Bremen. Muitas vezes, eles são removidos para a construção de portos, aeroportos ou residências. “Mas estas áreas também são cada vez mais usadas ​para abrigar culturas de caranguejos e camarões, destinadas ao mercado internacional.”
Para que o exterior receba camarões a preços baratos, os países que abrigam manguezais pagam um preço alto. Com o fim dessa vegetação, eles perdem um recurso importante, comenta Saint-Paul. “Os mangues não são só importantes zonas de reprodução de peixes, mas servem à proteção costeira. São barreiras naturais contra tempestades e, no quadro climático global, têm uma função importante, pois retêm dióxido de carbono.”
A construção de barragens ou o desvio de rios também ameaçam os manguezais, lembra o especialista em política de desenvolvimento René Capote, que examinou manguezais em sua terra natal, Cuba, para seu trabalho de doutorado pela Universidade de Bonn.
Segundo ele, os manguezais garantem uma água mais limpa na zona costeira, através da filtragem de sedimentos. “Isso também é importante para a preservação dos recifes de coral e para termos praias limpas e, portanto, para o turismo”, lembra Capote.
Barreira natural contra tempestades – Em eventos climáticos extremos, os manguezais atuam de várias maneiras como um cinturão de proteção. “Esse ecossistema pode absorver uma grande quantidade de água, fazendo com que a inundação de áreas povoadas após fortes chuvas seja reduzida”, diz o especialista cubano. Além disso, eles também formam uma barreira natural contra ventos e ondas. “Suas raízes aéreas e galhos seguram a inundação”, diz Femke Tonneijck, da organização ambientalista Wetlands International, que luta pela preservação das vegetações de mangue.
Além disso, esse ecossistema pode fornecer lenha e alimentos às populações costeiras, na época posterior a uma catástrofe natural. “No entanto, é necessário um cinturão de manguezais muito largo para atenuar uma grande enchente”, sublinha Tonneijck. Por isso, ela luta por uma revitalização das costas por meio de ações complementares, como a construção de diques, em regiões onde os manguezais já desapareceram. Muitas vezes, nessas áreas não há espaço suficiente para muitos quilômetros de cinturão verde.
O replantio também ajuda a combater a erosão costeira. “Trabalhamos numa região de Java onde os mangues foram substituídos por viveiros de peixes e camarões. Para a recuperação, você também precisa de sedimentos, onde os mangues crescem. Em vez de construir estruturas duras, como diques, para proteger a costa de uma erosão adicional, utilizamos estruturas de madeira, similares a cercas, que permitem a passagem de sedimentos. Este método tem sido usado há séculos na Holanda e no norte da Alemanha”, diz Tonneijck.
“Existem hoje técnicas muito bem sucedidas, e o Banco Mundial financia tais projetos com muito dinheiro”, diz Saint-Paul. “Mas, nesses casos, sempre se comete um erro: os manguezais são replantados como monoculturas. A biodiversidade natural, que proporciona a uma floresta uma estabilidade ecológica muito maior, não é considerada.”
Capote enfatiza ser necessário um planejamento de longo prazo e um monitoramento constante das condições de crescimento em projetos de revitalização de manguezais. Muitos projetos têm, segundo ele, fracassado ao fim de poucos anos devido a negligências nos trabalhos de preparo e manutenção de longo prazo.
Cultivo sustentável de camarão – Capote defende ainda a gestão sustentável dos manguezais existentes, incluindo medidas para uma criação sustentável de peixes e camarão. “Deveria ser introduzido um sistema de rotatividade que protegesse certas áreas e que desse a zonas de mangue já exploradas a oportunidade de se recuperarem. Além disso, deve ser evitada uma poluição duradoura através de rações com aditivos químicos. Uma área só consegue alimentar um certo número de camarões. É preciso escolher entre ganhos de curto prazo, que levam à destruição de manguezais, e um lucro menor, que colabora na conservação dessas áreas a longo prazo.”
A consciência da importância dos manguezais aumenta após cada catástrofe provocada por tempestades tropicais, mas ela dura pouco, critica Saint-Paul. “Precisamos de um programa educativo de longo prazo, tanto nas escolas como na educação de adultos, para fazer com que as pessoas que moram perto dos manguezais percebam a importância dessa vegetação e saibam as razões pelas quais ela deve ser protegida.”

sábado, 28 de dezembro de 2013

Enorme mancha avermelhada surge na orla de Copacabana

                      O fenômeno pode estar relacionado à presença de algas RIO - 28/12/13
O surgimento de uma enorme mancha de coloração avermelhada na orla de Copacabana, na tarde desta sexta-feira, pode estar relacionado à presença do mesmo tipo alga que desde o início do mês vem chamando a atenção de banhistas nas praias da Reserva, na Zona Oeste do Rio, e na cidade de Angra dos Reis. De acordo com o biólogo Mário Moscatelli, que analisou a imagem, o fenômeno deve ter relação com o forte calor e com a disponibilidade de nutrientes na costa do estado. Na manhã deste sábado, técnicos do Instituto estadual do Ambiente (Inea) recolheram amostras para análise. O resultado deve sair no final do dia.
— Claro que é necessária uma coleta de material e análise para comprovar se de fato é o mesmo tipo de alga encontrada recentemente nas praias da Reserva e de Angra dos Reis. Contudo, as condições precárias de saneamento no estado, somada a fatores como calor, pode estar por trás do fenômeno — acredita o biólogo.
Manchas em Angra
No último dia 18.12.13, o Inea divulgou as conclusões dos exames da espuma que surgiu nas praias de Angra dos Reis, na Região Sul Fluminense. De acordo com nota técnica, a espuma não traz risco para a vida marinha ou para os seres humanos.
Técnicos da Gerência de Qualidade da Água do Inea coletaram amostras nas praias Brava e no Saco de Piraquara, nos dias 31 de outubro, 2 e 4 deste mês. Em conjunto com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), foi feita outra coleta no último dia 9. O trabalho teve acompanhamento de técnicos do Ibama, órgão responsável pelo licenciamento ambiental da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA).
De acordo com os laudos técnicos produzidos a partir desta coleta de material, o surgimento de espuma no mar deve ter ocorrido a partir da decomposição de algas, o que provocou o aumento de matéria orgânica na água do mar. O processo, associado a fenômenos oceanográficos, tais como ventos, ondas e ressacas, favorece o aparecimento de espuma. Não houve registro de mortandade de peixes ou redução da quantidade de pescado na região.
Como houve uma concentração de espuma nas proximidades da saída do sistema de resfriamento da Central Nuclear de Angra dos Reis, no Saco de Piraquara, pescadores e moradores levantaram a suspeita de que o problema tivesse relação com as operações das usinas atômicas, o que foi descartado.
A conclusão dos técnicos é que o processo de resfriamento das usinas provoca turbilhonamento e aumento da temperatura da água. Com o incremento de matéria orgânica na captação, isso potencializou a formação de espuma. O sistema, no entanto, não tem qualquer contato com materiais radioativos, motivo pelo qual não há riscos de contaminação.
Fonte: O Globo



quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Greenpeace alerta para prática de pesca mais escandalosa do planeta


Visando suprir a crescente demanda por sushi e peixe enlatado, a pesca de atum com espinhel não apenas está colocando esta espécie à beira da extinção, como também outros animais marinhos

 Com o consumo de pescados aumentando exponencialmente ao redor do mundo, a questão da saúde dos oceanos está cada vez mais em evidência.
Já está claro que, para que os ecossistemas marinhos resistam às consequências do aquecimento global, eles precisam ter a sua estrutura trófica preservada, e assim, é urgente que medidas sejam tomadas para barrar os imensos impactos da sobrepesca.
Com isso em mente, o Greenpeace lançou um relatório em que explica o que classifica como a prática de pesca mais escandalosa do planeta, o uso de espinhel. O método é aplicado para a captura dos valiosos atuns, que alimentam a crescente demanda por sushi e peixe enlatado (atum-branco).
Ninguém sabe os números exatos de quantas embarcações pescam com espinhel, mas estimativas alcançam mais de cinco mil. Cada uma delas pode armar uma linha com até 170 km de comprimento contendo três mil anzóis que capturam atuns, mas também tubarões, tartarugas, aves e muitos outros animais.
No caso dos tubarões, muitas embarcações se aproveitam do bycatch (‘pesca acidental’) para explorar o comércio de barbatanas, extremamente lucrativo e cruel, além de ser a causa de uma queda catastrófica no numero desses animais, essenciais para a saúde dos oceanos.
Essas embarcações, e principalmente aquelas que navegam em alto mar, operam sem regulamentação alguma e infringem as cotas impostas por leis internacionais, resultando em altos índices de pesca ilegal e não reportada. Trabalhadores em condições análogas à escravidão também são comumente encontrados, reporta o Greenpeace.
Tudo isso levou a uma massiva sobrepesca de várias espécies de atum (de olho grande, amarelo, branco e azul).
No caso da costa brasileira, as espécies de atum que podem ser encontradas são o Thunnus albacares (chamado de albacora ou amarelo), com uma população remanescente estimada em 30%, segundo o Greenpeace, e o Thunnus atlanticus.
Em setembro, o jornal Carta Capital denunciou que três embarcações estrangeiras podem ter sido responsáveis, em pouco mais de três meses, pela morte de ao menos 30 mil aves marinhas, entre albatrozes, petréis e gaivotas, por não obedecerem a normas básicas para a pescaria ditadas pela legislação brasileira. 
Cerca de 90% do atum pescado no Brasil embarca em cargueiros japoneses.
Segundo a oceanógrafa Sylvia Earle, da National Geographic Society, maior referência mundial em oceanografia, 95% da população global de atum-azul (Thunnus thynnus) já virou sushi.
O Greenpeace pede por uma revolução nessa indústria para melhorar o manejo e o controle, reduzindo o poder de países como Taiwan, Coreia do Sul, China e Japão e estabelecendo cotas de pesca.
Batalha política

Na semana passada, delegados de 25 países encarregados de gerenciar o maior setor pesqueiro do mundo se encontrou na Austrália na reunião da Comissão de Pesca do Pacífico Central e Ocidental e nenhuma restrição significativa na captura do atum foi acordada.
Apesar dos apelos de países insulares para banir a pesca do atum no leste do Pacífico, um forte lobby de países como Estados Unidos, China e Coreia do Sul impediu a aprovação de medidas fortes para conter o declínio marcado nas populações do peixe.
Na semana anterior, a Comissão Internacional para a Conservação do Atum do Atlântico se reuniu e, segundo Elizabeth Wilson, que preside da unidade de políticas oceânicas do Pew Charitable Trusts, os delegados de 55 países agiram positivamente para recuperar as populações de atum azul do Atlântico ao concordar em manter a cota atual de pesca, o que seria recomendado por cientistas.
Porém, ela lamenta que não houve avanços nas medidas para acabar com o declínio de espécies vulneráveis de tubarões e para a implantação de um sistema eletrônico visando ao rastreamento das capturas e comércio do atum azul.
"Infelizmente, os governos não conseguiram limitar a captura dos tubarões mako e porbeagle no Oceano Atlântico, apesar dos conselhos científicos claros de que a sobrepesca está acabando com as suas populações”, disse Wilson.
Fonte: Instituto CarbonoBrasil

 

 

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Feliz Natal e Ano Novo 2014!

Eu estou pensando em você hoje porque é Natal, e eu lhe desejo felicidade.
E amanhã, porque será o dia seguinte ao Natal,
Eu ainda lhe desejarei felicidade.
Eu posso não ser capaz de lhe falar sobre isto diariamente,
Porque eu posso estar ausente, ou nós podemos estar muito ocupados.
Mas isso não faz diferença
- Meus pensamentos e meus desejos estarão com você da mesma forma.
Qualquer alegria ou sucesso que você tenha, me fará feliz. Me iluminará por todo ano.
Eu desejo à você o Espírito do Natal.
Van Dike
O Projeto Biomar deseja a todos os amigos um Feliz Natal e um Ano Novo cheio de esperanças renovadas, vitalidade e realizações. Que os homens entendam que fazem parte da teia da Vida!
Nilo Serpa e Equipe


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Projeto avalia impactos de coral bio-invasor no Litoral catarinense


Espécie nativa Astrangia rathbuni encontrada na Ilha Deserta, no Litoral Norte de SC (Foto: Bruna Gregoletto/Divulgação)
Coral-sol é espécie natural dos Oceanos Índico e Pacífico.
Primeira aparição no Brasil foi entre as décadas de 1980 e 1990.

Um projeto desenvolvido no Litoral de Santa Catarina está estudando o impacto do coral-sol, natural dos Oceanos Índico e Pacífico, que está se alastrando no Litoral de Santa Catarina.
Encontrado pela primeira vez nas décadas de 1980 e 1990, no Litoral do Rio de Janeiro, a espécie está causando prejuízo ecológico em Santa Catarina, desalojando exemplares nativos. A partir de 2008, vários focos de coral-sol foram descobertos também nos estados da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, indicando uma rápida expansão desta na costa brasileira.
Em Santa Catarina, o projeto desenvolve atividades de pesquisa, manejo e educação com o objetivo de identificar e monitorar a espécie. Isso é feito por meio de ações como monitoramento de costões rochosos através de mergulho e também das regiões portuárias de Imbituba, Itajaí e São Francisco do Sul, bem como avalia a abundância de corais nativos. O objetivo é subsidiar análises futuras de impactos potenciais sobre essas populações. As colônias desta espécie de coral, quando encontradas, são removidas.
Em 2012, mais de 300 colônias de coral-sol da espécie Tubastraea coccinea foram descobertas na Ilha do Arvoredo, dentro da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, e removidas por uma equipe da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Projeto Coral-Sol, do Rio de Janeiro.
Os estudos são realizados e desenvolvidos em parceria com a UFSC, o ICMBio e o Instituto Ekko Brasil. O projeto conta com o apoio do Fundo Costa Atlântica da Fundação SOS Mata Atlântica.
Fonte: G1 SC

 

 


Estudo australiano destaca importantes reservas de água doce submarinas.

As reservas hídricas que existem sob o fundo do mar representam cinco vezes o volume dos lagos de água doce do planeta, um maná potencial e vital para as gerações futuras, anunciaram cientistas australianos.
As reservas de água submarinas com baixa salinidade nas plataformas continentais da Austrália, China, América do Norte e África do Sul chegam a 500.000 quilômetros cúbicos, segundo Vincent Post, coordenador do estudo e professor da universidade australiana Flinders.
É 100 vezes o volume extraído das reservas subterrâneas ao longo do século passado”, destacou.
Os resultados, publicados na revista Nature, foram obtidos com a compilação dos dados hídricos recolhidos com atividades de exploração de petróleo.
Uma pessoa em cada três vive em um país com problemas de água moderados ou graves.
Quase metade da população do planeta pode sofrer com escassez de água até 2030, segundo a ONU, que considera que a demanda será 40% superior à oferta.

 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Nível dos mares e oceanos nunca subiu tão rápido como neste ano de 2013


Desde março, águas estão subindo numa média de 3,2 milímetros por ano, o dobro da média registrada no século 20.
Relatório preliminar divulgado pela Organização Meteorológica Mundial aponta que o nível dos mares e oceanos alcançou um novo recorde neste ano. Segundo o documento, o recorde foi alcançado em março. Desde então, os mares estão subindo numa média de 3,2 milímetros por ano, o dobro da média registrada no século 20.
Essa alteração atinge diretamente os moradores de regiões costeiras, que ficam mais vulneráveis a fenômenos meteorológicos como o tufão Haiyan, que causou milhares de mortes nas Filipinas. O Brasil também está sofrendo com as mudanças climáticas. O relatório indica que, em 2013, as precipitações no Nordeste ficaram abaixo da média. "A seca deste ano é a pior dos últimos 50 anos", pontua o documento.
As temperaturas também estão mais altas de 2013. Considerando os primeiros noves meses, este é um dos anos mais quentes já registrados, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial. O relatório preliminar dos primeiros nove meses indica que 2013 está em sétimo lugar, ao lado de 2003, entre os anos mais quentes já registrados desde o início da medição, em 1850. Temperaturas recordes foram medidas na Austrália, Japão, China e Coreia do Sul. "A temperatura da superfície é apenas uma parte de um quadro mais amplo das mudanças climáticas. O impacto no ciclo da água já está se tornando aparente, manifestando-se através de secas, enchentes e precipitações extremas", afirmou o secretário-geral da organização, Michel Jarraud.


A vida marinha está ameaçada pela elevação de acidez produzida pelo aumento de CO2 nos oceanos.

Há polêmicas recentes em torno do fato de, nos últimos dez anos, a Terra não ter registrado um aquecimento tão expressivo quanto o previsto por especialistas. Uma tese diz que o excesso de calor estaria sendo armazenado no fundo dos oceanos. Na última conferência do clima em Varsóvia, na Polônia, cientistas apresentaram um estudo que sustenta essa teoria.
O Programa Internacional para o Estado dos Oceanos (Ipso, na sigla em inglês) publicou um relatório em que demonstra não apenas o aquecimento dos oceanos, mas também uma mudança no pH (potencial hidrogeniônico – o índice que indica acidez de um composto) das águas.
“O aumento de temperatura chega até 1,3ºC, como no caso do Mar Báltico. Esse aquecimento ocorre em águas profundas – a mais de 700 metros de profundidade”, esclarece o professor de biologia e zoologia da Universidade de Oxford, Alex Rogers. Em entrevista à DW, o diretor científico do Ipso explica que quase um terço do dióxido de carbono emitido no planeta atualmente é absorvido pelos oceanos.
Apesar de diminuir o aquecimento global, esse fenômeno altera a química da água marinha. O CO2 reage na água e forma ácido carbônico, resultando numa acidificação gradual dos oceanos.
Ameaças à vida marinha – Estudos recentes sugerem que a água do mar já estaria 26% mais ácida do que antes do início da industrialização. Até 2100, os oceanos já poderiam estar 170% mais ácidos. Nos últimos vinte anos, diversos experimentos foram realizados em laboratórios ao redor do mundo para tentar descobrir exatamente quais seriam as consequências da mudança de pH para a vida marinha.
Ulf Riebesell, do Centro Helmholtz de Pesquisa Oceânica da Universidade de Kiel (norte da Alemanha) iniciou em 2010 os primeiros estudos no mar sobre o fenômeno, na ilha de Spitzbergen, no Ártico.
Enormes cápsulas colocadas na água do mar simulam as condições que provavelmente deverão predominar nos oceanos durante os próximos vinte anos, dependendo do nível das emissões de CO2. Esse e outros experimentos indicam que a crescente acidificação dificulta a vida dos organismos produtores de cálcio – como os que formam os recifes de coral.
“A acidificação põe em risco corais, conchas, caracóis, ouriços e estrelas-do-mar, além de peixes e outros organismos. Algumas das espécies produtoras de cálcio não poderão mais concorrer para sobreviver nos oceanos do futuro. A composição das espécies irá mudar radicalmente”, alerta.
Problemas para as comunidades costeiras – Os cientistas alertam também para graves consequências econômicas e sociais. As mudanças do clima também deverão ter impacto na cadeia alimentar dos oceanos. Algumas regiões poderão ser afetadas com mais intensidade pela acidificação dos oceanos, como as tropicais e subtropicais, que têm corais de mares de água quente, afirma Riebesell.
Os recifes de corais, de grande valor econômico e ecológico, são particularmente vulneráveis. Elas são importantes não apenas pela diversidade de espécies – e, em muitos países, pelo turismo – mas também porque servem como barreiras que protegem os litorais de ondas e tempestades.
As regiões polares também deverão ser afetadas, uma vez que a água gelada absorve ainda mais CO2. Experimentos no Ártico indicam que a água do mar nessas regiões pode se tornar corrosiva já nas próximas décadas. “Isso significa que a água pode se tornar tão ácida a ponto de simplesmente dissolver conchas e esqueletos dos organismos produtores de cálcio”, alerta Riebesell.
Também na Antártida já é possível perceber a acidificação, segundo Alex Rogers, diretor do Ipso. “Encontramos minúsculos caracóis marinhos cujas conchas de cálcio já estavam corroídas”, afirmou. Estes são seres de grande importância para a cadeia alimentar marinha, nutrindo de pequenos animais a baleias.
“Uma das principais fontes de proteína no mar está se esgotando rapidamente” alertou Monty Halls, presidente da organização ambiental Shark and Coral Conservation Trust (Fundo para a Conservação de Tubarões e Corais), em entrevista à DW. Ele acredita que a acidificação dos oceanos é a “maior ameaça às futuras gerações”.
Problemas de longo prazo para o clima – Além dos problemas para os ecossistemas e para a cadeia alimentar, os cientistas alertam sobre um efeito retroativo que deverá provocar um novo reforço das mudanças climáticas. Apesar das águas marinhas contribuírem para a diminuição do CO2 produzido pelo ser humano no longo prazo, a absorção do dióxido de carbono pelo mar tende a desacelerar nas águas marinhas. Segundo o estudioso Riebesell, quanto mais ácidos os oceanos se tornam, menor a sua capacidade de serem estabilizadores do pH.
Alex Rogers chama atenção para um outro problema: pequenas algas com estruturas compostas de carbonato de cálcio absorvem e depois carregam consigo partículas de carbono quando afundam no oceano. Se a quantidade dessas algas diminui, aumenta o nível de CO2 na atmosfera.
Rogers ainda esclarece que as emissões de CO2 aumentaram com maior velocidade do que nos últimos 300 milhões de anos:. “O ecossistema global passou por alguns eventos dramáticos de mudanças climáticas que resultaram na extinção maciça de diversas espécies. Nosso estudo enfatiza que, durante esses períodos de alteração profunda, altas temperaturas estiveram associadas à acidificação dos oceanos – como nos dias de hoje.”
Porém, ainda há tempo para contra-atacar esse fenômeno. A medida mais importante, na opinião dos cientistas, seria a redução das emissões de CO2. Sem isso, “todo o resto é inútil”, constata Riebesell, que também defende medidas complementares para reduzir a fragilidade dos ecossistemas. Por exemplo, a poluição de resíduos agrícolas e de plástico deve ser reduzida. Áreas marítimas protegidas poderiam ajudar a reduzir a pressão sobre os ecossistemas.
Apesar da gravidade da situação, Alex Rogers afirma que “todos podem fazer algo pra reduzir sua própria emissão de CO2 e produzir menos lixo: andar de bicicleta, não utilizar sacolas plásticas e usar menos produtos químicos”.
Fonte: Terra


 

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Cientistas identificam 'arma secreta' de ataque dos cavalos marinhos

   Pesquisa aponta que cavalos marinhos são engenhosos e cruéis predadores

Cavalos marinhos não são tão lentos e estranhos como imaginávamos. Segundo uma pesquisa feita por cientistas americanos, esses animais são na verdade engenhosos e cruéis predadores.
Essas belas criaturas são famosas por serem péssimas nadadoras, mas elas escondem uma arma secreta que as permite se aproximar bem devagar de suas presas, sem despertar atenção. Seu focinho peculiar é moldado para criar poucas ondulações na água, disfarçando sua aproximação a pequenos crustáceos.
Para suas vítimas, os cavalos marinhos são como monstros do mar, dizem os cientistas da Universidade do Texas, em Austin, responsáveis pela pesquisa.
"O cavalo marinho é um dos peixes mais lentos que conhecemos, mas é capaz de capturar uma presa que nada a uma velocidade incrível", disse Brad Gemmell, autor do estudo divulgado na publicação científica Nature Communications.
As presas, nesse caso, são copépodes, crustáceos muito pequenos que são a comida favorita dos Syngnathidae, a família de peixes que incluí os cavalos marinhos e os peixes-agulha.
Quando os copépodes detectam ondas formadas por seus predadores, eles fogem a velocidade de mais de 500 comprimentos corporais por segundo - o equivalente a um humano de 1,80m nadando a 3.200 km/h.
Ataque mortal
"Os cavalos-marinhos conseguem surpreender o fujão mais talentoso do mundo aquático", diz Gemmell.
"Em condições calmas, eles capturam presas em 90% das tentativas. É uma taxa muito elevada, e queríamos saber o porquê."
Cavalos marinhos usam um método conhecido como alimentação pivô: seus longos pescoços agem como uma mola, que lhes permite girar rapidamente a cabeça e aspirar sua presa.
Mas essa aspiração só é eficaz em distâncias curtas, de cerca de um milímetro. E o ataque ocorre em menos de um milissegundo.
Até agora era um mistério como essas criaturas de olhar manso conseguem se aproximar de suas presas sem serem detectadas.
Para resolver esse dilema, Gemmell e seus colegas estudaram o cavalo-marinho anão (Hippocampus zosterae), das Bahamas e dos Estados Unidos.
Eles filmaram em 3D o movimento da água em torno deles, usando a técnica de holografia, com um microscópio equipado com uma câmera digital a laser e de alta velocidade.
Eles descobriram que o formato do focinho dos cavalos-marinhos minimiza o movimento da água na frente de sua boca antes do ataque.
Outros peixes pequenos com cabeças mais arredondadas, como peixes esgana-gata (Gasterosteus aculeatus), não têm essa vantagem, dizem os pesquisadores.
"É como uma corrida armamentista entre presa e predador, e o cavalo marinho desenvolveu uma boa maneira de chegar perto o suficiente e tornar a distância para o ataque bastante curta", diz Gemmell. "Em geral as pessoas não pensam em cavalos marinhos como predadores incríveis, mas eles realmente são."
 
 
 
 


 

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Norte-americano pesca arraia “pré-histórica” de 350 quilos

Mark Quartiano, pescador norte-americano conhecido como Mark the Shark, ficou um tanto confuso por causa do peixe capturado por ele na semana passada, no litoral de Miami. Quartiano pescou uma arraia "pré-histórica" de 360 quilos, informa o site de notícias norte-americano Huffington Post.
Peguei um peixe parecido com esse, mas em peso e tamanho muito menores. “Nunca pesquei um peixe de 360 quilos, em 30 anos capturando animais no oceano", contou Quartiano à rede de televisão ABC após chegar ao píer. Ele soltou o animal no mar, não sem antes postar uma foto em sua conta oficial no Instagram.
Conhecido pelo nome científico de Dactylobatus clarkii, é uma arraia de mar aberto, cujo habitat está a 350 metros de profundidade. O peixe é muito velho e estava com diversos crustáceos grudados em sua pele. Uma bela fisgada - e não era história de pescador!
Fonte: Vi na internet - Charles Nisz/Yahoo

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Concurso Cultural “O Brasil na Antártica”,

A Marinha do Brasil abriu inscrições para o concurso de vídeos “O Brasil na Antártica”, voltado a estudantes do ensino médio e que tem como prêmio uma viagem à Antártica. As inscrições estão abertas até o dia 10 de janeiro de 2014 para todos os estudantes de 15 a 19 anos que cursem o ensino médio em uma escola pública ou particular no país.
De acordo com o regulamento, divulgado na semana passada, os estudantes interessados em participar deverão produzir um vídeo com no mínimo um e no máximo três minutos que aborde o trabalho feito pelo Brasil no continente da Antártica. Cada aluno deve fazer o seu próprio vídeo.
Quatro vídeos receberão o prêmio principal: dois de alunos de escolas públicas e dois de estudantes matriculados na rede privada. Os vencedores poderão escolher um de seus professores para acompanhá-los na viagem.
A comissão julgadora levará em consideração quatro critérios: criatividade do autor, expressividade dos participantes, a resolução do vídeo, com boa qualidade de som e imagem, e “o conteúdo e a adequação à finalidade do concurso, com a abordagem de temas relacionados à participação do Brasil na Antártica, de forma elucidativa e relevante”.
Serão considerados os vídeos postados até o dia 10 de janeiro, e recebidos até o dia 17. O resultado será divulgado no dia 24 de janeiro, e uma cerimônia de premiação está prevista para o dia 31 do mesmo mês.
Como participar – Os vídeos deverão ser enviados pelos Correios à organização do concurso. Os pacotes deverão ser endereçados à Organização do Concurso Cultural “O Brasil na Antártica”, localizada na Esplanada dos Ministérios, Bloco N, Anexo B, 3º Andar, Brasília/DF, CEP 70055-900.
Segundo as regras do concurso, os vídeos devem ser exibidos em um dos seguintes formatos: MPEG, MP4, AVI, WMV. Não há restrição quanto à ferramenta usada para gravar as imagens - elas poderão ser feitas inclusive com telefones celulares.
Mas, de acordo com a Marinha, “somente poderão participar alunos que não possuam patologias que possam ser agravadas pela exposição à ambientes inóspitos e adversos, devendo apresentar condição de saúde compatível com a viagem a ser concedida como prêmio”. Por isso, os concorrentes deverão enviar um atestado médico comprovando que podem realizar a viagem.
Para fazer a inscrição, é preciso entrar no site oficial do concurso para preencher uma ficha de inscrição, um termo de cessão dos direitos autorais do vídeo, a declaração de matrícula e comprovação de frequência escolar e as autorizações de uso de imagem, som e voz de todas as pessoas que participem do vídeo. Para tirar dúvidas, basta enviar um e-mail para concursoeacf@secirm.mar.mil.br

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Cientistas criam primeiro mapa digital da Grande Barreira de Corais

 
 
Acanthaster planci
Um grupo de cientistas desenvolveu pela primeira vez um mapa digital de toda a área que cobre a Grande Barreira de Corais, localizada no nordeste da Austrália, Patrimônio da Humanidade desde 1981. Os cientistas australianos e alemães criaram um mapa em 3D que inclui dados sobre a profundidade da área de mais de 350 mil km², onde até agora quase a metade das águas superficiais não tinham sido capturadas em documentos digitais.
O especialista da Universidade James Cook, Robin Beaman, disse à emissora ABC que o mapa permite ver a forma de cada recife, a localização de cada lagoa e cada detalhe do ecossistema, o que contribuirá para entender as ameaças e saber como protegê-lo.
No caso da estrela do mar Acanthaster planci, conhecida como coroa de espinhos e voraz depredadora de corais, o mapa ajudará a entender “como as larvas atuam e como se movimentam dentro e ao redor dos corais, o que pode ajudar a prever para onde viajam e o próximo foco”, explicou.
O Instituto Australiano de Ciências Marinhas alertou no ano passado que a Grande Barreira de Corais perdeu mais da metade de seu corais nos últimos 27 anos, principalmente pelas tempestades e ação do homem.
A Grande Barreira, que abriga 400 tipos de corais, 1,5 mil espécies de peixes e 4 mil variedades de moluscos, começou a se deteriorar na década de 1990 pelo duplo impacto do aquecimento da água do mar e o aumento da sua acidez devido à maior presença de dióxido de carbono na atmosfera.

 

Peixe narigudo extremamente raro e esqusito é identificado no Canadá

O peixe foi capturado por um barco de pesca Nunavut, em algum lugar no Estreito de Davis. Uma foto da criatura se tornou viral, depois de ter sido postada online - Foto: CBC News / Reprodução

O peixe extremamente raro – e esquisito – encontrado nas águas gélidas do Ártico, no norte do Canadá, foi identificado por pesquisadores da Universidade de Windsor como um quimera de nariz comprido, segundo informa o site da CBC. Com sua boca cheia de dentes afiados e uma espinha venenosa sobre um corpo cinzento gelatinoso, esse animal vive em águas profundas e quase nunca é avistado – essa é a segunda vez na história que registram seu aparecimento.
O animal foi capturado próximo ao território de Nunavut e, inicialmente, foi confundido com o igualmente bizarro tubarão duende. Estima-se que ele viva a uma profundidade que varia entre 1.000 e 2.000 metros.​

Quimera de nariz comprido foi inicialmente confundido com o igualmente bizarro tubarão-duende (acima) Foto: Wikimedia
Quimeras
Alguns dos peixes mais antigos que se tem conhecimento, os quimeras são conhecidos por diversos nomes, como peixe-rato, peixe-coelho ou peixe-fantasma, conforme explica o artigo do jornal britânico Daily Mail
. São parentes distantes dos tubarões, de quem se afastarem a centenas de milhões de anos, mas possuem igualmente o esqueleto formado por cartilagem.
A maioria dos quimeras vivem na escuridão das profundezas dos oceanos, o que dificulta a captura, seja por pescadores, seja por cientistas – motivo pelo qual ainda se sabe pouco sobre eles.

 


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Substância de coral destrói superbactéria hospitalar em testes

 Coral orelha-de-elefante (Phyllogorgia), encontrado na costa brasileira; pesquisadores testam substância produzida pelo coral para combater a bactéria KPC
Editoria de Arte/Folhapress
Uma das superbactérias mais resistentes a antibióticos, a KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase ) acaba de ganhar um novo adversário: o coral orelha-de-elefante (Phyllogorgia dilatata). A espécie, que existe apenas na costa brasileira, é a primeira nas águas da América do Sul a apresentar capacidade de controle desse microrganismo, encontrado em ambiente hospitalar.
Há relatos de moléculas extraídas de animais marinhos, corais e esponjas que combatem outros tipos de bactérias, mas não a KPC.

Causadora de infecção pulmonar, a KPC matou ao menos 106 pessoas no país em 2010 e 2011, segundo o último levantamento do Ministério da Saúde. A maioria dos casos foi registrada na região sudeste (64) e sul (12).
Responsáveis pelo estudo, pesquisadores da pós-graduação de Ciências Genômicas e Biotecnologia da UCB (Universidade Católica de Brasília) e do Projeto Coral Vivo selecionaram seis espécies de corais para testes.
A escolha foi feita pelas características desses animais, que sobrevivem à alta competitividade nos ambientes marinhos, possivelmente por possuírem barreiras químicas. Mas ainda não sabemos se a substância que combate a KPC é do coral ou de uma bactéria que vive associada a ele", diz o biólogo Clovis Castro, coautor da pesquisa e coordenador do Projeto Coral Vivo, ligado ao programa Petrobras Ambiental. "Nos testes percebemos que o orelha-de-elefante tinha mais potencial [no combate à  superbactéria] do que os demais", disse Loiane Alves de Lima, que apresentou o estudo no mestrado na UCB.
"Também vamos fazer testes contra vírus e fungos. A descoberta pode ter potencial ainda maior", disse a bióloga molecular Simoni Campos Dias, da UCB, que orientou Loiane Lima.
A descoberta foi publicada na revista "Protein & Peptide Letters", voltada para estudos de bioquímica. O levantamento começou em 2009 com material recolhido em Porto Seguro (BA).
Pedaços de diferentes colônias da espécie foram triturados e passaram por processo de purificação até a separação da substância de combate à superbactéria. Testes in vitro indicaram que após 12 horas, toda da população de KPC fora exterminada pela proteína do coral.






 







 




 

 

Foca surpreende ao nadar e brincar com mergulhador adolescente

                                                                  Reprodução BBC

Jamie Gallacher, de 15 anos, fazia seu primeiro mergulho quando foi surpreendido por uma foca selvagem que se agarrou em suas pernas e queria brincar.
 
Veja o vídeo! http://migre.me/gIx9u
Gallacher conta que ficou sem saber como reagir, mas que a foca era muito brincalhona, como um grande cachorro de estimação.
O encontro ocorreu durante um mergulho na costa de uma pequena ilha ao sudoeste da Ilha de Man, no Reino Unido.
A instrutora de mergulho Michelle Haywood, que estava presente e filmou o encontrou, contou que não é comum focas se aproximarem dessa maneira e serem tão amigáveis.




 
 
 


terça-feira, 19 de novembro de 2013

Alga mostra nível de gelo no Ártico em 650 anos; há queda desde 1850

A análise de um tipo de alga vermelha existente no oceano Ártico permite obter um histórico de 650 anos da presença de uma cobertura de gelo que se estende sobre a região Esta análise nunca foi possível, até agora, por sistemas desenvolvidos pelo homem, que só conseguiam abranger um período de poucas décadas.
A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, que apontam que a espécie Clathromorphum compactum teria a capacidade de “documentar” os níveis de gelo existente sobre o mar polar do hemisfério Norte da mesma forma que árvores armazenam dados referentes a chuvas nos anéis internos de seus troncos.
A novidade é destacada pelo periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) na segunda-feira (18.11.13).
Para os autores do estudo, liderado pelo pesquisador Jochen Halfar, a descoberta permite afirmar que entre a metade do século 16 e a metade do século 19, a presença de gelo sobre o Oceano Ártico teve níveis variados, mas, em geral, estáveis.
Desde 1850, entretanto, essa cobertura glacial vem exibindo sucessivos e constantes declínios, alertam os cientistas no estudo.
Essa observação deve ajudar no entendimento das mudanças climáticas ocorridas no mundo nos últimos seis séculos e meio e permitir melhores previsões de variação climática a ser vista no planeta.
Camadas de calcita – A Clathromorphum compactum desenvolve sucessivas camadas do mineral calcita a cada ano conforme a luz recebida do sol. Sua fotossíntese, no entanto, perde intensidade e é pausada quando a cobertura de gelo sobre o mar ganha grande extensão, bloqueando os raios do sol, que deixam de chegar às profundidades dos mares.
Dados sobre a temperatura das águas também podem ser obtidos pela análise das folhas da alga, devido à proporção de magnésio e cálcio presentes nelas.


Dados Técnicos:
Clathromorphum compactum (Kjellman) Foslie
Biogeographical Region: Sub Arctic
Place: Outermost western entrance to Red Bay: NE of point [Red Bay]; Strait of Belle Isle, Newfoundland and Labrador, Canada, North America
Taxonomy: Protista, Rhodophyta, Corallinales, Corallinaceae
Leia+: http://migre.me/gGIj4

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

PROJETO BIOMAR - CALENDÁRIO 2014

A equipe do Projeto Biomar informa que já se encontram abertas as inscrições para os cursos teóricos - práticos de 2014.Os cursos são personalizados, quanto ao conteúdo, carga horária e estratégia operacional para se adaptarem a faixa etária dos alunos da Educação Básica ao Ensino Superior. Maiores informações:

projetobiomar@projetobiomar.com.br
www.projetobiomar.blogspot.com
www.projetobiomar.com.br
Esperamos você e sua escola em 2014!
Prof. Nilo Serpa e Equipe

Caranguejo-Amarelo em Alerta

Caranguejo-amarelo (Gerarcinus lagostoma) Foto: Drew 
 
O caranguejo-amarelo (Johngarthia lagostoma, antigamente Gecarcinus lagostoma), também chamado simplesmente de caranguejo, é uma espécie endêmica de algumas poucas ilhas no Atlântico Sul, afastadas do continente: Atol das Rocas, Arquipélago de Fernando de Noronha e ilhas de Trindade, Martim Vaz e Ascensão.
Apesar do nome popular, a espécie é caracterizada por um polimorfismo: além do amarelo, também se apresenta na cor violeta e, em poucas ocasiões, avermelhados. A variação amarela é dominante na ilha de Ascensão, enquanto a variação roxa, no Atol da Rocas. Outra curiosidade está no tamanho dos animais em relação à geografia: os caranguejos de Ascensão são maiores que aqueles do Atol.
O Johngarthia lagostoma é uma espécie de caranguejo terrestre que vive em tocas entre a vegetação das ilhas. De hábitos noturnos, emerge de suas tocas, que podem ter até 1 metro de profundidade, para alimentar-se de matéria vegetal e, ocasionalmente, animais: é um dos predadores dos filhotes de tartarugas-verdes (Chelonia mydas), ao lado das fragatas e gatos selvagens. Na própria ilha de Ascensão, crê-se que haja como limitador do crescimento de petréis.
A espécie possui adultos terrestres e larvas que se desenvolvem no mar. No período reprodutivo, de janeiro à março, há uma migração anual para o mar para liberar as larvas planctônicas. Os caranguejos machos e fêmeas viajam cerca de 450 m por dia em direção ao mar. O acasalamento pode ocorrer em qualquer lugar ao longo da rota. As fêmeas em média fecundam 72.000 ovos que serão lançados ao mar no último trimestre do ciclo lunar, durante as marés de quadratura, nos costões rochosos.
Ameaça a espécie está ligada ao pequeno tamanho das populações existentes, conseqüência do tamanho reduzido das ilhas onde ocorre. Como as ilhas são isoladas e distantes entre si, são grandes as possibilidades de que as larvas não consigam encontrá-las em seu caminho de regresso.
Também há o problema das atividades humanas, como o turismo, que são limitantes para a presença da espécie, por reduzir e degradar o habitat da espécie. Embora não conste da lista da IUCN, o Johngarthia lagostoma é considerado pelo ICMBio como espécie Em Perigo. As populações protegidas se encontram nas unidades de conservação Parna Marinho de Fernando de Noronha (PE) e Rebio do Atol das Rocas (RN).
Fonte: Rafael Ferreira - 14/11/13 – O Eco