segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Cientistas identificam 'arma secreta' de ataque dos cavalos marinhos

   Pesquisa aponta que cavalos marinhos são engenhosos e cruéis predadores

Cavalos marinhos não são tão lentos e estranhos como imaginávamos. Segundo uma pesquisa feita por cientistas americanos, esses animais são na verdade engenhosos e cruéis predadores.
Essas belas criaturas são famosas por serem péssimas nadadoras, mas elas escondem uma arma secreta que as permite se aproximar bem devagar de suas presas, sem despertar atenção. Seu focinho peculiar é moldado para criar poucas ondulações na água, disfarçando sua aproximação a pequenos crustáceos.
Para suas vítimas, os cavalos marinhos são como monstros do mar, dizem os cientistas da Universidade do Texas, em Austin, responsáveis pela pesquisa.
"O cavalo marinho é um dos peixes mais lentos que conhecemos, mas é capaz de capturar uma presa que nada a uma velocidade incrível", disse Brad Gemmell, autor do estudo divulgado na publicação científica Nature Communications.
As presas, nesse caso, são copépodes, crustáceos muito pequenos que são a comida favorita dos Syngnathidae, a família de peixes que incluí os cavalos marinhos e os peixes-agulha.
Quando os copépodes detectam ondas formadas por seus predadores, eles fogem a velocidade de mais de 500 comprimentos corporais por segundo - o equivalente a um humano de 1,80m nadando a 3.200 km/h.
Ataque mortal
"Os cavalos-marinhos conseguem surpreender o fujão mais talentoso do mundo aquático", diz Gemmell.
"Em condições calmas, eles capturam presas em 90% das tentativas. É uma taxa muito elevada, e queríamos saber o porquê."
Cavalos marinhos usam um método conhecido como alimentação pivô: seus longos pescoços agem como uma mola, que lhes permite girar rapidamente a cabeça e aspirar sua presa.
Mas essa aspiração só é eficaz em distâncias curtas, de cerca de um milímetro. E o ataque ocorre em menos de um milissegundo.
Até agora era um mistério como essas criaturas de olhar manso conseguem se aproximar de suas presas sem serem detectadas.
Para resolver esse dilema, Gemmell e seus colegas estudaram o cavalo-marinho anão (Hippocampus zosterae), das Bahamas e dos Estados Unidos.
Eles filmaram em 3D o movimento da água em torno deles, usando a técnica de holografia, com um microscópio equipado com uma câmera digital a laser e de alta velocidade.
Eles descobriram que o formato do focinho dos cavalos-marinhos minimiza o movimento da água na frente de sua boca antes do ataque.
Outros peixes pequenos com cabeças mais arredondadas, como peixes esgana-gata (Gasterosteus aculeatus), não têm essa vantagem, dizem os pesquisadores.
"É como uma corrida armamentista entre presa e predador, e o cavalo marinho desenvolveu uma boa maneira de chegar perto o suficiente e tornar a distância para o ataque bastante curta", diz Gemmell. "Em geral as pessoas não pensam em cavalos marinhos como predadores incríveis, mas eles realmente são."
 
 
 
 


 

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