quarta-feira, 29 de maio de 2013

Nascimento de águas vivas: estrobilização de Scyphozoa - Cnidaria - vídeo

Estrobilização de um pólipo
Os cnidários se reproduzem sexuada e assexuadamente. A reprodução sexuada dá-se na fase de medusa, com exceção dos antozoários (os corais e as anêmonas-do-mar), das hidras e algumas outras espécies que não desenvolvem nunca a fase de medusa.
Ciclo de vida

As medusas, seres natantes,  são dióicas: os machos e fêmeas libertam os gametas  na água que  ali se conjugam, dando origem aos zigotos.


Dos ovos saem larvas pelágicas chamadas plânulas, em forma de pêra e completamente ciliadas que, quando encontram um substrato apropriado, se fixam e se transformam em pólipos. Em alguns celenterados, como os corais, a fase de pólipo é a fase definitiva.
Os pólipos reproduzem-se assexuadamente formando pequenas réplicas de si mesmos por evaginação da sua parede, chamadas gomos ou brotos. No caso dos corais, esses novos pólipos constroem o seu "esqueleto" e continuam fixos, contribuindo para o crescimento da colônia.
No entanto, em certos casos, os pólipos  se dividem  em discos sobrepostos, num processo conhecido por estrobilação, sendo esta também uma forma de reprodução assexuada. Estes discos libertam-se, dando origem a pequenas medusas chamadas éfiras que  crescem e se reproduzem sexuadamente.

Neste vídeo vemos um  pólipo de uma cifozoário passando por estrobilização -reprodução assexuada por fissão transversal - dando origem a vários pequenas éfiras  (medusas imaturas).
As seqüências que ilustram os processos de fissão transversal e a liberação das éfiras foram filmadas em time-lapse sendo rodado entre 100 e 200 vezes mais rápido, respectivamente, do que o normal. O vídeo foi filmado sob um microscópio estereoscópico, no Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo.
http://youtu.be/bcQs3dkrH0A
Mais imagens de águas vivas ou medusas no http://cifonauta.cebimar.usp.br/







 

 
 


segunda-feira, 27 de maio de 2013

Recifes de coral e restingas são vitais para equilíbrio do meio ambiente

Habitat de vários animais, os recifes de corais encantam pelas cores e formas
 (Foto: Thinkstockphotos)
Saiba quais são as principais ameaças a esses ecossistemas

Os recifes de coral estão entre os ecossistemas mais ricos e produtivos do mundo, pois além de fornecerem alimento para uma infinidade de espécies aquáticas, ajudando de forma indireta com o meio de subsistência de várias comunidades que vivem da pesca, eles contribuem para o turismo e servem como berçários para espécies comerciais de peixes. Além disso, pelo viés ecológico, como mostrou o programa do Globo Ecologia sobre os Oceanos e o Clima, exibido no dia 25 de maio, os corais são barreiras naturais que protegem a costa da ação das ondas, evitando, ou diminuindo, o ritmo da erosão.
Entretanto, apesar de sua importância, estudos da ONU revelam que 75% dos recifes de coral do mundo estão ameaçados. Se nada for feito para impedir esse tipo de degradação, até 2050, os riscos poderão ser grandes. Conforme explica Joel Creed, professor do Departamento de Ecologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), sem os recifes de corais, as unidades costeiras ficam em risco devido à erosão em excesso.
“Além de serem barreiras naturais entre o mar e a terra, os recifes de corais são habitat natural de animais e microrganismos. Ou seja, sem eles, algumas cadeias se quebram e os recursos pesqueiros ficam ameaçados. O badejo, por exemplo, um peixe altamente consumido pelo homem, mora em recifes de corais. Além disso, devido à sua beleza, os recifes são atrativos para o turismo litorâneo, gerando milhões em renda para diversas localidades que lidam com esse tipo de atividade econômica”, ressalta o professor.

Ameaças aos recifes

Mas quais seriam os principais fatores que ameaçam os recifes de corais? Respondendo a esta pergunta, Joel destaca que existem várias influências que acontecem da terra para o mar, incluindo, por exemplo, a sedimentação causada por mudanças no uso de solo. “Quando uma floresta dá lugar a uma atividade agrícola, e, com isso, aumenta-se a quantidade de sedimentos que entram em um rio que segue para uma região costeira, por exemplo, isso acarreta muitos danos”. A partir daí, é gerado na região costeira um excesso de nutrientes, como o nitrogênio e o fósforo, que são levados juntos com os sedimentos, aumentando a quantidade de macroalgas e diminuindo a de corais. Além disso, outros produtos podem vir associados, como os fertilizantes e o esgoto doméstico.
O professor lembra que o problema relativo ao excesso de nutrientes na água se agrava quando é combinado à pesca predatória, já que os peixes, por se alimentarem das algas, ajudam a equilibrar o ecossistema. “Outro problema diz respeito ao aquecimento global, que, devido aos efeitos dos gases do efeito estufa, propicia a acidificação dos oceanos. Ou seja, o dióxido de carbono encontrado na atmosfera também se dissolve no mar. Como os corais são formados por carbonato de cálcio, em meio mais ácido eles tendem a se dissolver”, alerta.
Joel chama atenção para outro fato relativo ao aquecimento global. Com o aumento da temperatura da superfície dos oceanos, dá-se origem a um processo de branqueamento dos corais. “Isso acontece, pois algumas microalgas, como a Zooxantela, por exemplo, fazem simbiose com os corais, vivendo em seus tecidos. Quando a temperatura da água aumenta, eles se separam, e isso pode ser fatal para o coral, pois ele faz uso de boa parte da energia do açúcar produzido pelo processo de fotossíntese das algas”, explica.

Restingas: um ecossistema a ser preservado

Ainda no programa do
Globo Ecologia, foi abordado um projeto de resgate da restinga de Ipanema, no Rio de Janeiro, e como essa vegetação ajuda a amenizar os eventos extremos. Conforme explica o engenheiro agrônomo Antônio Carlos Silva de Andrade, pesquisador do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, as restingas são ecossistemas associados ao bioma Mata Atlântica, localizados sob depósitos arenosos das planícies costeiras. As restingas são distribuídas descontinuamente pelo litoral brasileiro, com alta diversidade de paisagens e riqueza de espécies animais e vegetais, com relevantes interações entre populações humanas e o ambiente.
Devido à ocupação desordenada e à exploração predatória, Antônio Carlos explica que a fauna e a flora das restingas apresentam diversas espécies ameaçadas de extinção. “Das mais de 20 espécies vegetais ameaçadas, destacamos o pau-brasil (Caesalpinia echinata), a caixeta (Tabebuia cassinoides) e o cactus ‘coroa de frade’ (Melocactus violaceus). Das espécies animais, destacamos o mico-leão-dourado, a ave ‘formigueiro-do-litoral’, o lagartinho da praia e diversas espécies de tartarugas marinhas”, lista o pesquisador.
Antônio destaca que as restingas são ecossistemas frágeis e de lenta recuperação, dependendo do grau de degradação, ou destruição. “Dentre as principais ameaças, destacamos a fragmentação do habitat, caracterizada pela remoção de vegetação e uso das áreas para diferentes atividades antrópicas, tais como a especulação imobiliária, retirada de areia, turismo predatório e grandes obras no litoral”, alerta o especialista.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Echinodermata -Animais com espinhos na pele: ouriços, estrelas do mar, pepino do mar e outros companheiros do mesmo grupo.

Equinodermas formam um grupo bem definido e são classificados como metazoários, exclusivamente marinhos, bentônicos, simetria radial, pentâmeros. Eles têm atraído muita atenção devido ao seu extenso registro fóssil, a importância ecológica no ecossistema  marinho, morfologia adulta intrigante, propriedades biomecânicas incomuns, e embriões experimentalmente manipuláveis​​.
Os cerca de 7.000 espécies de equinodermas existentes são classificados em cinco grupos bem definidos: Crinoidea (lírios do mar e as estrelas de penas), Ophiuroidea (estrelas-cesta, estrelas frágeis e serpente-marinha), Asteroidea (estrelas do mar), Echinoidea (ouriços-do-mar, bolacha de praia ou biscoito do mar) e Holothuroidea (pepinos do mar).
Cerca de 13 mil espécies de equinodermas são conhecidos a partir do registro fóssil. Todas as formas mesozóica e cenozóica derivaram, claramente, para os cinco subtipos existentes, mas o registro paleozóico contém inúmeras formas distintas e muitas vezes bizarras que foram colocados em cerca de 15 grupos adicionais. Equinodermas inquestionáveis ​​aparecem primeiro no registro fóssil durante o meio-Cambriano. Arkarua, uma possível equinodermos, foi descrito a partir do Vendian (Proterozóico) (Gehling 1987).
Fonte: Tree Life
Assistam a um vídeo sobre  alguns aspectos dos equinodermas.

http://youtu.be/0dOggydy2xs

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Morte nas praias do Chile - La Serena

As praias na cidade de La Serena, no norte do Chile, amanheceram com centenas de pássaros e animais marinhos na areia.
Entre os mais de 600 animais encontrados estão espécies raras, o que deixou a polícia e os cientistas preocupados.
Eles investigam as causas do incidente e suspeita que ele esteja relacionado à pesca com explosivos. A prática seja proibida no Chile e os pescadores negam seu uso.
Especialistas explicam que o efeito dos explosivos se espalha por uma grande área e que a prática mata muitas espécies à distância, como se tivessem sido eletrocutadas. Além disso, a pesca com explosivos mata também a vida marinha no leito do oceano, que serve de alimento para todo o ecossistema local.
Caso as suspeitas sejam comprovadas, os animais encontrados nas praias podem representar apenas a "ponta do iceberg".
Fonte:BBC
 

domingo, 19 de maio de 2013

Os Caranguejos UCA

 
São pequenos caranguejos semi-terrestres que habitam zonas costeiras, bastante comuns em manguezais, marismas e estuários. Quase cem espécies de Uca já foram registradas, amplamente distribuídas nas regiões tropicais, subtropicais e temperadas do mundo. Destas, dez espécies ocorrem na costa brasileira. Leia mais: http://migre.me/eCuTL

Casca-grossa, mas simpática

A simpática Josephine, fotografada em Nova Gales do Sul, Austrália. Foto: Richard Ling

A tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) é uma espécie pertencente à família Cheloniidae (que inclui todas as tartarugas marinhas, exceto as tartarugas-de-couro) comum a praticamente todos os oceanos do planeta: Atlântico, Pacífico, Índico e também o Mar Mediterrâneo. Seu apelido se deve à distinção morfológica em relação aos seus parentes da cabeça proporcionalmente grande em relação a seu comprimento total.
Por ser tão comum ao redor do globo, não surpreende que a tartaruga-cabeçuda também seja chamada de tartaruga-comum, um nome que acaba sendo tristemente irônico se pensarmos que hoje a espécie está ameaçada de extinção. Outros apelidos da Caretta caretta são tartaruga-amarela, tartaruga-meio-pente, tartaruga-mestiça, careba-dura, carebadura, careba-amarela ou tartaruga azeiteira.
Em média têm de 70 a 95 centímetros de comprimento quando adultos, embora indivíduos maiores, de 270 centímetros, já tenham sido descobertos. Seu peso varia entre 100 e 180 kg, mas, novamente, há registro de tartaruga que atingiu 227 kg. A cabeça e a carapaça (casco superior) variam de um amarelo-laranja a um marrom-avermelhado, enquanto o plastrão (parte inferior) é tipicamente amarelo pálido. O dimorfismo sexual se apresenta na fase adulta: os machos possuem caudas e garras mais longas do que fêmeas, carapaças maiores e menos abauladas e cabeças mais largas.

Onívora, a C. caretta se alimenta de crustáceos, moluscos, peixes e cnidários. A espécie passa a maior parte de suas vidas em mar aberto e em águas costeiras rasas. As fêmeas vêm a terra para pôr ovos a cada dois ou três anos, realizam em média três desovas entre os meses de setembro e março, em um intervalo de 13 a 14 dias. No Brasil, as áreas prioritárias de desova estão localizadas no norte da Bahia, Espírito Santo, norte do Rio de Janeiro e Sergipe.
São postos cerca de 120 ovos em média com período de incubação é de 50 a 60 dias. Os filhotes eclodem à noite rumando para o mar. O sexo será determinado pela temperatura de incubação dos ovos: a proporção dos sexos é de 1:1 a temperaturas médias; temperaturas mais altas geram mais fêmeas, temperaturas mais baixas geram mais machos. A tartaruga-cabeçuda atinge a maturidade sexual em 17 e 33 anos e tem uma vida de 47 a 67 anos.

As tartarugas-cabeçudas têm uma variedade de inimigos naturais que supera, e muito, à das suas
versões dos desenhos animados. Seus ovos e filhotes - estes, principalmente durante a migração do ninho para o mar -, sofrem predação de minhocas, besouros, larvas de insetos e parasitas, caranguejos, cobras, gaivotas, corvídeos, gambás, ursos, ratos, tatus, mustelídeos, canídeos, gatos, porcos e humanos.

 No oceano, quando jovens, são alvo de peixes, como o papagaio e as moréias. Até na fase adulta, em que seu grande tamanho é fator de intimidação, ainda podem ser vítimas do apetite de grandes tubarões, focas e baleias assassinas.
Além de predadores naturais, também ameaçam as cabeçudas a intervenção humana e a poluição. A caça predatória pela carne e ovos - equivocadamente considerados afrodisíacos -, embora proibida internacionalmente, não é aplicada com rigor em todos os países. Também a pesca comercial de larga escala em alto mar, que constantemente são arrastados em redes ou presos em armadilhas. Outro problema são as toneladas de plástico despejados no mar anualmente que, confundidos com águas-marinhas são ingeridos causando problemas de saúde que vão de úlceras a sufocações.
A urbanização traz outros tantos problemas: a iluminação artificial das praias desencoraja nidificação e interfere com a capacidade dos filhotes para navegar até a beira da água. A invasão do habitat por seres humanos força-as a colocar ninhos mais próximos da arrebentação. O assoreamento de praias de areia, a construção de cais e marinas e o tráfego de barcos reduzem sensivelmente seus habitats.

Diante de tamanhas ameaças, fica claro porque a IUCN classifica a espécie como
Ameaçada (Endangered) e o ICMBio, como Vulnerável. Esforços de conservação são empreendidos em vários países. No Brasil, o mais proeminente é o Projeto TAMAR, criado em 1980, hoje vinculado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Rafael Ferreira – O Eco

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Invasora marítima : Água-viva-australiana-manchada

A água-viva-australiana-manchada é uma espécie invasora que pode impactar o equilíbrio ecológico do litoral brasileiro. (foto: Orest Shvadchak/ Flickr – CC BY-SA 2.0)

Uma visitante estrangeira está marcando presença no litoral brasileiro e tem preocupado pescadores e ambientalistas. A água-viva-australiana-manchada (Phyllorhiza punctata) tem sido vista com frequência e em grande número nas águas da região de Ubatuba, norte paulista. A espécie invasora pode causar impactos no meio ambiente e na pesca.
A ocorrência da água-viva é alardeada pelo Aquário de Ubatuba, que foi contatado por pescadores da região que viram o animal exótico e levaram um exemplar para a instituição. Os pesquisadores não têm como saber o número preciso de invasores, mas estimam que seja de um animal por metro quadrado, o que representa um boom.
A água-viva-australiana-manchada é nativa do Pacífico Ocidental e ocorre naturalmente da Austrália ao Japão, mas é uma espécie invasora já conhecida. Desde a década de 1990 tem sido registrada em diversos lugares do planeta, inclusive no nordeste e sul do Brasil. A preocupação está no seu hábito alimentar, que pode afetar o equilíbrio ecológico dos locais que invade.
O animal come plâncton e larvas de crustáceos, como o camarão. Em 2000, no Golfo do México, a chegada e a expansão da água-viva levaram a uma diminuição brusca dos camarões, o que afetou o meio ambiente e a economia local baseada na pesca.
O oceanógrafo Hugo Gallo, diretor executivo do Aquário de Ubatuba, teme que o mesmo ocorra no litoral sudeste, onde a pesca de camarões também garante a subsistência de muitas famílias.
“Além de afetar a pesca e a vida dos pescadores, a introdução dessa água-viva representa perigo para os banhistas, pois libera toxinas que queimam a pele, e afeta o equilíbrio ecológico da região”
"A avaliação do impacto é difícil, mas a situação é preocupante e exige acompanhamento”, aponta Gallo. “Além de afetar a pesca e a vida dos pescadores, a introdução dessa água-viva representa perigo para os banhistas, pois ela libera toxinas que queimam a pele, e afeta o equilíbrio ecológico da região.”
Gallo diz que é difícil determinar o que causou o aparecimento as águas-vivas, mas ele aposta na água de lastro dos navios. A água de lastro é capturada pelos navios no oceano para garantir a sua estabilidade. Como pode ser coletada e descartada em diferentes pontos do planeta por onde o navio passa, ela carrega espécies de uma região para outra.
“Pode ser que as água-vivas encontradas sejam resultado da expansão reprodutiva de outras que já tinham chegado ao litoral brasileiro anteriormente, mas o mais provável é que tenham chegado à região recentemente na água de lastro dos navios, pois o aparecimento delas coincide com o aumento de navios chegando ao porto”, afirma o pesquisador, que já estuda a introdução de outra água-viva exótica na região.

De porto em porto
A Organização Marítima Internacional (IMO) estima que aproximadamente 65 mil navios transoceânicos estejam operando atualmente. Isto significa que há um transporte de aproximadamente 5 bilhões de metros cúbicos de água de lastro por ano e que cerca de 3 mil espécies de microrganismos são transportadas na água de lastro de navios.
O litoral paulista e fluminense enfrentam essa realidade diariamente com a alta circulação nos portos da região e o crescimento da indústria de petróleo e pré-sal. Gallo chama a atenção para a situação e para a necessidade de mais controle da água de lastro.
“Preocupa porque é uma região ainda preservada e que pode sofrer impactos muito grandes com o crescimento dessas atividades econômicas, que são importantes, mas têm que ser mais bem pensadas para não afetar o equilíbrio ecológico da região”, diz.
O Brasil tem leis que tratam do assunto e desde 2005 está em vigor uma norma nacional que obriga todos os navios a dispensar a água de lastro antes de entrar em portos brasileiros, a pelo menos 200 milhas náuticas da costa. Mas a regra não parece estar sendo cumprida.
Sofia Moutinho
Ciência Hoje On-line


 

terça-feira, 14 de maio de 2013

Cientistas encontram comunidade de animais no fundo do mar nos EUA

Mexilhões ficam a 1,6 mil metros de profundidade, aonde não chega luz.
Bactérias produzem energia a partir de metano.
 
Caranguejo caminha entre mexilhões a 1,6 mil metros de profundidade (Foto: Deepwater Canyons 2013 - Pathways to the Abyss, NOAA-OER/BOEM/USGS)
Uma expedição científica ao fundo do mar dos Estados Unidos encontrou uma nova comunidade de animais que sobrevivem longe da luz do sol graças à capacidade de gerar energia a partir de substâncias químicas.
A Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em inglês) enviou um submarino operado remotamente para investigar uma área do fundo do mar de onde saíam bolhas – os cientistas já desconfiavam que as bolhas pudessem sinalizar a produção de energia por meio de elementos químicos.
A operação foi feita a 1,6 mil metros de profundidade, na região do Cânion Norfolk, perto da costa do estado da Virgínia.
O submarino encontrou mexilhões vivos, que comprovaram a existência de uma cadeia alimentar longe da luz do sol. Dentro das conchas dos mexilhões vivem bactérias capazes de fazer a chamada quimiossíntese. Essas bactérias produzem energia a partir de moléculas de metano.
Com equipamentos feitos especificamente para revelar imagens apesar da escuridão do local, os cientistas puderam ver comunidades de mexilhões que se espalhavam por uma área com mais de 10 metros de raio. Além disso, também foram encontrados no local espécies de peixes e de animais invertebrados, como o pepino do mar.
O submarino coletou ainda lama do fundo do mar para análise em laboratório, para conhecer mais sobre a fauna da área, e os resultados ainda vão ser divulgados.
Fonte:Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em inglês)

segunda-feira, 6 de maio de 2013

FOTO DO DIA – “Sea Pig” - Holotúria

Por que esta foi a espécie escolhida? Por ter um nome e uma aparência curiosos: porco do mar!
Esta criatura de aparência estranha, pertence ao grupo do  "pepino do mar" ( equinoderma, parente da estrela do mar) que pode ser extremamente abundante no fundo do mar
.


Descrição

Pepinos do mar são membros de um grupo de animais invertebrados marinhos, conhecidos como "equinodermas”(pele espinhosa).
 As 7.000 espécies de equinodermas que vivem nos oceanos incluem a estrela do mar, ouriços do mar, ofiúros ou serpentes do mar  e os lírios do mar.
As 1.500 espécies de pepinos do mar ou holotúrias, podem ser encontrados em todos os oceanos e em todas as profundidades, em uma grande variedade de habitats - alguns vivem enterrados na lama ou areia do fundo, enquanto outros podem passar a vida inteira nadando em seu habitat.
É na vastidão do mar profundo onde encontramos espécies exóticas de  pepinos do mar. Ali,  um grupo conhecido como Elasipodes, dos quais Scotoplanes globosa é um exemplo, podem ser encontrado em grande quantidade (Dave Pawson, em litt. De Dezembro de 2009).
Estes bizarros pepinos do fundo do mar foram descritos, em detalhes preciosos, pela primeira vez, pelo zoólogo sueco Hjalmar Theel, em 1882, quando escreveu uma monografia das coleções surpreendentes acumuladas pelo navio de pesquisa britânico HMS Challenger, em seu cruzeiro ao redor do mundo,  de 1.872-1.876
. Theel descreveu cerca de 65 novas espécies que colocou em uma nova Ordem, a Elasipoda.

     Os chamados Elasipodes estão restritos às  partes profundas e frias do mundo oceânico. Eles são de grande importância na teia alimentar do fundo do mar, pois,  eles se alimentam de sedimentos, sendo filtradores, e se movem ao longo de longas distâncias, introduzindo oxigênio nos sedimentos e tornando-os habitáveis ​​por uma miríade de pequenos animais (Dave Pawson, in litt. dezembro 2009).
Os
Elasipodes  podem variar muito de forma. A maioria é mais ou menos cilíndrico, mas alguns são bastante planos, apresentando-se achatados na aparência geral. Eles são, frequentemente, muito frágeis, e os seus corpos podem incorporar uma grande quantidade de água. Como resultado, muitos Elasipodes podem “quebrar”em pedaços gelatinosos quando são recolhidos em redes e dragas. Vários destes pepinos do não flutuam e são capazes de natação ativa por curtos ou longos períodos de tempo. No entanto, a maioria do tempo eles se arrastam no fundo usando seu sistema ambulacrário.
Quanto ao “Sea Pig” - Scotoplanes globosa , as características especificas podem incluir a presença de várias grandes "pernas ", que são pés ambulacrários grandemente modificados (pés ambulacrários são órgãos locomotores operados hidraulicamente que todos os equinodermes possuem).



A superfície superior do corpo pode apresentar um número variado de chicotes-vivos, chamado papilas, que também são pés ambulacrários modificados. Acredita-se que estes chicotes possuem função sensorial , ajudando o animal "cheirar" a sua maneira de sedimentos saborosos (Dave Pawson, em litt. Dezembro 2009).
 
No You Tube você encontra um vídeo muito interessante sobre esta holotúria.
ver: http://youtu.be/_y4DbZivHCY
Informações e imagens adicionais podem ser encontradas em http://eolspecies.lifedesks.org/pages/17528


 

 

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Satélite da Nasa capta formação de fitoplâncton no litoral da França



Formação de fitoplâncton na Baía de Biscaia, na costa da França (Foto: Nasa/AFP)
Fitoplâncton são produtores primários da cadeia alimentar marinha.
Imagem do satélite Aqua, divulgada nesta quarta-feira (01.05.13) pela agência espacial americana, Nasa, mostra a formação de fitoplânctons na Baía de Biscaia, na costa da França.
A formação, de cor azul clara, pode ocorrer em água doce ou água salgada. Os fitoplânctons são produtores primários do oceano e da cadeia alimentar marinha, fornecendo alimento para tudo, desde o zooplâncton às baleias.

Embora esses organismos vivam durante todo o ano na Baía de Biscaia, seu florescimento ocorre em grande quantidade apenas quando as condições se tornam adequadas – aumento de carga de nutrientes arrastados para as águas pelas correntes oceânicas aliado ao aquecimento da água. O resultado é uma imagem multicolorida que pode ser vista do espaço.
Fonte:Nasa/AFP