Foto 2. Coral Mussismilia braziliensis faz uma sombra para um dentão (Lutjanus jocu) em Abrolhos. Foto: Amanda Ercília
A relação entre
a vida marinha, os recifes e os manguezais é bastante comentada, mas nem sempre
comprovada. Estudo inédito tratou com rigor científico a dependência que o
dentão ou vermelho (Lutjanus jocu) possui dos ambientes estuarinos e dos
recifes – duas regiões fundamentais para diferentes fases da vida desse peixe
de alto valor comercial, cuja captura anual chega a 3 mil toneladas, em
especial no litoral baiano. Bahia é o terceiro estado em produção pesqueira no
país (atrás de Santa Catarina, número um, e do Pará).
A pesquisa é inédita e foi realizada na região do Parque Nacional Marinho de Abrolhos (os recifes) e no complexo de manguezais existente entre o município de Caravelas e o de Nova Viçosa, no litoral sul da Bahia. Os dados comprovam a conexão entre esses dois ambientes intermediado pelos recifes mais próximos do continente em diferentes momentos da vida dessa espécie. O dentão ou vermelho fazem parte da família dos Lutjanidae, integrada também ariocós, caranhas, pargo, guaiuba, ciobas. Peixes de escamas, carne branca, poucas espinhas e sabor suave – daí o alto valor comercial.
A pesquisa é inédita e foi realizada na região do Parque Nacional Marinho de Abrolhos (os recifes) e no complexo de manguezais existente entre o município de Caravelas e o de Nova Viçosa, no litoral sul da Bahia. Os dados comprovam a conexão entre esses dois ambientes intermediado pelos recifes mais próximos do continente em diferentes momentos da vida dessa espécie. O dentão ou vermelho fazem parte da família dos Lutjanidae, integrada também ariocós, caranhas, pargo, guaiuba, ciobas. Peixes de escamas, carne branca, poucas espinhas e sabor suave – daí o alto valor comercial.
Os dados da
pesquisa serão fundamentais para o manejo dessa espécie que sofre com a
sobrepesca e o declínio dos estoques. O trabalho identificou os momentos e os
locais onde ocorrem cada fase do desenvolvimento. As agregações reprodutivas
são feitas no limite da plataforma continental, as larvas nadam na lâmina
d’água até os ambientes estuarinos e ficam lá até crescer.
Quando maiores têm necessidade de outros alimentos e se dirigem ao mar. Está maduro sexualmente quando ultrapassa os 35cm. Nesse momento, se dirige para as agregações na quebra da plataforma, explica o professor Ronaldo Bastos Francini-Filho (Universidade Federal da Paraíba).
Ele é um dos autores do trabalho encabeçado por Rodrigo Leão de Moura (Universidade Estadual de Santa Cruz) e que também contou com Carolina Viviana Minte-Vera (Universidade Estadual de Maringá), Eduardo Chaves (Universidade Estadual de Santa Cruz) e Kenyon Lindeman (Florida Institute of Technology).
Além da contribuição para biólogos e engenheiros de pesca na academia, a pesquisa serve de subsídio científico contra as ameaças que costumam rondar o litoral sul da Bahia, mais especificamente entre Caravelas e Abrolhos. Até a criação da Reserva Extrativista de Cassurubá, um projeto com pretensões de ser a maior criação de camarão do mundo estudava se instalar na região. A nova ameaça é o risco da Agência Nacional de Petróleo (ANP) inclua as imediações de Abrolhos nos leilões de blocos para prospecção da matriz energética.
Recifes profundos, peixes maiores
A pesquisa revelou os diferentes estágios do dentão: menor nos estuários, intermediário nos recifes costeiros e maior em Abrolhos. Nos recifes mais profundos são encontrados os maiores dentões entre 70 e 80cm. “Esses indivíduos são os maiores responsáveis pela recolonização da espécie, pois quanto maior o peixe, sua capacidade reprodutiva é exponencialmente maior”, detalha Ronaldo Francini-Filho.
Quando maiores têm necessidade de outros alimentos e se dirigem ao mar. Está maduro sexualmente quando ultrapassa os 35cm. Nesse momento, se dirige para as agregações na quebra da plataforma, explica o professor Ronaldo Bastos Francini-Filho (Universidade Federal da Paraíba).
Ele é um dos autores do trabalho encabeçado por Rodrigo Leão de Moura (Universidade Estadual de Santa Cruz) e que também contou com Carolina Viviana Minte-Vera (Universidade Estadual de Maringá), Eduardo Chaves (Universidade Estadual de Santa Cruz) e Kenyon Lindeman (Florida Institute of Technology).
Além da contribuição para biólogos e engenheiros de pesca na academia, a pesquisa serve de subsídio científico contra as ameaças que costumam rondar o litoral sul da Bahia, mais especificamente entre Caravelas e Abrolhos. Até a criação da Reserva Extrativista de Cassurubá, um projeto com pretensões de ser a maior criação de camarão do mundo estudava se instalar na região. A nova ameaça é o risco da Agência Nacional de Petróleo (ANP) inclua as imediações de Abrolhos nos leilões de blocos para prospecção da matriz energética.
Recifes profundos, peixes maiores
A pesquisa revelou os diferentes estágios do dentão: menor nos estuários, intermediário nos recifes costeiros e maior em Abrolhos. Nos recifes mais profundos são encontrados os maiores dentões entre 70 e 80cm. “Esses indivíduos são os maiores responsáveis pela recolonização da espécie, pois quanto maior o peixe, sua capacidade reprodutiva é exponencialmente maior”, detalha Ronaldo Francini-Filho.
De acordo com o
diretor do programa marinho da Conservação Internacional Brasil
(CI-Brasil), Guilherme F. Dutra, poucos trabalhos foram exitosos em
demonstrar a conectividade entre ambientes costeiros e marinhos. “Esse é o
primeiro estudo que consegue provar a relação entre manguezais e recifes para
essa espécie”, afirma.
O apoio financeiro para as pesquisas foi feito pela CI-Brasil e National Geographic Society, a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia, além do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq). O trabalho já foi publicado na edição de setembro da publicação Estuarine, Coastal and Shelf Scienc.
O apoio financeiro para as pesquisas foi feito pela CI-Brasil e National Geographic Society, a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia, além do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq). O trabalho já foi publicado na edição de setembro da publicação Estuarine, Coastal and Shelf Scienc.
Fonte: O Eco, Au.: Celso Calheiros, em 09 de Novembro
de 2011