sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Cientistas 'desvendam' mistério de cemitério de baleias no deserto de Atacama

Cientistas acreditam que baleias teriam ingerido algas tóxicas e ficado presas onde hoje é o deserto do Atacama.

Cientistas usaram várias técnicas digitais para registrar e analisar os fósseis de baleia (Foto: Instituto Smithsonian/BBC)Cientistas usaram várias técnicas digitais para registrar e analisar os fósseis de baleia (Foto: Instituto Smithsonian/BBC)
Pesquisadores chilenos e americanos estabeceram uma teoria para explicar a existência de um misterioso cemitério de baleias pré-históricas ao lado da rodovia Pan-Americana, no deserto do Atacama, no norte do Chile.
Os cientistas acreditam que os cetáceos ancestrais podem ter morrido ao consumir algas tóxicas, e que seus corpos foram parar no local que se encontram hoje - conhecido como Cerro Ballena ("Colina da Baleia") - por causa da configuração geográfica da região.
Os animais estão no local há 5 milhões de anos, e este acúmulo de fósseis seria o resultado de não apenas um, mas de quatro grandes encalhes.
Os dados recolhidos sugerem que todas as baleias ingeriram as algas. Os mamíferos mortos e os que estavam morrendo foram então arrastados para um estuário e, em seguida, para a areia onde, com o passar do tempo, foram enterrados.
Os estudiosos usaram modelos digitais em 3D dos esqueletos no sítio arqueológico e, depois, retiraram os ossos do local para mais análises em laboratório.
Os resultados da pesquisa foram divulgados pela publicação especializada "Proceedings B of the Royal Society".
Criaturas bizarras
 
Centenas de fósseis de baleia ainda precisam ser analisados em Cerro Ballena (Foto: Instituto Smithsonian/BBC)Centenas de fósseis de baleia ainda precisam ser analisados em Cerro Ballena (Foto: Instituto Smithsonian/BBC)
Já se sabia que os fósseis bem preservados de baleias eram comuns nesta área do deserto chileno, e eles podiam ser vistos saindo das rochas.
Mas apenas quando começaram as obras para o alargamento da rodovia Pan-Americana que os pesquisadores tiveram a chance de estudar mais detalhadamente o local onde estavam os fósseis.
Eles tinham apenas duas semanas para completar o trabalho de campo antes do início das obras na rodovia. Por isso, a equipe de cientistas apressou os trabalhos para registrar o máximo possível de detalhes do local e dos fósseis.
Na análise feita no local onde os fósseis estavam foram identificados os restos de mais de 40 baleias. Os cientistas também encontraram, entre estes fósseis de baleia, outros, de predadores marinhos importantes e também de herbívoros.
"Encontramos criaturas extintas como a baleia-morsa - que desenvolveram uma face parecida com a de uma morsa. E também havia estas 'preguiças aquáticas' bizarras", disse Nicholas Pyenson, um paleontologista do Museu Nacional Smithsonian de História Natural.
"Para mim é incrível que, em 240 metros (de uma obra de) abertura de estrada, conseguimos amostras de todas as estrelas do mundo dos fósseis de mamíferos marinhos na America do Sul, no final do período Mioceno. É uma acumulação incrivelmente densa de espécies", afirmou o cientista à BBC.
Quatro eventos
Esqueletos de baleia estão em ótimo estado de conservação (Foto: Instituto Smithsonian/BBC)Esqueletos de baleia estão em ótimo estado de conservação (Foto: Instituto Smithsonian/BBC)

A equipe de cientistas notou que quase todos os esqueletos estavam completos e as posições em que foram encontrados tinham pontos em comum. Muitos estavam voltados para a mesma direção e de cabeça para baixo, por exemplo.
Tudo isto aponta para a possibilidade de as criaturas terem morrido devido à mesma catástrofe repentina. Mas as pesquisas mostram que as mortes não ocorreram apenas em um evento, foram quatro episódios separados durante um período de milhares de anos.
A melhor explicação que encontraram é que todos estes animais foram envenenados pelas toxinas que podem ser geradas pela proliferação de algas. Essa proliferação é uma das causas prevalentes para grandes encalhes de mamíferos marinhos que vemos hoje.
"Todas as criaturas que encontramos, sejam baleias, focas ou peixes-agulha, estão no topo da cadeia alimentar marinha e aquilo deve ter deixado (estes animais) muito suscetíveis a proliferações de algas tóxicas", disse Pyenson.
Os pesquisadores também acreditam que a configuração do que era a costa em Cerro Ballena na época da morte dos animais contribuiu para que os corpos das baleias fossem levados para a areia, provavelmente além do alcance de animais marinhos necrófagos, que teriam consumido os cadáveres.
Além disso, por esta ser uma região que agora é um deserto, poucos animais terrestres apareceram nos últimos séculos para roubar os ossos.
Sem a prova 'definitiva'
No entanto, por enquanto, os pesquisadores não podem afirmar com certeza que algas tóxicas foram responsáveis pelos encalhes. Não há fragmentos de algas nos sedimentos, algo que poderia ser visto como a prova "definitiva".
Cerro Ballena é uma região considerada como um dos sítios de fósseis mais densos do mundo. Os cientistas calculam que podem existir centenas de espécies na área que ainda precisam ser descobertas e investigadas.
No momento, a Universidade do Chile, em Santiago, está trabalhando para construir uma estação de estudos na área.
Fonte: BBC

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

No silêncio dos mares

                   
Apesar de banido em mais de 170 países, o TBT, uma das substâncias químicas mais tóxicas já sintetizadas pelo ser humano, é usado clandestinamente nas águas do litoral brasileiro, o que tem provocado severos impactos na fauna marinha.
         
Tintas tóxicas ainda são indispensáveis à indústria náutica. Usadas para evitar problemas de bioincrustação, elas há décadas ameaçam o equilíbrio dos ecossistemas marinhos. (imagem: Sxc.hu)
Imensidão ora plácida, ora feroz. Assim foram vistos os oceanos da Terra por homens de todas as épocas e todas as latitudes. Mas o azul dos mares revelaria algo mais que profundezas insólitas ou limites desconhecidos. A partir da década de 1980, cientistas de numerosas nações perceberam que a fauna marinha dava um alerta inequívoco: malformações de origem genética em mexilhões; distúrbios hormonais graves em ostras; estranhezas as mais variadas em lulas, polvos e moluscos de diferentes espécies.
O que estaria por trás dessas aberrações? Aos quadros de poluição generalizada a que a civilização subjugava seus mares, somava-se o uso, na navegação, de uma das substâncias químicas mais tóxicas já sintetizadas pelo ser humano: o TBT. Apesar de banido em mais de 170 países, ele ainda é usado, ilegalmente, nas águas do litoral brasileiro.
Cracas, mariscos, algas e todos aqueles bichos grudentos podem reduzir a velocidade de um navio em até 50%. Como? Esses inoportunos animais tendem a se fixar no casco das embarcações, aumentando o atrito entre a superfície flutuante e as águas. Isso prejudica significativamente o desempenho de qualquer barco. E não se trata de um problema moderno – os portugueses já relatavam esses percalços, quando, nas velhas naus, lançavam-se às suas grandes jornadas exploratórias (ver ‘História das cracas’).

História das cracas
“Povos do passado já conviviam com problemas de navegação e sabiam dos reveses causados pelas bioincrustações”, conta Geraldo Magela. Fenícios e cartaginenses, entre 1500 e 1300 a.C., revestiam os cascos de seus barcos com misturas à base de óleo de baleia, chumbo ou cobre. A receita parecia surtir efeito. Tempos depois, pelos idos dos séculos 17 e 18, era corriqueiro o uso de arsênio, mercúrio e cobre para combater os moluscos oportunistas que pegavam carona sem autorização.
Em 1625, o inglês William Beale patenteou o primeiro agente anti-incrustante: era uma mistura de arsênio, cobre e goma em pó. “Mas, a partir de meados do século 18, cascos de madeira foram substituídos por cascos metálicos; isso tornou mais frequente o uso de agentes químicos anti-incrustantes”, diz Magela. A primeira formulação prática de uso amplamente disseminado é de 1854. Ao final do século 19, mais de 300 patentes já haviam sido registradas.

Eis que, para a redenção dos marujos, a ciência do século 20 agraciou o setor naval com uma promissora tecnologia: as tintas anti-incrustantes, também conhecidas como tintas envenenadas. Com biocidas em sua formulação, elas impedem que qualquer forma de vida se acople às superfícies submersas no mar. Navios; boias de navegação; tubulações marinhas; mesmo sofisticados sistemas de exploração de petróleo. “Tudo o que está submerso no oceano é sujeito à incrustação de organismos marinhos”, diz o biólogo Ricardo Coutinho, do Laboratório de Bioincrustação do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM). O mercado para essas novas tintas, pois, anunciava-se promissor.
Nos ecossistemas marinhos costeiros, algumas formas de vida passaram a apresentar malformações de origem genética, deformações graves, distúrbios morfológicos e sexuais
Não deu outra. A partir da década de 1950, tintas anti-incrustantes tornaram-se item fundamental para a indústria náutica. Para navios que singravam os mares em longas rotas comerciais, a economia de combustível chegaria a milhões de dólares ao cabo de poucos anos. Com essas novas tintas, empresas de prospecção de petróleo também deixaram de dispender boas cifras na manutenção de sistemas submersos. Era muito dinheiro em jogo.
Mas um singelo detalhe passou despercebido. Em meados da década de 1980, pesquisadores de vários países começaram a perceber que, nos ecossistemas marinhos costeiros, algumas formas de vida passaram a apresentar bizarrices as mais diversas – malformações de origem genética, deformações graves, distúrbios morfológicos e sexuais. Tais estranhezas estavam a acontecer em frequência cada vez maior. Não demorou para que o nexo causal fosse estabelecido. As modernas tintas anti-incrustantes exerciam, de fato, severos impactos na fauna marinha, e o que parecia solução mágica à navegação logo se tornou desafio ecológico sem precedente na história dos mares.

Mares contaminados
As tintas anti-incrustantes usadas a partir da década de 1960 tinham em sua formulação o que os químicos chamam de compostos organoestânicos – aqueles baseados na interação entre átomos de carbono e estanho. Entre eles figura um notório vilão: o tributilestanho, vulgo TBT. É uma das substâncias mais tóxicas já sintetizadas pelo ser humano. “Ela pode afetar processos endócrinos em fêmeas da fauna marinha, fazendo-as adquirir características masculinas como aparecimento de pênis”, explica o químico Geraldo Magela, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É um distúrbio conhecido como imposex.
Molusco com imposex
Molusco ‘Stramonita haemastoma’ com ‘imposex’ – distúrbio que ocasiona o aparecimento de caracteres masculinos, como pênis e canal deferente, em fêmeas da espécie. (foto: Ítalo Braga Castro)
Os bichos mais afetados – não só pelo TBT, mas por organoestânicos em geral – são os gastrópodes, bivalves e cefalópodes. Caramujos, ostras, mexilhões, lulas e polvos são alguns exemplos (ver ‘Moluscos carismáticos’). “Além disso, o TBT tem sido apontado na literatura científica como supressor imunológico [inibe a resposta do sistema de defesa do organismo] em mamíferos; ele pode estar afetando populações de cetáceos em diversos locais do mundo, pois os torna mais suscetíveis a doenças e parasitas”, afirma o oceanógrafo Marcos Fernandez, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). “Encalhes em massa de golfinhos têm mostrado altas concentrações de TBT nos animais mortos.”
Moluscos carismáticos
Das infindáveis problemáticas ambientais contemporâneas, a questão das tintas anti-incrustantes provavelmente é novidade para o leitor. Dada a gravidade do tema – contaminação química dos oceanos, da vida marinha e do ser humano –, não deveria ele estar na agenda de discussões públicas do país?
A imprensa tem dado pouco ou nenhum espaço à questão. “Talvez porque moluscos não tenham o apelo popular que têm os carismáticos golfinhos e as graciosas baleias, por exemplo", considera Ítalo Castro. “Mas esses pequenos organismos têm grande importância, pois são bioindicadores”, ensina o pesquisador. Uma vez que apresentam determinada anomalia, todos os demais seres expostos ao mesmo quadro de contaminação podem sofrer danos também. O mais temível dos quadros – que tais contaminantes cheguem ao ser humano – normalmente é mera questão de tempo.

E quanto ao homem? “Amostras de fígado, rim, coração e estômago já revelaram a presença dessa substância no ser humano também; provavelmente devido ao consumo de frutos do mar”, preocupa-se Magela. É o que biólogos chamam de biomagnificação. Substâncias presentes em níveis mais baixos da cadeia alimentar são eventualmente transmitidas em níveis mais elevados – do mexilhão ao ser humano, por exemplo, é apenas um passo. Pois nos alimentamos desses animais. “Estudos in vitro e in vivo com mamíferos têm mostrado que o TBT também oferece potencial de risco a populações humanas”, ressalta Fernandez.
Banimento além-mar
Foi em 1982. Os franceses notaram que tintas anti-incrustantes causavam danos sérios ao cultivo de ostras na baía de Arcachon, sudoeste da França. Assim, proibiram seu uso em embarcações de pequeno porte.
Medidas restritivas também foram adotadas pelos britânicos em 1987; e pelos estadunidenses em 1988. Em 2001, a Organização Marítima Internacional (IMO) aprovou a Convenção Internacional sobre Controle de Sistemas Anti-incrustantes, da qual o Brasil é signatário. Com o documento, mais de 170 países decidiram que o uso do TBT em tintas marítimas estaria proibido a partir de 2003 – as nações teriam prazo de cinco anos para adaptação. Finalmente, em 2008, passou a vigorar o banimento integral. Em janeiro daquele ano, a União Europeia decretou que nenhuma embarcação de grande porte, oriunda de qualquer pátria, poderia adentrar seus portos caso estivesse tratada com tintas à base do famigerado composto químico.
Alguns países, no entanto, perduram alheios à problemática. Com vista grossa às convenções internacionais, Bangladesh, Paquistão, Sri Lanka, Coreia, Taiwan, Malásia e Índia ainda não exercem controle sobre o uso de tintas marítimas protetoras. “Tampouco são signatários de qualquer acordo internacional acerca do tema”, acentua Magela.
No Brasil, é proibido usar TBT na pintura de embarcações. Mas ele é legalmente produzido e comercializado no país para outras finalidades
No Brasil, a Marinha foi a primeira instituição a tomar medidas responsáveis em relação ao tema: nos idos de 2003, suspendera o uso do TBT em todas as suas embarcações. Depois disso, a legislação seguiu na carona, com a publicação da portaria N. 76/DPC, de 30 de julho de 2007.
Quadro atual: por aqui, é proibido usar TBT na pintura de embarcações. “Apesar disso, ele é legalmente produzido e comercializado no país para outras finalidades”, alerta o químico da UFMG. “Inclusive para a produção clandestina de tintas.”

Denúncia
A Ciência Hoje noticia algo grave: há prova inequívoca de uso recente de TBT – o mais perigoso dos organoestânicos – em pleno litoral brasileiro.
Com a proibição do uso da substância em atividades navais, esperava-se que os níveis de contaminação nos ecossistemas marinhos fossem cada vez mais diminutos. De fato, tais índices têm decrescido consideravelmente em diversas partes do mundo – inclusive na maior parte do litoral do Brasil. “Entretanto, contrariando as expectativas, pesquisas recentes comprovam aumento da concentração de TBT em áreas próximas a estaleiros e marinas no Sudeste e no Nordeste”, revela Fernandez. As áreas mais críticas são Paraty (RJ), Recife (PE) e Suape (PE).
O biólogo Ítalo Braga Castro e o oceanógrafo Gilberto Fillmann, da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), também constataram resultados semelhantes – não só na costa brasileira, mas em diferentes regiões do litoral sul-americano (segmentos da costa do Peru e da Venezuela, a propósito, são particularmente preocupantes).
Confira o mapa interativo preparado pela CH On-line com as áreas críticas de contaminação por TBT no litoral sul-americano. Ao clicar sobre cada ponto, o leitor tem informações detalhadas sobre os problemas apurados em cada localidade.

Os dados mais recentes foram coletados entre 2011 e 2013. Com técnicas avançadas de cromatografia, a equipe identificou em Paraty quantidades na faixa dos 200 nanogramas de TBT para cada grama (ngSn/g) de amostra de sedimento marinho ou de tecido de molusco. No litoral de Recife, foram cerca de 400; em Suape, 150. São todos valores considerados altos – “suficientes para induzir imposex em algumas espécies da fauna marinha”, alerta Castro. Fillmann confirma que “são números próximos dos níveis críticos, de acordo com os padrões da legislação brasileira”.
Soa o alarme: é certo, portanto, que, apesar da proibição, o TBT continua a ser disseminado ilegalmente nos ecossistemas marinhos.
Mas como? A aposta dos pesquisadores é que ele seja usado clandestinamente na formulação de tintas anti-incrustantes em estaleiros e marinas de pequeno porte, onde a fiscalização tende a ser inexistente ou ineficaz. Mas há um ponto cego na investigação. Pois, segundo os pesquisadores, não há como identificar precisamente a origem do TBT que está sendo emitido de forma ilegal – pois, para isso, seriam necessárias aferições diretas nos cascos de cada uma das embarcações que circulam pelas áreas avaliadas.
“É bastante provável que estaleiros e marinas façam seus ‘coquetéis’ de biocidas para pintar as embarcações; e sobre isso não há controle”, aponta Gilberto Fillmann. Agravante: no Brasil, tintas anti-incrustantes não referenciam no rótulo os biocidas contidos na formulação. “Nem os próprios estaleiros sabem o que estão usando”, diz o oceanógrafo da Furg. “Mas é certo que as grandes empresas do setor, que dominam 95% desse mercado, não usam mais TBT”, garante Ricardo Coutinho. “Quanto a empresas de fundo de quintal, no entanto, nada podemos garantir.”
Porto de Suape
No complexo portuário de Suape (PE), pesquisadores supõem que o TBT seja usado nas pequenas embarcações que prestam suporte às operações. (foto: Suape/ Divulgação)
No Brasil, um dos principais fabricantes de TBT é a Cesbra Química S.A. Detalhe: ela o faz à beira do rio Paraíba do Sul, fonte majoritária de abastecimento de água para a capital carioca. “Jamais entendi o processo de licenciamento ambiental desse empreendimento”, matuta Fernandez. A reportagem procurou a empresa – indagando-a sobre como anda o fluxo de produção e comércio de organoestânicos. Por email, uma resposta lacônica: “No momento estamos totalmente voltados para a produção de biodiesel”.
Se for verdade, o sítio da companhia na internet está desatualizado. Pois nele consta o rol de produtos que ela comercializa; e o TBT é um deles. “O Óxido de Tributilestanho Cesbra é um produto químico orgânico de estanho, fabricado sob rigoroso controle de qualidade e com alto poder biocida contra fungos, bactérias e algas”, lê-se na página virtual da empresa. Lá o cliente ainda encontra uma curiosa indicação de uso: “É utilizado em tintas como agente anti-incrustante.”

Rotas alternativas
“O setor náutico se vê em uma verdadeira sinuca”, revelam os pesquisadores. Não há alternativa totalmente segura para substituir as tintas à base de TBT. “Existem atualmente 20 biocidas em uso na indústria naval”, contabiliza Fernandez. Todos permitidos por lei. Em termos de ecotoxicologia, porém, estão longe de ser soluções ideais (ver ‘Rede’). “Alguns são derivados de defensivos agrícolas; são compostos organoclorados, ou organometálicos de cobre, zinco e manganês; há também triazinas”, elenca o oceanógrafo da Uerj.

Rede
Doze universidades brasileiras estão envolvidas na investigação do impacto das tintas anti-incrustantes – sob os auspícios da Rede Nacional de Estudos em Anti-incrustantes (RNEA), liderada por pesquisadores da Furg e financiada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Em novembro último, o grupo se reuniu em Rio Grande (RS) para finalizar a primeira etapa de um audacioso projeto: o levantamento de dados de toda a costa brasileira que resultou no panorama mais completo já elaborado no país acerca da problemática dos anti-incrustantes.

Outro caminho possível é o uso de compostos à base de silicone ou teflon. Funcionam a contento, em princípio, mas tornam-se dispendiosos e pouco práticos uma vez que são frágeis e requerem substituição frequente. Há, ainda, uma terceira via, que é a utilização de biocidas naturais. Diversos vêm sendo testados. Mas resultados práticos replicáveis em escala industrial ainda são utopia.
Há outra alternativa, digamos, um tanto mais ousada. “É simplesmente o não uso de substâncias químicas anti-incrustantes”, cita Fernandez. Segundo ele, existem esquemas construtivos que, com base em princípios físicos, podem dar conta do recado. “Abordagens alternativas como microrrugosidades na superfície de contato podem formar uma espécie de barreira física para a fixação dos organismos marinhos”, explana o pesquisador.
Superfície com bioincrustação
Superfície acometida por bioincrustação. Biólogos acreditavam que espécies exóticas invasoras eram transportadas na água de lastro dos navios. Mas, na verdade, mais de 60% da fauna invasora viaja na forma de bioincrustação. (foto: Wikimedia Commons)
No mundo, há mais de uma centena de grupos de estudo dedicados ao combate a bioincrustações. “É um problema de difícil solução que acompanha a humanidade desde que ela começou a navegar”, diz Coutinho. “Infelizmente, não temos perspectiva de curto prazo para solucionar esse desafio.”

Globalização: a via marítima
Interessante lembrete geopolítico: “A globalização cultural e econômica é feita pela internet; mas a globalização física é feita a navio”, pondera Fernandez. Dinheiro e influências imateriais transferem-se por vias eletrônicas, é verdade. Mas minérios, grãos, equipamentos e produtos em geral são transferidos entre as nações quase sempre por navio.
“Por isso, as embarcações são os agentes físicos da globalização.” Em um mundo cada vez mais globalizado – para o bem e para o mal – é evidente que esses fluxos serão cada vez mais intensos. “E tem seus cascos envenenados a maior parte dos grandes navios que hoje singram os mares da Terra.”

Esta reportagem, publicada na CH 311, inaugura a série especial ‘Oceanos envenenados’, que irá ao ar esta semana na CH On-line. Confira! Clique no ícone a seguir para baixar o arquivo em PDF deste texto. PDF aberto (gif)

Henrique Kugler
Ciência Hoje/ RJ
Publicado em 11/02/2014 | Atualizado em 14/02/2014         
Sugestões de leitura
CASTRO, I.B., WESTPHAL, E.; FILLMANN G. ‘Tintas anti-incrustantes de terceira geração: novos biocidas no ambiente aquático’ in Química Nova. Vol. 34, n. 6, 2011.
ALMEIDA, E.; DIAMANTINO, T.; SOUSA, O. ‘Breve história das tintas antivegetativas’ in Corrosão e protecção de materiais. Vol. 26, n.1, 2007.
 

Indonésia cria maior santuário do mundo para arraias-jamantas

Arraia-jamanta integra lista vermelha de espécies vulneráveis

Espécie é considerada vulnerável à extinção
A Indonésia inaugurou, na última sexta-feira (21.02.14), o maior santuário do mundo de arraias-jamantas. O objetivo é proteger a espécie, vítima da exploração pesqueira, e promover o turismo ecológico no arquipélago. Equador, Filipinas, Nova Zelândia e México também adotaram medidas de conservação similares.
A nova reserva abrange 6 milhões de metros quadrados em torno do litoral indonésio, composto de 17.000 ilhas.
Estudo recente apontou que apenas um exemplar desse tipo de arraia gera um milhão de dólares em rendas provenientes do turismo, enquanto um exemplar sacrificado vale apenas entre 40 e 500 dólares, indicou a organização de defesa dos animais Conservation Internacional.
A população de arraias-jamantas, que podem chegar aos 7,5 metros envergadura, diminui vertiginosamente por causa de seu consumo na China, onde suas brânquias são utilizadas na medicina tradicional.
As duas espécies de arraia-jamanta (Manta alfredi e Manta birostris) integram a lista vermelha de espécies vulneráveis à extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza.


 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Corais da Baía da Ilha Grande, na Costa Verde Fluminense, sofrem com branqueamento


 Projeto Coral Vivo relaciona o fenômeno com calor intenso e atraso das massas de águas frias no local
 Pesquisadores e mergulhadores identificaram na Baía da Ilha Grande, na Costa Verde Fluminense, o branqueamento de corais. O motivo pode estar relacionado ao intenso calor em todo Estado do Rio de Janeiro, com estiagem de quase um mês, potencializado pela geografia desse litoral, e pela direção do vento predominante. “Além disso, houve atraso na ressurgência de Cabo Frio – fenômeno oceanográfico que leva as massas de águas frias para a superfície em novembro, e neste verão somente aconteceu em fevereiro”, pontua o biólogo marinho Gustavo Duarte, coordenador executivo do Projeto Coral Vivo, que é patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Ambiental.
Para se ter uma ideia, a ESEC Tamoios registrou em Paraty-Mirim 34 graus Celsius na temperatura do mar. A analista ambiental dessa estação ecológica, Adriana Gomes, relata ser um recorde desde que começaram a fazer as medições há dez anos, e que é a primeira vez que acontece algo dessa magnitude com branqueamento de corais visto em diferentes pontos. Trata-se de Unidade de Conservação federal de proteção integral, criada na década de 90 com o intuito de preservar o rico ecossistema insular e marinho da região e permitir o monitoramento da qualidade ambiental, após a implantação das três usinas nucleares de Angra.
Com estresses como aquecimento da água, acidez ou poluição, por exemplo, o coral expulsa as microalgas simbiontes (chamadas zooxantelas), que vivem no interior do tecido dele e dá a cor. Ele adoece, e a expressão branqueamento é usada porque, com a saída dessas algas, o tecido quase transparente deixa em evidência o esqueleto calcário branco. De acordo com o biólogo Clovis Castro, coordenador geral do Projeto Coral Vivo e professor do Museu Nacional – UFRJ, quanto mais intenso e duradouro o evento, maior a chance da colônia de coral morrer.
“Quando os corais do litoral brasileiro conseguem sobreviver a esse tipo de estresse crônico, em seis meses, recuperam a coloração com o retorno das algas zooxantelas à colônia. Já em outras partes do mundo a taxa de mortalidade dos corais costuma ser maior”, compara o pesquisador Gustavo Duarte. Ele usa o mesocosmo marinho do Projeto Coral Vivo em Arraial d’Ajuda (BA) para simular as mudanças climáticas e antecipar episódios como este que ocorreu em Paraty, favorecendo na tomada de decisões de políticas públicas.
O Projeto Coral Vivo recebeu relatos de diferentes pesquisadores e mergulhadores da região. Até o momento, parece que é um fato isolado, sem interferência na vida marinha de outras regiões do estado. Duarte foi recentemente mergulhar em Paraty e também percebeu que a água estava mais quente do que o habitual.
Projeto Coral Vivo
O Coral Vivo faz parte da Rede BIOMAR (Rede de Projetos de Biodiversidade Marinha), que reúne também os projetos Tamar, Baleia Jubarte, Golfinho Rotador e Albatroz. Todos patrocinados pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Ambiental, eles atuam de forma complementar na conservação da biodiversidade marinha do Brasil, trabalhando nas áreas de proteção e pesquisa das espécies e dos habitats relacionados. As ações do Coral Vivo são viabilizadas também pelo copatrocínio do Arraial d’Ajuda Eco Parque, e realizadas pela Associação Amigos do Museu Nacional – SAMN/UFRJ. Mais informações:www.coralvivo.org.br e www.fb.com/CoralVivo
EcoDebate, 20/02/2014
Cientistas americanos pediram uma cooperação internacional para preservar os ecossistemas do fundo do mar, cujas riquezas minerais e pesqueiras são cobiçadas pela indústria internacional.
“Estes ecossistemas cobrem mais da metade da Terra e, levando-se em conta sua importância para a saúde do nosso planeta, é imprescindível preservar sua integridade”, afirmou no domingo, 16.02.14,  a diretora do Centro de Biodiversidade Marinha e Conservação do Instituto Scripps de Oceanografia em San Diego (Califórnia, oeste dos Estados Unidos), Lisa Levin..
“A industrialização que dominou o século XX em terra se tornou uma realidade nas grandes profundezas marinhas”, advertiu Lisa, durante sua apresentação na conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), celebrada neste fim de semana em Chicago (norte).
Com a duplicação da população mundial nos últimos 50 anos, a demanda por produtos alimentícios, de energia e de matérias-primas procedentes do oceano aumentou consideravelmente.
“Na medida em que esgotamos as reservas de peixes ao longo da costa, a indústria pesqueira está se voltando para as águas profundas”, prosseguiu a bióloga.
Além do esgotamento dos recursos pesqueiros, os ecossistemas dos fundos marinhos estão ameaçados pela exploração de minerais como o níquel, o cobalto, o manganês e o cobre, afirmou, destacando que a exploração de combustíveis costuma ser realizada a mais de mil metros de profundidade.
Quadruplicar em 50 anos a demanda de energia já se traduziu na instalação de duas mil plataformas de petróleo em alto-mar.
Enormes avanços na robótica
O setor minerador explora as profundezas marinhas em busca de minerais e terras raras essenciais para a eletrônica – de telefones celulares a baterias para carros híbridos.
Segundo a pesquisadora, “já são vendidas concessões em vastas áreas de grandes profundidades oceânicas para extrair os recursos necessários à nossa avançada economia”.
Diante desta situação, ela pediu “uma cooperação internacional e a criação de uma entidade capaz de estabelecer uma governança para a gestão destes recursos”.
Para a diretora do Laboratório Marinho da Universidade de Duke (Carolina do norte, sudeste), Cindy Lee Van Dover, “é imprescindível trabalhar com a indústria e os organismos de governança para implementar regulações ambientais progressivas e apoiadas na ciência antes de empreender estas atividades”.
“Em 100 anos, queremos que se diga que fizemos o que era certo”, acrescentou.
“A exploração mineradora dos grandes fundos marinhos não pertence mais à ficção científica. Todos esses recursos de mineração existem… E temos feito avanços significativos na robótica que proporcionam um acesso sem precedentes” a eles, afirmou a cientista.
“Caberia perguntar se o valor do que se extrai é maior do que o dano ao ecossistema”, argumentou o diretor do programa sobre Políticas Oceânicas e Costeiras da Universidade de Duke, Linwood Pendleton.
Outras questões pendentes, segundo o pesquisador, passam por “como reparar os consideráveis danos já causados pela pesca de arrasto, a contaminação e outras atividades”.
“Devemos responder a essas questões científicas antes que se iniciem atividades industriais”, advertiu, destacando que os fundos marinhos alojam uma diversidade genética quase infinita e representam, portanto, uma fonte potencial de novos materiais e medicamentos.
Autor: Jean-Louis Santini
Fonte: AFP

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Morre no Japão crustáceo que se recusou a comer por 5 anos

              Havia cinco anos que o isótopo encontrado morto em Toba não se alimentava Foto: Reprodução       

Nenhum outro animal conseguiu permanecer vivo por tanto tempo sem se alimentar. Havia cinco anos que o isótopo encontrado morto em Toba não se alimentava.

Um isópodo, crustáceo considerado um dos maiores tesouros do fundo do mar, foi encontrado morto em um tanque do aquário de Toba, no Japão, na ultima sexta-feira, 14.  Havia cinco anos que o animal se recusava a comer, de acordo com o jornal Daily Mail.

O crustáceo gigante não se alimentava desde janeiro de 2009, quando comeu um carapau, um gênero de peixe marinho da família Carangidae.
O cuidador do isópodo, Takeya Moritaki, ficou perplexo com a greve de fome do crustáceo. Segundo ele, a criatura às vezes fingia comer movendo a boca e as patas dianteiras em torno da comida para enganar a equipe do aquário.
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Quando o cuidador preparou o carapau para a refeição semestral do crustáceo, o animal permaneceu imóvel. Depois que foi retirado do tanque, os funcionários perceberam que o animal estava morto. O caso tem sido amplamente divulgado porque nunca um animal conseguiu permanecer vivo por tanto tempo sem se alimentar.
O isópodo gigante, crustáceo relacionado com camarões e caranguejos que vivem nas águas frias e profundas dos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, será congelado para conservação. Pesquisadores já começaram a investigar o que teria levado o animal a ficar tanto tempo sem comer.
O animal, que media 29 centímetros e pesava um quilo, havia sido levado para o aquário de Toba em setembro de 2007.   

 


 

 


 

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Dança de cardume de sardinhas forma coração no mar nas Filipinas

Momento em que cardume de sardinhas forma coração no fundo do mar foi clicado na costa das Filipinas (Foto: Jun V. Lao/ Caters News)

Movimentação dos peixes aconteceu próximo a cidade de Moalboal.
Para conseguir imagem, fotógrafo precisou mergulhar rapidamente.


A movimentação de um cardume de sardinhas na costa de Moalboal, nas Filipinas, impressionou o fotógrafo Salvador Lao, de 37 anos, que captou o momento em que os peixes parecem formar um coração com sua “dança”.
Lao conta que grandes cardumes (com milhares de peixes) são raros de ser vistos e que para conseguir uma boa foto do fenômeno é preciso mergulhar de forma rápida e chegar bem próximo dos peixes.

Leia também: Pesca excessiva ameaça 30% das populações de peixes, afirma ONU

 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Medusa de 1,5 metro é encontrada em praia australiana

Espécie, chamada de Medusa de Léon, pode alcançar dois metros de diâmetro
AFP - Agence France-Presse
Uma medusa gigante apareceu esta semana em uma praia australiana, disseram cientistas nesta quinta-feira. A grossa massa viscosa de 1,5 metro de diâmetro foi descoberta por uma família na ilha da Tasmânia (sul). Segundo a bióloga Lisa Gershwin, assemelha-se à medusa Melena de León, uma espécie que pode alcançar dois metros.
"Conhecemos essa espécie, mas ainda não está classificada", explicou Lisa, acrescentando que os cientistas observam há semanas uma proliferação de grandes medusas nas águas da Tasmânia.

Milhões de estrelas-do-mar morrem no oeste dos EUA

Estrela-do-mar-sol, considerada a maior estrela-do-mar, foi uma das espécies mais prejudicadas com a mortandade / Crédito: Google
Mortalidade alcança 95%. Causa do fenômeno ainda é desconhecida.
Nos últimos meses, milhões de estrelas-do-mar estão morrendo na costa oeste dos Estados Unidos, do Alasca à Califórnia. Pesquisa desenvolvida no Centro de Estudos da Fauna Selvagem do Instituto Americano de Geofísica (USGS, na sigla em inglês) aponta que populações inteiras de estrelas-do-mar morreram no estreito de Puget, no Mar de Salish e ao longo da costa californiana. O nível de mortalidade alcança 95%. A causa ainda não foi identificada.
As duas espécies mais prejudicadas são a Pisaster ochraceus, de cor púrpura, e a Pycnopodia helianthoides, também conhecida como estrela-do-mar-sol, caracterizada pelas cores mutáveis. Esta última é considerada a maior estrela-do-mar, com diâmetro que pode superar um metro.

Segundo Jonathan Sleeman, diretor do USGS, a suspeita é de que a mortandade tenha começado em junho de 2013, afetando várias espécies de estrelas-do-mar que vivem no litoral e em cativeiro. "Achamos que um elemento patogênico, como um parasita, um vírus ou uma bactéria, pode estar infectando essas estrelas-do-mar e colocando em perigo seu sistema imunológico, tornando-as vulneráveis a infecções bacterianas secundárias responsáveis pelos danos físicos observados", explicou Pete Raimondi, professor de biologia da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, um dos principais cientistas envolvidos na pesquisa.
Os sintomas detectados com mais frequência são lesões superficiais brancas, que se espalham com rapidez, debilidade geral, perda de braços e desintegração do corpo, levando à morte dias depois dos primeiros sintomas.
Os pesquisadores continuam investigando a morte das estrelas-do-mar. Eles estão acumulando informações, vigiando certos pontos da costa do Pacífico, reunindo espécimes e fazendo análises microbiológicas para determinar se o vilão é um agente infeccioso ou tóxico.
Histórico

De acordo com Raimondi, este não é o primeiro registro de mortandade de estrelas-do-mar. No passado, o fenômeno foi associado ao aquecimento das águas costeiras. Também houve suspeita de que um agente patogênico teria se desenvolvido graças à temperatura da água, embora isso nunca tenha sido confirmado.
Em 1983, uma mortandade na costa sul da Califórnia ameaçou a estrela-do-mar Pisaster ochraceus. Em 1997, ocorreu uma mortandade menor devido ao aquecimento do Pacífico sul decorrente do fenômeno El Niño. Na primavera de 2013, a costa leste dos Estados Unidos também sofreu com a morte maciça de algumas espécies de estrelas-do-mar.
Fonte:  France Presse