segunda-feira, 22 de julho de 2013

Fundo do mar da Antártida é afetado pelo derretimento dos blocos de gelo.



O derretimento das plataformas de gelo na Antártida permitiu a rápida proliferação das esponjas de vidro (Hexactinellida) no mar de Weddell, o que pode afetar o ecossistema no extremo Sul do planeta.

Esta esponja demora tanto tempo para crescer que muitos cientistas estimam que eles levassem cerca de 10 mil anos para atingir os dois metros da fase adulta. Mas a velha teoria está em xeque diante de novo estudo publicado na revista Current Biology.
Biólogos do Instituto Alfred Wegener, da Alemanha, constataram que o número das esponjas de vidro triplicou na costa leste da península antártica em apenas quatro anos, um alerta sério para qualquer ecossistema, ainda mais para um tão inóspito como este.

Em contrapartida, uma espécie de ascídia local desapareceu do fundo do mar no mesmo período, entre 2007 e 2011. Para os alemães, o fundo do mar está reagindo muito mais depressa às mudanças climáticas do que o esperado.
Segundo o grupo de pesquisadores, o derretimento das banquisas transformou radicalmente o ambiente frio, escuro e com poucos recursos de comida das profundezas nas últimas décadas. É que a entrada dos raios solares pelas fendas do gelo permitiu que plânctons crescessem na superfície do mar, que, mais tarde, descem para o fundo do mar, “em uma chuva de alimento”.
“Agora sabemos que as esponjas de vidro podem sofrer ciclos de expansão e retração, permitindo que elas colonizem rapidamente novos habitats em um curto período de tempo”, explica Claudio Richter, que chefiou a pesquisa.

Saiba mais

1. Hexactinellida (do grego hex, seis + aktis, raio; e do latim -ellus, sufixo diminutivo) é uma classe do filo Porífera (esponjas) caracterizada por possuir um esqueleto de espículas de sílica, e são comumente chamadas de esponjas-de-vidro. O nome da classe é devido ao fato das espículas possuírem seis pontas, distribuídas em seis eixos. Frequentemente algumas das espículas se fundem e o esqueleto adquire um aspecto de treliça sendo constituído de fibras silicosas longas, semelhantes a fibras de vidro soltas.
As esponjas-de-vidro são as mais simétricas e mais individualizadas entre as esponjas e têm menos tendência a formação de agrupamento ou grandes massas com muitos ósculos. Possuem forma de taça, vaso ou urna, e em média possuem 10 a 30 cm de altura. A esponjiocele é bem desenvolvida e o ósculo único algumas vezes é recoberto por uma placa crivada (revestimento em forma de grade formado pela fusão de espículas). As Hexactinellida assemelham-se um pouco a formas siconóides na estrutura. No entanto, não possuem canais incorrentes siconóideos e a água entra através dos espaços em um sincício trabecular externo em forma de malha.
Existem esponjas-de-vidro no mundo inteiro e são os poríferos predominantes da Antártida. Ao contrário das esponjas calcárias que são de águas rasas, são encontradas em águas profundas, a maioria vivendo entre 200 e 1.000m, já tendo sido dragadas inclusive de zonas abissais.

2. Banquisa:
Banquisa ou banco de gelo é água do mar congelada, que começa a formar-se aos -2°C, originando uma camada delgada que se quebra facilmente. Os pedaços maiores engrossam e aglomeram-se, recolhendo nas bordas os pedaços menores: é um gelo em placas. Estes blocos ampliam-se na base e acabam por soldar-se, constituindo então o «gelo novo». Transportada pelas correntes marítimas, a banquisa quebra-se e torna a soldar-se, formando, na linha de contato entre os blocos, «arestas de pressão», cristais de gelo com o seu equivalente em profundidade. O gelo estacional forma-se na periferia das zonas polares. Noutros locais, origina a banquisa permanente (ou plurianual), que pode atingir 30 m de espessura, com arestas até 70 m de profundidade. A banquisa pode derreter um pouco à superfície, mas regenera-se em profundidade. O gelo do mar incorpora muito pouco sal (nunca mais de 5 g/li).
Não deve confundir-se a banquisa com os icebergs, que são água doce gelada, trazida até ao mar pelos glaciares, nem com a polínia. Fonte: Wikipédia