segunda-feira, 14 de maio de 2012

Estudo: ’sopa de plástico’ do Pacífico aumenta 100 vezes


O enorme redemoinho de lixo plástico flutuante do norte do Pacífico aumentou 100 vezes nos últimos 40 anos, indica um artigo que será publicado na quarta-feira. Cientistas alertam que a sopa mortal de microplástico – partículas menores que 5 mm – ameaçam alterar o ecossistema marinho.
No período entre 1972 e 1987, nenhum microplástico foi encontrado em amostras coletadas para testes, destacou o artigo publicado no periódico Biology Letters, da Royal Society. Mas, atualmente, os cientistas estimam que a massa de lixo conhecida como Giro Subtropical do Norte do Pacífico (NPSG, na sigla em inglês) ou Grande Mancha de Lixo do Pacífico, ocupe uma área correspondente, grosso modo, ao território do Texas.

“A abundância de pequenas partículas plásticas produzidas pelo homem no Giro Subtropical do Norte do Pacífico aumentou 100 vezes nas últimas quatro décadas”, destacou um comunicado sobre as descobertas feitas por cientistas da Universidade da Califórnia.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), 13 mil partículas de lixo plástico são encontradas em cada quilômetro quadrado do mar, mas o problema é maior no Norte do Pacífico. As partículas plásticas estão sendo aspiradas pelas criaturas do mar e pelas aves e a mistura é rica em produtos químicos tóxicos.
O estudo diz que o NPSG fornece um novo hábitat para insetos oceânicos, denominados “gerrídeos”, que se alimentam de plâncton e ovos de peixes e, por sua vez, viram comida de aves marinhas, tartarugas e peixes. Os insetos, que passam toda a vida no mar, precisam de uma superfície dura onde depositar seus ovos, antes limitada a itens relativamente raros, como madeira flutuante, pedras-pome e conchas marinhas.
Se a densidade do microplástico continuar a crescer, o número de insetos aumentará também, alertaram os cientistas, “potencialmente à custa de presas como o zooplâncton e os ovos de peixes”.


Exposição no Rio vai mostrar imagens raras do fundo do mar



Com imagens captadas pela mesma equipe responsável pelo documentário “Océans” – ganhador do César, “o Oscar francês”, de melhor documentário em 2011 -, a exposição “Oceanos” abre para visitação a partir desta quinta-feira (17/5/12), no Centro Cultural Correios, no Rio. Até 1º de julho, ficam à mostra no espaço 35 fotos. De acordo com a assessoria de imprensa, a iniciativa pretende “contribuir para a conscientização ambiental por ocasião da Rio+20″. Trata-se da conferência das Nações Unidas sobre o desenvolvimento sustentável, que acontece entre 13 e 22 de junho na mesma cidade.
Dirigido por Jacques Perrin e Jacques Cluzaud, e coproduzido pela Disneynature, “Océans” partiu da ideia de “ser peixe entre os peixes”, explica o texto de divulgação de “Oceanos”. “A equipe de Perrin e Cluzaud chegou a construir três tipos de câmeras inéditas, a fim de poder circular naturalmente entre os habitantes dos cinco oceanos da Terra.”
Na exposição, chamam a atenção as imagens de animais raros, caso de exemplar ancestral da iguana marinha, descrita como “um lagarto passeando embaixo da água”. O material de imprensa explica que as iguanas “voltaram ao mar para obter o alimento que as ilhas Galápagos, quase desertas, não ofereciam a eles”.
Já o elefante marinho da ilha de Guadalupe destaca-se pela grande proximidade da câmera, enquanto “o peixe shrek [...] é munido de monstruosos tumores que incham seu crânio e seu queixo”. Segundo a nota, as mudanças surgem conforme o animal envelhece: “a jovem fêmea ‘elegante’ se transforma em ‘macho velho’, ou seja, o peixe nasce fêmea e morre macho”.
O texto cita ainda uma imagem, captada no sul da Austrália, em que aparecem milhares caranguejos juntos: eles estão ali para a mudança de pele, e chegam a cobrir o fundo do mar até uma altura de um metro. “Últimas testemunhas de uma riqueza acabada, essas indescritíveis abundâncias eram comuns antes do homem industrial”, observa Perrin, codiretor de “Océans”, na nota.
“E elas nos lembram de que a ‘amnésia ecológica’ está nos atingindo, pois cada um considera a natureza que descobre em sua infância como original. Assim, de geração em geração, aceitamos o inaceitável empobrecimento, pois não podemos medir a extensão global do desastre.” (Fonte: G1).