Caranguejo-amarelo (Gerarcinus
lagostoma) Foto: Drew |
O
caranguejo-amarelo (Johngarthia lagostoma, antigamente Gecarcinus
lagostoma), também chamado simplesmente de caranguejo, é uma espécie
endêmica de algumas poucas ilhas no Atlântico Sul, afastadas do continente:
Atol das Rocas, Arquipélago de Fernando de Noronha e ilhas de Trindade, Martim
Vaz e Ascensão.
Apesar
do nome popular, a espécie é caracterizada por um polimorfismo: além do amarelo, também se apresenta na cor
violeta e, em poucas ocasiões, avermelhados. A variação amarela é dominante na ilha de Ascensão,
enquanto a variação roxa, no Atol da Rocas. Outra curiosidade está no tamanho
dos animais em relação à geografia: os caranguejos de Ascensão são maiores que
aqueles do Atol.
O
Johngarthia lagostoma é uma espécie de caranguejo terrestre que vive em
tocas entre a vegetação das ilhas. De hábitos noturnos, emerge de suas tocas,
que podem ter até 1 metro de profundidade, para alimentar-se de matéria vegetal
e, ocasionalmente, animais: é um dos predadores dos filhotes de
tartarugas-verdes (Chelonia mydas), ao lado das fragatas e gatos
selvagens. Na própria ilha de Ascensão, crê-se que haja como limitador do
crescimento de petréis.
A
espécie possui adultos terrestres e larvas que se desenvolvem no mar. No
período reprodutivo, de janeiro à março, há uma migração anual para o mar para
liberar as larvas
planctônicas. Os caranguejos machos e fêmeas viajam cerca de 450 m
por dia em direção ao mar. O acasalamento pode ocorrer em qualquer lugar ao
longo da rota. As fêmeas em média fecundam 72.000 ovos que serão lançados ao
mar no último trimestre do ciclo lunar, durante as marés de
quadratura, nos costões rochosos.
Ameaça
a espécie está ligada ao pequeno tamanho das populações existentes,
conseqüência do tamanho reduzido das ilhas onde ocorre. Como as ilhas são
isoladas e distantes entre si, são grandes as possibilidades de que as larvas
não consigam encontrá-las em seu caminho de regresso.
Também
há o problema das atividades humanas, como o turismo, que são limitantes para a
presença da espécie, por reduzir e degradar o habitat da espécie. Embora não
conste da lista da IUCN, o Johngarthia lagostoma é considerado pelo ICMBio como espécie Em Perigo. As populações
protegidas se encontram nas unidades de conservação Parna Marinho de Fernando
de Noronha (PE) e Rebio do Atol das Rocas (RN).
Fonte: Rafael
Ferreira - 14/11/13 – O Eco
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