sexta-feira, 5 de abril de 2013

Muco de peixe-bruxa poderá ser tecido para criar roupa do futuro

O Myxa, Mixina, ou Myxini , (do grego myxa, muco),  uma espécie de peixe do Pacífico e do Atlântico, sem maxilar e espinha dorsal, solta uma substância viscosa extremamente concentrada que serve de autodefesa. Este muco poderá ser usada como tecido para fabricar a roupa do futuro, segundo uma equipe de investigadores da Universidade de Guelph, no Canadá.

Também conhecido como peixe-bruxa, este peixe cilindrico, parecido  com uma cobra,  é considerado um fóssil vivo e,  aparentemente, não possui  mecanismos de defesa. Porém, um peixe-bruxa possui cerca de 100 glândulas produtoras de muco, localizadas ao longo do seu corpo. Elas dispersam uma substância leitosa, mas que é rica em fibras.

Quando a substância leitosa se mistura com a água do mar, ela se expande, criando grandes quantidades de um muco translúcido, composto por fibras extremamente fortes e elásticas e sedosas.
 Pesquisadores filmaram recentemente o que acontece quando um tubarão morde uma mixina. Sua boca e guelras são rapidamente cobertas pelo muco e imediatamente desistem do ataque para não morrer asfixiado.

Segundo Tim Winegard, que estuda as fibras encontradas no muco, o peixe-bruxa, sobreviveu após os dinossauros e a diversos outros processos de extinção em massa. Há mesmo um fóssil deste peixe, completo e com evidências de glândulas produtoras de muco, que foi datado com mais de 300 milhões de anos.
No entanto, ainda falta saber como aumentar a produção desta substância dos Myxinis. Os especialistas afirmam que esse processo seria improvável em laboratório, já que o peixe parece não se reproduzir muito bem em condições de cativeiro.
A equipa espera conseguir reproduzir artificialmente as proteínas encontradas no muco – um método semelhante ao usado para produzir a seda de aranha.
Atsuko Negishi e seus colegas estão tentando separar as fibras do muco, para começar a tecer as primeiras roupas com a "seda de peixe". [Imagem: Andra Zommers/UGuelph]

No entanto, este processo ainda se mantém complicado. Os investigadores tentam retirar com pinças as fibras de uma membrana muito fina, formada pela proteína extraída do muco do peixe-bruxa. Quando a membrana é destruída, pequenas fibras são formadas.
Essas fibras, quando esticadas na água e, logo em seguida, secadas, se tornam sedosas. Cientistas acreditam que o muco do peixe-bruxa pode ser transformado em roupas esportivas ou, ainda, em coletes de proteção contra armas.
Se a equipa tiver sucesso na extracção dessa nova fibra, poderemos estar vestir em breve uma camiseta criada com este novo tecido.


 

 

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