Cetichthys indagator
Tem no máximo 15 centímetros, corpo de coloração
acastanhada e barbatanas cor de laranja. Habita as zonas profundas de todos os
oceanos, com pouca luz e calcula-se que se alimenta de pequenos crustáceos.
Chama-se Cetichthys indagator e trata-se de uma espécie de peixe rara, descoberta no nordeste do
Atlântico, em 2010.
O autor da proeza foi Rui Pedro Vieira, um português de 25 anos, formado em Biologia Marinha e bolsista
de investigação do Centro de Estudos do Mar e Ambiente, na Universidade de
Aveiro. Durante cinco semanas, no final de 2010, viajou a bordo do navio Meteor
ao monte submarino Ampère, a 200 milhas náuticas a nordeste da Madeira, com o
objetivo de caracterizar o ecossistema, numa investigação liderada pela
Universidade de Hamburgo (Alemanha).“Foi apenas a quinta vez que um peixe da espécie Cetichthys indagator foi encontrado. Os outros quatro exemplares foram capturados nos oceanos Atlântico sul, ao largo de África do Sul, Índico e Pacífico”, revela Rui Pedro Vieira, que só à chegada a Hamburgo, confirmou a espécie rara. No entanto, apesar de rara, a ciência sabe que o peixe tem “uma importante função ao nível da cadeia trófica, servindo de alimento a outras espécies de interesse comercial”.
Para o investigador, a presença do animal no Atlântico Norte não é de estranhar e não se deve a migrações ou alterações climáticas. “Apesar de ser um peixe raro não significa que não seja abundante, mas sim ainda pouco conhecido. O estudo do oceano profundo exige um enorme esforço técnico-científico, o que limita o trabalho a grandes profundidades. Atualmente, conhecemos melhor a superfície da Lua do que os fundos oceânicos do nosso planeta.”, explica.E as descobertas podem não ficar por aqui. A equipe de investigação continua a trabalhar em amostras recolhidas, “pelo que é provável que sejam encontradas e registradas” outras espécies raras ou mesmo até agora desconhecidas.
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