Em 27 anos, maior ecossistema de recifes de corais do mundo perdeu mais de 50% de sua cobertura original.
Austrália admitiu negligência na preservação da Grande Barreira de Corais
Entre 1985 e 2012, a Grande Barreira de Corais, localizada na Austrália, perdeu 50,7% de sua cobertura original. Os dados são de estudo desenvolvido pelo Instituto de Ciência Marinha da Austrália. Ministro do Meio Ambiente admitiu negligência do país na preservação do maior ecossistema de recifes de corais do mundo.
"Eu acredito que o estudo provocou o efeito de uma onda de choque em muitos lares na Austrália", declarou o ministro do Meio Ambiente, Tony Burke, em discurso na emissora estatal ABC. O governo de centro-esquerda tem tomado medidas de preservação, mas "não há dúvida de que houve negligência por décadas", acrescentou.
O estudo aponta três principais razões da degradação dos corais: ciclones tropicais (responsáveis por 48% das perdas); predação de um tipo de estrela-do-mar (42%); e branqueamento dos corais (10%), fenômeno que leva os seres à morte por uma série de fatores, como aumento da temperatura do mar, poluição e acidificação dos oceanos. O índice obtido é baseado em dados de 2.258 pesquisas realizadas em 214 áreas de recife nos últimos 27 anos.
Apesar de situada a uma relativa distância do litoral e de populações urbanas, com grande proteção da ação humana por meio de leis que controlam a pesca e atividades potencialmente predatórias nos seus arredores, segundo o estudo, a Grande Barreira têm sido alvo das mudanças climáticas e desequilíbrio ambiental.
Uma das razões é o crescimento descontrolado da população de um tipo de estrela-do-mar, apontam os cientistas. O escoamento de fertilizantes e produtos químicos usados na agricultura para o litoral têm causado proliferação destes animais, que se alimentam dos recifes de coral.
A redução da cobertura original de corais têm se acentuado desde 1998, conforme o estudo. Para a recuperação dos corais é essencial que haja redução do aquecimento global e da acidificação dos oceanos, apontam os cientistas, que citam também que uma ação para reduzir a população de estrelas-do-mar na região teria efeito positivo na retomada do crescimento dos corais.
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