terça-feira, 31 de julho de 2012

Exposição ‘Vida Marinha’ revela belezas dos oceanos,no Aquário de São Paulo, localizado na capital paulista.

Especialista em fotografia subaquática, o mergulhador Ary Amarante exibirá, a partir de 01/08, parte do seu trabalho na exposição Vida Marinha, que está sendo montada no Aquário de São Paulo, localizado na capital paulista.

A mostra contará com mais de 30 fotografias do profissional, que, muito além das belezas do mundo subaquático, pretende mostrar aos visitantes a importância dos oceanos para a regulação do clima, a geração de renda da população, as pesquisas científicas e, até mesmo, para a arte, já que o mar é uma grande fonte de inspiração para músicos, escritores e pintores, entre outros.

A exposição estará aberta ao público de segunda a domingo, das 9h às 18h, até 31/08. Para conferir a mostra é preciso comprar ingresso para o Aquário. Algumas atrações têm entrada cobrada à parte.
Fonte: Exame.com



domingo, 29 de julho de 2012

Encontrado animal marinho com olhos de pedra


Pesquisadores fizeram uma curiosa descoberta no mundo subaquático: um molusco que usa minúsculos olhos feitos de um cristal de carbonato de cálcio para detectar predadores. Os cientistas dizem que se trata do primeiro par de olhos rochosos encontrado no reino animal.

As centenas de estruturas similares a olho sobre a superfície desse molusco, chamado de Chiton, já haviam sido descobertas décadas atrás. Porém, até agora, não se sabia de que material elas eram feitas ou se os animais podiam efetivamente ver objetos ou apenas sentir a luminosidade.
“Agora descobrimos que eles realmente conseguem ver objetos, embora provavelmente não muito bem”, afirma o pesquisador Daniel Speiser, que recentemente completou seu pós-doutorado na Universidade da Califórnia, em Santa Barbara, Estados Unidos. Como comparação, o estudo descobriu que a visão humana é cerca de mil vezes mais nítida que a do Chiton.
Chitons  apareceram pela primeira vez na Terra há mais de 500 milhões de anos. Porém, de acordo com o registro de fósseis, o mais antigo Chiton com os olhos surgiu apenas nos últimos 25 milhões de anos, tornando seus olhos um dos mais recentes a evoluir nos animais. “Os olhos provavelmente evoluíram de modo que os Chitons pudesse ver e se defender dos predadores”, conta Speiser.
A fim de descobrir como os olhos de pedra funcionam na fuga contra predadores, Speiser e o biólogo Sönke Johnsen estudaram, em laboratório, Chitons do oeste da Índia (Acanthopleura granulata), que medem cerca de 8 cm de comprimento. Como outros Chitons, essas criaturas têm escudos achatados feitos de oito placas separadas por centenas de minúsculas lentes na superfície, cobrindo grupos de células sensíveis à luz.
A equipe percebeu, após experimento em laboratório, que as lentes dos animais eram feitas de aragonita (carbonato de cálcio), em vez de outras proteínas, como as lentes biológicas. Em seguida, a dupla colocou os Chitons em uma superfície feita da pedra ardósia. Logo que o animal levantou parte do seu corpo para respirar, os pesquisadores lhes mostraram um disco preto de tamanhos variados ou um slide correspondente cinza, que bloqueava a mesma quantidade de luz. Os objetos foram segurados um pouco acima do chitons.
A luz bloqueada não ocasionou nenhuma resposta, mas quando o disco estava no mínimo 2,5 centímetros do animal, os chitons se contorceram.
Como os Chitons responderam aos discos maiores e não aos slides cinzas, eles parecem ver o disco e não apenas responder a uma mudança na luz, explica Michael Land, biólogo da Universidade de Sussex, Reino Unido, e especialista em visão de animais que não estava envolvido na investigação. Mas ainda não está claro se eles respondem apenas à remoção de luz pelo disco, em oposição à adição de luz.
As experiências também sugerem que os olhos tem capacidades semelhantes tanto na água quanto no ar, o que indica que os Chitons são capazes de enxergar em cima e abaixo d’água.


terça-feira, 24 de julho de 2012

Biorrobô: Água-viva artificial movimenta-se com células cardíacas

Os cientistas usaram técnicas de cristalografia para mapear o alinhamento da rede de proteínas no interior de todas as células musculares do animal, e reproduziram essa rede artificialmente. [Imagem: Nawroth et al./Nature Biotechnology]
Biomecânica
Cientistas juntaram proteínas e células vivas do coração de animais a uma matriz de silicone para criar uma água-viva capaz de se movimentar.
O feito serve como uma prova de conceito da engenharia reversa de seres vivos ou, pelo menos, de músculos e formas de vida simples.
Janna Nawroth e seus colegas das universidades de Harvard e Caltech afirmam também que sua "água-viva meio viva" amplia a definição da chamada "vida artificial", ou vida sintética, um campo emergente de pesquisas, baseado sobretudo na biologia sintética.
A biologia sintética é uma área emergente de pesquisas voltadas para a concepção e construção de novas "peças" e sistemas biológicos, ou modificação de seres vivos já existentes, para criar novas aplicações em áreas que vão da energia até os produtos químicos e farmacêuticos.
Assim, a água-viva biomecânica é menos robótica do que sua similar apresentada há poucos meses ao público. Seus criadores a batizaram de Medusóide, em referência a medusa, outro nome pelo qual as águas-vivas são conhecidas.
Engenharia de tecidos
"Um dos maiores objetivos do nosso estudo era fazer avançar o campo da engenharia de tecidos," disse Nawroth, referindo-se às tentativas de reproduzir tecidos vivos em laboratório, algo que, segundo ela, tem sido feito mais como uma arte, juntando componentes que se acredita serem importantes, mas sem necessariamente entender os princípios de funcionamento do tecido como um todo.
Entender e imitar a água-viva ( filo Cnidaria ou Coelenterata) pareceu um objetivo natural aos cientistas, já que a ciência acredita ser esse um dos mais antigos animais da Terra dotados de células especializadas em diferentes funções.
Na mesogléia (matriz extracelular gelatinosa situada entre a epiderme e a gastroderme), encontram-se dispersas células nervosas e outras com função muscular que promovem o fluxo de água para dentro e fora da cavidade central.
Esses animais usam estas células com função muscular para bombear água e se movimentar, de uma forma muito similar com o pulsar do músculo cardíaco.
Biorrobô
Para criar sua medusa artificial, os pesquisadores começaram com um molde de silicone, desenvolvendo um formato que lembra ligeiramente o corpo do animal, e aprimorando-o para que não vazasse muita água entre as "pétalas", o que faria o biorrobô perder impulso.
A seguir, eles aplicaram uma camada cuidadosamente projetada de proteínas, tentando reproduzir ao máximo a arquitetura muscular do animal.
Essa camada de proteínas serviu como guia para o crescimento e a organização da camada seguinte, formada por células do coração de ratos.
Segundo os pesquisadores, para obter o movimento ritmado, ou pulsante, foi necessário combinar quantitativamente a arquitetura subcelular, celular e supracelular da “musculatura” da água-viva com as células cardíacas.
Isso abre caminho para exploração da técnica para a construção de órgãos artificiais ou, pelo menos, para o desenvolvimento de "remendos" para tecidos do corpo humano danificados por acidentes ou doenças.
Seres sintéticos
O "ser sintético" foi colocado em água salgada, à qual foi aplicada uma corrente elétrica alternada - entre 0 e 5 volts - que faz com que as células cardíacas pulsem, movimentando o biorrobô.
Na verdade, as células cardíacas já pulsavam ligeiramente sem a aplicação da corrente, mas geravam um movimento que não era forte o suficiente para movimentar o biorrobô.
"Como engenheiros, ficamos muito confortáveis em construir coisas de aço, cobre e concreto," disse o Dr. Kevin Parker, coautor do estudo. "Eu vejo as células como outro tipo de substrato de construção, mas precisamos de especificações quantitativas rigorosas para mover a engenharia de tecidos para um tipo reproduzível de engenharia."
Segundo Parker, enquanto a biologia sintética e sua busca pela vida artificial está "focada na manipulação genética de células, em vez de construir uma célula só, nós queremos construir uma besta". Adapatação do Site Inovação Tecnológica -
Bibliografia:
A tissue-engineered jellyfish with biomimetic propulsion
Janna C Nawroth, Hyungsuk Lee, Adam W Feinberg, Crystal M Ripplinger, Megan L McCain, Anna Grosberg, John O Dabiri, Kevin Kit Parker
Nature Biotechnology
Vol.: Published online
DOI: 10.1038/nbt.2269

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Todos a bordo!


O III Simpósio Acadêmico de Biologia Marinha (III SABMar) é um evento promovido pelo Diretório Acadêmico do curso de Ciências Biológicas (Ênfases em Biologia Marinha e Costeira e Gestão Ambiental Marinha e Costeira), curso realizado em convênio entre a UFRGS e a UERGS.
Ele congrega alunos e profissionais de diversos níveis de ensino relacionados, principalmente, nas áreas de Biologia, Biologia Marinha, Gestão Ambiental, e interessados em debater questões relacionadas à Biologia Marinha e Gestão Ambiental, bem como às pesquisas realizadas nesse campo e à formação de profissionais para atuarem nessas áreas.
DATA DO EVENTO: de 20 a 25 de agosto de 2012
LOCAL: Tramandaí (Auditório da Prefeitura Municipal de Tramandaí - Av. da Igreja nº 346, Centro)
Imbé (CECLIMAR - Av. Tramandaí, 976, Centro/ TEDUT - Av. Rio Grande, 1001, Centro)
Rio Grande do Sul (Litoral Norte Gaúcho)

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Chave de identificação dos Ctenophora da costa brasileira

Ctenóforo brasileiro: Mnemiopsis leidyi
Otto Müller Patrão de Oliveira1,2,5, Hermes Mianzan3,4,
Alvaro Esteves Migotto2 & Antonio Carlos Marques1
Biota Neotropica v7 (n3)
 
Resumo
Oliveira, O.M.P., Mianzan, H., Migotto, A.E. & Marques, A.C.
Chave de identificação dos Ctenophora da costa brasileira.
Biota Neotrop. Sep/Dez 2007 vol. 7, no. 3
abstract?identifi cation-key+bn03507032007. ISSN 1676-0603.
Embora abundantes e importantes ecologicamente no meio marinho, os ctenóforos do litoral brasileiro têm sido pouco estudados.
O presente estudo tem por objetivo prover informações para auxiliar na  identificação desses organismos.
Para tal, são descritos métodos de fixação e documentação fotográfica dos ctenóforos.
A terminologia referente ao grupo, em língua portuguesa, é apresentada na forma de um glossário.
Além disso, as características que distinguem as treze espécies registradas para águas brasileiras são organizadas em uma chave de identificação.
A complementação da identificação pode ser feita pela literatura indicada para cada espécie.
Palavras-chave: ctenóforos, zooplâncton, plâncton gelatinoso, pelagial, bentos, Brasil.



Estudo diz que lula precisa de descanso após sexo duradouro

Imagem mostra cópula de lulas. Segundo cientistas, espécie tem cansaço muscular após relacionamento sexual duradouro. (Foto: Divulgação/Mark Norman/Universidade de Melbourne)

Molusco do sul da Austrália perde capacidade de nado após cópula.
Fadiga muscular deixa lulas suscetíveis a ataques de predadores
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Cientistas analisaram o comportamento sexual das lulas e comprovaram que esta espécie marinha precisa descansar seus músculos por, no mínimo, 30 minutos após uma relação sexual duradoura - de ao menos três horas.
Segundo pesquisa feita por biólogos da Universidade de Melbourne, na Austrália, e divulgada na última edição da revista "Biology Letters" (publicada na última quarta-feira, 18), a fadiga que atinge o molusco pode ser prejudicial e ainda expor espécimes a predadores -- que levam vantagem na hora da caçada.
Os cientistas analisaram exemplares de lula da espécie Euprymna tasmanica, que vivem na costa sul Austrália e em partes da Tanzânia. Esses animais chegam a atingir até sete centímetros de comprimento.
Essa espécie consegue se acasalar por até três horas seguidas, após um ritual em que o macho agarra a fêmea e a prende para a cópula. Durante a relação, ambos os espécimes mudam de cor e podem até produzir uma nuvem de tinta escura, que ajuda o casal a fugir de predadores.
 Mas e o cansaço? Um casal de lulas australianas foi capturado pelos biólogos e colocado em um tanque, onde a fêmea e o macho foram obrigados a nadar contra a corrente, com a finalidade de testar sua resistência. Isto foi feito após uma relação sexual entre os exemplares.
Os pesquisadores comprovaram que após o acasalamento, tanto a lula macho, quanto a lula fêmea, precisaram de 30 minutos para recuperar sua capacidade de natação anterior. De acordo com o estudo, isto sugere que a lula sofre de fadiga muscular temporária.
De acordo com a pesquisa, este momento de fadiga pode prejudicar a espécie no momento de fugir de predadores, por exemplo, obrigando-a se esconder na areia para evitar ataques.


quarta-feira, 18 de julho de 2012

Estudos contradizem pesquisa sobre 'bactéria E.T.'

A bactéria GFAJ-1 não representa uma nova forma de vida. Ela consegue sobreviver no arsênio por ser bastante resistente ao elemento, mas assim como todos os seres vivos da Terra, depende do fósforo para continuar viva (Nasa)

Dois estudos publicados na revista 'Science' refutam descoberta feita em 2010 de organismo que supostamente substituiria o fósforo, elemento fundamental à vida, por arsênio.

A bactéria GFAJ-1 não representa uma nova forma de vida. Ela consegue sobreviver no arsênio por ser bastante resistente ao elemento, mas assim como todos os seres vivos da Terra, depende do fósforo para continuar viva.
A descoberta alardeada com pompa pela Nasa em dezembro de 2010 de uma bactéria capaz de substituir o fósforo por arsênio — o componente central do veneno arsênico —, que abriu a possibilidade de haver formas de vida diferentes das que conhecemos, estava errada.
Dois novos estudos publicadosna mesma revista em que foi anunciada a descoberta da Nasa — a Science—, apontam que a bactéria não consegue substituir o fósforo por arsênio e viver. 
  O trabalho original tinha notado que havia em suas amostras uma pequena presença de fósforo, mas concluiu que ela não era suficiente para fazer diferença na sobrevivência da GFAJ-1. As novas pesquisas dizem que é essa contaminação que permite seu crescimento.

A bactéria GFAJ-1 é, portanto, muito terráquea, como todas as outras. A pesquisa foi duramente criticada por especialistas. A réplica padrão oferecida pela equipe da NASA era: "Publiquem uma contestação sob a forma de um estudo científico." Foi o que aconteceu.

Vida extraterrestre — A Science publicou em dezembro de 2010 o primeiro estudo, do grupo liderado por Felisa Wolfe-Simon, do Instituto de Astrobiologia da Nasa. Os pesquisadores tinham analisado a bactéria GFAJ-1, encontrada nos sedimentos ricos em arsênio do lago Mono, na Califórnia, nos Estados Unidos.
Eles propuseram que o organismo era capaz de usar arsênio em seu metabolismo, substituindo o fósforo de seu DNA e de outras moléculas por pequenas quantidades do elemento. Apesar de ser tóxico para os organismos, suas propriedades químicas são similares às do fósforo. A descoberta, que chegou a ser anunciada como "bactéria extraterrestre", seria particularmente relevante por quebrar um dos principais paradigmas da vida.

Todos os seres conhecidos dependem de seis elementos para existir: oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio, enxofre e fósforo. A possibilidade de substituir o último por arsênio significaria que a condição básica para a existência de vida poderia ser diferente, de modo que talvez fosse possível encontrá-la em outros planetas.





terça-feira, 10 de julho de 2012

Biodiesel de Algas


Nordeste terá 1ª indústria do Brasil de combustível feito com algas marinhas Usina em Pernambuco vai produzir e vender biodiesel e bioetanol de algas.

O estado de Pernambuco, no Nordeste, deve receber a partir do último trimestre de 2013 a primeira planta industrial de biocombustível produzido com algas marinhas, que promete contribuir na redução do envio de CO2 à atmosfera.
O projeto, uma parceria entre o grupo brasileiro JB, produtor de etanol no Nordeste, e a empresa See Algae Technology (SAT), da Áustria, contará com investimento de 8 milhões de euros (R$ 19,8 milhões) para montar em Vitória de Santo Antão – a 53 km de Recife -- uma fazenda vertical de algas geneticamente modificadas e que vão crescer com a ajuda do sol e de emissões de dióxido de carbono (CO2)
Segunda a empresa, é a primeira vez no mundo que este tipo de combustível será fabricado e comercializado. Atualmente, a tecnologia só é desenvolvida para fins científicos. Laboratórios dos Estados Unidos e até mesmo do Brasil já pesquisam a respeito.

No caso da usina pernambucana, o biocombustível será produzido com a ajuda do carbono proveniente da produção de etanol, evitando que o gás poluente seja liberado na atmosfera e reduzindo os efeitos da mudança climática.
De acordo com Rafael Bianchini, diretor da SAT no Brasil, a unidade terá capacidade de produzir 1,2 milhão de litros de biodiesel ou 2,2, milhões de litros de etanol ao ano a partir de um hectare de algas plantadas.
O produto resultante poderá substituir, por exemplo, o biodiesel de soja, dendê, palma ou outros itens que podem ser utilizados na indústria alimentícia aplicado no diesel -- atualmente 5% do combustível é biodiesel.

“É uma reciclagem [do CO2 emitido] e transformação em combustível. Um hectare de algas consome 5 mil toneladas de dióxido de carbono ao ano. O CO2, que é o vilão do clima, passa a ser matéria-prima valorizada”, explica Bianchini.

Mas como funciona?
Em vez de criações de algas expostas, a SAT planeja instalar módulos fechados com até cinco metros de altura que vão receber por meio de fibra óptica a luz do sol (capturada por placas solares instaladas no teto da usina). Além disso, há a injeção de CO2 resultante do processo de fabricação do etanol de cana.
De acordo com Carlos Beltrão, diretor-presidente do grupo JB, a previsão é que projeto comece a funcionar a partir de 2014 e seja replicado para outra unidade, instalada em Linhares, no Espírito Santo. “Hoje nossa missão é tentar trabalhar e chegar ao carbono zero. Nós produzimos CO2 suficiente para multiplicar esse investimento em dez vezes”, disse Beltrão.
O biocombustível de algas ainda precisa ser aprovado e validado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Bioquímicos
Além dos combustíveis, outros produtos resultantes do processamento de algas marinhas geneticamente modificadas são os bioquímicos como o ácido graxo ômega 3, utilizados pela indústria alimentícia e de cosméticos

O ômega 3, que contribui para reduzir os níveis de colesterol no corpo humano e combate inflamações, é normalmente encontrado em óleos vegetais ou em peixes.
Com a extração desse ácido das algas processadas e comercialização com empresas brasileiras, Bianchini espera contribuir com a redução da pesca de espécies marinhas que já sofrem com o impacto das atividades predatórias. “Seria uma alternativa para reduzir a sobrepesca e também para não haver mais dependência somente do peixe”, disse.
Eduardo Carvalho,  Globo Natureza, São Paulo em 09/07/2012

Síndrome do coral branco


Sidney, Austrália. Cerca de 2.500 cientistas - pelo menos 60 deles ligados a universidades brasileiras - assinaram ontem um manifesto, na Austrália, pedindo medidas urgentes para enfrentar os danos causados aos corais pelo aumento da temperatura do mar, acidificação dos oceanos e poluição.

O documento marca a abertura do 12º Simpósio Internacional sobre Recifes de Coral, que será realizado até sexta-feira em Cairns, Queensland. O evento contará com especialistas de 80 países - entre eles, o Brasil. Um dos locais mais ameaçados é a Grande Barreira de Coral da Austrália, formada por mais de 3.000 pequenos arrecifes e 900 atóis no Pacífico.
O Tempo - 10/07/2012

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Camarão monogâmico mata rivais, afirma estudo alemão

Camarão da espécie 'Lysmata amboinensis'. (Foto: Janine Wong / Divulgação)

Espécie 'Lysmata amboinensis' é monogâmica, mas por causa da comida.
Comportamento dos crustáceos foi testado em aquários em experimento.

Os camarões da espécie Lysmata amboinensis são ciumentos e capazes até de matar rivais para manter um ambiente monogâmico, segundo um estudo alemão divulgado pela publicação de livre acesso "Frontiers in Zoology" (fronteiras na zoologia, em inglês).
Com 6 centímetros de comprimento, esses animais sobrevivem se alimentando de parasitas e tecidos mortos na superfície de peixes do Mar Vermelho, entre a Ásia e o norte da África, ou em águas dos oceanos Índico e Pacífico. Essa "limpeza de pele" gratuita garante que os camarões não sejam devorados pelos "clientes". Os crustáceos também costumam viver em casal.
Esses crustáceos nascem como machos, mas desenvolvem também órgãos reprodutores femininos durante a vida. Apesar de hermafroditas, eles não conseguem se autofertilizar e conseguem estar aptos à reprodução como fêmeas apenas durante algumas horas após a troca de pele que sofrem regularmente.
Durante a pesquisa com esta espécie, uma equipe da Universidade de Tübingen, na Alemanha, separou diversos camarões em grupos com 2, 3 e até 4 indivíduos. Todos eram mais ou menos do mesmo tamanho, receberam uma alimentação ilimitada e tiveram direito ao mesmo espaço para viver na água que os demais. Cada um ainda recebeu uma espécie de "dormitório" para descansarem.
Após 42 dias, todos os aquários com mais de 2 camarões tiveram indivíduos mortos ou atacados. Os crustáceos foram mortos durante a noite, logo após terem perdido a pele velha. Este é um momento no qual esses bichos ficam mais vulneráveis.
Para Janine Wong, um dos pesquisadores responsáveis pelo artigo, a monogamia dos camarões pode estar muito mais ligada à luta por comida do que por "preferências" sexuais. Esse padrão de comportamento é observado apenas entre os camarões que vivem em simbiose com os peixes, trabalhando como "limpadores de pele".
No experimento, os camarões demoravam mais para mudar de pele quando estavam em grupos de 3 ou mais indivíduos. Esse atraso atrapalha a reprodução desses animais. Segundo Wong, o tamanho dos camarões está ligado diretamente com o número de ovos gerados por cada indivíduo e comunidades mais populosas diminuem as chances de um camarão produzir descendentes.
Adaptado G1

Enquanto 'flerta', molusco macho se finge de fêmea para enganar rival

Flagra da 'malandragem': o molusco macho (identificado pela letra M, à direita) aparece com camuflagem similar à da fêmea (identificada com a letra F) do lado que está exposto para um rival, que não aparece na foto (indicado pela seta com a letra A). Do outro lado, ele exibe o padrão listrado na tentativa de atrair a parceira.             (Foto: Culum Brown/Reprodução)

Bicho muda desenho de metade do corpo para parecer inofensivo.
Do outro lado, exibe listras para atrair parceira e acasalar.
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Pesquisadores detectaram uma habilidade surpreendente desenvolvida por uma variedade de molusco marinho para sobreviver no mundo selvagem do acasalamento: os machos de Sepia plangon têm a capacidade de mudar a cor da pele instantaneamente e ficar com a camuflagem típica da fêmea apenas em um dos lados do corpo - aquele que está voltado para um macho rival.
A Sepia plangon é um tipo de choco, animal "primo" da lula, que vive no mar do leste da Austrália. Enquanto "flerta", por exemplo, com uma fêmea receptiva à direita, mantendo esse lado com o desenho listrado característico dos machos da espécie, o choco se "traveste" de fêmea para enganar algum concorrente que esteja posicionado à sua esquerda.
O truque do molusco foi flagrado diversas vezes pela equipe do pesquisador Culum Brown, da Universidade Macquarie. A "malandragem" foi identificada em cerca de 40% dos casos em que havia uma um macho cortejando uma fêmea com um competidor ao redor. Os cientistas viram situações em que o recurso funcionou, mas também outras em que o macho disfarçado foi descoberto, o que terminava em briga. Nesses casos, vale a lei do mais forte.
As populações de Speia plangon têm mais machos que fêmeas e, por isso, elas são bastante disputadas. "Neste contexto, a seleção natural deveria favorecer fortemente qualquer tática que reduz a probabilidade de interrupção do cortejo e, com isso, maximiza o sucesso reprodutivo dos machos", conclui o estudo.
Globo Natureza-06/07/2012


Cavalo Marinho "Grávido"


Um dos pais que mais viajam para proteger os filhotes é o Cavalo Marinho, que choca os ovos numa bolsa externa na altura de seu ventre. A fêmea pode colocar mais de mil ovos na bolsa do macho, que os fecunda e protege os embriões até furarem a casca. O fundo da bolsa segrega um fluído nutritivo que alimenta os filhotes. Depois de cerca de duas semanas, uma ninhada de cavalos-marinhos em miniatura é expelida por uma série de contrações da bolsa.
Conheça um pouco mais sobre o cavalo-marinho: informações, alimentação, classificação,comportamento, reprodução, habitat:

Classificação Científica:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Osteichthyes
Sub-classe: Actinopterygii
Ordem: Gasterosteiformes
Família: Syngnathidae
Gênero: Hippocampus

Características :
Os cavalos-marinhos vivem nas águas de mares localizados em regiões de climas temperado e tropical. São conhecidos, facilmente, por possuírem uma cabeça alongada com filamentos que lembram a crina de um cavalo.
O cavalo-marinho é um peixe ósseo que possui a capacidade de mudar de cor conforme o ambiente – mimetismo. Possuem dois olhos e a capacidade de mexer um independente do outro, como os camaleões. Algumas espécies são tão enfeitadas que podem ser confundidas com algas marinhas e corais.
Nadam na posição vertical. O corpo é coberto com placas em anel e possuem espinhos na nadadeira dorsal. Para movimentar-se pela água usam a vibração das barbatanas dorsais.
A alimentação baseia-se em pequenos vermes, moluscos, crustáceos e algumas espécies planctônicas. O alimento é sugado pelo cavalo-marinho através de seu focinho tubular
A época de reprodução da fêmea ocorre na estação da primavera. No momento da cópula, a fêmea transfere os ovos de sua bolsa incubadora para dentro da bolsa incubadora do macho, que se localiza na região ventral da cauda, onde o esperma é liberado. Depois de mais ou menos duas semanas,  os ovos eclodem dentro da bolsa e o macho os libera para o ambiente externo através de contrações ventrais. Não possuem fase larval, os filhotes são adultos em miniatura completamente independentes assim que nascem. Os filhotes são muito sensíveis, medem cerca de 1 cm e são muito transparentes.
Aqui no Brasil temos duas espécies de cavalo-marinho: Hippocampus erectus e Hippocampus reidi.
Os cavalos marinhos são peixes de grande interesse para a medicina tradicional chinesa e para a aquariofilia. Por esse motivo e pela destruição de seus habitats naturais, grande parte de sua população esta em declínio. A piscicultura com cavalos marinhos e outras espécies ornamentais têm recebido uma especial atenção por unir conservação e desenvolvimento sustentável.
Comprimento: 15 cm aproximadamente
Cor: amarelo, vermelho, marrom
Peso: em média de 50 a 100 gramas.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Poluição Marinha


Causas e consequências da poluição Marinha, principais poluentes, prejuízos ao meio ambiente.

1. O que é
Poluição marinha é aquela caracterizada pela presença de lixos sólidos e poluentes líquidos nas águas dos mares e oceanos, que são frutos de atividade humana.
2. Principais causas da poluição marinha e poluentes:
- Petróleo, combustíveis e outros produtos químicos que chegam as águas dos oceanos quando ocorrem vazamentos em navios ou são descartados propositalmente por pessoas responsáveis por embarcações;
- Acidentes em oleodutos ou plataformas de petróleo que geram vazamento para as águas marinhas. Esse fenômeno é conhecido como Maré Negra;
- Lixos materiais (plásticos, ferros, vidros entre outros) que são jogados por pessoas que estão em navios ou jogados na praia;
- Lançamento de esgoto doméstico e industrial, sem o devido tratamento, nas águas. Grande parte do esgoto que chega nos mares e oceanos tem como origem os rios que receberam estes poluentes durante seu trajeto;
- Descarga de lama de dragagem;
- Deposição de resíduos radioativos ou perda acidental de submarino nuclear.
3. Problemas gerados (consequências) para o meio ambiente
- Prejuízos para os ecossistemas marinhos, principalmente desequilíbrio ecológico.
- Contaminação de peixes e outros animais marinhos que serão consumidos por pessoas.
- Mortes de pássaros que se alimentam de peixes contaminados. Nos casos de vazamento de petróleo, também é comum ocorrer a morte de muitos pássaros que entram em contato com o petróleo.
- Águas das praias tornam-se impróprias para o banho.
- Alta mortandade, dependendo da poluição, de espécies animais marinhas.
- Degradação de regiões de mangues.

Bibliografia indicada:
- Poluição Marinha
Autor: Baptista Neto, João Antônio
Editora: Interciência
Temas: Meio Ambiente, Poluição, Biologia Marinha, Oceanografia

- Poluição Marinha - uma questão de competência
Autor: Santos, Valdir Andrade
Editora: Lumen Juris
Temas: Direito Ambiental

Fonte: http://www.suapesquisa.com/poluicaodaagua/poluicao_marinha.htm


terça-feira, 3 de julho de 2012

Região de Abrolhos abriga o maior banco de rodolitos mundial


Os bancos de algas coralíneas cobrem quase 21 mil quilômetros quadrados do Banco dos Abrolhos e são responsáveis por 5% da produção mundial de carbonato de cálcio.
Estudo realizado durante dois anos na plataforma continental no Sul da Bahia e Norte do Espírito Santo confirmou que o Banco dos Abrolhos abriga o maior banco contínuo de rodolitos do planeta - 20.900 km² -, o que corresponde a três vezes e meia o tamanho do Distrito Federal.
O estudo, conduzido por cientistas de diversas instituições que compõem a Rede Abrolhos, uma das iniciativas do Sistema Nacional de Pesquisas em Biodiversidade (SISBIOTA) e da Conservação Internacional, foi publicado na conceituada revista científica PLoS ONE. Com a utilização de sonar de varredura lateral, veículos submarinos de operação remota (VORs) e equipamentos de mergulho, os pesquisadores avaliaram a distribuição, extensão, composição e estrutura do banco de rodolitos no

Algumas vezes confundido com os corais, os rodolitos possuem forma arredondada e são formados por várias camadas, principalmente de algas calcárias incrustrantes.
"Encontrar o maior banco de rodolitos do mundo no Banco dos Abrolhos, no Brasil, evidencia a extrema importância desta parte do Oceano Atlântico," disse Rodrigo Moura, Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e co-autor do estudo. "Os rodolitos desempenham papel fundamental em um ecossistema marinho saudável, fornecendo habitat primário que pode abrigar diversas e abundantes comunidades de peixes e invertebrados de elevado valor comercial."
Os rodolitos constituem-se de estruturas calcárias (CaCO3 – carbonato de cálcio) bioconstruídas, o que lhes conferem uma estrutura rígida, complexa, que servem de habitats para outras espécies. Os pesquisadores também estimam que os rodolitos do Banco dos Abrolhos são responsáveis por cerca de 5% da produção mundial de carbonato de cálcio (mineral que forma a carapaça de moluscos e crustáceos e o esqueleto dos corais).

"Bancos de rodolitos como estes são gigantescas biofábricas de carbonato de cálcio e podem desempenhar um papel significativo na regulação do clima global," disse Les Kaufman, cientista marinho sênior da Conservação Internacional. "Mas para entender qual é e quão significativo pode ser o seu papel, temos que aprender mais sobre eles."
Os bancos de rodolitos enfrentam uma série de ameaças, incluindo a acidificação dos oceanos, o aumento da sedimentação de origem costeira e, em grande escala, a dragagem e a mineração. Embora a acidificação dos oceanos não possa ser controlada em uma escala regional, as outras ameaças aos bancos de rodolitos de Abrolhos merecem atenção e podem ser controladas localmente.
O Banco dos Abrolhos se estende por uma área de 46,000 quilômetros quadrados, onde a Conservação Internacional trabalha com organizações governamentais e comunitárias brasileiras para a conservação e gestão dos recursos marinhos.

“Com base na vulnerabilidade relativamente elevada das algas coralíneas à acidificação dos oceanos, é muito provável que os bancos dos rodolitos sofrerão uma profunda reestruturação nas próximas décadas," disse o autor do estudo, Gilberto M. Amado-Filho, pesquisador do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. "Considerando a produção de cerca de 25 milhões de toneladas de carbonato de cálcio por ano, a proteção e o estudo continuado da plataforma do Banco dos Abrolhos devem ser priorizados."
Além dos bancos de rodolitos, o estudo revelou também enormes áreas de fundo do mar cobertas por algas, depressões no assoalho marinho (“buracas”) povoadas por densas populações de peixes e recifes compostos por corais e algas coralíneas. Essas novas descobertas redimensionam áreas marinhas de elevada importância ecológica, como o megahabitat rodolito, ressaltando a importância do Banco dos Abrolhos no contexto da biodiversidade e equilíbrio ecológico da porção sul do Oceano Atlântico.

Sobre a Rede Abrolhos
A Rede Abrolhos é uma iniciativa financiada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) no âmbito do Sistema Nacional de Pesquisa em Biodiversidade (SISBIOTA), coordenada por pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Fonte: Fapesp