quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

História no ouvido

Você sabia que a cera do ouvido das baleias pode esconder informações preciosas?

Secar as suas orelhas com um cotonete é fácil. E a de uma baleia-azul? Se o bicho pode chegar a 30 metros de comprimento, com o coração do tamanho de um carro, imagine a quantidade de cera que não poderia se acumular em seu ouvido!

A  baleia-azul tem o tamanho de um Boeing 737 e pesa mais que 25 elefantes juntos! Sua língua pesa quatro toneladas, e ela come cerca de 4 milhões de krills (pequenos camarões) por dia.
Deixe o nojo de lado para ler esta notícia: cientistas descobriram que a cera de ouvido de uma baleia pode revelar informações valiosas sobre sua vida e seu ecossistema. É possível, acredite! saber a idade do animal a partir do estudo da cera de ouvido – quanto mais camadas de secreção acumulada houver, mais velho será o animal. Além disso, a cera de ouvido pode indicar quais eram os poluentes que contaminavam as águas nas quais a baleia vivia.
Stephen Trumble e Sascha Usenko, da Universidade de Baylor, nos Estados Unidos, estudaram a cera de ouvido de uma baleia-azul (Balaenoptera musculus) que fora encontrada em uma praia da Califórnia, em 2007. Seu corpo – incluindo a cera de ouvido – estava preservado no Museu de História Natural de Santa Bárbara, também nos Estados Unidos.
As notícias não foram muito boas. Na secreção estudada, foram encontrados vestígios de 16 pesticidas, um sinal preocupante da poluição dos oceanos. Os cientistas encontraram também DDT (perigoso inseticida que já foi até proibido em vários países) e mercúrio (metal tóxico que, mesmo ameaçando a saúde e o ambiente, continua sendo usado em atividades industriais e no garimpo de ouro).
Cera de ouvido da baleia-azul estudada pelos pesquisadores norte-americanos. A amostra tem 25 centímetros de comprimento e três de diâmetro, e um cheirinho nada agradável
Você pode estar se perguntando como os pesticidas, o DDT e o mercúrio foram parar no oceano, mas a resposta é simples: com a ação das chuvas, toda a poluição que produzimos pode, mais cedo ou mais tarde, acabar nos mares. Assim, a vida marinha e todo o ecossistema aquático podem ser gravemente afetados.
“Baleias são animais tão majestosos e impressionantes, e, quando poluímos os oceanos, nós as prejudicamos diretamente”, disse à CHC Online o toxicologista John Wise, da Universidade de Southern Maine, nos Estados Unidos. “Infelizmente, os oceanos estão cada vez mais poluídos; e estudando a cera de ouvido das baleias poderemos descobrir novos caminhos para torná-los mais limpos e mais seguros para os animais”.
Fonte: Henrique Kugler, repórter do Instituto Ciência Hoje

 

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Presente de Casamento


Será que este pequeno baiacu é o maior artista da natureza?
Um pequeno baiacu talentoso espera impressionar uma fêmea com sua obra-prima. #LifeStory/BBC One

Os cientistas, por muito tempo, ficavam intrigados com estas mandalas no fundo do mar.
Até que conseguiram filmar o autor da obra prima!
Veja no pequeno vídeo o artista, no link a seguir.

Presente de casamento - peixe cria uma mandala para agradar a sua pretendente!

Troca de casa - caranguejo eremita.



As filas não são apenas uma coisa britânica. Assista, no link abaixo, um  pequeno vídeo onde caranguejos eremitas fazem fila, por ordem de tamanho, para trocar e atualizar suas casas, digo, conchas!

Troca de casa

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Coral Sol é uma ameaça a espécies marinhas na costa de Sergipe

Especialistas estudam métodos para tentar parar a infestação do coral.
Preocupação é com tartarugas marinhas e peixes.

 

 A formação de um tipo específico de coral na costa brasileira tem comprometido à vida marinha. Em Sergipe, o Coral Sol está presente principalmente nas plataformas de petróleo. O coral apresenta uma das mais belas formações do oceano, mas é um predador perigoso e nocivo.

“A gente tem registro que a espécie cresce rapidamente e começa a competir com as espécies nativas, invadindo um espaço que era de uma espécie local”, afirma o analista ambiental do Ibama / SE, Regis Fontana.

Registros apontam que o coral chegou ao Brasil há 30 anos grudado em navios na bacia de Campos (RJ) e já se espalha por mais cinco estados. Mergulhadores do Ibama registraram a presença do coral há cerca de um ano em Sergipe, na região submersa das plataformas de petróleo. A preocupação dos pesquisadores é por que a área onde eles estão é utilizada para alimentação de tartarugas marinhas e peixes e a presença do coral representa uma  ameaça.
saiba mais
 
“Eles se alimentam de plâncton e realizam a absorção de carbonato de cálcio na coluna da água para construção do seu esqueleto e em função disso, os organismos podem significar uma alteração na cadeia alimentar e, consequentemente, ter uma alteração na biodiversidade. Inclusive com redução de algumas espécies economicamente importantes”, diz o biólogo do Ibama, André Beal.

Os Ministérios Públicos Federal de Sergipe e do Rio Janeiro abriram inquéritos civis públicos para investigar a infestação e vai cobrar das empresas petrolíferas a retirada do coral sol das plataformas. O problema é que para o trabalho ser feito de forma manual por mergulhadores é caro e o processo é lento.

“A retirada manual é paliativa, é como se enxugar gelo em alguns pontos. Isso pode ser usado em locais que inicialmente ele está colonizando e não em áreas que ele já está estabelecido. Nós estamos tentando controlar através de inoculação de bactérias e vírus que seja especifico ao coral sol e reduzir essas infestações na costa brasileira”, conceitua o pesquisador Ricardo Coutinho.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Inventor adolescente cria método para limpar lixo plástico dos oceanos

The Ocean Clean Up  

 Boyan Slat é um jovem de 20 anos em uma missão ambiciosa - livrar os oceanos do planeta dos plásticos flutuantes.

Apesar da idade, ele já leva anos tentando encontrar maneiras de coletar esses resíduos - e sua técnica já convenceu entusiastas e patrocinadores dispostos a bancar seus projetos.
"Eu não entendo por que 'obsessivo' tem uma conotação negativa, mas eu sou obsessivo e gosto disso", diz Slat. "Eu tenho uma ideia e vou em frente com ela."
A ideia surgiu quando ele tinha 16 anos, em 2011, enquanto mergulhava na Grécia. "Eu vi mais sacos plásticos do que peixes", diz. Ficou chocado, e ainda mais chocado ao notar que não havia nenhuma solução aparente.
"Todo mundo me disse: 'Ah, não tem nada que você possa fazer com os plásticos depois que eles chegam aos oceanos', e eu me perguntei se isso era verdade."
Entre os últimos 30 e 40 anos, milhões de toneladas de plástico entraram nos oceanos. A produção mundial de plástico é de 288 milhões de toneladas por ano, das quais 10% acabam no oceano. A maioria - 80% - é proveniente de fontes terrestres.
O lixo é arrastado por ralos e esgotos e acaba nos rios - assim, aquele canudo de plástico ou cigarro que você jogou no chão podem acabar no mar.
O plástico é transportado por correntes para cinco sistemas de água rotativos, chamados de giros, nos grandes oceanos, sendo o mais famoso a enorme Mancha de Lixo do Pacífico, entre o Havaí e a Califórnia.
A concentração de plástico nestas áreas é alta e elas chegam a ser chamadas de sopa de plástico. A região abrange uma área duas vezes o tamanho do Texas. Além disso, o plástico não fica no mesmo lugar. Tudo isso faz com que a limpeza seja um grande desafio.

"Se você for lá para tentar limpar com navios levaria milhares de anos", diz Slat. "Não só isso, seria muito custoso em termos de dinheiro e energia, e os peixes seriam acidentalmente capturados nas redes."

Quebra-cabeças

Slat sempre gostou de encontrar soluções para quebra-cabeças e, ao refletir sobre este, pensou que, ao invés de ir atrás do plástico, por que não aproveitar as correntes e esperar que ele chegue até você?
Na escola, Slat desenvolveu sua ideia como parte de um projeto de ciências.
Uma série de barreiras flutuantes, ancoradas no leito do mar, primeiro capturariam e concentrariam os detritos flutuantes. O plástico se moveria ao longo das barreiras no sentido de uma plataforma, onde seria, então, extraído de forma eficiente.
A corrente oceânica passaria por baixo das barreiras, levando toda a vida marinha flutuante com ela. Não haveria emissões nem redes para a vida marinha se enroscar. O plástico coletado no oceano seria reciclado e transformado em produtos ou em óleo.
O projeto de ciências do ensino médio foi premiado como Melhor Projeto Técnico da Universidade de Tecnologia Delft. Para a maioria dos adolescentes, as coisas teriam ficado por ai, mas com Slat a coisa tinha de ser diferente.
Desde muito cedo, ele se interessou por engenharia. "Primeiro eu construí casas nas árvores... em seguida, coisas maiores", diz. "Quando eu tinha 13 anos, estava muito interessado em foguetes."
Slat ancançou um recorde mundial no Guinness pelo maior número de foguetes de água lançados ao mesmo tempo: 213. "A experiência me ensinou a como atrair o interesse das pessoas e como abordar de patrocinadores", conta.
Quando Slat começou a estudar engenharia aeroespacial na Universidade de Delft, a ideia de limpar os oceanos seguia com ele. Ele criou uma fundação chamada The Ocean Cleanup (Limpeza de Oceano, em tradução literal) e explicou no evento TEDx seu conceito de como os oceanos poderiam se limpar.
Seis meses depois de entrar na faculdade, decidiu trancar o curso para tentar tornar seu projeto uma realidade.                                     
Todo o dinheiro que ele tinha era 200 euros (R$ 630). Os meses seguintes foram usados em busca de patrocínio.
"Foi muito desanimador porque ninguém estava interessado", diz ele. "Eu lembro de um dia entrar em contato com 300 empresas para patrocínio - apenas uma respondeu, o que, também, resultou em nada."

Mudança brusca

Mas então, em 26 de março de 2013, meses depois de ser publicado na internet, a fala de Slat no TEDx se tornou viral.
"Foi inacreditável", diz ele. "De repente, tivemos centenas de milhares de pessoas clicando em nosso site todos os dias. Eu recebia cerca de 1.500 e-mails por dia na minha caixa de correio pessoal de pessoas se voluntariando para ajudar."
Ele montou uma plataforma de financiamento coletivo que captou US$ 80 mil em 15 dias.
 
Slat ainda não sabe o que fez a sua ideia decolar dessa maneira, mas diz ter sido um grande alívio.
"Um ano atrás eu não tinha certeza de que seria bem-sucedido", diz. "Mas, considerando o tamanho do problema, era importante pelo menos tentar."
De acordo com o Programa de Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas, há, em média, 13 mil peças de plástico flutuantes por quilômetro quadrado de oceano. Muitas dessas partículas acabam sendo ingeridas acidentalmente pelos animais marinhos, que podem morrer de fome já que o plástico enche seus estômagos.
Albatrozes são particularmente vulneráveis porque se alimentam de ovos de peixe-voador, que estão ligados a objetos flutuantes. Tartarugas tendem a ser vítimas de sacos plásticos, que, quando imersos na água, são parecidos com água-viva.

Conhecimento e críticas

É uma situação grave - e, por isso, quando Slat apareceu com uma solução aparentemente simples, começou a fazer manchetes em todo o mundo. Poderia um adolescente salvar os oceanos do planeta?
Seu entusiasmo contagiou milhões de pessoas - mas, junto com as ofertas de ajuda e doações, vieram as críticas. Não daria certo, disseram alguns. Outros argumentaram que seria melhor coletar lixo de praias, onde os resíduos chegam levados pelas ondas.
"É da minha natureza que, quando as pessoas dizem que algo é impossível, eu queira provar que elas estão erradas", diz Slat.
Depois de ter chamado a atenção do mundo, a primeira coisa que ele fez foi desaparecer de vista. Precisava de provas científicas para apoiar sua teoria e responder a seus críticos.
Slat reuniu uma equipe de cem pessoas, a maioria voluntários, que foram espalhados por todo o mundo. Durante os estudos, ele visitou a área conhecida como a Mancha de Lixo do Atlântico Norte, onde a plataforma deverá ser construída.
"Fiquei muito enjoado nos primeiros três dias. Havia ventos de 25-30 nós (40-55 km/h) e ondas de 3m de altura. Foi uma experiência e tanto", diz ele.
The Ocean Clean Up
Salt posa em meio à parte do lixo que sua equipe recolheu
Em junho, um mês antes do seu aniversário de 20 anos, Slat ressurgiu com um relatório de viabilidade de 530 páginas, cuja capa foi feita de plástico reciclado. O relatório, baseado em diversos testes e simulações de computadores e assinado por 70 cientistas e engenheiros, respondeu a muitas das dúvidas que foram levantadas.

Após o estudo, ele pôs em marcha uma nova campanha de financiamento, que rapidamente atingiu a meta de US$ 2 milhões. Isto irá financiar um piloto maior no próximo ano e Slat espera que a plataforma do Atlântico Norte possa se tornar realidade em 2020.
Mas, mesmo assim, nem todos estão convencidos da viabilidade da ideia.
Um problema é que o plástico não está apenas flutuando na superfície, mas é encontrado em toda o corpo de água, mesmo em sedimentos no fundo do oceano.
A pesquisadora marinha Kerry Howell, da Universidade de Plymouth, disse à BBC ter encontrado lixo nas partes mais profundas do oceano. "Você está indo para um lugar onde ninguém jamais esteve antes", diz ela. "É como ir à Lua e encontrar um pacote de batata frita."
As críticas, no entanto, não parecem desanimar Slat, que trabalha 15 horas por dia. "Faz tempo que não vejo meus amigos, eles tentam me encher o saco dizendo como é legar estar na universidade", diz ele.
O jovem diz que sua idade não o atrapalhou, e que pode, inclusive, ser uma vantagem. "Eu não tinha nada a perder, exceto minha renda dos estudos, portanto, essa não era uma preocupação", diz. "Se você quer fazer algo, faça o mais rápido possível."

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Tartaruga-de-couro - um dos mais velozes animais do mundo!


Na terra elas podem até não ser lá muito ágeis, mas nos mares ganhariam fácil de você na braçada, meu amigo. As tartarugas-de-couro, bi-recordistas, seriam oponentes particularmente desafiadores: além de serem as maiores tartarugas do mundo (chegando a medir 2 metros de comprimento e pesar 900 kg), elas são também os mais velozes répteis do mundo. Na água, a tartaruga gigante chega a marcar 35,28 km/h. A espécie, ameaçada de extinção, tem traços evolutivos que remetem a mais de 100 milhões de anos.

Fontes: National Geographic; BMJ; Telegraph; Super interessante -Listas
Imagens: Wikimedia Commons

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Professores darão aulas em laboratório submerso em defesa dos oceanos


Dois professores dos Estados Unidos habitarão por 73 dias um laboratório submarino, de onde darão aulas pela internet para chamar a atenção sobre a preservação dos oceanos, ao mesmo tempo em que tentarão bater um recorde de permanência debaixo d'água.
Bruce Cantrell e Jessica Fain, do colégio universitário Roane State, no Tennessee, mergulharão oito metros nesta sexta-feira (03.10.14) em uma lagoa em Key Long, na Flórida (sudoeste dos EUA), onde permanecerão até o dia 15 de dezembro no laboratório chamado Jules' Undersea Lodge, informou a página do projeto na internet.
Cantrell, de 63 anos, e Fain, de 25, darão aos alunos aulas semanais sobre exploração e conservação dos mares através da página youtube.com/classroomunderthesea.
Além disso, também na web, eles exibirão, entrevistas com cientistas e especialistas que os visitarão no laboratório, entre eles o ex-astronauta americano Buzz Aldrin, o segundo homem a pisar na Lua.
Será "a experiência educativa mais singular da história do centro universitário", anunciou a Roane State.
A aventura dos professores também servirá para bater o recorde no livro Guinness de permanência debaixo d'água, que segundo a organização corresponde ao americano Richard Presley, que permaneceu submerso 69 dias de maio a julho de 1992, em Key Long.
Agence France-Presse
http://youtu.be/7aIrxHqKyHY

Foto de tartaruga devorando água viva é finalista de prêmio em Londres - 2014

Prêmio da Sociedade de Biologia britânica escolherá imagens vencedoras entre 800 inscritas no seu concurso anual de fotografia.

As imagens de uma tartaruga devorando a sua presa e de um embrião de pintinho iluminado dentro da casca do ovo estão entre as finalistas do prêmio de fotografia da Sociedade Britânica de Biologia 2014.
O tema deste ano foi "Lar, Habitat e Abrigo". A competição anual é aberta a fotógrafos profissionais e amadores. VEJA A GALERIA.
O número de fotos inscritas nesta edição chegou a quase 800. As imagens foram enviadas de diversos países e diferentes continentes.
"Foi muito revigorante ver algumas interpretações diferentes e criativas este ano", disse um dos jurados da premiação, Tim Harris, "especialmente em temas que são humanos e ao mesmo tempo animais".
Os vencedores serão anunciados no dia 14 de outubro, durante a Semana da Biologia em Londres.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

‘Caranguejo verde’ garante sustentabilidade à cadeia produtiva do crustáceo

O caranguejo-uçá é o destaque no cardápio de bares e restaurantes no Nordeste.        Foto: Ibama
 
Agora é política pública. A captura, acomodação e transporte do caranguejo-uçá das áreas de mangue do Piauí, Maranhão, Ceará e Pará até o consumidor final deve seguir um processo tecnológico desenvolvido pela Embrapa Meio-Norte (PI), que se popularizou com o nome de “caranguejo verde”. O processo organiza ecologicamente a cadeia produtiva do crustáceo, garantindo padrões corretos de captura, estocagem e transporte desse animal vivo, levando sustentabilidade à atividade pesqueira.
A Instrução Normativa número 09, de 02 de julho de 2013, do Ministério da Pesca e Aquicultura e do Ministério do Meio Ambiente, que acaba de entrar em vigor e que tem o processo tecnológico da Embrapa como base, define padrões e afasta a ameaça de quebra da cadeia produtiva do caranguejo-uçá com ações predatórias. Técnicos do Ibama e do Instituto Chico Mendes estão monitorando a atividade e orientando os pescadores a cumprirem a Instrução. Ainda não foram definidas as penalidades para quem desobedecê-la.
Desenvolvido pelo pesquisador Jefferson Legat, o processo tecnológico que deu origem ao caranguejo verde é uma ação para estancar crimes ambientais nas áreas de mangue. O processo gerou um documento em forma de cartilha (http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/106193/1/Cartilha-caranguejo-Biologia.pdf) e define as etapas da atividade pesqueira do caranguejo-uçá, afastando a pressão nos mangues.
O processo é simples e eficaz. O braceamento, por meio do qual o catador coloca o braço na toca do animal e o retira com a mão, é o método de captura que provoca menos danos ao caranguejo-uçá. Portanto, é o indicado. Os crustáceos, em número de 80, no máximo, devem ser transportados soltos e acondicionados em caixa de plástico, um recipiente com mais espaço e seguro. É recomendado também que os animais fiquem divididos em faixas de espuma umedecida com água, o que reduz o nível de estresse. Com essas recomendações, a taxa de mortalidade cai de 55% para 5%.
 
Sucesso no comércio e na mesa
A vida do maior e mais famoso vendedor de caranguejo-uçá do Nordeste brasileiro mudou com o processo tecnológico do caranguejo verde. Francisco Querino Lourenço, o Chico do Caranguejo, foi o primeiro comerciante a aderir à tecnologia e garante que ela “deveria ter surgido há pelo menos 100 anos”.
Instalado há 33 anos com uma barraca na praia do Futuro, em Fortaleza, ele conta que dos cerca de 40 mil caranguejos que compra todo mês da área de mangue do Delta do Rio Parnaíba, nos estados do Piauí e Maranhão, nem 5% chegam mortos. “Antes, de 40 mil caranguejos que eu trazia apenas 18 mil chegavam vivos. O prejuízo ao comércio e ao meio ambiente era muito grande”, lembra.
Chico do Caranguejo é a garantia do caranguejo de qualidade. Ele repassa, todo mês, cerca de 20 mil crustáceos a 166 pontos comerciais da capital cearense, entre bares e restaurantes.
“Olha que interessante! Esse processo, além de preservar o meio ambiente e a espécie, nos garante um alimento de qualidade”, disse, surpresa, a fonoaudióloga Cheyla Alencar, piauiense de Pio Nono, que passa férias em Fortaleza, ao ser informada sobre o caranguejo verde. Ela, o marido, Ednaldo Alencar, e a irmã Charla Sousa, aprovaram a ideia do processo tecnológico.
Conhecido nacionalmente, o Beach Park é outro cartão de apresentação do caranguejo verde. Situado na praia Porto das Dunas, em Aquiraz, a 15 quilômetros de Fortaleza, o parque aquático tem no caranguejo seu maior destaque no cardápio. “O processo já fala por si só”, diz o chef corporativo Bernard Twardy, um dos entusiastas do caranguejo verde.
Nascido em Bonn, na Alemanha, e vivendo há 30 anos no Brasil, Bernard conta que de janeiro a julho deste ano o parque já recebeu do fornecedor Paulo César Aguiar, 106 mil caranguejos, todos capturados, acomodados e transportados obedecendo ao processo tecnológico desenvolvido pela Embrapa. Aguiar também traz caranguejo do Piauí, Maranhão e Pará.
Para o português Vitor Hugo Teixeira, que mora em Lisboa e passa férias todo ano com a mulher e os dois filhos em Fortaleza, o caranguejo verde é uma segurança para o consumidor. “Fiquei contente em saber dessa tecnologia. Ela dá segurança a quem está consumindo o crustáceo. Penso que todos os donos de bares e restaurantes deveriam adotar esse caranguejo verde,” sugere.

Monitoramento e orientação
Com eficiência comprovada, o processo do caranguejo verde recebe apoio de instituições públicas e de uma organização não governamental. Também trabalham no monitoramento do desembarque de caranguejos no porto dos Tatus, no município de Ilha Grande, no litoral do Piauí, pesquisadores das universidades federal e estadual e da ONG Comissão Ilha Ativa (CIA).
A ação é uma das atividades dos projetos “Fortalecimento das Comunidades Tradicionais da Ilha Grande Santa Isabel para conservação” e “Manejo Sustentável dos Recursos Naturais”, conduzido pela CIA.
A pesquisadora Fabíola Fogaça, da Embrapa Meio-Norte, coordena as ações de pesquisa e é responsável pelo levantamento de informações sobre o extrativismo do pescado. O projeto é financiado pela Tropical Forest Conservation ACT, instituição norte-americana.
“Vejo esse processo da Embrapa como o marco zero para a regulamentação do trabalho dos catadores de caranguejo-uçá, evitando, assim, a extinção da atividade no Delta do Parnaíba”, diz a bióloga Liliana Oliveira, da Comissão Ilha Ativa. Segundo ela, já há sustentabilidade na cadeia produtiva do crustáceo, “mesmo existindo ações predatórias, que são pontuais e controladas”.
A oceanógrafa Silmara Erthal, do Instituto Chico Mendes, tem a mesma opinião de Oliveira. “O processo afasta a possibilidade de extinção da cata do caranguejo-uçá”, garante. Já o professor João Marcos de Góes, da Universidade Federal do Piauí e doutor em zoologia, reforça o pensamento da bióloga. Para ele, a Instrução Normativa “é uma política mitigadora do problema”.
O professor, no entanto, acredita que há necessidade de mais estudos sobre toda a cadeia produtiva do caranguejo-uçá. “É preciso um conhecimento geral da população de animais nas áreas de mangue”, sentenciou. Góes é biólogo e trabalhou, como bolsista, nas pesquisas que resultaram no processo do caranguejo verde. No trabalho, ele descobriu que o caranguejo atinge a maturidade sexual entre 3 e 4 centímetros de comprimento. “Isso foi importante, pois a lei que protege os caranguejos determina que eles só podem ser capturados com tamanho superior a 6 centímetros de comprimento”, destacou.
O caranguejo-uçá, cujo nome científico é Ucides cordatus, habita todos os 25 mil quilômetros quadrados de área de mangue do Brasil, que são distribuídos em mais de 7 mil quilômetros da orla litorânea – do extremo norte do Amapá até Santa Catarina. Segundo estudos da Embrapa Meio-Norte, o caranguejo-uçá tem pouca gordura, alto teor de proteínas e é fonte de minerais.
Riqueza ambiental e fonte de renda
Na área de mangue, nos anos 2000, segundo um estudo da Embrapa, cerca de 20 milhões de caranguejos eram capturados anualmente para o consumo dos próprios pescadores e para exportação. Hoje, não há uma estimativa do número de captura desses crustáceos. No Piauí e Maranhão, capturar caranguejo é uma atividade que ocupa pelo menos 7 mil pessoas, sendo a principal fonte de renda.
A captura de caranguejo para exportação acontece sempre de terça-feira a sábado. Os compradores sobem o rio Tatus, braço do rio Parnaíba, em barcos de médio porte, logo no início da manhã e só voltam à noite. A negociação é feita no meio do rio. Caranguejos com mais de 6 centímetros de carapaça são ao mais valorizados: custam R$ 1,50. Já os que têm apenas 6 centímetros são vendidos por R$ 1,00. Nos bares e restaurantes de Fortaleza, por exemplo, uma porção com quatro caranguejos pode custar de R$ 19 a R$ 42.
Por Fernando Sinimbu (654 MTb/PI), Embrapa Meio-Norte, no EcoDebate, 16/09/2014

 

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Cientistas identificam ‘camarão gigante’ encontrado nos EUA


O camarão gigante que havia sido capturado na semana passada, por um pescador na Flórida, Estados Unidos, foi analisado por cientistas. Os especialistas confirmaram a hipótese de que o animal seria uma tamarutaca, e não um camarão. As informações são do site IFL Science.
Segundo a publicação, tamarutaca, ou “camarão mantis”, é o nome popular dado ao crustáceo marinho Gonodactylus smithii. Embora seja parecido com um camarão, esse animal pertence à classe Stomatopoda e, na realidade, se alimenta de camarões. Leia mais ao final.
De acordo com o professor de biologia interativa da Universidade da Califórnia, Roy Caldwell, que identificou o animal, esse crustáceo é um predador marinho, conhecido pelas suas grandes garras.
“Eles podem viver por até 30 anos e alcançam, em média, 38 centímetros de comprimento”, disse ele. O animal encontrado pelo pescador, na última quinta-feira, tinha 45 centímetros de comprimento, ou seja, a descoberta ainda trata de um animal que possui um tamanho acima da média para sua espécie.
Também chamada de “boxeador”, a tamarutaca é veloz e seu soco pode atingir uma velocidade máxima de 80 quilômetros por hora, dentro da água. Ela possui tanta força que pode quebrar o vidro de um aquário.

Ordem Stomatopoda.
Estomatópode é o nome comum dado aos crustáceos marinhos classificados na sub-classe Hoplocarida, ordem Stomatopoda. Existem cerca de 400 espécies, caracterizadas principalmente pela morfologia de sua segunda pata torácica, que é modificada em apêndice subquelado, lembrando uma pata de louva-a-deus.
Os estomatópodes são predadores ativos que caçam presas com o auxílio de um sentido de visão muito apurado e capaz de interpretar polarização no espectro ultravioleta e infravermelho). Apresentam uma grande variação de tamanho, que pode ir de poucos milímetros até aproximadamente 40 cm nas espécies maiores. Eles vivem em fundo consolidado, lodoso ou ainda arenoso, onde cavam seus buracos ou aproveitam-se dos orifícios deixados por outros animais para neles se instalar. São animais exclusivamente carnívoros, alimentando-se de camarões, caranguejos, moluscos, peixes e até mesmo outros da mesma ordem. O segundo par de patas, muito desenvolvido, é usado tanto para atacar a presa como para se defender. O urópodo, quando aberto, também funciona para defesa, como um escudo, fechando a galeria em que o animal esteja instalado. A fêmea desova no local onde se abriga e, em caso de perigo, enrola os ovos como uma bola, prendendo-os junto ao corpo até encontrar um abrigo mais protegido.
Também conhecidas como esquilas ou lagosta-boxeadora, espalhadas pelas costas dos mares tropicais e subtropicais. Além das patas, elas apresentam uma silhueta característica, devido ao grande comprimento aparentemente de seu abdómen. Os ovos ficam ligados por uma massa gelatinosa que a mãe carrega contra o ventre até que eclodem, limpando-os sem parar.
São animais que apresentam comportamentos sociais muito variados, desde ameaças visuais contra predadores até comportamentos de corte. De acordo com a anatomia da sua pata raptorial é possível distinguir entre dois grupos funcionais, as perfuradoras (spearers) ou as esmagadoras (smashers), sendo que cada um dos tipos apresenta sua própria variação comportamental e até mesmo de habitat.
As maiores esmagadoras, tais como exemplares de Odontodactylus scyllarus, são capazes de desferir um dos mais rápidos e violentos golpes do reino animal, um soco que pode apresentar a aceleração de um tiro calibre .22 (equivalente a 720km/h) e uma força de impacto de 60 kg/cm². Essa força esmagadora é a responsável pelo seu título de "lagosta-boxeadora" e é capaz de facilmente quebrar a carapaça de um caranguejo, as conchas duras e calcificadas de gastrópodes ou até mesmo quebrar o vidro reforçado de um aquário.
Estomatópodes podem ser encontrados em quase todo o litoral brasileiro, mas não são animais fáceis de se observar pelos seus hábitos mais furtivos. Devem ser manuseados com muita cautela pois são animais preparados para se defender com força, caso sejam incomodados.

Visão


Esses animais possuem o mais complexo sistema de visão de cores do mundo animal, porque eles podem ver 16 cores primárias, por possuirem 16 pigmentos diferentes em sua retina.
Nossos olhos possuem três tipos desses receptores - que respondem à luz azul, verde e vermelha -, que nos permitem perceber o espectro de cores que vemos. Os cães contam com apenas dois tipos de cones (verde e azul), e é por isso que eles vêm tons de azul, verde e um pouco de amarelo. Muitos anfíbios, répteis, aves e insetos possuem quatro tipo de cones, o que significa que espécies dessas classes conseguem ver cores que o nosso cérebro é incapaz de processar. Algumas espécies específicas de borboletas e possivelmente pombos possuem cinco cones de percepeção de cor, o que aumenta ainda mais a quantidade de pigmentos que eles são capazes de perceber. O sistema de visão dos estomatópodes possui doze cones sensíveis à luz e outros quatro que filtram a luz (16 cones no total), o que lhes permite ver cores polarizadas e imagens multiespectrais.
Como cada cone pode ver cerca de 100 cores, os estomatópodes são capazes de ver 10¹² cores, ou seja, 1 trilhão de cores. Em comparação, o olho humano vê 106 cores, ou seja, 1 milhão de cores apenas. A visão dos estomatópodes é sensível à luz ultravioleta, mas ainda é desconhecido se ela pode distinguir a luz infravermelha.
Assista ao vídeo a seguir e presencie a força deste crustáceo.
http://youtu.be/R5Z25nY03Yw

 

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Cientistas não sabem como classificar misterioso ‘cogumelo’ marinho

Uma espécie de “cogumelo” marinho encontrada na costa australiana vem intrigando cientistas – eles não conseguiram encontrar nenhuma classificação para o organismo dentro dos grupos já existentes do reino animal.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, disse que o minúsculo ser vivo não se encaixa em nenhuma das subdivisões e espécies dos animais conhecidos. Uma situação como essa é bastante rara e só aconteceu pouquíssimas vezes nos últimos 100 anos.
O organismo foi originalmente encontrado em 1986 e é descrito pelos cientistas em um artigo no jornal acadêmico Plos One. De acordo com os autores, é possível notar várias semelhanças com os seres vivos de corpo mole bizarros e enigmáticos que viveram entre 635 e 540 milhões de anos atrás, no período da história terrestre chamado “Período Ediacarano”.
Esses organismos também foram muito difíceis de classificar quando foram descobertos. Alguns cientistas chegaram a sugerir que eles fossem “falhas de experiências da natureza na vida pluricelular”.
Os autores do estudo reconhecem duas novas espécies de animais em forma de cogumelo: Dendrogramma enigmatica e Dendrogramma discoides. Medindo apenas alguns milímetros de tamanho, os animais consistem basicamente em um disco achatado e uma haste com uma boca na extremidade.
Durante um cruzeiro científico de 1986, cientistas coletaram esses organismos a uma profundidade de 400 a 1 mil metros no sudeste da costa australiana, perto da Tasmânia. Mas os dois tipos de organismos – que tinham uma forma parecida com a de um cogumelo – foram reconhecidos apenas recentemente, após a triagem das amostras globais coletadas à época durante a expedição.
“Encontrar algo assim é extremamente raro, talvez tenha acontecido somente quarto vezes nos últimos cem anos”, disse à BBC o coautor do artigo científico, Jorgen Olesen, da Universidade de Copenhagen. “Nós acreditamos que eles pertencem a alguma parte do reino animal; a questão é qual”.
Mistério – O sistema utilizado para agrupar todas as formas de vida na Terra abrange vários níveis, ou “ranques taxonômicos”. Um domínio é o ponto mais alto no ranque taxonômico e abaixo dele está um reino. Tradicionalmente, os biólogos reconhecem cinco ou seis reinos, incluindo animais, plantas, fungos e bactérias.
Reinos são divididos em filos, que são agrupados de acordo com semelhanças gerais de forma e corpo. “O que podemos dizer sobre esses organismos é que eles não pertencem ao Bilateria”, disse Olesen.
Bilateria é um dos mais importantes grupos animais, cujos representantes apresentam simetria bilateral (os corpos deles são divididos verticalmente em duas metades – da direita e da esquerda – que se espelham uma na outra). Os humanos fazem parte desse grupo.
Os novos organismos encontrados são pluricelulares, mas a maioria não é simétrica, e eles apresentam uma camada densa de um material gelatinoso entre a célula exterior de pele e as camadas de células interiores do estômago.
Os cientistas até encontraram algumas semelhanças com outros grupos animais, como os Cnidaria – o filo composto por corais e águas-vivas – e o Ctenophora, que inclui organismos marinhos como a água-viva-de-pente. Mas os novos organismos encontrados não tinham todas as características necessárias para agrupá-los em uma dessas duas categorias.
Olesen disse que os novos animais podem ser parte de um grupo muito primitivo da árvore filogenética ou algo intermediário entre dois filos animais diferentes.
Ele ainda considera que os cientistas podem eventualmente conseguir encaixar os organismos em algum grupo já existente, como o dos Dendrogrammas, já que há muito pouco conhecimento sobre esse grupo atualmente.
Uma forma de resolver essa questão sobre as afinidades com os Dendrogrammas seria por meio de um exame de DNA, mas para isso novas amostras dos organismos teriam de ser encontradas. As amostras originais foram preservadas primeiro no formol, depois transferidas para um ambiente com 80% de álcool – uma forma de armazenamento que não permite mais fazer análise genética.
Assim, a equipe de cientistas que assina o artigo na Plos One convoca pesquisadores do mundo todo a ficarem atentos para outros exemplos de organismos assim.
“Publicamos esse artigo como um pedido de ajuda. Talvez haja alguém lá fora que possa ajudar a classificar esses organismos”, finalizou Olesen.

 

Lagostas coloridas - variabilidade genética

1. Lagosta azul capturada em Maine vira atração em aquário
 Uma lagosta azul capturada na costa do Maine por uma americana de 14 anos escapou da panela para se tonar a mais nova atração do aquário do estado, informou a NBC News. Centenas de turistas esperavam pela chegada do crustáceo ao local na última terça-feira.
O animal foi batizado de Skyler por Meghan LaPlante, a adolescente que a descobriu e que trabalha no negócio da família junto do pai, a Miss Meghan’s Lobster Catch, em Old Orchard Beach.
Mas há outras lagostas ainda mais raras do que as azuis. Uma em cada 2 milhões lagostas é azul. A coloração azulada é resultado de uma rara mutação genética que estimula o crustáceo a produzir uma certa proteína em quantidade excessiva.
As chances de encontrar uma lagosta metade laranja e metade preta ou uma lagosta amarela são de 1 em 30 milhões. Mas a lagosta mais difícil de ser encontrada é a albina ou cristal, cujas cascas não tem nenhuma cor. A chance de encontrar uma delas é de 1 em 100 milhões.
O aquário do estado do Maine tem uma lagosta laranja e três azuis em exibição. Mas Skylar, depois de um período inicial de aclimatação e observação, terá seu próprio tanque.

2. Raras lagostas albinas e amarela são apanhadas nos EUA
Três lagostas extremamente raras, sendo duas albinas e uma amarela, foram apanhadas com poucos dias de diferença no estado do Maine (EUA).
Segundo especialistas, a incidência de uma lagosta albina é de uma em 100 milhões. No caso da lagosta amarela, a probabilidade é de uma em 30 milhões.
“Eu fiquei surpreso. Chocado, na verdade “, disse o pescador Joe Bates, que pegou uma das lagostas albinas a 1,5 km da costa de Rockland.
A outra lagosta albina foi fisgada pelo pescador Bret Philbrick. As duas lagostas albinas têm cerca de 5 ou 6 anos de idade.
 

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Foto de pinguim escapando de foca vence concurso ! FOTO DO DIA

A Academia de Ciências da Califórnia abriu sua primeira grande exposição de fotografia, a BigPicture, com o trabalho de premiados fotógrafos de todo o mundo. Eles fizeram registros de natureza, vida selvagem e conservação
O prêmio de melhor imagem foi concedido para 'O Pinguim Sortudo', de Paul Souders, de Seattle, que mostra um pinguim escapando por pouco de ser devorado por uma foca leopardo. Premiado fotógrafo profissional, Souders teve imagens publicadas pelas revistas 'National Geographic', 'Time' e 'Life'. (Paul Souders).

segunda-feira, 25 de agosto de 2014


Velella velella (Linnaeus, 1758) é uma espécie de hidrozoário flutuante pelágico, com distribuição cosmopolita nos oceanos tropicais e subtropicais, sendo a única espécie descrita do gênero monotípico Velella. Apresenta-se como uma colônia globosa, com aproximadamente 7 cm de diâmetro máximo, de coloração azul e com múltiplos tentáculos curtos na sua face inferior. A colônia é mantida à susperfície do oceano por uma câmara de flutuação achatada e translúcida.

Descrição
A espécie é um celenterado que bóia livremente na superfície do mar, suspenso por uma câmara achatada de flutuação encimada por uma pequena vela rígida (daí o epíteto específico velella; "pequena vela"), que protrude acima da superfície da água permitindo uma eficiente deslocação impelida pelo vento. Estes cnidários são parentes próximos das medusas e caravelas.
Cada espécime visível de Velella é de fato uma complexa colônia, em geral com menos de 7 cm de comprimento, composta por múltiplos pequenos indivíduos. Como os restantes Cnidaria, o gênero Velella é constituído por animais predadores, que usam os tentáculos como arma para imobilizar e capturar as suas presas.
Alimentam-se de pequenos organismo, em geral zooplâncton, que capturam com tentáculos pendentes na parte inferior da colônia. Os tentáculos estão recobertos por cnidócitos (também designados por nematocistos) que produzem toxinas paralisantes que injectam quando são tocados.
Ao contrário do que acontece com outros cnidários, os nematocistos de Velella são inofensivos para as pessoas, seja por serem incapazes de perfurar a pele humana ou porque as toxinas neles encapsuladas são ineficazes face ao metabolismo humano. Apesar disso, é aconselhével não tocar a face ou os olhos após manusear um espécime de Velella.
Estes pequenos cnidários inserem-se numa comunidade ecológica de organismos especializados que flutuam livremente na camada mais superficial do oceano, arrastados pelas correntes e pelo vento. Moluscos gastrópodes especializados, incluindo os nudibrânquios do gênero Glaucus e os caracóis flutuantes do gênero Janthina, predam estes organismos, constituindo uma complexa cadeia trófica.

Ciclo de vida
Como muitos Hydrozoa, Velella velella tem um ciclo de vida bipartido, com alternância de gerações assexuadas e sexuadas na forma de pólipo e de medusa, respectivamente.
A típica velela flutuante é a fase pólipo do ciclo de vida, sendo cada "indivíduo", com o seu flutuador e vela, uma colônia hidróide, constituída por múltiplos pólipos que se alimentam do plâncton do oceano, interligados por um sistema de canais que permitem à colônia partilhar a comida que é ingerida por cada pólipo.
Cada velela flutuante é uma colônia sexualmente segregada, contendo apenas pólipos machos ou fêmeas, criando assim velelas masculinas e femininas.
Funcionalmente, a colônia é composta por diferentes tipos de pólipos, alguns com funções alimentares e reprodutivas, designados por gonozoóides, outros com funções de proteção, designados por dactilozoóides. Na parte central da colônia existem gastrozoóides, pólipos com funçoes puramente alimentares.
Iniciando a outra fase do ciclo de vida da espécie, cada gonozoóide produz numerosas medusas minúsculas por gemulação, processo de reprodução assexuada durante o qual a célula continua as suas funções vitais, enquanto o núcleo se divide, com uma das partes migrando para a membrana, onde se forma uma larva que posteriormente é libertada. Por este processo, durante a época de reprodução, cada colônia de Velella produz, ao longo de várias semanas, milhares de minúsculas medusas, cada uma com cerca de 1 mm de diâmetro. Cada medusa é dotada de múltiplas zooxantelas, organismos endossimbióticos unicelulares fotossíntéticos, tipicamente encontrados em corais e em algumas anêmonas, que utilizam a radiação solar para produzir os açúcares que fornecem energia à medusa hospedeira.
Apesar de exemplares de Velella mantidos em captiveiro libertarem numerosas medusas, pelo que se presume que o mesmo aconteça no meio natural, as medusas de Velella são raramente capturadas em processos de amostragem de plâncton, sabendo-se muito pouco sobre a sua história natural. As medusas atingem a maturidade sexual em cerca de três semanas, libertando para a água óvulos e espermatozóides que se combinam em zigotos, cada um dos quais produz uma nova colônia hidróide flutuante.

Distribuição e habitat
Velella velella ocorre nas águas quentes e temperadas de todos os oceanos. Como típico organismo integrado no plêuston, vive na interface entre o ar e a água, com o flutuador e a "vela" acima da superfície da água e com o corpo bolboso, com os tentáculos pendentes, imerso nos primeiros centímetros do oceano. É comum encontrar milhares de velelas a flutuar em areas oceânicas distantes da costa.
Não tendo capacidade autônoma de locomoção, a possibilidade de velejar permite ao organismo ser deslocado rapidamente em relação às águas circundantes, podendo assim explorar em períodos curtos, grandes volumes de água, o que aumenta a probabilidade de captura de presas. Em contrapartida, quando o vento sopra em direção à costa, é inevitável a chegada ao litoral mais próximo, o que, por vezes, surjam milhares de velelas mortas depositadas pelo mar nas praias.
Geralmente, todos dos anos, ocorrem arrojamentos (encalhamentos) em massa, ao longo da costa ocidental da América do Norte, desde a Colúmbia Britânica até à Califórnia, iniciando-se o “arrojamento” a partir do norte, progredindo para sul durante várias semanas. Em alguns anos são tantos os animais deixados ao longo da linha da preamar (maré- alta) pelo recuo da maré que se formam camadas de animais em apodrecimento com alguns centímetros de espessura ao longo de muitas centenas de quilômetros de costa. Arrojamentos em massa também foram reportados na costa ocidental da Irlanda.

Taxonomia
Porpitidae é uma família de Hydrozoa constituída por três gêneros de hidróides que vivem em livre flutuação na superfície das regiões pelágicas dos oceanos: Velella, Porpita e Porpema.
O enquadramento e posição sistemática destes gêneros têm sido objeto de prolongado debate entre os taxonomistas que estudam os Cnidaria pelágicos. A partir de meados do século XIX, os três gêneros foram, em geral, agrupados com os hidróides do agrupamento Athecata, mas alguns autores da época preferiam a sua inclusão nos Siphonophora.
A maioria dos autores do último meio século tem favorecido a classificação destes organismos como hidróides coloniais flutuantes atípicos pertencentes ao grupo Athecata, pois produzem medusas claramente integráveis entre as Anthomedusae.
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