O camarão gigante que havia sido capturado na semana passada, por um pescador na Flórida, Estados Unidos, foi analisado por cientistas. Os especialistas confirmaram a hipótese de que o animal seria uma tamarutaca, e não um camarão. As informações são do site IFL Science.
Segundo a publicação, tamarutaca, ou “camarão mantis”, é o nome popular dado ao crustáceo marinho Gonodactylus smithii. Embora seja parecido com um camarão, esse animal pertence à classe Stomatopoda e, na realidade, se alimenta de camarões. Leia mais ao final.
De acordo com o professor de biologia interativa da Universidade da Califórnia, Roy Caldwell, que identificou o animal, esse crustáceo é um predador marinho, conhecido pelas suas grandes garras.
“Eles podem viver por até 30 anos e alcançam, em média, 38 centímetros de comprimento”, disse ele. O animal encontrado pelo pescador, na última quinta-feira, tinha 45 centímetros de comprimento, ou seja, a descoberta ainda trata de um animal que possui um tamanho acima da média para sua espécie.
Também chamada de “boxeador”, a tamarutaca é veloz e seu soco pode atingir uma velocidade máxima de 80 quilômetros por hora, dentro da água. Ela possui tanta força que pode quebrar o vidro de um aquário.
Ordem Stomatopoda.
Estomatópode é o nome comum dado aos crustáceos marinhos classificados na sub-classe Hoplocarida, ordem Stomatopoda. Existem cerca de 400 espécies, caracterizadas principalmente pela morfologia de sua segunda pata torácica, que é modificada em apêndice subquelado, lembrando uma pata de louva-a-deus.
Os estomatópodes são predadores ativos que caçam presas com o auxílio de um sentido de visão muito apurado e capaz de interpretar polarização no espectro ultravioleta e infravermelho). Apresentam uma grande variação de tamanho, que pode ir de poucos milímetros até aproximadamente 40 cm nas espécies maiores. Eles vivem em fundo consolidado, lodoso ou ainda arenoso, onde cavam seus buracos ou aproveitam-se dos orifícios deixados por outros animais para neles se instalar. São animais exclusivamente carnívoros, alimentando-se de camarões, caranguejos, moluscos, peixes e até mesmo outros da mesma ordem. O segundo par de patas, muito desenvolvido, é usado tanto para atacar a presa como para se defender. O urópodo, quando aberto, também funciona para defesa, como um escudo, fechando a galeria em que o animal esteja instalado. A fêmea desova no local onde se abriga e, em caso de perigo, enrola os ovos como uma bola, prendendo-os junto ao corpo até encontrar um abrigo mais protegido.
Também conhecidas como esquilas ou lagosta-boxeadora, espalhadas pelas costas dos mares tropicais e subtropicais. Além das patas, elas apresentam uma silhueta característica, devido ao grande comprimento aparentemente de seu abdómen. Os ovos ficam ligados por uma massa gelatinosa que a mãe carrega contra o ventre até que eclodem, limpando-os sem parar.
São animais que apresentam comportamentos sociais muito variados, desde ameaças visuais contra predadores até comportamentos de corte. De acordo com a anatomia da sua pata raptorial é possível distinguir entre dois grupos funcionais, as perfuradoras (spearers) ou as esmagadoras (smashers), sendo que cada um dos tipos apresenta sua própria variação comportamental e até mesmo de habitat.
As maiores esmagadoras, tais como exemplares de Odontodactylus scyllarus, são capazes de desferir um dos mais rápidos e violentos golpes do reino animal, um soco que pode apresentar a aceleração de um tiro calibre .22 (equivalente a 720km/h) e uma força de impacto de 60 kg/cm². Essa força esmagadora é a responsável pelo seu título de "lagosta-boxeadora" e é capaz de facilmente quebrar a carapaça de um caranguejo, as conchas duras e calcificadas de gastrópodes ou até mesmo quebrar o vidro reforçado de um aquário.
Estomatópodes podem ser encontrados em quase todo o litoral brasileiro, mas não são animais fáceis de se observar pelos seus hábitos mais furtivos. Devem ser manuseados com muita cautela pois são animais preparados para se defender com força, caso sejam incomodados.
Visão
Esses animais possuem o mais complexo sistema de visão de cores do mundo animal, porque eles podem ver 16 cores primárias, por possuirem 16 pigmentos diferentes em sua retina.
Nossos olhos possuem três tipos desses receptores - que respondem à luz azul, verde e vermelha -, que nos permitem perceber o espectro de cores que vemos. Os cães contam com apenas dois tipos de cones (verde e azul), e é por isso que eles vêm tons de azul, verde e um pouco de amarelo. Muitos anfíbios, répteis, aves e insetos possuem quatro tipo de cones, o que significa que espécies dessas classes conseguem ver cores que o nosso cérebro é incapaz de processar. Algumas espécies específicas de borboletas e possivelmente pombos possuem cinco cones de percepeção de cor, o que aumenta ainda mais a quantidade de pigmentos que eles são capazes de perceber. O sistema de visão dos estomatópodes possui doze cones sensíveis à luz e outros quatro que filtram a luz (16 cones no total), o que lhes permite ver cores polarizadas e imagens multiespectrais.
Como cada cone pode ver cerca de 100 cores, os estomatópodes são capazes de ver 10¹² cores, ou seja, 1 trilhão de cores. Em comparação, o olho humano vê 106 cores, ou seja, 1 milhão de cores apenas. A visão dos estomatópodes é sensível à luz ultravioleta, mas ainda é desconhecido se ela pode distinguir a luz infravermelha.
Assista ao vídeo a seguir e presencie a força
deste crustáceo.
http://youtu.be/R5Z25nY03Yw
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