sexta-feira, 28 de junho de 2013

Plástico no mar vira 'habitat' para vários tipos de bactérias.

Bactérias e micro-organismos sobre resto de plástico do oceano (Foto: Divulgação/Erik Zettler/Associação de Educação Marinha)

Microrganismos estão usando lixo como tipo de 'recife', dizem cientistas.
Pesquisadores encontram pelo menos mil tipos diferentes de bactérias.
Cientistas descobriram uma vasta gama de bactérias e outros microrganismos se proliferando em pedaços de plástico que poluem os oceanos em vários lugares do mundo, aponta um estudo publicado na revista científica "Environmental Science & Technology" nesta semana.
Comunidades microbióticas estão crescendo no plástico e no lixo espalhados nos mares, que têm se tornado um novo habitat ecológico para bactérias, afirmam os cientistas. Eles batizaram os locais onde há acúmulo de plástico de "platisfera".
Usando técnicas de sequenciamento genético e microscópios eletrônicos, os cientistas encontraram ao menos mil tipos diferentes de bactérias em amostras de plástico, além de muitas espécies de organismos unicelulares e pluricelulares ainda não identificados.
Há algas e bactérias que produzem o próprio alimento; animais microscópicos que se alimentam delas; pequenos predadores e inclusive organismos que produzem relações de simbiose entre si.
Os pesquisadores do Instituto Oceanográfico de Woods Hole, um dos maiores centros de pesquisa independente na área, nos EUA, afirmam estar preocupados com a função e atividade bioquímica que esses microrganismos estão realizando nos oceanos.
"Queremos saber como eles estão agindo e alterando o ecossistema marinho. Como estão alterando outros micróbios, como afetam organismos maiores?", questionou Linda Amaral Zettler, uma das responsáveis pela pesquisa, ao site da instituição.
“Os organismos habitando os pedaços de plástico são diferentes dos que estão no oceano, indicando que os restos de plástico estão funcionando como ‘recifes de micróbios’,” afirmou a pesquisadora Tracy Mincer, também ao site da universidade.
 

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Satélite revela que baleias-jubartes mergulham a 300 metros de profundidade


Os pesquisadores ficaram um tanto incrédulos, quando os dados de satélite começaram a chegar. A baleia, uma fêmea marcada com um sensor, pôs-se a mergulhar cada vez mais fundo, ao largo da costa do Rio Grande do Sul, até ultrapassar 300 m de profundidade – coisa um bocado incomum para a espécie.

Os mergulhos, de meia hora, repetiram-se várias vezes ao longo de dias, conforme a fêmea de jubarte (Megaptera novaeangliae) deixava as águas mais quentes do Brasil em busca de sua área de alimentação, na Antártida.
Ninguém sabe o que significam esses “pit stops” nas profundezas. Mas, se forem comuns, podem desfazer alguns dogmas sobre o comportamento dessa baleia, famosa por dar enormes braçadas.
A questão é que as jubartes, bem como outras baleias migratórias, seriam as rainhas do regime radical.
Acreditava-se que esses bichos passariam quase todo o período de reprodução de boca fechada, sobrevivendo com a ajuda de reservas de gordura adquiridas nos bufês de krill (pequeno crustáceo) do mar antártico.
Na volta, os cetáceos afinariam num ritmo alucinado, fenômeno piorado, no caso das fêmeas, pelo gasto de energia ligado à amamentação. E o ciclo recomeçaria.
Se a coisa funcionasse mesmo assim, “o que se esperaria é que os bichos fossem direto para a área de alimentação o mais rápido possível, para minimizar o gasto energético de migrar, nadando rápido e no raso”, explica o oceanógrafo Alexandre Zerbini, que trabalha no Laboratório Nacional de Mamíferos Marinhos dos EUA e no Instituto Aqualie no Brasil.
Zerbini é um dos especialistas responsáveis por analisar os dados que indicam um cenário mais complicado.
“Provavelmente, se essa mãe faz isso [os mergulhos profundos], outros animais devem fazer, mas só colocando mais transmissores para a gente ter certeza”, disse.
“Piercing” – As informações vêm dos testes de um tipo inovador de transmissor por satélite, que ainda não tinha sido usado para estudar as rotas de migração das jubartes.
O diferencial do aparelho, que Zerbini compara a um piercing de baleia, é a presença de um sensor que envia informações sobre a profundidade do animal, e não só sobre sua posição geográfica.
Isso é possível porque o sensor detecta a pressão da água, informação convertida em dados de profundidade.
No caso que deixou os pesquisadores surpresos, a fêmea foi marcada em 2 de novembro de 2012, na região de Abrolhos, e o transmissor enviou dados sobre sua rota até o último dia 20 de abril.
Os cientistas trabalham com duas ideias para explicar o que as jubartes andam aprontando lá no fundo. A primeira é a de que elas estariam fazendo uma boquinha.
Email this page“A área dos mergulhos é associada à chamada elevação do rio Grande, montanhas submarinas entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai”, explica Zerbini. É o tipo de lugar em mar aberto onde pode haver correntes carregando nutrientes do fundo para a superfície e, portanto, comida para os bichos.
Outra possibilidade envolve a presença de túneis acústicos –áreas em que as propriedades da água, como sua densidade, são favoráveis à propagação de som. Em tais locais, as jubartes, altamente sociáveis, poderiam ficar na escuta, à espera dos chamados de companheiros.
O fato, independentemente de qual seja a explicação correta, é que ainda há muito a descobrir sobre o comportamento das jubartes.
Nunca ninguém acompanhou por satélite o mesmo indivíduo durante um ano inteiro – Zerbini e seus colegas acabam de bater o recorde de e monitoramento seguindo outro exemplar da espécie por 240 dias.
“O que atrapalha é o comportamento social dos bichos, que envolve muito contato físico. Os transmissores acabam sendo arrancados.”
Por isso mesmo, o desenvolvimento de novos equipamentos mais resistentes tem sido patrocinado pela empresa Shell, que se interessa pelas suas aplicações para avaliar e mitigar potenciais impactos aos animais causados por atividades ligadas à exploração de petróleo.
Fonte: REINALDO JOSÉ LOPES/Folha.com/23/06/2013


 


domingo, 23 de junho de 2013

Novas bactérias encontradas no fundo oceânico

Expedição espanhola Malaspina continua a fornecer novidades científica

 
A 3500 metros de profundidade marinha a água é muito fria (entre 1 e 2 graus) e está na escuridão total, pois a luz dispersa-se e desaparece antes dos duzentos metros. Apesar do habitat hostil, conseguem viver no fundo oceânico distintas espécies de vírus e bactérias.
Até 86 por cento do material recolhido nestas regiões por cientistas espanhóis, no âmbito da Expedição Malaspina,  correspondem a organismos até agora desconhecidos. A expedição, que começou em Dezembro de 2010 e durou sete meses, tendo dado a volta ao mundo, continua a fornecer motivos de muito interesse para a comunidade científica.

Este projeto de investigação que integra mais de 400 cientistas começou a bordo do navio de investigação oceanográfico Hespérides. O objetivo principal era estudar o impacto das alterações globais nos oceanos e explorar a diversidade genética dos mesmos.
No fundo oceânico, os organismos vivem afastados uns dos outros, mas a solidão não é obstáculo para a sua sobrevivência, já que não necessitam juntar-se para se reproduzirem. Foram quase 200 mil bactérias que os cientistas recolherem de profundidades até 4 mil metros, em 313 pontos do Índico, Pacífico e Atlântico.
Estamos a descobrir que desconhecemos a maior parte dos organismos, pois não aparece nada parecido nas bases de dados de que dispomos”, afirma Josep Maria Gasol, investigador do CSIC que lidera a área de microrganismos do projeto.
Uma das maiores surpresas foi encontrar bactérias capazes de degradar compostos muito tóxicos que se iam acumulando no fundo marinho resultantes da atividade humana, como o metil-mercúrio. Outras bactérias “utilizam os produtos da degradação destes compostos tóxicos como fonte de carbono e energia”, explica Gasol.
A deteção destas “fábricas de reciclagem” no fundo do oceano permite aos cientistas identificar as regiões com maior acumulação de substâncias tóxicas e utilizar estas bactérias como sensores biológicos do estado dos ambientes onde habitam.
O número de espécies marinhas utilizadas como fonte de genes com interesse comercial cresce 12 por cento, anualmente. O potencial biotecnológico dos organismos marinhos é grande, sobretudo os do oceano profundo. Outros dos organismos recolhidos na expedição abrem portas a aplicações biotecnológicas no campo da medicina. Os cientistas querem sintetizar uma nova geração de antibióticos perante o previsto esgotamento dos atuais já durante a próxima década.
Fonte:Ciência Hoje [noreply@cienciahoje.pt]

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Cientistas descobrem nova espécie de peixe em mar de ilha do Caribe



               Peixe da espécie recém-descoberta 'Haptoclinus dropi' (Foto: Instituto Smithsonian/AP
Animal foi descoberto próximo à ilha de Curaçao, a 160 m de profundidade.
'Haptoclinus dropi' mede cerca de 2,5 centímetros.
 
Cientistas do Instituto Smithsonian, dos EUA, descobriram uma nova espécie de peixe nos corais próximos à ilha de Curação, no Caribe, enquanto realizavam um projeto para colher dados para uma pesquisa sobre os efeitos das mudanças climáticas na região, informam jornais e sites de notícias internacionais.
Batizado de Haptoclinus dropi, o peixe é pequeno e colorido, segundo a agência de notícias Associated Press. O animal foi descoberto a aproximadamente 160 metros de profundidade enquanto cientistas usavam equipamento submarino para explorar o mar.
O peixe mede cerca de 2,5 centímetros e tem barbatanas iridescentes. Seu corpo tem tons alaranjados e brancos, de acordo com o site canadense de notícias "Global News".
"[A descoberta] é apenas a ponta do iceberg. Essa exploração que estamos fazendo é fundamental", disse a pesquisadora Carole Balwdin ao site de notícias, referindo-se à possibilidade de haver novas espécies na região.
Carole ressaltou que a equipe de pesquisa coletou de 25 a 30 peixes e invertebrados que podem ser novas espécies. A previsão é de voltar à Curação em agosto para coletar mais espécimes, mês em que também será completado um ano do início do monitoramento dos efeitos das mudanças climáticas na região, diz a Associated Press.
O projeto sobre mudanças climáticas está coletando dados sobre temperatura e biodiversidade marinha próximo à ilha caribenha e começou em agosto de 2012, segundo a agência.
 

domingo, 16 de junho de 2013

‘Serpente das profundezas’ é clicada no Golfo do México por cientistas.

Pesquisadores da Universidade Estadual da Louisiana, nos Estados Unidos, conseguiram captar imagens inéditas de um peixe-remo (Regalecus glesne), também chamado de regaleco, que vive nas profundezas do mar.
De acordo com Mark Benfield, pesquisador e responsável por realizar as imagens na região do Golfo do México com um veículo operado remotamente, as imagens ajudaram a dar mais detalhes sobre esta espécie no estudo publicado no início de junho no “Journal of Fish Biology”. Foi a primeira vez que o animal foi perfeitamente visualizado.
O regaleco é um dos maiores peixes do mundo. Segundo Benfield, essa espécie pode atingir entre 8 metros e 17 metros de comprimento e vive em águas temperadas e tropicais, a uma profundidade de até 3 mil metros. Alguns pesquisadores gostam de se referir a este animal como serpente marinha.

Conchas de ostras servem como antiácido para os oceanos

Assim como as águas do oceano ao redor do mundo, a Baía de Chesapeake tornou-se mais e mais ácida como resultado do aumento dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera. Agora, estudando populações de ostras em relação aos níveis de acidez, uma equipe de pesquisadores concluiu que as ostras – particularmente suas conchas – podem desempenhar um papel significativo na redução da acidez.
“Conchas de ostras são feitas de carbonato de cálcio, e por isso elas são como uma espécie de comprimido antiácido”, disse George Waldbusser, professor assistente de Tterra, oceano e ciências atmosféricas no estado de Oregon e um dos autores do estudo, que aparece no periódico Ecology. “Em um recife intacto de ostras, ostras saudáveis estão gerando um monte de biodepósitos”, um termo gentil para excrementos, “que ajudam a gerar CO2 para quebrar as conchas, que contribui para restaurar a alcalinidade do meio ambiente”.
Desde a Revolução Industrial, a acidez do oceano aumentou em cerca de 30 por cento, dizem os pesquisadores, e provavelmente dobrará até 2100.
Entre os perigos de águas altamente ácidas, estão os danos às larvas de peixes e a corrosão de conchas de moluscos, o que significa, neste caso, que as ostras ajudam a si próprias. “Isso cria um ciclo de respostas positivas”, disse Waldbusser.
Programas para reabastecer a Baía de Chesapeake com recifes de ostras – principalmente para filtrar a poluição e combater a superexploração – datam de 1960. Mas os pesquisadores dizem que ostras maiores e mais velhas deveriam ser introduzidas em um ritmo mais rápido para conter a crescente acidez.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Fotos de animais feitas debaixo d'água

Concurso nos EUA premia fotos de animais feitas debaixo d'água

Universidade de Miami recebeu mais de 650 imagens produzidas em ambiente submerso para a competição.
Acesse o link e veja um slideshoww com as fotos premiadas: http://glo.bo/16Pa3OF
 
Divulgação/Kyle McBurnie
Foca nada em meio a uma floresta de grandes algas nos arredores do litoral de San Diego, na Califórnia, EUA. A imagem foi a grande vencedora do Concurso de Fotos Submersas 2013, promovido pela Universidade de Miami.