sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Eis aí um bicho realmente assustador!


 
Promachoteuthis sulcus, uma espécie de lula, com oito tentáculos ao redor de uma boca, além de dois “braços” (como toda lula), tem também duas fileiras de dentes parecidos com dentes humanos – parece ter saído de um pesadelo.
Mas são realmente dentes? Na verdade não; são espécies de “lábios” que protegem o “bico” que as lulas têm. Trata-se então de uma ilusão – não que isto ajude a aliviar o arrepio.
E por que uma lula teria estes lábios? Não se sabe.
Aliás, não se sabe quase nada sobre esta lula. Só sabemos da sua existência por causa de um único espécime, de 25 mm, que foi pescado perto do arquipélago Tristão da Cunha, no Atlântico Sul, a uma profundidade entre 1.750 e 2.000 metros. Não sabemos sequer se é um macho ou uma fêmea.
Alivia um pouco saber que o exemplar encontrado é minúsculo, mas qual o tamanho máximo que chega esta lula? Ainda, não sabemos...


 



A viagem dos grandes machos para as terras altas



Manaus, AM – Em junho, quando a estação seca e fria chega ao arquipélago de Galápagos, no Oceano Pacífico, grandes tartarugas da Ilha de Santa Cruz, algumas com mais de 250 quilos, inciam uma lenta e tediosa jornada em direção a terras mais altas. Elas se deslocam até 10 quilômetros, através de encostas do vulcão, para atingir altitudes acima dos 400 metros, onde passam meses. Lá em cima, uma névoa característica desta época do ano permite que a vegetação continue a se desenvolver, enquanto as áreas mais baixas sofrem com a estiagem.

O comportamento migratório das tartarugas-gigantes-de-galápagos (Chelonoidis nigra) foi descrito por pesquisadores do Instituto Max Planck para Ornitologia e da Fundação Charles Darwin. Para monitorar as tartarugas, os cientistas utilizaram localizadores GPS, que foram presos a 17 indivíduos. Além disso, em caminhadas realizadas mensalmente, eram anotados dados como sexo, tamanho e localização das tartarugas encontradas. Os dados do GPS foram combinados com informações sobre temperatura e disponibilidade de vegetação. O estudo durou dois anos.

O que surpreende os cientistas é o comportamento das gigantes de Galápagos ser diferente ao de outras tartarugas, em que os machos dominantes, capazes de enfrentar os concorrentes na disputa por alimento, permanecem no local de origem, enquanto os jovens se aventuram em busca de novas áreas. No caso das tartarugas-gigantes-de-galápagos, por alguma razão ainda desconhecida, são os machos maiores e mais desenvolvidos que se deslocam. As fêmeas também migram, mas só após a postura dos ovos.

"Ou o gasto energético dessa caminhada árdua é muito alto ou ainda há comida suficiente disponível, mas só para os animais menores", suspeita Stephen Blake, pesquisador o Instituto Max Planck. “Talvez os animais mais jovens não possam tolerar o clima frio e úmido das regiões mais altas”. Outro dado que intriga os cientistas é que essas tartarugas podem passar até um ano sem se alimentar, portanto, poderiam sobreviver à carência de comida durante a estação seca.

Os cientistas continuam os estudos e vão incluir tanto variáveis ecológicas, quanto informações sobre idade, sexo e morfologia na coleta e análise dos dados. Eles destacam a tenacidade por trás desse comportamento. A migração continua, apesar de todas as ameaçam sofridas pelas tartarugas, como a perda de habitat, a caça e a chegada de espécies invasivas, como ratos e cabras.

Os pesquisadores destacam que conhecer melhor o comportamento migratório pode ajudar a estabelecer corredores para as tartarugas se deslocarem, preservando seus ambientes importantes e tomando medidas para reduzir os impactos de rodovias e do crescimento das cidades. Essa migração tem um outro importante papel ecológico na ilha: durante o deslocamento, as tartarugas dispersam sementes.
Vandré Fonseca

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

4º Congresso Brasileiro de Biologia Marinha


O 4º Congresso Brasileiro de Biologia Marinha (4ºCBBM) irá ser realizado de 19 a 23 de maio de 2013, em Florianópolis (SC). Além de contemplar uma programação científica ampla e de elevada qualidade, o CBBM é também o maior fórum de reunião dos associados da ABBM - Associação Brasileira de Biologia Marinha. Terão descontos as inscrições feitas até o dia 31 de dezembro. A submissão dos resumos de painéis e comunicações orais terá a data-limite de 21 de janeiro. Mais informações: http://www.abbm.net.br/cartaz .

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Dragão do mar – um vertebrado marinho em perigo!


Dragões do mar são peixes carnívoros pertecentes ao mesmo gupo dos cavalos-marinhos. Exemplos de espécies: Phycodurus eques, Phyllopteryx taeniolatus.

Os dragões do mar são algumas das criaturas camufladas mais ornamentadas do planeta. Adornados com apêndices em forma de folha em todo o corpo, eles são perfeitamente equipados para se misturar com as formações de algas marinhas que vivem entre eles.
Espécie endêmica das águas do sul e leste da Austrália, eles são geralmente coloridos do  marrom para o amarelo, com espectaculares apêndices verde-escuro.
Os dragões do mar são muito longos, com focinhos, troncos e cauda finas, cobertos de anéis ósseos que, ao contrário dos seus parentes cavalos-marinhos, não podem ser utilizados para a fixação. Eles têm pequenas e transparentes nadadeiras dorsal e peitoral que os impulsionam, desajeitadamente, através da água. Possuem um comprimento que varia de cerca de 35 centímetros  até 46 centímetros de comprimento.
Tal como acontece com cavalos-marinhos, os dragão do mar machos são responsáveis ​​pela evolução da gravidez. Mas, em vez de uma bolsa, como cavalos-marinhos possuem, os dragões-marinhos do sexo masculino têm um área esponjosa, adesiva,  aninhada na parte de baixo da cauda, onde as fêmeas depositam seus ovos de rosa brilhante durante o acasalamento. Os ovos são fertilizados durante a transferência a partir da fêmea para o macho. Os machos incubam os ovos e levam o desenvolvimento a termo, liberando dragões do mar em miniatura para a água, depois de cerca de quatro a seis semanas da fecundação.
Estes animais têm uma vida amorosa agitada: alguns ficam com um parceiro durante toda a vida, enquanto outros ficam com vários parceiros.
Os dragões marinhos sobrevivem de pequenos crustáceos, como o mysids, ou piolhos do mar. Não se sabe se eles são atacados por outros animais. Eles são, no entanto, muitas vezes, retirados de seu habitat  por mergulhadores que procuram mantê-los como animais de estimação. Na verdade, os cavalos e dragões do mar  encolheram  o número de representantes tão criticamente no início dos anos 1990 que o governo australiano colocou uma proteção completa em ambas as espécies. Poluição e perda de habitat têm também prejudicado os seus números, e eles estão atualmente listado como espécies ameaçadas.

Estudo acha vida em salmoura isolada por 20 m de gelo na Antártida

Poucos ambientes parecem menos promissores para a vida do que uma salmoura resfriada a -13 graus Celsius, mas um ambiente desse tipo é lar de uma diversificada comunidade de bactérias no interior da Antártida.
Mais intrigante ainda, esse ecossistema improvável parece estar isolado de fontes externas de energia e nutrientes há pelo menos 3.000 anos, afirmam os cientistas americanos que o exploraram pela primeira vez em artigo na revista científica "PNAS".
Alison Murray e seus colegas do Centro de Pesquisas do Deserto em Reno (sudoeste dos EUA) acharam as bactérias depois de cuidadosas perfurações no manto de pelo menos 20 m que recobre o lago Vida
Não se sabe exatamente a profundidade do lago. Também não está claro se, abaixo da grossa camada de gelo, existiria algo parecido com uma lagoa líquida.
O que dá para dizer é que, abaixo de certa profundidade, a placa sólida de gelo começa a dar lugar a uma rede de canais por onde corre a salmoura onde vivem as bactérias do lago.
O líquido não congela totalmente, mesmo com a temperatura bem abaixo de zero, por causa da elevada quantidade de cloreto de sódio (o popular sal de cozinha) dissolvida nele. Por causa disso, essa água é seis vezes mais salgada que a do mar.
Levemente amarelo, o líquido contém tanto ferro que fica laranja-escuro quando exposto à atmosfera (dentro do lago, praticamente não existe oxigênio). Também há elevadas quantidades de enxofre e nitrogênio ali.
Mesmo assim, análises de DNA e observações de amostras da salmoura feitas com microscópios revelaram a presença de exemplares de pelo menos oito filos bacterianos (um filo é um agrupamento que reúne grande diversidade de espécies; o dos cordados, por exemplo, abrange todos os vertebrados, do homem aos peixes).
Tudo indica que várias dessas espécies nunca foram detectadas antes. Há sinais de que elas estão sobrevivendo em "marcha lenta" desde que ficaram isoladas ali -sem uma explosão populacional, mas mantendo seu metabolismo numa taxa baixa e relativamente constante.
O mistério é como elas estariam fazendo isso. Uma possibilidade é que estejam se aproveitando, por exemplo, do hidrogênio produzido pelas rochas da região, em contato com o lago,para produzir alguma energia.
Vai ser preciso mais trabalho para entender o que está ocorrendo no lago Vida, mas a descoberta já dá fôlego a uma busca bem mais ampla: a caçada por micróbios durões fora do nosso planeta.
É que as condições do lago antártico não são tão diferentes assim das que existem em oceanos congelados de locais como Europa, uma das luas de Júpiter. (Reinaldo José Lopes)

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Maior acidez do mar dissolve concha de criaturas marinhas, diz estudo


Pesquisa britânica mediu acidez do mar na Antártica Foto: BBC
Pesquisa indica que mudanças climáticas estão afetando elo importante do ecossistema do mar.
 
Lesmas-do-mar que vivem na Antártica estão sendo afetadas pelo alto nível de acidez das águas marinhas, segundo uma nova pesquisa científica.
Uma equipe internacional de cientistas descobriu que a concha das lesmas está sendo corroída pela água do mar.
Segundo especialistas, a descoberta é importante para se determinar o impacto da acidificação do oceano na vida marinha.
Os resultados foram publicados na revista científica "Nature Geoscience".
Ecossistemas
As lesmas-do-mar são importantes na cadeia dos alimentos dos oceanos. Além disso, elas são um bom indicador de quão saudável está o ecossistema.
"Eles são um item importante para diversos predadores -- como plânctons maiores, peixes, pássaros, baleias", diz Geraint Tarling, que é coautor do estudo e diretor de Ecossistemas Oceânicos da entidade britânica de pesquisas British Antarctic Survey.
O estudo foi um projeto de pesquisadores da BAS, da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), a US Woods Hole Oceanographic Institution e da faculdade de ciências ambientais da Universidade de East Anglia.
A acidificação do oceano ocorre devido à queima de combustíveis fósseis. Parte do dióxido de carbono que está na atmosfera é absorvido pelo oceano. Esse processo altera a composição química da água, que fica mais ácida.
Os dados foram coletados em uma expedição do barco Southern Ocean, em 2008. Os cientistas analisaram o que acontece quando a água marinha do fundo é empurrada para a superfície por ventos.
Essa água é mais ácida e acaba corroendo a aragonita -- a substância que forma as conchas das lesmas-do-mar.
"As lesmas-do-mar não necessariamente morrem por conta da corrosão nas suas conchas, mas isso as deixa mais vulneráveis a predadores e a infecções, o que tem consequências no resto da cadeia de alimentação".
Tarling disse que o estudo ainda é um piloto para outras pesquisas que virão, mas que ele já forneceu dados importantes sobre como o ecossistema reagirá a mudanças futuras no oceano.
"Foram necessários vários anos para que desenvolvêssemos uma técnica sensível o suficiente para que analisássemos o exterior das conchas, com auxílio de microscópios de alta potência, já que as conchas são muito finas e os padrões de dissolução são muito sutis", afirmou o pesquisador.
 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

V Congresso Brasileiro de Oceanografia (CBO’2012)

A Associação Brasileira de Oceanografia – AOCEANO irá promover a quinta edição do Congresso Brasileiro de Oceanografia (CBO’2012), que será realizada entre os dias 13 a 16 de novembro de 2012, no Centro de Convenções Sul América, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Paralelamente ao CBO’2012, será também realizada a VII Feira Técnico-Científica Brasil Oceano. Nesta quinta edição do Congresso, a AOCEANO conta com o apoio da Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE. Mais informações: www.cbo2012.com .

 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Aquecimento global vai afetar mais os micro-organismos e animais aquáticos


Queda no tamanho é dez vezes maior diante de temperaturas mais altas.

Mais de 99% dos organismos da Terra são ectotérmicos, isto é, dependem do ambiente para regular sua temperatura corporal, o que os deixa mais vulneráveis às mudanças climáticas. Estudo realizado por cientistas britânicos, porém, indica que os micro-organismos e animais aquáticos vão sofrer bem mais do que os terrestres com a elevação das temperaturas do planeta, podendo ver seu tamanho quando adultos reduzido em uma proporção dez vezes maior como resposta ao aquecimento global.

No maior levantamento do tipo já feito, pesquisadores das universidades Queen Mary, de Londres, e de Liverpool analisaram de que forma exemplares de 169 espécies de micro e pequenos organismos terrestres, marinhos e de água doce tiveram sua massa corporal adulta alterada quando expostos a diferentes temperaturas durante seu desenvolvimento. O objetivo era verificar sua resposta à chamada “regra de temperatura e tamanho”, segundo a qual a maioria dos organismos ectotérmicos, ou “de sangue frio”, amadurece com um corpo menor quando criada em um ambiente mais quente.

“Os animais aquáticos encolhem dez vezes mais que os terrestres em espécies com o tamanho de grandes insetos e pequenos peixes”, resume Andrew Hirst, professor da Universidade Queen Mary e coautor do estudo, publicado esta semana do periódico “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS). “Enquanto o tamanho dos animais na água caiu em 5% a cada grau Celsius de aumento na temperatura, espécies terrestres de tamanho similar encolheram, em média, apenas 0,5%.”

Segundo os pesquisadores, a explicação para o fenômeno pode estar na menor disponibilidade de oxigênio na água quando comparada à atmosfera. A medida que a temperatura se eleva, as necessidades de oxigênio dos organismos em terra e na água também aumentam, mas as espécies aquáticas enfrentariam mais dificuldades para suprir a demanda crescente por oxigênio, como respirar mais rápido.

“As espécies aquáticas têm menos opções para satisfazer a maior demanda por oxigênio em ambientes com temperatura mais alta. Reduzir o tamanho em que amadurecem é a maneira mais fácil que encontram para equilibrar essa diferença entre oferta e demanda por oxigênio”, defende David Atkinson, professor da Universidade de Liverpool e outro coautor do estudo.

Segundo os cientistas, essa redução desproporcional no tamanho dos organismos aquáticos em comparação com os terrestres como resposta ao aquecimento global pode ter implicações importantes na cadeia alimentar de todo o planeta.

“Tendo em vista que os peixes e outros organismos aquáticos suprem pelo menos 15% das proteínas consumidas por três bilhões de pessoas, nosso trabalho destaca a importância de entender como o aquecimento global futuro vai afetar as espécies que vivem nos oceanos, lagos e rios”, afirma Jack Forster, também professor da Universidade Queen Mary e principal autor do estudo.
Jornal da Ciência / SBPC, JC e-mail 4618.

 

Cientistas descobrem esponja com formato de harpa no fundo do mar

'Esponja-harpa' é vista no mar - Reprodução/Instituto de Pesquisa do Aquário da Baía de Monterrey)

Animal é carnívoro e vive a 3,5 mil metros no fundo do oceano.
Esponja possui ganchos em seus 'ramos' e é carnívora, dizem cientistas.

Cientistas descobriram uma espécie nova de esponja (Chondrocladia lyra) no fundo do oceano, a cerca de 3,5 mil metros de profundidade. Com hábitos carnívoros e formato incomum, ela recebeu o nome de "esponja-harpa" porque lembra o instrumento musical.

Os pesquisadores do Instituto de Pesquisa do Aquário da Baía de Monterrey, nos Estados Unidos, usaram dois robôs operados remotamente para encontrar a espécie, avistada na costa da Califórnia. Duas "esponjas-harpa" foram coletadas e outras dez foram observadas, dizem eles.
O estudo foi publicado no periódico "Invertebrate Biology", na edição de outubro. Para se fixar nas profundezas oceânicas, as esponjas usam estruturas parecidas com raízes, dizem os cientistas. Elas são formadas por ramos horizontais, chamados pelos pesquisadores de "palhetas", que dão suporte a uma série de ramificações que crescem verticalmente.

Predadores
Estas esponjas são predadoras do fundo do mar, disseram cientistas ao site do instituto de pesquisa. Elas capturam pequenos animais, como camarões, peixes e outros crustáceos, que passam pelos "ramos" da esponja levados pelas correntezas oceânicas.
"Elas [as esponjas] possuem ganchos farpados que cobrem suas ramificações e prendem os animais. Uma vez que o animal foi preso, a esponja o envolve com uma pequena membrana, e lentamente começa a digeri-lo", dizem os pesquisadores no site do instituto.

Investigador português descobre espécie rara no oceano profundo


Cetichthys indagator

Tem no máximo 15 centímetros, corpo de coloração acastanhada e barbatanas cor de laranja. Habita as zonas profundas de todos os oceanos, com pouca luz e calcula-se que se alimenta de pequenos crustáceos. Chama-se Cetichthys indagator e trata-se de uma espécie de peixe rara, descoberta no nordeste do Atlântico, em 2010.
O autor da proeza foi Rui Pedro Vieira, um português  de 25 anos, formado em Biologia Marinha e bolsista de investigação do Centro de Estudos do Mar e Ambiente, na Universidade de Aveiro. Durante cinco semanas, no final de 2010, viajou a bordo do navio Meteor ao monte submarino Ampère, a 200 milhas náuticas a nordeste da Madeira, com o objetivo de caracterizar o ecossistema, numa investigação liderada pela Universidade de Hamburgo (Alemanha).
 “Foi apenas a quinta vez que um peixe da espécie Cetichthys indagator foi encontrado. Os outros quatro exemplares foram capturados nos oceanos Atlântico sul, ao largo de África do Sul, Índico e Pacífico”, revela Rui Pedro Vieira, que só à chegada a Hamburgo, confirmou a espécie rara. No entanto, apesar de rara, a ciência sabe que o peixe tem “uma importante função ao nível da cadeia trófica, servindo de alimento a outras espécies de interesse comercial”.
Para o investigador, a presença do animal no Atlântico Norte não é de estranhar e não se deve a migrações ou alterações climáticas. “Apesar de ser um peixe raro não significa que não seja abundante, mas sim ainda pouco conhecido. O estudo do oceano profundo exige um enorme esforço téc­nico-científico, o que limita o trabalho a grandes profundidades. Atualmente, conhecemos melhor a superfície da Lua do que os fundos oceânicos do nosso planeta.”, explica.E as descobertas podem não ficar por aqui. A equipe de investigação continua a trabalhar em amostras recolhidas, “pelo que é provável que sejam encontradas e registradas” outras espécies raras ou mesmo até agora desconhecidas.

domingo, 4 de novembro de 2012

VII Congresso Brasileiro sobre Crustáceos e Seminário sobre caranguejos de manguezal


O Congresso Brasileiro sobre Crustáceos é um evento científico promovido pela Sociedade Brasileira de Carcinologia, reunindo os principais pesquisadores da área de carcinologia no Brasil e também do exterior.Este ano o evento será realizado de 11 a 14 de novembro de 2012, em Belém (PA). O congresso contará com palestras, oficinas, apresentações orais, mesas-redondas, mini-cursos e painéis.
Divulgada a programação do Seminário sobre caranguejos de manguezal
Na terça-feira, dia 13 de Novembro de 2012, concomitante com os ciclos de Apresentações Orais ocorrerá o Seminário “Bioecologia, pesca e manejo de caranguejos do manguezal com importância econômica”.

Numa apresentação inicial a Dra. Karen Diele fará uma palestra sobre o tema , seguida de apresentações orais de alguns trabalhos enviados ao VII CBC que também abordem o tema proposto, para uma discussão final. Não é necessária inscrição especial a esta atividade, os autores de resumos selecionados que por ventura se encaixem nesta temática serão contatados para realizar sua apresentação oralmente.
 Organização: Dra. Karen Diele (Edinburgh Napier University), Anders Jensen Schmidt (FURG) e Darlan Simith (UFPA)
Biologia, ecologia e manejo de caranguejos explotados do manguezal
Durante a última década, um crescente número de estudos tem abordado a biologia, ecologia e pesca dos caranguejos do manguezal Ucidescordatus, Goniopsiscruentata, Cardisomaguanhumi e Callinectesspp. Esta seção irá reunir pesquisadores que trabalham com estas espécies em diferentes regiões, para apresentar e intercambiar seus resultados. Contribuições orais que abordem os fatores naturais e antropogênicos que influenciam o comportamento, abundância e pesca são particularmente bem vindos. A finalidade desta seção é formar uma rede de trabalho e iniciar o planejamento de futuros estudos comparativos em cooperação para ajudar a identificar padrões biológicos e ecológicos em comum e melhorar a conservação e gestão destas espécies de caranguejo.
Biology, ecology and management of exploited mangrove crabs
During the last decade an increasing number of studies have addressed the biology, ecology and fishery of the mangrove crabs Ucidescordatus, Goniopsiscruentata, Cardisomaguanhumi and Callinectesspp. This session will bring together researchers working with these species to present and exchange their results from different regions. Oral contributions addressing natural and anthropogenic factors driving the crabs’ behaviour, abundance and fisheries are particularly welcomed. The ultimate aim of this session is to network and to initiate the planning of joint comparative studies to help identify common biological and ecological patterns and improve the conservation and management of these exploited mangrove crabs.



Seminário
Bioecologia, pesca e manejo de caranguejos do manguezal
com importância econômica
Coords. Dra. Karen Diele, Anders J. Schmidt, Darlan J. B. Simith

14:00 – 14:20 New insights into the reproductive rhythmicity of the mangrove crab Ucides cordatus and the need of scaling up
Diele, K. & Schmidt, A.

14:20 – 14:35 RELAÇÃO ENTRE A LATITUDE E O TAMANHO MÁXIMO DE LARGURA DE CARAPAÇA ATINGIDO PELO CARANGUEJO UCA MORDAX (BRACHYURA, DECAPODA, OCYPODIDAE)
Vieira, S.G.A.

14:35 – 14:50 Interpopulational difference in the salinity tolerance in megalopae of the larval dispersing mangrove crab Ucides cordatus (Decapoda: Ucididae)
Simith, D.J.B.; Abrunhosa, FA & Diele, K.

14:50 – 15:05 CRESCIMENTO RELATIVO E MATURIDADE SEXUAL MORFOLÓGICA DO ARATU-DO-MANGUE, GONIOPSIS CRUENTATA (CRUSTACEA: BRACHYURA: GRAPSIDAE), NO MUNICÍPIO DE EXTREMOZ, NATAL, RIO GRANDE DO NORTE
Moraes, A.B.; Emerenciano, TS; Soares, DC; Alencar, CERD & Freire, FAM.

15:05 – 15:20 FORMA E FUNÇÃO DAS CHAMINÉS E DAS TOCAS DE UCA THAYERI (DECAPODA: OCYPODIDAE) NO MANGUEZAL DO RIO DAS GARÇAS, BAÍA DE GUARATUBA, PARANÁ
Moreto, T.F. & Masunari, S.

15:20 – 15:35 CONTAMINAÇÃO POR METAIS NO CARANGUEJO-UÇÁ, UCIDES CORDATUS (BRACHYURA, UCIDIDAE), EM MANGUEZAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO: UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA
Pinheiro, M.A.A.; Duarte, LFA; Souza, CA; Soares, VS & Souza, BT.

15:35 – 15:50 MODELAGEM DE NICHO ECOLÓGICO COMO FERRAMENTA DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DO CARANGUEJO UCIDES CORDATUS (CRUSTACEA, DECAPODA, UCIDIDAE)
Moraes, S.A.S.N.; Araújo, PVN; Alencar, CERD; Costa, GC & Freire, FAM.
 15:50 – 16:00 Discussão geral

Mais informações: http://marte.museu-goeldi.br/viicbc/