quarta-feira, 27 de junho de 2012

Lago cor de rosa parece milkshake de morango




As fotos acima são do Lago Retba, que fica no Senegal, na África ocidental. Porque ele é rosa? Porque suas águas, assim como o Mar Morto, têm altos níveis de sal. Algumas áreas contêm uma concentração de 40% de sal.
Espera aí, mas o que tem a ver o sal com a cor rosa? Não é uma relação direta. É que o Retba está infestado com um organismo – uma microalga marinha – chamada Dunaliella salina que ama sal. Adaptada para meios com alta concentração de sal, essa microalga produz um pigmento vermelho que absorve e utiliza a luz solar para criar mais energia, deixando a água com esse tom rosa.
A Dunaliella salina é considerada o alimento  mais densamente nutritivo do mundo. Por causa de sua capacidade de produzir grande quantidade de carotenoides (pigmento), é utilizada em produtos cosméticos e suplementos dietéticos.
A cor de milkshake de morango do lago fica mais visível em estações secas. Ao norte da península de Cap Vert, no Senegal, trabalhadores locais passeiam pelo lago de três metros, todos os dias, para coletar minerais de suas águas. Essa tarefa, aliás, é bem fácil, já que flutuar nesse lago – também como no Mar Morto – é moleza, devido justamente à alta concentração de sal.
Eles processam os minerais antes de vendê-los, que formam pilhas e pilhas na costa do Retba.
O único problema é que todo esse sal encontrado no lago pode ser prejudicial à pele. É por isso que os nativos, bem como os pesquisadores, revestem o corpo com manteiga de karité antes de entrar em suas águas, um regenerador celular natural que previne o envelhecimento da pele.
Segundo Michael Danson, especialista em bactérias extremófilas da Universidade de Bath, na Inglaterra, antigamente pensava-se que lagos como o Retba e o Mar Morto eram “incompatíveis com a vida” por conta do ambiente salgado, mas eles na verdade são muito vivos. É o que a Dunaliella salina vem tentando dizer, com seu presente colorido as águas senegalesas. [DailyMail,Recovery,]




Herpes está destruindo nossos corais?


Os corais estão morrendo em abundância em todo o mundo, e os cientistas têm uma teoria para explicar o fenômeno: uma possível causa quase totalmente inexplorada – doenças virais.

Parece que os corais que formam partes importantes dos ecossistemas marinhos abrigam muitos tipos diferentes de vírus – principalmente o do herpes.

Os corais também são lar para os adenovírus e outras famílias virais que podem causar resfriados e doenças humanas gastrointestinais (embora, claro, eles não as tenham).
Em uma análise de pesquisa, os cientistas apontam que os declínios de corais estão alcançando proporções de crise, mas pouco tem sido feito até agora para explorar a doença viral como um dos mecanismos para esse problema.
“A abundância de corais no Mar do Caribe caiu cerca de 80% nos últimos 30 a 40 anos, e cerca de um terço dos corais ao redor do mundo está ameaçado de extinção”, disse Rebecca Vega-Thurber, professora de microbiologia na Universidade Estadual do Oregon, EUA.
Segundo Vega-Thurber, os pesquisadores identificaram 22 tipos de doenças emergentes que afetam os corais, mas ainda não sabem quais patógenos causam a maioria delas.
Um grande estudo está fazendo análises dos genomas dos vírus que afetam os corais para entender mais sobre o problema, e por consequência também vamos aprender mais sobre os vírus que também afetam seres humanos.
Uma das surpresas da pesquisa recente foi a predominância de vírus do herpes nos corais, que é similar, mas não idêntico ao vírus que pode infectar seres humanos.
Vírus do herpes parecem constituir uma maioria dos vírus encontrados em corais, e uma experiência mostrou que sequências virais foram produzidas em tecidos de coral após episódios agudos de estresse.
“Os corais são uma das formas mais antigas de vida de animais, evoluindo cerca de 500 milhões de anos atrás, e herpes é uma família muito antiga de vírus que pode infectar quase todo tipo de animal. Herpes e corais podem ter evoluído em conjunto”, comentou Vega-Thurber.
Mas só porque os corais abrigam um vírus, não significa que eles estão ficando doentes com isso. Os pesquisadores ainda precisam definir isso em futuros estudos.

Algumas das causas possíveis do declínio coral que foram identificadas até o momento incluem o aquecimento global que provoca o branqueamento do coral, a perda de algas simbióticas que ajudam a nutri-los, a poluição como o escoamento de esgoto e interações humanas com os corais.
“Nós descobrimos que o aumento de nutrientes provenientes da poluição pode causar aumento dos níveis de infecção viral.
Agora temos que determinar se os aumentos de infecção causam doenças reais que estão matando os corais”, disse a pesquisadora.

Esse estudo é muito importante, porque definir o que mata os corais pode ajudar a impedir outras espécies, como os peixes, de serem afetadas.


segunda-feira, 25 de junho de 2012

Uma lontra tenta fazer do baiacu sua refeição, mas acaba se decepcionando quando é obrigado a jogar bola com o peixe.
O mecanismo de defesa do baiacu é um dos mais incomuns do reino animal e um dos mais eficientes. Quando se sente ameaçado ele infla, seja com água, seja com ar.
Este processo ele acaba por proteger a si mesmo e a seu caçador já que possui um poderoso veneno que, quando ingerido, mata seu algoz.
Como é a morte por veneno de baiacu?
O baiacu ( ou Fugu) produz neurotoxinas que podem levar a vítima a uma morte rápida, Ocorre também na pele de salamandras aquáticas, bodião, sapo Atelopus (da Costa Rica), determinados polvos, estrela-do-mar, anjo-do-mar, porco-espinho e caranguejo xantídeo.
As mortes acontecem porque o peixe (considerado o segundo vertebrado mais venenoso do mundo) pode liberar tetrodotoxina (uma neurotoxina 1.200 vezes mais mortal que o cianeto).
A substância não é fabricada pelos baiacus, mas por bactérias que ficam alojadas nos peixes. E elas podem ser espalhadas por todo o corpo do animal – desde as escamas até o fígado. O veneno encontrado em um deles pode ser o suficiente para matar 30 pessoas.
Nos primeiros instantes, lábios e dedos começam a amortecer e apresentar espasmos (nesse ponto, ainda existe tempo de chegar ao hospital para um internamento emergencial). Depois começa a fraqueza muscular e surtos de diarreia e vômito até que os espasmos começam a ser percebidos também nos pulmões. Muitas vítimas sofrem parada respiratória enquanto ainda estão conscientes. A morte vem logo em seguida.
Há casos também de "zumbificação" das vítimas. A tetrodotoxina pode encontrar em sintonia com outras neurotoxinas e fazer com que o corpo seja completamente paralisado, fazendo com que a pessoa apenas pareça morta. Depois as funções cerebrais voluntárias são retiradas e a pessoa torna-se um cadáver que pode se mexer, mas não sabe o que está fazendo.
 Intoxicações alimentares com toxinas naturais em frutos do mar
 
TABELA 1 - Intoxicações alimentares associadas com toxinas naturais em frutos do mar segundo determinadas características
Tipo de Intoxicação
Toxina
Fonte
Início dos Sintomas
Síndrome Clínica
Ciguatera
Ciguatoxina
Peixes de recifes/corais, barracuda, caranho vermelho e garoupa
1 a 4 horas
Dor abdominal, diarréia, vômito, reversão sensorial frio e calor, parestesias, mialgias, e fraqueza
Amnésica por frutos do mar
Ácido domóico
Mexilhões e outros mariscos bivalves, caranguejos e anchovas
15 minutos a 38 horas
Vômito, diarréia, dor de cabeça, mioclonia, hemiparesias, apreensão, coma e perda permanente da memória recente.
Escombróide
Histamina
Atum, bonita, cavala, peixes salteadores
Minutos a 4 horas
Severa dor de cabeça, vertigem, náusea, vômito, rubor, urticária, dificuldade respiratória
Neurotóxica por frutos do mar
Neurotoxina
Mexilhões e outras espécies que se alimentam de plânctons
Minutos a 3 horas
Diarréia, vômito, ataxia e parestesias
Paralítica por frutos do mar
Saxitoxina
Mexilhões e outras espécies bivalves
< 30 minutos
Vômito, diarréia, paralisia facial e respiratória
Fonte: Adaptado e traduzido do CDC. Tetrodoxin Poisoning Associated with Eating Puffer Fish Transported from Japan - California, 1996. MMWR, 45(19):389-391, May 17, 1996. URL: http://www.cdc.gov/mmwrhtml/00041514.htm




Florescimento invulgar de fitoplâncton registado no Árctico

Estudo realizado durante expedição ICESCAPE, da NASA, publicado na «Science»
Uma expedição oceanográfica da NASA, realizada entre 2010 e 2011, no oceano Ártico, e cujos estudos são agora dados a conhecer, revela que esta água está a tornar-se rica em plantas marinhas microscópicas (fitoplâncton) essenciais para vida do mar. A descoberta, definida pelos cientistas como 'surpreendente', dá a conhecer uma nova consequência do aquecimento do clima e fornece pistas importantes para compreender o impacto das mudanças ambientais no oceano Ártico e na sua ecologia. O estudo foi publicado na «Science».
A expedição ICESCAPE (Impacts of Climate on EcoSystems and Chemistry of the Arctic Pacific Environment – Impacto do Clima no Ecossistema e na Química do Ambiente do Árctico e Pacífico) estudou as águas dos mares Beaufort e Chukchi e das costas oeste e norte do Alasca. Utilizando tecnologia óptica, os cientistas observaram o impacto da variabilidade ambiental no oceano em termos de biológicos, ecológicos e bioquímicos.
O fitoplâncton é a base da cadeia alimentar marinha. Pensava-se que este crescia no Ártico apenas durante o recuo do gelo, no verão. Os investigadores acreditam agora que a diminuição da camada de gelo está permitindo que a luz do Sol chegue às águas mais facilmente, proporcionando o florescimento em locais onde estes nunca tinham sido observados.
O fitoplâncton estava bastante ativo, dobrando de número mais de uma vez por dia. Este crescimento é o maior já medido em águas polares.
Este rápido crescimento consome grandes quantidades de dióxido de carbono. O estudo conclui que será necessário, se estes florescimentos se tornarem comuns, reavaliar a quantidade de dióxido de carbono que entra naquele oceano através da atividade biológica.
Estes florescimentos podem ter implicações no ecossistema, que incluem a migração de espécies como baleias e pássaros. O fitoplâncton é ingerido por pequenos animais marinhos que, por sua vez, são alimento para animais maiores. Pode ser mais difícil para as espécies migratórias chegar a tempo do ciclo de florescimento, o que significa menos alimento para estas.

Morre em Galápagos “George Solitário”, última tartaruga de sua espécie.

Foto EFE
O “George Solitário”, último sobrevivente da subespécie Chelonoidis nigra abingdoni, das tartarugas gigantes que dão nome às ilhas Galápagos, do Equador, foi encontrado morto no domingo (24.06.12) no Parque Nacional Galápagos (DPNG).
Um comunicado da DPNG assinala que o guarda do parque Fausto Llerena, que cuidava da tartaruga, descobriu esta manhã que o animal não se movimentava e “ao verificar se deu conta que não tinha sinais vitais”.
“O corpo do quelônio estava em uma posição como se tivesse indo para o bebedouro de água”, detalhou a DPNG, ao apontar que as possíveis causas de sua morte, único sobrevivente da espécie da ilha Pinta, serão conhecidas após autópsia.
O corpo do “George Solitário” – cuja idade exata é desconhecida, mas “se estima que passasse dos cem anos”, segundo a DPNG – está no momento em uma câmara frigorífica para evitar sua decomposição.
A tartaruga era oriunda da ilha Pinta, a mais setentrional das Galápagos, e foi resgatada em 1972 por um grupo de caçadores dedicados a erradicar as cabras, uma espécie introduzida pelo homem que dizimou o habitat e levou as tartarugas gigantes dessa ilha à beira da extinção.
Desde então, George tinha sido parte do programa de criação em cativeiro da DPNG. Foram realizadas diferentes iniciativas para a reprodução, inicialmente com fêmeas da espécie da ilha Isabela, com as quais conseguiu acasalar após 15 anos de convivência, mas os ovos não foram férteis.
Posteriormente foram colocadas em seu curral fêmeas da espécie da ilha Española, geneticamente mais próximas, com as quais estava até agora.
Edwin Naula, diretor da DPNG, mencionou que para no próximo mês será feita uma oficina internacional para elaborar a estratégia de manejo das populações de tartarugas para os próximos dez anos, com o propósito de conseguir sua restauração.
“A oficina será realizada em honra de ‘ George Solitário’”, informou a DPNG, ao apontar que “seu legado será um maior esforço em pesquisa e gestão para restaurar a ilha Pinta e todas as outras povoações de tartarugas gigantes de Galápagos”.
As Ilhas Galápagos devem seu nome às grandes tartarugas que a habitam e suas reservas terrestre e marinha contêm uma rica biodiversidade, considerada como um laboratório natural, que permitiu ao cientista britânico Charles Darwin desenvolver sua teoria sobre a evolução e seleção natural das espécies.
O arquipélago de Galápagos fica a cerca de mil quilômetros do litoral continental equatoriano e foi declarado em 1978 como Patrimônio Natural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Fonte: Chico Terra

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Microscópio vê interior de células de peixe vivo

A imagem do interior das células do peixe-zebra, totalmente focadas, é obtida pelo processamento em computador de uma sequência de imagens individuais. [Imagem: NIH/KIT]

Ver ao vivo
Microscópios ópticos são ferramentas insuperáveis para o estudo da estrutura e da dinâmica das células. Mas a verdadeira dinâmica das células só pode ser observada quando o organismo está em seu ambiente natural, seguindo em seu ritmo normal de vida. Não é difícil fazer isto com microrganismos, mas não é nada fácil ver o interior vivo de seres de mais alta ordem.
Superando a fluorescência
Agora, cientistas alemães desenvolveram uma nova técnica que finalmente supera o método de engenharia genética necessário para gerar a fluorescência que permite a visualização das estruturas vivas. Com a nova técnica, eles observaram o interior de um peixe-zebra, o organismo modelo mais utilizado em pesquisa genética, com uma resolução inédita de 145 nanômetros, muito abaixo do comprimento de onda da luz visível. Isto permitiu a visualização detalhada de estruturas chamadas microtúbulos, essenciais para o movimento e a divisão celular.
"É possível alcançar uma resolução de 145 nanômetros no plano e 400 nanômetros nos pontos intermediários," disse Marina Mione, que desenvolveu a nova técnica de microscopia com seus colegas dos institutos Karlsruhe e Max Planck.

Imagem 3D do interior de um ser vivo

Nesta nova técnica, o objeto a ser observado não é completamente iluminado. Ao contrário, a iluminação é focalizada em um ponto específico, minimizando o espalhamento da luz e permitindo a geração de uma imagem muito detalhada daquele ponto. Essa iluminação é então deslocada, gerando-se imagens sequenciais de toda a área que se deseja observar. A imagem final, totalmente focada, é obtida pelo processamento em computador das imagens individuais.

Outra vantagem é a possibilidade de ajustar a profundidade de campo, criando uma imagem 3D do interior de um ser vivo ainda vivo, e não dos restos biológicos de um ser que já foi vivo um dia.

Vivo inspira o não-vivo

O processo todo leva apenas alguns segundos, de forma que o movimento natural das células do organismo vivo não chega a interferir com o foco da imagem final.

A realização de imagens em sequência permitiu literalmente filmar o processo de crescimento da linha lateral do peixe, um órgão sensorial que se desenvolve 45 micrômetros abaixo de sua pele, e que outros pesquisadores estão replicando para auxiliar na navegação de robôs submarinos.

Bibliografia:

Resolution doubling in live, multicellular organisms via multifocal structured illumination microscopy
Andrew G York, Sapun H Parekh, Damian Dalle Nogare, Robert S Fischer, Kelsey Temprine, Marina Mione, Ajay B Chitnis, Christian A Combs, Hari Shroff
Nature Methods
Vol.: Published online
DOI: 10.1038/nmeth.2025


terça-feira, 5 de junho de 2012

Em uma ilha do Pacífico... 05 de junho - DIA DO MEIO AMBIENTE

O vídeo mostra uma ilha em pleno oceano Pacífico, a 2.000 km de qualquer costa. Esta ilha é desabitada, não há senão pássaros, no entanto... Vejam o que se passa!
Muitas vezes vivemos tão focados no nosso mundinho que mal sabemos o que se passa em locais não habitados pelo homem.
Um vídeo que toda a gente devia ver para dele tirar conclusões...

Cliquem em: http://www.midwayfilm.com