segunda-feira, 25 de junho de 2012

Florescimento invulgar de fitoplâncton registado no Árctico

Estudo realizado durante expedição ICESCAPE, da NASA, publicado na «Science»
Uma expedição oceanográfica da NASA, realizada entre 2010 e 2011, no oceano Ártico, e cujos estudos são agora dados a conhecer, revela que esta água está a tornar-se rica em plantas marinhas microscópicas (fitoplâncton) essenciais para vida do mar. A descoberta, definida pelos cientistas como 'surpreendente', dá a conhecer uma nova consequência do aquecimento do clima e fornece pistas importantes para compreender o impacto das mudanças ambientais no oceano Ártico e na sua ecologia. O estudo foi publicado na «Science».
A expedição ICESCAPE (Impacts of Climate on EcoSystems and Chemistry of the Arctic Pacific Environment – Impacto do Clima no Ecossistema e na Química do Ambiente do Árctico e Pacífico) estudou as águas dos mares Beaufort e Chukchi e das costas oeste e norte do Alasca. Utilizando tecnologia óptica, os cientistas observaram o impacto da variabilidade ambiental no oceano em termos de biológicos, ecológicos e bioquímicos.
O fitoplâncton é a base da cadeia alimentar marinha. Pensava-se que este crescia no Ártico apenas durante o recuo do gelo, no verão. Os investigadores acreditam agora que a diminuição da camada de gelo está permitindo que a luz do Sol chegue às águas mais facilmente, proporcionando o florescimento em locais onde estes nunca tinham sido observados.
O fitoplâncton estava bastante ativo, dobrando de número mais de uma vez por dia. Este crescimento é o maior já medido em águas polares.
Este rápido crescimento consome grandes quantidades de dióxido de carbono. O estudo conclui que será necessário, se estes florescimentos se tornarem comuns, reavaliar a quantidade de dióxido de carbono que entra naquele oceano através da atividade biológica.
Estes florescimentos podem ter implicações no ecossistema, que incluem a migração de espécies como baleias e pássaros. O fitoplâncton é ingerido por pequenos animais marinhos que, por sua vez, são alimento para animais maiores. Pode ser mais difícil para as espécies migratórias chegar a tempo do ciclo de florescimento, o que significa menos alimento para estas.

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