O mecanismo de defesa do baiacu é um dos mais incomuns do reino animal e um
dos mais eficientes. Quando se sente ameaçado ele infla, seja com água, seja
com ar.
Este processo ele acaba por proteger a si mesmo e a seu caçador já que
possui um poderoso veneno que, quando ingerido, mata seu algoz.
Como é a morte por veneno de baiacu?
O baiacu ( ou Fugu) produz
neurotoxinas que podem levar a vítima a uma morte rápida, Ocorre também
na pele de salamandras aquáticas, bodião, sapo Atelopus (da Costa Rica),
determinados polvos, estrela-do-mar, anjo-do-mar, porco-espinho e caranguejo
xantídeo.
As mortes acontecem porque o peixe (considerado o
segundo vertebrado mais venenoso do mundo) pode liberar tetrodotoxina (uma neurotoxina 1.200 vezes mais mortal que o
cianeto).
A substância não é fabricada pelos baiacus, mas por
bactérias que ficam alojadas nos peixes. E elas podem ser espalhadas por todo o
corpo do animal – desde as escamas até o fígado. O veneno encontrado em um
deles pode ser o suficiente para matar 30 pessoas.
Nos primeiros instantes, lábios e dedos começam a
amortecer e apresentar espasmos (nesse ponto, ainda existe tempo de chegar ao
hospital para um internamento emergencial). Depois começa a fraqueza muscular e
surtos de diarreia e vômito até que os espasmos começam a ser percebidos também
nos pulmões. Muitas vítimas sofrem parada respiratória enquanto ainda estão
conscientes. A morte vem logo em seguida.
Há casos também de "zumbificação" das
vítimas. A tetrodotoxina pode encontrar em sintonia com outras neurotoxinas e
fazer com que o corpo seja completamente paralisado, fazendo com que a pessoa
apenas pareça morta. Depois as funções cerebrais voluntárias são retiradas e a
pessoa torna-se um cadáver que pode se mexer, mas não sabe o que está fazendo.
TABELA 1 -
Intoxicações alimentares associadas com toxinas naturais em frutos do mar
segundo determinadas características
Tipo
de Intoxicação
|
Toxina
|
Fonte
|
Início
dos Sintomas
|
Síndrome
Clínica
|
Ciguatera
|
Ciguatoxina
|
Peixes de
recifes/corais, barracuda, caranho vermelho e garoupa
|
1 a 4 horas
|
Dor abdominal, diarréia,
vômito, reversão sensorial frio e calor, parestesias, mialgias, e fraqueza
|
Amnésica por frutos do
mar
|
Ácido domóico
|
Mexilhões e outros
mariscos bivalves, caranguejos e anchovas
|
15 minutos a 38 horas
|
Vômito, diarréia, dor de
cabeça, mioclonia, hemiparesias, apreensão, coma e perda permanente da
memória recente.
|
Escombróide
|
Histamina
|
Atum, bonita, cavala,
peixes salteadores
|
Minutos a 4 horas
|
Severa dor de cabeça,
vertigem, náusea, vômito, rubor, urticária, dificuldade respiratória
|
Neurotóxica por frutos
do mar
|
Neurotoxina
|
Mexilhões e outras
espécies que se alimentam de plânctons
|
Minutos a 3 horas
|
Diarréia, vômito, ataxia
e parestesias
|
Paralítica por frutos do
mar
|
Saxitoxina
|
Mexilhões e outras
espécies bivalves
|
< 30 minutos
|
Vômito, diarréia,
paralisia facial e respiratória
|
Fonte: Adaptado e traduzido do CDC. Tetrodoxin Poisoning Associated with Eating Puffer
Fish Transported from Japan - California, 1996. MMWR, 45(19):389-391, May 17, 1996. URL: http://www.cdc.gov/mmwrhtml/00041514.htm
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