segunda-feira, 25 de junho de 2012

Uma lontra tenta fazer do baiacu sua refeição, mas acaba se decepcionando quando é obrigado a jogar bola com o peixe.
O mecanismo de defesa do baiacu é um dos mais incomuns do reino animal e um dos mais eficientes. Quando se sente ameaçado ele infla, seja com água, seja com ar.
Este processo ele acaba por proteger a si mesmo e a seu caçador já que possui um poderoso veneno que, quando ingerido, mata seu algoz.
Como é a morte por veneno de baiacu?
O baiacu ( ou Fugu) produz neurotoxinas que podem levar a vítima a uma morte rápida, Ocorre também na pele de salamandras aquáticas, bodião, sapo Atelopus (da Costa Rica), determinados polvos, estrela-do-mar, anjo-do-mar, porco-espinho e caranguejo xantídeo.
As mortes acontecem porque o peixe (considerado o segundo vertebrado mais venenoso do mundo) pode liberar tetrodotoxina (uma neurotoxina 1.200 vezes mais mortal que o cianeto).
A substância não é fabricada pelos baiacus, mas por bactérias que ficam alojadas nos peixes. E elas podem ser espalhadas por todo o corpo do animal – desde as escamas até o fígado. O veneno encontrado em um deles pode ser o suficiente para matar 30 pessoas.
Nos primeiros instantes, lábios e dedos começam a amortecer e apresentar espasmos (nesse ponto, ainda existe tempo de chegar ao hospital para um internamento emergencial). Depois começa a fraqueza muscular e surtos de diarreia e vômito até que os espasmos começam a ser percebidos também nos pulmões. Muitas vítimas sofrem parada respiratória enquanto ainda estão conscientes. A morte vem logo em seguida.
Há casos também de "zumbificação" das vítimas. A tetrodotoxina pode encontrar em sintonia com outras neurotoxinas e fazer com que o corpo seja completamente paralisado, fazendo com que a pessoa apenas pareça morta. Depois as funções cerebrais voluntárias são retiradas e a pessoa torna-se um cadáver que pode se mexer, mas não sabe o que está fazendo.
 Intoxicações alimentares com toxinas naturais em frutos do mar
 
TABELA 1 - Intoxicações alimentares associadas com toxinas naturais em frutos do mar segundo determinadas características
Tipo de Intoxicação
Toxina
Fonte
Início dos Sintomas
Síndrome Clínica
Ciguatera
Ciguatoxina
Peixes de recifes/corais, barracuda, caranho vermelho e garoupa
1 a 4 horas
Dor abdominal, diarréia, vômito, reversão sensorial frio e calor, parestesias, mialgias, e fraqueza
Amnésica por frutos do mar
Ácido domóico
Mexilhões e outros mariscos bivalves, caranguejos e anchovas
15 minutos a 38 horas
Vômito, diarréia, dor de cabeça, mioclonia, hemiparesias, apreensão, coma e perda permanente da memória recente.
Escombróide
Histamina
Atum, bonita, cavala, peixes salteadores
Minutos a 4 horas
Severa dor de cabeça, vertigem, náusea, vômito, rubor, urticária, dificuldade respiratória
Neurotóxica por frutos do mar
Neurotoxina
Mexilhões e outras espécies que se alimentam de plânctons
Minutos a 3 horas
Diarréia, vômito, ataxia e parestesias
Paralítica por frutos do mar
Saxitoxina
Mexilhões e outras espécies bivalves
< 30 minutos
Vômito, diarréia, paralisia facial e respiratória
Fonte: Adaptado e traduzido do CDC. Tetrodoxin Poisoning Associated with Eating Puffer Fish Transported from Japan - California, 1996. MMWR, 45(19):389-391, May 17, 1996. URL: http://www.cdc.gov/mmwrhtml/00041514.htm




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