Local é considerado o ponto mais profundo do Oceano
Pacífico.
Um robô submarino foi utilizado para coletar sedimentos.
Imagem da superfície das Fossas Marianas divulgadas
no estudo da "Nature" ( Foto: Reprodução/Nature)
Níveis
consideravelmente elevados de atividade microbiana foram detectados nas Fossas
Marianas, ponto do Oceano Pacífico considerado mais profundo, informaram
cientistas no domingo (17.03.13) em artigo publicado na revista "Nature
Geoscience".
As Fossas
Marianas, uma espécie de longa cicatriz de 2.550 km de comprimento no Pacífico,
atinge os 11 km de profundidade no Abismo de Challenger, onde caberia com folga
o monte Everest (8.850 m). Local fica ao leste das Filipinas.
Devido à sua
extrema profundidade, a fossa está envolta em uma escuridão perpétua com
temperaturas glaciais. Muitos cientistas consideram que quanto mais profundo é
o oceano, menos alimento disponível existe.
No entanto,
uma equipe de pesquisadores chefiada por Ronnie Glud (Universidade da Dinamarca
do Sul, Odense) se surpreendeu ao descobrir que as Fossas das Marianas são
ricas em matéria orgânica. Os cientistas comprovaram que o nível de demanda
biológica de oxigênio era duas vezes maior do que em um lugar próximo e mais
"raso", situado a 6 mil metros de profundidade.
A análise
dos sedimentos extraídos nos dois locais mostra também concentrações mais
elevadas de células microbianas no Abismo de Challenger. Os pesquisadores
utilizaram um robô submarino concebido especialmente para isso, com sensores
ultrafinos para sondar o consumo de oxigênio do fundo do mar. A equipe também
produziu vídeos do fundo da fossa.
"Encontramos
um mundo dominado pelos micróbios adaptados para funcionar de forma eficaz em
condições extremamente inóspitas para organismos mais desenvolvidos",
declarou Ronnie Glud. "Nossa conclusão é que o importante depósito de
matéria orgânica no Abismo de Challenger mantém atividade microbiana em
ascensão, apesar das pressões extremas que caracterizam este entorno",
afirmaram os pesquisadores.
France
Presse