terça-feira, 19 de março de 2013

Cientistas encontram atividade microbiana nas Fossas Marianas

Local é considerado o ponto mais profundo do Oceano Pacífico.
Um robô submarino foi utilizado para coletar sedimentos.
Imagem da superfície das Fossas Marianas divulgadas no estudo da "Nature"    ( Foto: Reprodução/Nature)
Níveis consideravelmente elevados de atividade microbiana foram detectados nas Fossas Marianas, ponto do Oceano Pacífico considerado mais profundo, informaram cientistas no domingo (17.03.13) em artigo publicado na revista "Nature Geoscience".
As Fossas Marianas, uma espécie de longa cicatriz de 2.550 km de comprimento no Pacífico, atinge os 11 km de profundidade no Abismo de Challenger, onde caberia com folga o monte Everest (8.850 m). Local fica ao leste das Filipinas.
Devido à sua extrema profundidade, a fossa está envolta em uma escuridão perpétua com temperaturas glaciais. Muitos cientistas consideram que quanto mais profundo é o oceano, menos alimento disponível existe.
No entanto, uma equipe de pesquisadores chefiada por Ronnie Glud (Universidade da Dinamarca do Sul, Odense) se surpreendeu ao descobrir que as Fossas das Marianas são ricas em matéria orgânica. Os cientistas comprovaram que o nível de demanda biológica de oxigênio era duas vezes maior do que em um lugar próximo e mais "raso", situado a 6 mil metros de profundidade.
A análise dos sedimentos extraídos nos dois locais mostra também concentrações mais elevadas de células microbianas no Abismo de Challenger. Os pesquisadores utilizaram um robô submarino concebido especialmente para isso, com sensores ultrafinos para sondar o consumo de oxigênio do fundo do mar. A equipe também produziu vídeos do fundo da fossa.
"Encontramos um mundo dominado pelos micróbios adaptados para funcionar de forma eficaz em condições extremamente inóspitas para organismos mais desenvolvidos", declarou Ronnie Glud. "Nossa conclusão é que o importante depósito de matéria orgânica no Abismo de Challenger mantém atividade microbiana em ascensão, apesar das pressões extremas que caracterizam este entorno", afirmaram os pesquisadores.
France Presse
 

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