A Equipe do Projeto Biomar deseja que o clima em 2011 seja de
Saúde
Paz
Alegria
Qualidade ambiental
Novas oportunidades e
Muito sucesso!
Equipe do Projeto Biomar
A Equipe do Projeto Biomar deseja que o clima em 2011 seja de
Saúde
Paz
Alegria
Qualidade ambiental
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Os recifes necessitam, geralmente, de águas quentes (25 – 30C) e claras, longe da influência de água doce. A poluição (esgoto doméstico, vazamento de petróleo etc.) e sedimentação (sedimentos terrígenos levados para o mar devido ao desmatamento e movimentações de terra) põem em risco muitos recifes de corais, incluindo os inúmeros outros organismos que deles dependem (inclusive comunidades humanas que vivem da pesca e coleta de animais marinhos recifais).
Um fenômeno aparentemente recente – não ainda totalmente compreendido pelos pesquisadores – que tem ocorrido em todas as regiões recifais do globo de forma maciça é o branqueamento (do inglês ‘bleaching’). Trata-se basicamente da ‘perda’ dos organismos fotossimbiontes (zooxantelas) presentes nos tecidos do coral (zooxantelas ocorrem também em outros cnidários, como anêmonas-do-mar, zooantídeos, medusas , e em outros invertebrados, como ascídias, esponjas, moluscos etc., que também podem branquear). Como a cor da maioria dos hospedeiros advém, em grande parte, da ‘alga’ simbionte, seus tecidos tornam-se pálidos ou brancos. Nos corais, os tecidos ficam praticamente transparentes, revelando o esqueleto branco subjacente.
Geralmente, os tecidos de colônias branqueadas estão vivos e intactos. Entretanto, a ausência das ‘algas’ simbiontes implica em
1. ‘jejum’ compulsório ao hospedeiro, uma vez que as algas simbiontes suprem a maior parte das necessidades nutricionais do hospedeiro (até mais de 60% do carbono fixado na fotossíntese pode ser translocado da alga para o hospedeiro na forma de glicerol), e
2. diminuição das taxas de calcificação. Portanto, as partes moles e o esqueleto de um coral branqueado não crescem, e a colônia fica mais vulnerável a outros possíveis estresses, como poluição, sedimentação excessiva, colonização por macroalgas do esqueleto eventualmente exposto etc. Apesar de tudo, as colônias branqueadas podem recuperar completamente, em poucos dias ou até mais de um ano, a coloração, dependendo da espécie e do grau de branqueamento.Do mesmo modo,dependendo da espécie ,intensidade e duração do estresse, a morte de parte, ou de toda, colônia pode ocorrer logo em seguida ao inicio do branqueamento, ou mesmo algum tempo depois (semanas ou meses). Nestes casos, o esqueleto será rapidamente recoberto por algas e animais sésseis, perdendo a cor branca
Há uma diversidade relativamente grande de organismos endossimbiontes fotossintetisantes (Dinoflagellata, Chlorophyta, cianobactérias, Bacillariophyaceae, Crysophyta) encontrados em associação com invertebrados marinhos (esponjas, medusas, anêmonas, corais, hidrozoários, moluscos, turbelários, ascídias etc.). As ‘algas’, cuja densidade em corais chega a 106/cm2, provêem carbono para o metabolismo, o crescimento e a reprodução, reciclando eficientemente, também, os excretas (nitrogênio, fósforo) do hospedeiro.
Antes de 1980, todos os casos de branqueamento conhecidos eram de extensão geograficamente limitada e causados por estresses claramente locais, geralmente em áreas de circulação restrita ou em recifes atingidos por furacões. Eventos de larga escala, são conhecidos apenas após o início da década de 1980, e desde então têm se tornado mais freqüentes e intensos. Provavelmente o primeiro evento de ocorrência praticamente cosmopolita ocorreu em 1980, afetando todo o Caribe e regiões vizinhas, e grandes áreas do Pacífico.
O branqueamento agudo é uma resposta a um estresse resultante de várias condições ambientais fora do limite normal de um determinado local. Os estímulos indutivos podem ser:
1. temperatura anormalmente alta ou baixa: quando se considera variações bruscas de temperatura, os corais são mais vulneráveis ao aquecimento do que ao resfriamento da água. Muitas espécies vivem aparentemente próximas ao limite superior letal de temperatura. O aumento de temperatura resulta num aumento da atividade fotossintetizante dos simbiontes e, conseqüentemente, numa alta concentração de oxigênio nos tecidos do hospedeiro. Isto causa um aumento nas taxas metabólicas do coral (organismos metabólico-conformadores) e aumento nas formas tóxicas do oxigênio (peróxidos), que podem danificar as células do hospedeiro e interferir nas vias bioquímicas. O branqueamento geralmente ocorre após um período cuja temperatura superficial da água do mar se eleva alguns graus acima da média histórica para aquele determinado período e local. Exposição a temperaturas 4 a 5 ºC acima da média, por 1 a 2 dias, pode ser suficiente para causar branqueamento e alta mortalidade, enquanto que a elevação de 2 a 3 ºC, e o mesmo tempo de exposição, leva a um branqueamento gradual e menor mortalidade. O branqueamento têm ocorrido em áreas aquecidas pelo fenômeno ‘El Niño’, mas também em locais e/ou anos não afetados por ele.
2. turbidez (níveis baixos de radiação solar): porque as ‘algas’ simbiontes necessitam de luz para a fotossíntese, as comunidades recifais estão limitadas à águas rasas. As taxas máximas de acresção e produtividade ocorrem entre 5 e 15 metros. Esse intervalo pode ser reduzido em locais onde a claridade da água é afetada por sedimentos em suspensão ou pelo aumento de produtividade. Associado à turbidez, altos níveis de sedimentação podem ‘sufocar’ as colônias, diminuindo seu crescimento e inibindo o recrutamento de larvas.
3. altos níveis de radiação UV: a radiação ultravioleta é capaz de danificar o material genético de todos os organismos; em condições experimentais causa branqueamento em corais. Apesar disto e de poder penetrar consideravelmente na coluna d’água (até cerca de 20 m em águas claras), alguns autores acham improvável que o UV seja uma causa importante de branqueamento em condições naturais, porque os corais contêm altos teores de pigmentos protetores, que se mantêm mesmo após o branqueamento. Além disso, corais branqueados são geralmente vistos bem abaixo do limite de penetração da luz UV. Entretanto, uma vez que as condições de insolação que elevam a temperatura dos oceanos incluem também o comprimento de onda ultravioleta, é difícil separar os efeitos destes dois fatores. Não se sabe, também, como a incidência da radiação ultravioleta vai aumentar, e se os mecanismos naturais serão suficientes para a proteção adequada dos organismos potencialmente afetados.
4. poluição: os recifes de corais se desenvolvem em regiões de águas oligotróficas [a ocorrência de recifes diminui ao longo de um gradiente oligotrófico(oceânico)/eutrófico (estuários/ressurgência/poluição)]. Eles necessitam de poucos nutrientes externos, porque possuem mecanismos internos eficientes de reciclagem de nutrientes entre si e as zooxantelas. Recifes sujeitos a altos níveis de nutrientes se deterioram devido ao aumento da turbidez decorrente da maior densidade de planctontes, e crescimento excessivo de algas filamentosas bentônicas (que nessas condições são competivamente superiores aos corais), briozoários e cracas, que acaba por afetar o recrutamento dos corais e aumentar a bioerosão.
Estudos recentes, entretanto, indicam que o aumento de temperatura da água do mar seria o causador primário do branqueamento em larga escala, e, secundariamente, o aumento da incidência de radiação UV.
Isto levou à hipótese de que os recifes de corais seriam particularmente sensíveis e vulneráveis ao aquecimento global. Há, entretanto, controvérsia se os ecossistemas recifais como um todo têm sofrido estresse climático, porque uma série de outros estresses locais causam potencialmente bleaching, podendo atuar sinergicamente com a temperatura (caso do UV, por exemplo). Não se sabe também se o branqueamento é realmente um fenômeno recente, e se em nível sub-letal é patológico ou um mecanismo adaptivo. De qualquer forma muitos pesquisadores acreditam que os recifes de coral atuariam como indicadores do aquecimento global, através do branqueamento maciço.
Mundialmente, os recifes têm sido seriamente ameaçados pela atividade antropogênica: destruição física propriamente dita, sedimentação, poluição, pesca predatória, coleta etc.
O clima é comumente visto como algo estável, mesmo considerando-se as variações sazonais e de curto prazo. Entretanto, tem variado substancialmente no passado, sendo previstas mudanças no futuro próximo, particularmente como resultado da atividade humana com relação à composição dos gases da atmosfera. Ao longo de sua evolução, os recifes de coral passaram por mudanças drásticas de clima, e se espera que sejam capazes de sobreviver futuros eventos deste tipo (os cenários previstos são menos extremos que os sofridos em eras passadas). Mas a combinação destas mudanças climáticas com os atuais estresses pode se mostrar letal para muitos ecossistemas recifais.
As mudanças climáticas que já estão ocorrendo, particularmente na atmosfera mas também nos continentes e oceanos, são parte do crescente impacto humano no ambiente planetário. O efeito estufa (apesar de ser um processo natural que possibilitou a evolução da vida na terra, o equilíbrio natural dos gases estufa tem sido modificado artificial e rapidamente pela humanidade) e o buraco de ozônio poderão afetar os recifes de coral de várias maneiras:
1. aumento da temperatura devido ao efeito estufa: a temperatura global deverá aumentar entre 0,16-0,37 ºC por década, resultando num aumento global de 0,5-1 ºC por volta de 2030. Deve-se levar em conta que o aumento será maior nas latitudes altas e em terra. Este aumento não deverá ameaçar a sobrevivência dos recifes, mas os freqüentes episódios de picos extremos de temperatura aumentará a incidência de branqueamento e mortalidade, tornado-os vulneráveis a outros estresses.
2. aumento do nível do mar associado ao aumento de temperatura: provavelmente o nível do mar subirá de 1-9 cm/década, devendo-se esperar um aumento entre 15 e 90 cm até o ano 2100. Estes valores não devem ameaçar a maioria dos ecossistemas recifais (a taxa de deposição de carbonato de cálcio é de cerca de 10 kg/m2/ano, o que significa um crescimento de 3-8 mm por ano), mas poderá devastar muitas ilhas e planícies costeiras que são protegidas por recifes, incluindo nações inteiras (insulares) e grandes cidades, tornando a vida dos que dependem dos recifes difícil ou impossível.
3. alterações nos padrões normais do clima e variações em eventos climáticos extremos - precipitação, nuvens e ventos: deverão ocorrer mudanças no padrão de chuvas, aumento na amplitude geográfica, freqüência e intensidade das tempestades tropicais, e nos eventos de seca e inundações. Conseqüentemente, grandes mudanças deverão ocorrer nas regiões costeiras em termos de erosão e sedimentação.
4. mudanças na química da água do mar devido altas concentrações de CO2: acarretará mudanças de pH e do estado de saturação dos carbonatos nos oceanos. O aumento da acidez das águas superficiais, devido à maior concentração do ácido carbônico, poderá diminuir as taxas de deposição de carbonato de cálcio pelos corais, afetando o crescimento. Por outro lado, deverá estimular o crescimento e aumento populacional de muitas algas, afetando a relação competitiva entre elas e os corais.
Fonte; CebiMar/USP
Ctenophora (do grego ktenes, pente + phoros, portador) é um pequeno filo com cerca de 120 espécies descritas, conhecidas como "águas-vivas-de-pente" ou "carambolas-do-mar". Os animais invertebrados que pertencem a esse filo são marinhos ou estuarinos, planctônicos, alguns bentônicos e bioluminescentes.
São superficialmente semelhantes às medusas em sua forma globosa, sua mesogléia gelatinosa e sua transparência. No entanto, as semelhanças com as medusas podem representar mais uma convergência do que um relacionamento evolutivo próximo aos Cnidaria.
Os Ctenóforos são animais carnívoros e alimentam de outros animais planctônicos como: copépodos (crustáceos), ovos e larvas de peixes, cnidários, e outros ctenóforos.
A maioria dos membros do filo é hermafrodita e de fecundação externa, exceto às espécies que incubam seus ovos.
Aula prática de dissecação do ouriço-do-mar do Curso de Biologia Marinha em Angra dos Reis - RJ
O fitoplâncton é o conjunto de organismos aquáticos, autotróficos, pertencentes aos filos Monera e Protista e, que vive flutuando ao sabor das ondas, sendo a pedra angular do ecossistema dos oceanos.
Fazem parte deste grupo, organismos tradicionalmente considerados algas . Contudo, dentre estas, há um grupo de grande importância sanitária e de saúde pública, que é também classificado como bactéria, as cianofíceas ou "algas azuis". A divergência de autores quanto a classificação dos organismos pertencentes a este grupo deve-se ao fato de possuírem características de células vegetais (presença de clorofila em cloroplastos e parede celular com celulose) e de bactérias (material nuclear disperso no citoplasma).
Hoje, as cianobactérias ou cianofícias, nome atualmente mais empregado, são limitadas pelas legislações ambientais para águas potáveis, devido ao fato de que algumas colônias produzem toxinas (cianotoxinas) que podem ser letais para os mamíferos.
Outros organismos pertencentes ao fitoplâncton também são classificados como Protista, como alguns flagelados e ciliados com capacidade de realizar a fotossíntese, como os organismos da classe Euglenophyceae. Vários gêneros, como Euglena spp., são fotossintetizantes facultativos, isto é, na ausência de luz podem sobreviver como um ser heterotrófico.
Por ser a base da cadeia alimentar, o fitoplâncton é, em geral, o alimento do zooplâncton (origem animal), que por sua vez é consumido por quase todos os peixes menores. Milhares de espécies marinhas dependem do plâncton para sobreviver.
Uma cadeia alimentar para uma zona costeira pode ser esquematizada da seguinte forma:
1. O fitoplâncton é alimento de muitos dos componentes do zooplâncton.
2. Este por sua vez, alimenta uma população de peixes planctonófagos (por exemplo, sardinhas).
3. Estes peixes são fonte de alimentação de peixes predadores (como o robalo) e de outros predadores.
4. Entre eles as lulas, fonte de alimento de algumas espécies de mamíferos marinhos (como o golfinho) e de algumas aves.
5. Algumas aves ictiófagas - que comem peixes (o alcatraz, por exemplo,) se situam no topo da pirâmide trófica.
Assim, a produtividade de uma determinada zona costeira ou marinha pode considerar-se estreitamente relacionada com as características de abundância e composição do plâncton.
A quantidade do fitoplâncton nos oceanos tem diminuído 1% ao ano.
Este dado foi levantado de uma maneira muito simples: como eles constituem uma massa visível de cima, bastou observar imagens de satélite dos mares para observar a diminuição.
Mas, não é o único método. Um bom indicador de quanto plâncton há no mar é a observação da claridade da água. Como é a clorofila, em condições naturais, que escurece a água do mar, basta analisar a transparência da água para saber o quanto existe de plâncton na região. E o sistema usado para isso é bem antigo, mas incrivelmente simples: o disco de Secchi.
Usado pelo padre Pietro Secchi, em 1865, para medir a claridade do mar mediterrâneo a pedido do Papa da época, o disco é simplesmente um aparelho mergulhado no mar que vai absorvendo pouco a pouco a pigmentação existente. Com um cálculo simples, baseado no tempo em que o disco demora a escurecer, tiram-se conclusões que são usadas até hoje pelos cientistas.
Observações “oficiais” têm sido feitas com o disco de Sechi desde 1899, e as últimas seis décadas têm registrado um intenso declínio (40%, para ser mais exato) na pigmentação do mar – a despeito de haver mais poluição. Ou seja, está havendo diminuição da clorofila nos oceanos.
Uma notável exceção é o Oceano Índico. Devido à intensidade da Agricultura em regiões da África e da Ásia banhadas pelo oceano, houve um aumento de nutrientes que acabam sendo lançados no mar, o que fortaleceu o fitoplâncton da área. Mas, mesmo no Oceano Índico, a quantidade do plâncton já está abaixo da recomendada.
O motivo para o declínio: aumento da temperatura média dos oceanos.
Ao longo do tempo, observou-se que o pico da reprodução e expansão populacional do fitoplâncton acontece nos meses de inverno, em que a água é fria. Durante a época de águas quentes, há um decréscimo da população. O problema é que a temperatura média dos oceanos está subindo, ou seja, o plâncton não se reproduz com a mesma abundância de antes.
Outro fator: a pesca acima da média recomendada.
Quando se pescam muitos peixes pequenos, sobra no oceano o zooplâncton, que é o alimento dos peixes. Sobrando zooplâncton, há um maior consumo do fitoplâncton, que é por sua vez o alimento daqueles.
Assim, há uma maior redução, devido à cadeia alimentar desequilibrada, na população do fitoplâncton.
E esse problema é uma reação em cadeia.
O fitoplâncton faz fotossíntese. Diminuindo o fitoplâncton nos oceanos, as águas absorvem menos dióxido de carbono do que antes, já que a fotossíntese é o maior receptor do CO2. Esse dióxido de carbono em excesso é liberado para a atmosfera, o que colabora com o efeito estufa e o aquecimento global. Daqui a alguns anos, os oceanos com menos fitoplâncton vão soltar na atmosfera tanto ou mais CO2 do que uma indústria poluente.
É um ciclo cujo final os ambientalistas ainda não conseguem prever.