É verdade que existe uma mancha gigante de lixo
plástico no oceano? Uma não, duas. Elas
ficam no meio do oceano Pacífico e, juntas, têm o dobro do tamanho dos Estados
Unidos!
Nesses depósitos de lixo flutuante já foram
encontrados os mais bizarros resíduos, de cones de trânsito a brinquedos, tênis
e malas de viagem. Metade dessa sujeirada toda é lançada no mar por navios e
plataformas de petróleo. A outra parte deságua nos oceanos trazida por rios
espalhados pelo mundo. O pior é que o desastre ecológico só aumenta: o volume
de plástico no Pacífico mais que triplicou nos últimos dez anos. "O
isolamento poderia fazer desse lugar um paraíso para os animais. Mas eles
rondam a linha do lixo e só têm plástico para comer. Já encontramos todo tipo
de objeto no estômago dos bichos", diz o pesquisador Charles Moore, da
Algalita Marine Research Foundation, entidade americana que trabalha na
proteção da vida marinha.
CORRENTE CONTÍNUA
Pacífico tem "redemoinhos que prendem lixo
de todos os oceanos
Correntes marítimas como a Círculo Polar
Antártica ligam os três oceanos da Terra. Assim, grande parte dos resíduos do
Atlântico e do Índico acaba se dirigindo para o Pacífico, mesmo que leve
décadas percorrendo os mares do mundo.
Em algumas regiões do oceano Pacífico, as
correntes marítimas se movimentam em círculos, formando enormes
"redemoinhos". O lixo que entra nessas áreas, após vagar pelos
oceanos de todo o planeta, fica preso nas correntes, formando as duas manchas
gigantes de plástico.
O pior é que o lixo boiando na superfície é só
uma pequena parte da sujeira. Com o passar dos anos, pedaços menores de
plástico se diluem, formando uma espécie de sopa nojenta. Resultado: as manchas
têm camadas com até 10 m de profundidade de lixo.
EFEITOS COLATERAIS
Lixo das manchas detona dieta dos animais
CARDÁPIO IMPRÓPRIO
Pesquisadores já encontraram tartarugas que
comeram isqueiros, peixes engasgados com linhas de pesca e pássaros marinhos
mortos com o estômago lotado de plástico ingerido na região das manchas.
ALTERAÇÃO HORMONAL
O lixo forma resíduos tóxicos que confundem os
receptores hormonais de alguns animais. Há espécies que tiveram queda na
produção de esperma e nascimento de mais fêmeas.
INTOXICAÇÃO À MESA
Ao comer peixes que passaram por essas regiões,
o ser humano ingere também os produtos tóxicos absorvidos pelos animais.
SOLUÇÃO DIFÍCIL
Problema maior é eliminar "sopa
plástica" abaixo da superfície
Pesquisadores ainda quebram a cabeça para
encontrar um jeito de se livrar desse lixo. Apesar de trabalhoso, retirar os
resíduos da superfície seria a parte mais fácil. O problema é o que está abaixo
dessa camada. Como o plástico se quebra em pedaços quase microscópicos, remover
essa "sopa plástica" significaria tirar também a água do mar com
micro-organismos vivos, o que causaria um impacto ambiental ainda maior. Uma
possível saída seria criar uma substância que fizesse uma faxina na região.
Grandes navios soltariam milhões de litros de
um solvente especial. Essa substância teria que ser biodegradável e atóxica,
para não interferir na vida marinha local.
O solvente quebraria as moléculas dos
microscópicos pedaços de plástico, transformando os em partículas inofensivas
para a natureza, como átomos de carbono.
Mas há um problema: o excesso de átomos de
carbono poderia alterar a vida marinha - até mesmo provocando mais mutações em algumas espécies.
Fonte: http://migre.me/hjGa6