quarta-feira, 30 de outubro de 2013
CALENDÁRIO 2014
projetobiomar@projetobiomar.com.br
Amazônia Azul - Censo da Vida Marinha
Número de espécies
descritas na costa brasileira pode chegar a 13 mil
A mais recente revisão publicada sobre a biodiversidade da zona costeira e marinha sul-americana – divulgada em 2011 na revista PLoS One – aponta a existência de 9.103 espécies diferentes de animais, plantas e algas já conhecidas em águas brasileiras. Mas o número pode chegar perto de 13 mil espécies descritas, segundo Maria de los Angeles Gasalla, professora no Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO/USP).
A afirmação foi feita durante o penúltimo encontro do Ciclo de Conferências 2013 do Biota-Fapesp Educação, organizado pelo Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Recuperação e Uso Sustentável da Biodiversidade de São Paulo (BIOTA), ocorrido em 24/10/13. Gasalla comparou os dados do artigo publicado na PLoS One por Patricia Miloslavich, pesquisadora da Universidad Simón Bolívar, da Venezuela, e colaboradores, com números provenientes de revisões recentes feitas por pesquisadores brasileiros.
O levantamento coordenado por Miloslavich abrangeu tanto a costa do Atlântico como a do Pacífico, na América do Sul, e foi realizado no âmbito de um projeto internacional conhecido como Censo da Vida Marinha, que teve início no ano 2000 e levou cerca de dez anos para ser concluído.
Em relação à plataforma marítima brasileira, o trabalho destaca o grupo dos crustáceos, com 1.966 espécies conhecidas, como o de maior diversidade, seguido pelos moluscos (1.833), peixes (1.294) e poliquetas (987) – juntos, segundo o artigo, esses animais correspondem a 66,79% da biota marinha conhecida no Brasil.
“Esses números, a princípio, pareciam até mais elevados do que algumas estimativas anteriores. Mas, avaliando o artigo profundamente, percebemos que estão subestimados. Somando dados de trabalhos recentes feitos por pesquisadores brasileiros, chegamos ao número de 10.804 espécies diferentes apenas no que diz respeito à fauna marinha. Se considerarmos também a flora, o número pode chegar perto de 13 mil espécies”, afirmou Gasalla.
De acordo com a revisão da literatura compilada por Gasalla, o número de espécies de crustáceos descritos na costa brasileira atingiria de 3.335. Além disso, já seriam conhecidas 1.886 espécies de moluscos, 1.420 de peixes e 987 de poliquetas.
Os cientistas não sabem ao certo qual é a porcentagem da biota marinha ainda desconhecida no Brasil. Acredita-se, no entanto, que esta seja muito alta e que muitas espécies poderão desaparecer antes mesmo de serem descobertas. A pressão antrópica – o impacto causado por atividades humanas como poluição, degradação de habitats por empreendimentos econômicos, expansão do turismo desordenado, introdução de espécies exóticas e atividade pesqueira não manejada – é considerada a principal ameaça à biodiversidade da chamada Amazônia Azul (a costa brasileira).
A zona marinha do país abrangia originalmente uma área de 3,5 milhões de quilômetros quadrados. Com a extensão da plataforma continental solicitada pelo Brasil à Organização das Nações Unidas (ONU) na última década, a extensão da Amazônia Azul passou para 4,5 milhões de km2.
Um estudo apresentado pelo Ministério do Meio Ambiente em 2010 apontou que 40% desse território correspondem às áreas definidas como prioritárias para a conservação da biodiversidade. No entanto, segundo Gasalla, apenas 1,87% da zona marinha brasileira estão protegida em Unidades de Conservação, sendo que em torno de 10% já foram licenciados para a exploração de petróleo e gás natural.
Fonte: PLoS One
A mais recente revisão publicada sobre a biodiversidade da zona costeira e marinha sul-americana – divulgada em 2011 na revista PLoS One – aponta a existência de 9.103 espécies diferentes de animais, plantas e algas já conhecidas em águas brasileiras. Mas o número pode chegar perto de 13 mil espécies descritas, segundo Maria de los Angeles Gasalla, professora no Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO/USP).
A afirmação foi feita durante o penúltimo encontro do Ciclo de Conferências 2013 do Biota-Fapesp Educação, organizado pelo Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Recuperação e Uso Sustentável da Biodiversidade de São Paulo (BIOTA), ocorrido em 24/10/13. Gasalla comparou os dados do artigo publicado na PLoS One por Patricia Miloslavich, pesquisadora da Universidad Simón Bolívar, da Venezuela, e colaboradores, com números provenientes de revisões recentes feitas por pesquisadores brasileiros.
O levantamento coordenado por Miloslavich abrangeu tanto a costa do Atlântico como a do Pacífico, na América do Sul, e foi realizado no âmbito de um projeto internacional conhecido como Censo da Vida Marinha, que teve início no ano 2000 e levou cerca de dez anos para ser concluído.
Em relação à plataforma marítima brasileira, o trabalho destaca o grupo dos crustáceos, com 1.966 espécies conhecidas, como o de maior diversidade, seguido pelos moluscos (1.833), peixes (1.294) e poliquetas (987) – juntos, segundo o artigo, esses animais correspondem a 66,79% da biota marinha conhecida no Brasil.
“Esses números, a princípio, pareciam até mais elevados do que algumas estimativas anteriores. Mas, avaliando o artigo profundamente, percebemos que estão subestimados. Somando dados de trabalhos recentes feitos por pesquisadores brasileiros, chegamos ao número de 10.804 espécies diferentes apenas no que diz respeito à fauna marinha. Se considerarmos também a flora, o número pode chegar perto de 13 mil espécies”, afirmou Gasalla.
De acordo com a revisão da literatura compilada por Gasalla, o número de espécies de crustáceos descritos na costa brasileira atingiria de 3.335. Além disso, já seriam conhecidas 1.886 espécies de moluscos, 1.420 de peixes e 987 de poliquetas.
Os cientistas não sabem ao certo qual é a porcentagem da biota marinha ainda desconhecida no Brasil. Acredita-se, no entanto, que esta seja muito alta e que muitas espécies poderão desaparecer antes mesmo de serem descobertas. A pressão antrópica – o impacto causado por atividades humanas como poluição, degradação de habitats por empreendimentos econômicos, expansão do turismo desordenado, introdução de espécies exóticas e atividade pesqueira não manejada – é considerada a principal ameaça à biodiversidade da chamada Amazônia Azul (a costa brasileira).
A zona marinha do país abrangia originalmente uma área de 3,5 milhões de quilômetros quadrados. Com a extensão da plataforma continental solicitada pelo Brasil à Organização das Nações Unidas (ONU) na última década, a extensão da Amazônia Azul passou para 4,5 milhões de km2.
Um estudo apresentado pelo Ministério do Meio Ambiente em 2010 apontou que 40% desse território correspondem às áreas definidas como prioritárias para a conservação da biodiversidade. No entanto, segundo Gasalla, apenas 1,87% da zona marinha brasileira estão protegida em Unidades de Conservação, sendo que em torno de 10% já foram licenciados para a exploração de petróleo e gás natural.
Fonte: PLoS One
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costa brasileira.
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Índice pontua Brasil com nota 66, em 100, na saúde dos oceanos.
Recife saudável em Fernando de Noronha (PE): a biodiversidade foi um dos quesitos avaliados pelo Índice de Saúde do Oceano / Crédito: Divulgação/Zaira Matheus
Quesitos de avaliação são oportunidades de pesca
artesanal; biodiversidade; economia e subsistência costeira; águas limpas;
armazenamento de carbono; proteção costeira; identidade local; turismo e
recreação; produtos naturais e provisão de armazenamento.
O Brasil ficou na 87ª posição no ranking do Índice
de Saúde do Oceano (OHI, na sigla em inglês), que avaliou 221 Zonas Econômicas
Exclusivas (ZEE), que correspondem aos territórios oceânicos que banham
determinado país, ilha ou território. O país atingiu uma pontuação de 66, de um
total de 100 pontos. O resultado está um ponto acima da média global de saúde
dos oceanos, que é 65.
O índice, calculado pela primeira vez em 2012, é resultado de uma parceria de dezenas de cientistas que desenvolveram uma metodologia para medir a qualidade dos oceanos em escala global. Dez quesitos são avaliados: oportunidades de pesca artesanal; biodiversidade; economia e subsistência costeira; águas limpas; armazenamento de carbono; proteção costeira; identidade local; turismo e recreação; produtos naturais e provisão de armazenamento.
Os quesitos em que o Brasil foi mais bem avaliado foram oportunidades de pesca artesanal (com 99 pontos), parâmetro definido pela possibilidade de indivíduos praticarem a pesca como atividade de subsistência; e armazenamento de carbono (92 pontos), que corresponde à capacidade do território de preservar as vegetações costeiras, como manguezais, restingas e algas.
Já os quesitos em que o país teve pontuações mais baixas foram provisão de alimentos (24 pontos), índice que mede a capacidade de exploração da pesca e da maricultura; e produtos naturais (15 pontos), referente à capacidade de exportação de produtos como peixes ornamentais, óleo de peixe, algas, conchas, esponjas e produtos de coral. Mundialmente, esses dois quesitos também tiveram médias baixas, porém mais altas que o Brasil: 33 pontos em provisão de alimentos e 31 pontos em produtos naturais.
"A situação continua péssima em todo o mundo. Estamos usando mal os oceanos. Abusamos dos recursos, fazemos ocupação desordenada da costa, poluímos, fazemos um turismo predatório e por causa disso tudo estamos colocando esse grande bioma em risco", afirmou André Guimarães, diretor executivo da Conservação Internacional no Brasil, organização que colabora com o levantamento.
As zonas mais bem colocadas no índice, segundo informações do portal G1, foram as Ilhas Heard e McDonald, região deserta que faz parte da Austrália (94 pontos), a Ilha Saba, que fica no Caribe e faz parte da Holanda (90 pontos) e as Ilhas Howland e Baker, que ficam no Pacífico e fazem parte dos Estados Unidos (88).
O índice, calculado pela primeira vez em 2012, é resultado de uma parceria de dezenas de cientistas que desenvolveram uma metodologia para medir a qualidade dos oceanos em escala global. Dez quesitos são avaliados: oportunidades de pesca artesanal; biodiversidade; economia e subsistência costeira; águas limpas; armazenamento de carbono; proteção costeira; identidade local; turismo e recreação; produtos naturais e provisão de armazenamento.
Os quesitos em que o Brasil foi mais bem avaliado foram oportunidades de pesca artesanal (com 99 pontos), parâmetro definido pela possibilidade de indivíduos praticarem a pesca como atividade de subsistência; e armazenamento de carbono (92 pontos), que corresponde à capacidade do território de preservar as vegetações costeiras, como manguezais, restingas e algas.
Já os quesitos em que o país teve pontuações mais baixas foram provisão de alimentos (24 pontos), índice que mede a capacidade de exploração da pesca e da maricultura; e produtos naturais (15 pontos), referente à capacidade de exportação de produtos como peixes ornamentais, óleo de peixe, algas, conchas, esponjas e produtos de coral. Mundialmente, esses dois quesitos também tiveram médias baixas, porém mais altas que o Brasil: 33 pontos em provisão de alimentos e 31 pontos em produtos naturais.
"A situação continua péssima em todo o mundo. Estamos usando mal os oceanos. Abusamos dos recursos, fazemos ocupação desordenada da costa, poluímos, fazemos um turismo predatório e por causa disso tudo estamos colocando esse grande bioma em risco", afirmou André Guimarães, diretor executivo da Conservação Internacional no Brasil, organização que colabora com o levantamento.
As zonas mais bem colocadas no índice, segundo informações do portal G1, foram as Ilhas Heard e McDonald, região deserta que faz parte da Austrália (94 pontos), a Ilha Saba, que fica no Caribe e faz parte da Holanda (90 pontos) e as Ilhas Howland e Baker, que ficam no Pacífico e fazem parte dos Estados Unidos (88).
10 mil golfinhos são caçados todo ano por pescadores peruanos para servir de isca a tubarões em extinção!
Mais de 10 mil de golfinhos estão sendo mortos por
pescadores peruanos para servirem de isca à pesca de tubarões. Ambas as
espécies estão em perigo de extinção, sendo os golfinhos, animais protegidos
por lei. Há rumores de que essa pode ser a maior matança mundial de golfinhos.
Acompanhando uma equipe de caçadores de golfinhos na costa do Peru, o jornalista Jim Wickens conseguiu presenciar toda a matança através de um financiamento pelo Centro Pulitzer para Relatórios de Crise e muitas negociações com navios pesqueiros da região, até que um capitão aceitou transportá-lo desde que fosse respeitado um rigoroso anonimato em relação aos seus tripulantes e seu barco.
Momentos antes da caça realmente começar, enquanto os navios eram rodeados de golfinhos, Wickens revela que a visão era muito bonita, “Enquanto nosso navio cortava as ondas do Pacífico, os golfinhos agrupavam-se sob a proa se revezando para brincar de navegar na esteira”.
Entretanto, a paisagem aconchegante não durou muito tempo, “eu mal podia aguentar olhar, passando mal com o que viria a acontecer”, disse Wickens.
Pois acima dos golfinhos, no convés do navio pesqueiro peruano, estava seu capitão, empunhando um arpão afiado. Ele firmou-se cuidadosamente, observando o ritmo dos golfinhos ao vir à superfície respirar. Segundo Wickens, houve uma pausa momentânea e, em seguida, o capitão golpeou o animal, arremessando 30 kg de um tubo de aço em suas costas enquanto ele inocentemente nadava ao lado do navio.
Enquanto dois tripulantes puxavam a corda amarrada ao arpão, o golfinho tentava a qualquer custo se desvencilhar no objeto. Ele agonizava de dor e, logo ao chegar ao lado do barco, um gancho de aço brilhante afundou em sua cabeça e o transportou a bordo, com os intestinos saindo da ferida onde o arpão havia penetrado. O corpo do animal ainda estava se contorcendo.
O jornalista revela que um membro da tripulação afiou uma faca e começou a cortar as nadadeiras do golfinho, e as sacudiu no mar. “Enquanto uma poça de sangue grosso e brilhante aumentava, ele começou a tirar a pele das costas do animal”.
Para os tripulantes, os golfinhos são chamados de “porcos do mar”, pois são somente a isca perfeita para a caça de tubarões. Em um dos momentos de assassinato de golfinhos, Wickens conta que precisou filmar cada detalhe, pois “tínhamos que ter uma gravação a qual nós poderíamos recorrer para exibir ao mundo. Mas ainda mais matança estava por vir”. No dia seguinte à caça aos golfinhos, era a vez de realizar a matança em tubarões. Os tripulantes limparam todo o convés e separaram toda a carne do golfinho que havia sido estripado no dia anterior.
“A carne de golfinho é muito própria para o tubarão azul”, disse o capitão do navio. “Quando você a corta, sangra bastante e o tubarão azul gosta de gordura, e o golfinho é gordura pura”. E continuou, “Eu compreendo que a caça do golfinho é ilegal. Mas para mim, ela é necessária. Eu faço isso para manter meus gastos. Eu posso diminuir meus custos, porque a isca para tubarão é muito cara. A maioria dos barcos que pescam, possuem arpões que estão prontos para uso”.
Os membros da tripulação espetavam a carne do golfinho caçado em ganchos e os amarravam em linhas de pesca. Depois lançavam milhares desses ganchos pela água. Os tripulantes de preparavam para a segunda matança com energizantes naturais, que os manteriam acordados durante a noite da caça.
O primeiro tubarão chegou no meio da noite, de surpresa, conta Wickens. “Nadando no seu habitat natural sobre a água, o tubarão azul era uma linda visão, seu torso arredondado e grandes olhos dotavam-no de uma elegância suave”.
Mas esta elegância também durou pouco tempo. O tubarão foi arpoado e, em poucos segundos, ele foi arrastado por cima da amurada e se chocou contra convés, se debatendo. Em seguida, a equipe o imobilizou. Um cortou todo o seu focinho, bem na frente de seus olhos brancos.
“No buraco aberto com o golpe, uma haste longa e fina foi inserida rapidamente para baixo da coluna vertebral do tubarão e, afinal os golpes cessaram. Sua barriga foi aberta, os interiores lavados e a carcaça do tubarão jogada para um lado do convés.
Esse seria o primeiro de uma dúzia de tubarões que o barco pegaria, mataria e cortaria aquela noite”, disse Wickens.
Uma hora depois o motor desacelerou novamente entre gritos entusiasmados da tripulação do convés. Todos os quatro homens deixaram seu trabalho para ajudar a puxar a linha. Eles haviam capturado um enorme tubarão tresher, uma espécie recentemente classificada como próxima da extinção.
Com várias centenas de quilos, sua alongada nadadeira característica da espécie media sozinha 6 metros.
Wickens revela que, “por um momento ou dois, era ainda uma linda criatura marinha e então as facas o cortaram e foi jogada à pilha crescente de carne”.
“Mas o pior ainda estava por vir. Outro tubarão azul foi trazido à superfície, ainda se debatendo na água. Quando sua barriga foi aberta, dúzias de perfeitos bebês tubarões deslizaram para fora, contorcendo-se no convés”. A crueldade dos assassinos era tanta que, ao pedir que colocassem os filhotes no mar, eles riram de Wickens.
Esta foi a prova absoluta de toda a crueldade na caça aos golfinhos e tubarões. Exausto com as mortes presenciadas, Wickens deixou o convés com “tubarões se contorcendo sob ganchos bestiais” e desceu para a cabine.
Segundo o jornalista, “Em todos os sentidos, eu tinha tido – e visto – o suficiente”.
Fonte: http://www.anda.jor.br
Acompanhando uma equipe de caçadores de golfinhos na costa do Peru, o jornalista Jim Wickens conseguiu presenciar toda a matança através de um financiamento pelo Centro Pulitzer para Relatórios de Crise e muitas negociações com navios pesqueiros da região, até que um capitão aceitou transportá-lo desde que fosse respeitado um rigoroso anonimato em relação aos seus tripulantes e seu barco.
Momentos antes da caça realmente começar, enquanto os navios eram rodeados de golfinhos, Wickens revela que a visão era muito bonita, “Enquanto nosso navio cortava as ondas do Pacífico, os golfinhos agrupavam-se sob a proa se revezando para brincar de navegar na esteira”.
Entretanto, a paisagem aconchegante não durou muito tempo, “eu mal podia aguentar olhar, passando mal com o que viria a acontecer”, disse Wickens.
Pois acima dos golfinhos, no convés do navio pesqueiro peruano, estava seu capitão, empunhando um arpão afiado. Ele firmou-se cuidadosamente, observando o ritmo dos golfinhos ao vir à superfície respirar. Segundo Wickens, houve uma pausa momentânea e, em seguida, o capitão golpeou o animal, arremessando 30 kg de um tubo de aço em suas costas enquanto ele inocentemente nadava ao lado do navio.
Enquanto dois tripulantes puxavam a corda amarrada ao arpão, o golfinho tentava a qualquer custo se desvencilhar no objeto. Ele agonizava de dor e, logo ao chegar ao lado do barco, um gancho de aço brilhante afundou em sua cabeça e o transportou a bordo, com os intestinos saindo da ferida onde o arpão havia penetrado. O corpo do animal ainda estava se contorcendo.
O jornalista revela que um membro da tripulação afiou uma faca e começou a cortar as nadadeiras do golfinho, e as sacudiu no mar. “Enquanto uma poça de sangue grosso e brilhante aumentava, ele começou a tirar a pele das costas do animal”.
Para os tripulantes, os golfinhos são chamados de “porcos do mar”, pois são somente a isca perfeita para a caça de tubarões. Em um dos momentos de assassinato de golfinhos, Wickens conta que precisou filmar cada detalhe, pois “tínhamos que ter uma gravação a qual nós poderíamos recorrer para exibir ao mundo. Mas ainda mais matança estava por vir”. No dia seguinte à caça aos golfinhos, era a vez de realizar a matança em tubarões. Os tripulantes limparam todo o convés e separaram toda a carne do golfinho que havia sido estripado no dia anterior.
“A carne de golfinho é muito própria para o tubarão azul”, disse o capitão do navio. “Quando você a corta, sangra bastante e o tubarão azul gosta de gordura, e o golfinho é gordura pura”. E continuou, “Eu compreendo que a caça do golfinho é ilegal. Mas para mim, ela é necessária. Eu faço isso para manter meus gastos. Eu posso diminuir meus custos, porque a isca para tubarão é muito cara. A maioria dos barcos que pescam, possuem arpões que estão prontos para uso”.
Os membros da tripulação espetavam a carne do golfinho caçado em ganchos e os amarravam em linhas de pesca. Depois lançavam milhares desses ganchos pela água. Os tripulantes de preparavam para a segunda matança com energizantes naturais, que os manteriam acordados durante a noite da caça.
O primeiro tubarão chegou no meio da noite, de surpresa, conta Wickens. “Nadando no seu habitat natural sobre a água, o tubarão azul era uma linda visão, seu torso arredondado e grandes olhos dotavam-no de uma elegância suave”.
Mas esta elegância também durou pouco tempo. O tubarão foi arpoado e, em poucos segundos, ele foi arrastado por cima da amurada e se chocou contra convés, se debatendo. Em seguida, a equipe o imobilizou. Um cortou todo o seu focinho, bem na frente de seus olhos brancos.
“No buraco aberto com o golpe, uma haste longa e fina foi inserida rapidamente para baixo da coluna vertebral do tubarão e, afinal os golpes cessaram. Sua barriga foi aberta, os interiores lavados e a carcaça do tubarão jogada para um lado do convés.
Esse seria o primeiro de uma dúzia de tubarões que o barco pegaria, mataria e cortaria aquela noite”, disse Wickens.
Uma hora depois o motor desacelerou novamente entre gritos entusiasmados da tripulação do convés. Todos os quatro homens deixaram seu trabalho para ajudar a puxar a linha. Eles haviam capturado um enorme tubarão tresher, uma espécie recentemente classificada como próxima da extinção.
Com várias centenas de quilos, sua alongada nadadeira característica da espécie media sozinha 6 metros.
Wickens revela que, “por um momento ou dois, era ainda uma linda criatura marinha e então as facas o cortaram e foi jogada à pilha crescente de carne”.
“Mas o pior ainda estava por vir. Outro tubarão azul foi trazido à superfície, ainda se debatendo na água. Quando sua barriga foi aberta, dúzias de perfeitos bebês tubarões deslizaram para fora, contorcendo-se no convés”. A crueldade dos assassinos era tanta que, ao pedir que colocassem os filhotes no mar, eles riram de Wickens.
Esta foi a prova absoluta de toda a crueldade na caça aos golfinhos e tubarões. Exausto com as mortes presenciadas, Wickens deixou o convés com “tubarões se contorcendo sob ganchos bestiais” e desceu para a cabine.
Segundo o jornalista, “Em todos os sentidos, eu tinha tido – e visto – o suficiente”.
Fonte: http://www.anda.jor.br
terça-feira, 8 de outubro de 2013
Águas-vivas têm mecanismo de propulsão otimizado, diz estudo
Anel induz uma região de alta pressão (em vermelho e laranja) sob o corpo da água-viva. Foto: Brad Gemmell/Divulgação
Medusas têm sistema único de recaptação de energia durante o nado.
Estratégia melhora os 'custos energéticos' do nado em 48%, diz estudo.
Um estudo publicado na revista científica “Proceedings of the National Academy os Sciences of the United States of America” (PNAS) concluiu que as águas-vivas, ou medusas, têm o mecanismo de propulsão mais eficiente do mundo animal.
Intrigava os cientistas o fato de as águas-vivas terem a habilidade de se multiplicar e tomar conta de ecossistemas perturbados, mesmo sendo consideradas nadadoras ineficientes e precisando de contato direto com as presas para se alimentar.
Para entender como as águas-vivas conseguem competir e superar caçadores mais eficientes, como os peixes, os pesquisadores passaram a investigar o mecanismo de propulsão da medusa. A conclusão foi que a água-viva tem um mecanismo único de recaptação de energia, que reduz os gastos de energia dos músculos utilizados no nado.
No nado da medusa, a aceleração é atingida na fase de contração e a desaceleração, na fase de relaxamento. Ao observar a dinâmica da medusa na água, os autores concluíram que, na fase de relaxamento, o anel que fica sob o corpo do animal, por onde flui a água, gera uma pressão positiva, proporcionando um impulso extra que análises anteriores não haviam levado em conta.
“Estimamos que a demanda metabólica reduzida por recaptura de energia passiva melhora os custos energéticos do transporte em 48%, permitindo que as medusas atinjam grandes distâncias para encontrar as presas necessárias”, diz o estudo, da Universidade Roger Williams, dos Estados Unidos.
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
Recifes e animais marinhos comem lixo ‘reciclado’ das esponjas
Mas Jasper de Goeij, pesquisador da Universidade de Amsterdam, na Holanda, desvendou o mistério por trás desse fenômeno, apelidado de “Paradoxo de Darwin”, depois que ficou intrigado com a sujeira nos seus tanques.
Ele até chegou a desconfiar da qualidade dos filtros de limpeza, mas logo percebeu que os detritos escuros e peludos vinham das esponjas: elas descamavam suas células mortas e as liberavam na água.
Como algumas pesquisas já haviam mostrado que os micro-organismos ajudavam a alimentar os corais, mesmo não sendo em quantidade suficiente para todo o ecossistema, o holandês decidiu fazer experimentos com as esponjas no seu laboratório instalado na ilha caribenha de Curaçao.
Para rastrear o caminho dos nutrientes, eles deram aos animais marinhos açúcares e outras moléculas que continham carbono e nitrogênio e acharam traços desses elementos no lixo ‘reciclado’ das esponjas. É que esses seres puxam a água por meio de buracos nos seus corpos e bombeiam o líquido nas células chamadas de coanócitos para extrair os nutrientes para, só depois, descartar os organismos mortos.
Já para comprovar os testes do laboratório, de Goeij mergulhou nos corais perto de seu laboratório no Caribe. Eles cobriram duas fendas do coral com um tecido de algodão, que permitia a passagem de água, mas não a saída dos nutrientes, e então deram a comida “fortificada”. Depois de seis horas, eles retiram o tecido protetor e passaram a coletar amostras de seis em seis horas das fendas, da água, dos sedimentos do entorno, e de animais que vivem por ali.
Nas seis horas iniciais, os nutrientes da comida chegaram às esponjas e, no dia seguinte, já haviam sido excretadas. Mais dois dias, e os pesquisadores encontraram as substâncias nos organismos dos caramujos.
“É um sistema muito, muito rápido. Em uma caverna subaquática, de 100 litros, você pode colocar uma colher de chá de nutrientes que, em dois dias, você já vai encontrar um crustáceo ou um caracol rastejando por lá”.
Com esse “ciclo de reciclagem”, as esponjas tornam-se fundamentais para a sobrevivência das comunidades do fundo do mar. Elas podem converter a matéria orgânica dissolvida de corais e algas, absorvida do entorno, em um material particulado mais nutritivo para o consumo de bichos maiores, como caramujos e caranguejos, quando excretam a sujeira.
Como algumas pesquisas já haviam mostrado que os micro-organismos ajudavam a alimentar os corais, mesmo não sendo em quantidade suficiente para todo o ecossistema, o holandês decidiu fazer experimentos com as esponjas no seu laboratório instalado na ilha caribenha de Curaçao.
Para rastrear o caminho dos nutrientes, eles deram aos animais marinhos açúcares e outras moléculas que continham carbono e nitrogênio e acharam traços desses elementos no lixo ‘reciclado’ das esponjas. É que esses seres puxam a água por meio de buracos nos seus corpos e bombeiam o líquido nas células chamadas de coanócitos para extrair os nutrientes para, só depois, descartar os organismos mortos.
Já para comprovar os testes do laboratório, de Goeij mergulhou nos corais perto de seu laboratório no Caribe. Eles cobriram duas fendas do coral com um tecido de algodão, que permitia a passagem de água, mas não a saída dos nutrientes, e então deram a comida “fortificada”. Depois de seis horas, eles retiram o tecido protetor e passaram a coletar amostras de seis em seis horas das fendas, da água, dos sedimentos do entorno, e de animais que vivem por ali.
Nas seis horas iniciais, os nutrientes da comida chegaram às esponjas e, no dia seguinte, já haviam sido excretadas. Mais dois dias, e os pesquisadores encontraram as substâncias nos organismos dos caramujos.
“É um sistema muito, muito rápido. Em uma caverna subaquática, de 100 litros, você pode colocar uma colher de chá de nutrientes que, em dois dias, você já vai encontrar um crustáceo ou um caracol rastejando por lá”.
Com esse “ciclo de reciclagem”, as esponjas tornam-se fundamentais para a sobrevivência das comunidades do fundo do mar. Elas podem converter a matéria orgânica dissolvida de corais e algas, absorvida do entorno, em um material particulado mais nutritivo para o consumo de bichos maiores, como caramujos e caranguejos, quando excretam a sujeira.
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
Foto do Dia - Lula Gigante
Uma lula gigante apareceu morta em uma praia na Espanha. O animal tinha mais de 180 kg e dez metros Enrique Talledo/Globo Vision
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
Medusas pararam central nuclear na Suécia
A medusa-da-lua (Aurelia aurita)
que invadiu os tubos de água da central nuclear sueca.
Na terça, 01.10.13, os tubos ficaram desentupidos e o reator prepara-se agora para voltar a funcionar, segundo o site da Fox News. Este não é caso inédito, lembra o site desta estação televisiva: em 2012, uma central nuclear na Califórnia também foi forçada a parar devido à invasão dos tubos por um organismo igualmente gelatinoso como as medusas.
Embora pareça haver mais casos de aparecimento excessivo de medusas, os cientistas ainda não afirmam taxativamente que há cada vez mais medusas, uma vez que não há dados históricos, para estabelecer comparações. Mas, com a degradação das condições ambientais, os biólogos alertam que o problema agora ocorrido na central sueca pode tornar-se frequente. E a medusa-da-lua é uma espécie que consegue prosperar em zonas com condições extremas, onde se pescou em excesso ou que tenham más condições ambientais.
“A medusa-da-lua gosta deste tipo de águas”, explicou à Fox News, Lene Møller, do Instituto Sueco para o Ambiente Marinho. “Não se importam com a proliferação de algas, com baixas concentrações de oxigénio ou que os peixes se tenham ido embora. Os peixes vão-se embora e as medusas-da-lua podem apoderar-se do ambiente.”
Fonte: www.publico.pt
Biólogos alertam que
fenômeno pode tornar-se comum no futuro.
Uma
praga de medusas obrigou à paragem de uma das maiores centrais nucleares do
mundo — na Suécia. Os operadores da central nuclear de Oskarshamn, no Sudeste
do país, tiveram de parar o reator número três no último domingo depois de
toneladas de medusas-da-lua (Aurelia
aurita) terem entupido os tubos que transportam água fria até às
turbinas da central, para arrefecer os reatores.Na terça, 01.10.13, os tubos ficaram desentupidos e o reator prepara-se agora para voltar a funcionar, segundo o site da Fox News. Este não é caso inédito, lembra o site desta estação televisiva: em 2012, uma central nuclear na Califórnia também foi forçada a parar devido à invasão dos tubos por um organismo igualmente gelatinoso como as medusas.
Embora pareça haver mais casos de aparecimento excessivo de medusas, os cientistas ainda não afirmam taxativamente que há cada vez mais medusas, uma vez que não há dados históricos, para estabelecer comparações. Mas, com a degradação das condições ambientais, os biólogos alertam que o problema agora ocorrido na central sueca pode tornar-se frequente. E a medusa-da-lua é uma espécie que consegue prosperar em zonas com condições extremas, onde se pescou em excesso ou que tenham más condições ambientais.
“A medusa-da-lua gosta deste tipo de águas”, explicou à Fox News, Lene Møller, do Instituto Sueco para o Ambiente Marinho. “Não se importam com a proliferação de algas, com baixas concentrações de oxigénio ou que os peixes se tenham ido embora. Os peixes vão-se embora e as medusas-da-lua podem apoderar-se do ambiente.”
Fonte: www.publico.pt
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