Lesma
marinha adquire capacidade de fazer fotossíntese depois de comer alga verde
Elysia
chlorotica é uma
pequena lesma do mar verde (molusco,
gastrópoda), devido a presença de clorofila, que habita principalmente a costa norte-americana,
que se estende desde a costa da Nova Escócia ao sul da Flórida. Este molusco se
tornou conhecido por ser o primeiro animal conhecido que mostrou a capacidade
de produzir clorofila e fazer fotossíntese depois de se alimentar da alga Vaucheria
litorea e roubar-lhe as organelas necessárias para fazer a fotossíntese.
Este procedimento não é passado de geração em geração, ou seja, para que a Elysia
chlorotica consiga realizar a fotossíntese é necessário que ela se
alimente da Vaucheria litorea e roube-lhe os cloroplastos através de um
processo conhecido como cleptoplastia1.
Distribuição
A Elysia chlorotica pode
ser encontrada ao longo da costa leste dos Estados Unidos e em algumas partes
da Nova Escócia e do Canadá, em regiões de pântano.
Descrição
Um adulto da espécie
Elysia
chlorotica é geralmente de cor verde brilhante, devido ao seu hibridismo. No entanto, podem
ser avermelhados ou de cor acinzentada, dependendo da quantidade de clorofila nas glândulas digestivas, que se
ramificam por todo o seu corpo. A espécie pode crescer até chegar aos 60
milímetros de comprimento, mas normalmente crescem até 30 milímetros.
Alimentação
A Elysia chlorotica alimenta-se de algas Vaucheria litorea.
A lesma mantém o alimento firme em sua boca e suga seu conteúdo. Ela mantém os cloroplastos ilesos,
armazenando-os dentro de células de seu extenso sistema digestivo. A aquisição
dos cloroplastos por meio da alimentação ocorre logo após a metamorfose. Lesmas
juvenis apresentam coloração marrom com manchas vermelhas até que ingiram as
algas, ocasião em que ficam verdes. A lesma precisa continuamente se alimentar
de algas para reter os cloroplastos, mas ao longo do tempo esses plastídeos se
tornam mais estáveis, incorporando-se às células do sistema digestivo.
A incorporação dos cloroplastos dentro das células de Elysia chlorotica permite à lesma realizar fotossíntese. Isto é benéfico
para ela porque há certos períodos em que a alga não está disponível em
quantidade suficiente no ambiente para uma alimentação adequada. A Elysia
chlorotica pode sobreviver meses somente com os açúcares produzidos
através da fotossíntese realizada por seus próprios cloroplastos.
Reprodução
A espécie é hermafrodita, mas
a auto-fecundação não é comum.
Referências
- Solar-powered sea slug
harnesses stolen plant genes , artigo em inglês do
NewsScientist explicando sobre o animal.
- A Database of Western
Atlantic Marine Mollusca , banco de dados em
inglês dedicado a moluscos marinhos ocidentais.
- Symbio , artigo em inglês.
- Sea Slug Forum. , artigo em inglês.
Cleptoplastia ou cleptoplastidia é um fenômeno simbiótico onde plastídeos de algas
são “sequestrados” por organismos hospedeiros. A alga é consumida normalmente e
parcialmente digerida, deixando o plastídeo intacto. Os plastídeos são mantidos
dentro do hospedeiro, temporariamente, permitindo a função de fotossíntese para uso do predador.
O termo foi cunhado em 1990 para descrever simbiose de cloroplastos.
Fonte: Wikipédia
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