No laboratório do Instituto de biologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), os pesquisadores confirmaram o que mais temiam: o coral sol – um coral invasor chegou à Baía de Todos os Santos. Biólogos e oceanólogos estão avaliando o tamanho do problema.
A espécie invasora conhecida como coral sol se espalha, sufoca e mata rapidamente. Em uma área próxima a Ilha de Itaparica ele ocupou todos os espaços de um recife. As colônias nativas que ainda não foram atingidas estão ameaçadas. O invasor é uma espécie asiática, veio das águas do Índico e do Pacífico. Entrou no Brasil pelo Rio de Janeiro, mas já chegou a Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo e por último a Baía de Todos os Santos.A grande ameaça agora, segundo os pesquisadores é a migração do coral sol para o extremo sul da Bahia. Se isso acontecer ele irá alterar uma das regiões mais ricas do oceano atlântico, que fica na região dos Abrolhos, onde fica localizada no 1º Parque Marinho do Brasil concentra corais raros e o maior banco de recife do sul do atlântico. Oito espécies são exclusivas da área.
O biólogo José Amorim confirma que a corrente marítima pode levar a espécie invasora para a região de Abrolhos. “Sem dúvida é uma via de acesso”, diz.
Onde o coral sol se instala a vida marinha praticamente desaparece. Ele cresce três vezes mais rápido do que os nativos e nem precisa de parceiro para procriar, conseguindo se reproduzir até quando é arrancado do mar.
“Essa é uma estratégia reprodutiva que ele tem de se reproduzir no ambiente”, explicou o biólogo Ricardo Miranda.
Arrancar as colônias invasoras até o momento é a única alternativa. Para os técnicos da Pro – mar, instituição que se dedica a cuidar da Baía de Todos os Santos, os pescadores podem ajudar nessa missão.
“Os pescadores precisam ser treinados, qualificados. Ter acesso à tecnologia que permite ele fazer a retirada do organismo invasor sem criar maiores problemas ao meio ambiente”, explicou o diretor da Pro-mar, Zé Pescador.
Até a produção pesqueira pode ser afetada pelo invasor. Sessenta e cinco por cento das espécies de peixes da costa brasileira se alimentam nos recifes construídos pelos corais nativos.
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