sábado, 28 de agosto de 2010

DISSECAÇÃO DO OURIÇO-DO-MAR - PROJETO BIOMAR

Aula prática de dissecação do ouriço-do-mar do Curso de Biologia Marinha em Angra dos Reis - RJ

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Cientistas descobrem tataravó da Grande Barreira de Corais



A apenas 600 metros da Grande Barreira de Corais, o maior recife de corais do mundo, localizado nas águas da Austrália, encontra-se um recife menos espetacular, mas muito mais mais antigo.

A primeira pista da existência desse recife apareceu em 2007, quando medições sísmicas e de sonares revelou estranhas lagoas e formações montanhosas no leito do mar.
As medições foram confirmadas em fevereiro deste ano, quando uma equipe internacional extraiu 34 núcleos de sedimento desses locais no fundo do mar, revelando um recife de corais fossilizado que penetra 110 metros sob o leito do mar.
Datação preliminar desses núcleos indica que o coral tem cerca de 169 mil anos.
“Esta é a tataravó da Grande Barreira de Corais”, disse John Pandolfi, da Universidade de Queensland.
Segundo ele, trata-se de uma importante descoberta que deve trazer novas informações sobre a formação de recifes de corais.
Acreditava-se que a Grande Barreira de Corais encontra-se assentada sobre um recife morto e mais velho. Mas 110 metros abaixo do recife vivo há apenas rochas.

Corais precisam de luz para viver, e Pandolfi agora pensa que, quando o nível do mar subiu na última Era do Gelo, ele ameaçou eliminar a iluminação do recife antigo. Por causa disso, algumas larvas teriam populado águam mais rasas e semeado o recife hoje existente.
A descoberta do fóssil foi divulgada por Jody Webster, da Universidade de Sydney, em uma conferência na Alemanha em julho.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Novos contaminantes ambientais

SBPC - Novas técnicas de análise revelam novos contaminantes ambientais

Contaminantes modernos
Graças ao desenvolvimento de novas técnicas de análises químicas e biológicas, um mundo pouco conhecido de contaminantes ambientais, alguns deles comprovadamente prejudiciais a seres vivos, está sendo revelado.
São substâncias oriundas de produtos de higiene pessoal e cosméticos, fármacos, praguicidas e nanomateriais, por exemplo.

Para a bióloga e especialista em toxicologia, Gisela de Aragão Umbuzeiro, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ainda é cedo, no entanto, para dizer se esses compostos podem causar problemas ao homem. Ela falou sobre o tema em sua conferência Contaminantes emergentes para a zona costeira, durante a 62ª Reunião Anual da SBPC.
Química do nanograma
Segunda Gisela, até há pouco tempo a química estava na era do miligrama, depois passou para a do micrograma e agora chegou a do nanograma - que trabalha com a matéria na escala de moléculas e átomo. Hoje é possível detectar a presença de determinadas substâncias em concentrações ínfimas no ambiente, principalmente na água.
Entre as que mais preocupam estão os chamados interferentes endócrinos, que são hormônios como estrógenos (responsáveis pelo desenvolvimento sexual feminino) e andrógenos (responsáveis pelas características do sexo masculino), além tiroxina e triiodotironina, que estimulam diversas células do corpo e controlam o crescimento, a reprodução, o desenvolvimento e o metabolismo.

Livres no ambiente, eles causam problemas nos sistemas reprodutivos de peixes, aves, anfíbios, répteis e até roedores.

De acordo com Gisela, há muito meios dos contaminantes emergentes chegarem ao ambiente, como o descarte de medicamentos não utilizados, a urina e as fezes de humanos e animais, além dos efluentes da agricultura e indústria. Um projeto de pesquisa que vem sendo realizado em São Paulo, do qual a professora da Unicamp participa, já analisou mais de 200 amostras de água. "Em mais de 80% delas foi encontrada a presença de contaminantes emergentes", disse ela.

Contaminantes emergentes
O tributilestanho, mais conhecido como TBT, é outro contaminante emergente que vem sendo estudado. "Trata-se um biocida, usado em tintas para cascos de navios, que evitam a incrustação por cracas".

"Estudos feitos pelo pesquisador Marcos Antônio Fernandez, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), detectaram, em moluscos, o aparecimento de características sexuais masculinas, como pênis, em indivíduos do sexo feminino."
Ela citou ainda como contaminante recém-detectado, o triclosan, um bactericida de amplo espectro, usado em medicamentos e produtos de higiene pessoal, como pastas de dente, enxágue bucal, cremes para pele, sabonetes desinfetantes, desodorantes, roupas de cama, roupas esportivas, sapatos e carpetes. Na presença de luz solar, ele se transforma em dioxina, que é altamente tóxica.

Apesar disso, por enquanto não há motivo para pânico. "Embora muitas dessas substâncias estejam no ambiente há muito tempo, não há registros de terem causados problemas em humanos", tranquilizou. "Mesmo assim, é preciso estudá-los para verificar que efeitos podem ter para a saúde e qual a concentração segura para as pessoas."

Ouriços-do-mar nanotecnológicos captam energia solar

Os espinhos do ouriço-do-mar nanotecnológico são nanofios de óxido de zinco, um material semicondutor e piezoelétrico, usado em células solares e em nanogeradores biomecânicos.[Imagem: Empa]

O "nano-ouriço-do-mar", criado por cientistas suíços, chamou a atenção da comunidade científica graças à facilidade de sua fabricação e à sua versatilidade, com aplicações principalmente no campo das células solares.
As pequenas nanopartículas, que lembram ouriços-do-mar em nanoescala, são na verdade totalmente inertes, feitas com polímeros e óxido de zinco.
Usos dos nanofios
Jamil Elias e Laetitia Philippe, dos laboratórios EMPA, usaram esferas de poliestireno - um polímero muito barato, usado em embalagens - para servirem como suporte para nanofios de óxido de zinco.
O óxido de zinco é um material semicondutor, largamente pesquisado para aplicações de fronteira, como células solares transparentes e nanogeradores biomecânicos, capazes de transformar o movimento do corpo em eletricidade para alimentar equipamentos portáteis, além de lasers de nanofios e LEDs de baixo custo.
Como em quase todas as aplicações com nanofios, a fabricação e a deposição dessas estruturas minúsculas é sempre o maior empecilho à sua viabilização prática.
É por isto que a técnica agora desenvolvida está chamando tanto a atenção: além de produzir estruturas homogêneas e manter os nanofios estendidos, ampliando sua interação com o meio e com a luz, os pesquisadores fizeram isso usando materiais comuns e processos simples.

Ouriços-do-mar nanotecnológicos
O princípio de fabricação dos ouriços-do-mar nanotecnológicos começa com as nanoesferas de poliestireno, que são colocadas sobre uma superfície eletricamente condutora, o que as faz alinharem-se em padrões regulares.
A seguir, uma técnica eletroquímica altera a condutividade e as propriedades das nanoesferas alinhadas, permitindo que o óxido de zinco seja depositado homogeneamente sobre suas superfícies. Depois é só deixar os cristais crescerem, criando os nanofios.
Ao final, o poliestireno é removido quimicamente, deixando prontas as minúsculas esferas ocas cheias de "espinhos", lembrando muito ouriços-do-mar ultra miniaturizados.
A grande área superficial dos nano-ouriços torna-os candidatos naturais para uso em aplicações fotovoltaicas, capturando mais fótons e convertendo a luz do Sol em eletricidade de forma mais eficiente.
Mas os nanogeradores também poderão ganhar. Como são piezoelétricos, os nanofios de óxido de zinco geram energia ao serem dobrados. Incorporados em um tecido, por exemplo, uma quantidade muito maior de nanofios será dobrada com os movimentos da roupa, gerando mais energia.

Bibliografia:
Hollow Urchin-like ZnO thin Films by Electrochemical Deposition
Jamil Elias, Claude Lévy-Clément, Mikhael Bechelany, Johann Michler, Guillaume-Yangshu Wang, Zhao Wang, Laetitia Philippe
Advanced Materials
Vol.: 22, Issue 14, Pages: 1607-1612
DOI: 10.1002/adma.200903098

Fonte: Site Inovação Tecnológica- www.inovacaotecnologica.com.br URL: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=ouricos-mar-nanotecnologicos-captam-energia-solar

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O fitoplâncton está diminuindo!

O fitoplâncton é o conjunto de organismos aquáticos, autotróficos, pertencentes aos filos Monera e Protista e, que vive flutuando ao sabor das ondas, sendo a pedra angular do ecossistema dos oceanos.

Fazem parte deste grupo, organismos tradicionalmente considerados algas . Contudo, dentre estas, há um grupo de grande importância sanitária e de saúde pública, que é também classificado como bactéria, as cianofíceas ou "algas azuis". A divergência de autores quanto a classificação dos organismos pertencentes a este grupo deve-se ao fato de possuírem características de células vegetais (presença de clorofila em cloroplastos e parede celular com celulose) e de bactérias (material nuclear disperso no citoplasma).

Hoje, as cianobactérias ou cianofícias, nome atualmente mais empregado, são limitadas pelas legislações ambientais para águas potáveis, devido ao fato de que algumas colônias produzem toxinas (cianotoxinas) que podem ser letais para os mamíferos.

Outros organismos pertencentes ao fitoplâncton também são classificados como Protista, como alguns flagelados e ciliados com capacidade de realizar a fotossíntese, como os organismos da classe Euglenophyceae. Vários gêneros, como Euglena spp., são fotossintetizantes facultativos, isto é, na ausência de luz podem sobreviver como um ser heterotrófico.

Por ser a base da cadeia alimentar, o fitoplâncton é, em geral, o alimento do zooplâncton (origem animal), que por sua vez é consumido por quase todos os peixes menores. Milhares de espécies marinhas dependem do plâncton para sobreviver.

Uma cadeia alimentar para uma zona costeira pode ser esquematizada da seguinte forma:
1. O fitoplâncton é alimento de muitos dos componentes do zooplâncton.
2. Este por sua vez, alimenta uma população de peixes planctonófagos (por exemplo, sardinhas).
3. Estes peixes são fonte de alimentação de peixes predadores (como o robalo) e de outros predadores.
4. Entre eles as lulas, fonte de alimento de algumas espécies de mamíferos marinhos (como o golfinho) e de algumas aves.
5. Algumas aves ictiófagas - que comem peixes (o alcatraz, por exemplo,) se situam no topo da pirâmide trófica.

Assim, a produtividade de uma determinada zona costeira ou marinha pode considerar-se estreitamente relacionada com as características de abundância e composição do plâncton.

A quantidade do fitoplâncton nos oceanos tem diminuído 1% ao ano.

Este dado foi levantado de uma maneira muito simples: como eles constituem uma massa visível de cima, bastou observar imagens de satélite dos mares para observar a diminuição.
Mas, não é o único método. Um bom indicador de quanto plâncton há no mar é a observação da claridade da água. Como é a clorofila, em condições naturais, que escurece a água do mar, basta analisar a transparência da água para saber o quanto existe de plâncton na região. E o sistema usado para isso é bem antigo, mas incrivelmente simples: o disco de Secchi.
Usado pelo padre Pietro Secchi, em 1865, para medir a claridade do mar mediterrâneo a pedido do Papa da época, o disco é simplesmente um aparelho mergulhado no mar que vai absorvendo pouco a pouco a pigmentação existente. Com um cálculo simples, baseado no tempo em que o disco demora a escurecer, tiram-se conclusões que são usadas até hoje pelos cientistas.
Observações “oficiais” têm sido feitas com o disco de Sechi desde 1899, e as últimas seis décadas têm registrado um intenso declínio (40%, para ser mais exato) na pigmentação do mar – a despeito de haver mais poluição. Ou seja, está havendo diminuição da clorofila nos oceanos.
Uma notável exceção é o Oceano Índico. Devido à intensidade da Agricultura em regiões da África e da Ásia banhadas pelo oceano, houve um aumento de nutrientes que acabam sendo lançados no mar, o que fortaleceu o fitoplâncton da área. Mas, mesmo no Oceano Índico, a quantidade do plâncton já está abaixo da recomendada.

O motivo para o declínio: aumento da temperatura média dos oceanos.

Ao longo do tempo, observou-se que o pico da reprodução e expansão populacional do fitoplâncton acontece nos meses de inverno, em que a água é fria. Durante a época de águas quentes, há um decréscimo da população. O problema é que a temperatura média dos oceanos está subindo, ou seja, o plâncton não se reproduz com a mesma abundância de antes.

Outro fator: a pesca acima da média recomendada.

Quando se pescam muitos peixes pequenos, sobra no oceano o zooplâncton, que é o alimento dos peixes. Sobrando zooplâncton, há um maior consumo do fitoplâncton, que é por sua vez o alimento daqueles.

Assim, há uma maior redução, devido à cadeia alimentar desequilibrada, na população do fitoplâncton.

E esse problema é uma reação em cadeia.
O fitoplâncton faz fotossíntese. Diminuindo o fitoplâncton nos oceanos, as águas absorvem menos dióxido de carbono do que antes, já que a fotossíntese é o maior receptor do CO2. Esse dióxido de carbono em excesso é liberado para a atmosfera, o que colabora com o efeito estufa e o aquecimento global. Daqui a alguns anos, os oceanos com menos fitoplâncton vão soltar na atmosfera tanto ou mais CO2 do que uma indústria poluente.

É um ciclo cujo final os ambientalistas ainda não conseguem prever.