Pesquisadores identificam e desvendam biologia de corais exóticos na baía de Ilha Grande
As espécies invasoras identificadas em Ilha Grande: Tubastraea tagusensis (amarela) e T. coccinea (laranja). Foto: Joel Creed.
Apesar de belos e impressionantes, corais exóticos encontrados na Ilha Grande podem ser uma ameaça ao equilíbrio dos ecossistemas do litoral do Rio de Janeiro. Originários do oceano Pacífico, esses organismos foram trazidos por plataformas de petróleo e outras embarcações provavelmente na década de 1980 e disputam com as espécies nativas elementos primordiais para a sobrevivência, como espaço e alimento.
A presença desses corais ’estrangeiros’ não é novidade: eles já haviam sido observados por cientistas há cerca de 25 anos, mas só recentemente foi possível identificá-los com precisão. Ambas pertencem ao já conhecido gênero Tubastraea – Tubastraea coccinea e T. tagusensis.
Em estágio avançado, a pesquisa já começou a desvendar a biologia reprodutiva e a abrangência geográfica das espécies. Os resultados preliminares indicam que elas têm picos reprodutivos anuais, crescem em média 1 cm por ano e espalham-se muito rapidamente.
Em outra pesquisa em curso, ainda em fase inicial, o doutorando Bruno Lages estuda os efeitos nocivos dos corais sobre as espécies nativas, como a produção de compostos químicos tóxicos. "Primeiramente, é preciso conhecer esses organismos, saber como crescem e se reproduzem para poder entender e então conter o processo de expansão das espécies", afirma Creed.
Recuperar a região afetada, no entanto, parece impossível. A única forma de expulsar os corais seria retirá-los um a um, mas a alta densidade dos organismos – até mil colônias por metro quadrado – inviabiliza a operação. A quantidade assusta e ressalta a necessidade de um plano de prevenção: "Raramente há espaço vazio embaixo d’água. O local ocupado por esses corais era o nicho de outra espécie, que ainda não conhecemos", conta Creed. "É preciso descobri-la para poder chegar aos próximos alvos de invasão antes dos corais”.
Em outra pesquisa em curso, ainda em fase inicial, o doutorando Bruno Lages estuda os efeitos nocivos dos corais sobre as espécies nativas, como a produção de compostos químicos tóxicos. "Primeiramente, é preciso conhecer esses organismos, saber como crescem e se reproduzem para poder entender e então conter o processo de expansão das espécies", afirma Creed.
Recuperar a região afetada, no entanto, parece impossível. A única forma de expulsar os corais seria retirá-los um a um, mas a alta densidade dos organismos – até mil colônias por metro quadrado – inviabiliza a operação. A quantidade assusta e ressalta a necessidade de um plano de prevenção: "Raramente há espaço vazio embaixo d’água. O local ocupado por esses corais era o nicho de outra espécie, que ainda não conhecemos", conta Creed. "É preciso descobri-la para poder chegar aos próximos alvos de invasão antes dos corais”.
De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), organismos invasores são a segunda maior causa de perda de biodiversidade, superados somente pela destruição direta de hábitats pela ação do homem. "Ao entrar em uma comunidade biológica, as espécies invasoras acirram a competição e transformam a sobrevivência dos organismos nativos numa tarefa muito mais difícil", explica Creed. "O ambiente não está preparado para recebê-las e o desequilíbrio é inevitável. Não há, por exemplo, um predador para controlar o crescimento da população da espécie. Ela cresce indefinidamente e ocupa o espaço de outros organismos”.